SóProvas


ID
5039032
Banca
IDCAP
Órgão
Prefeitura de Santa Leopoldina - ES
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO
O texto abaixo servirá de base para responder a questão.

A EDUCAÇÃO POSSÍVEL

(1º§) Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.

(2º§) Estamos tristemente carentes de bons modelos, e o sucesso da visita do papa também fala disso: além do fator religião, milhares foram em busca de uma figura paternal admirável, que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem.
(3º§) Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
(4º§) É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
(5º§) Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
(6º§) No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: "cidadania".
(7º§) O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados.
(...)
(8º§) Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos.


(Lya Luft é escritora. Texto da VEJA - Edição 2009) - (Adaptado)

Julgue as assertivas com V(Verdadeiro) ou F(Falso). Em seguida, marque a alternativa correta.

(__)O (2º§) inicia com sujeito elíptico, identificado pelo verbo de primeira conjugação seguido de advérbio que modifica o adjetivo com função sintática de predicativo.

(__)Nos termos sublinhados no trecho: "que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem". - identificamos, respectivamente: pronome oblíquo com função sintática de objeto indireto, preposição imposta pela regência nominal, substantivo abstrato trissílabo paroxítono sem acento gráfico que justifique a tonicidade.

(__)O primeiro período do (3º§) inicia com elemento coesivo adversativo, contém uso de crase imposta pela regência do verbo de terceira conjugação, apresenta dois pontos antes de oração interrogativa.

(__)O primeiro período do (4º§) está escrito com elementos coesivos que enunciam ideia comparativa.

(__)A oração do (4º§): "Projetos inúteis que se nos apresentam". - pode ser reescrita sem alterar o sentido semântico contextual, assim: "Projetos inúteis que são apresentados a nós".

Alternativas
Comentários
  • Gostei muito dessa questão ... Me exigiu bastante atenção

  • Ainda estou procurando o substantivo trissílabo paroxítono.
  • cadê o substantivo trissílabo ??

  • não entendi... essa resposta...

  • Posso esta errado, mas o substantivo silabco está antes da virgula. Veja só:

    milhares foram em busca de uma figura paternal admirável, que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem.

    ao meu ver o substantivo em questão é a palavra "figura", quem que desse esperança? um figura paterna admirável.

    Caso eu esteja errado, corrijam-me.

     

  • Ratão

  • sublinhados?

  • Eu hein!!

  • questão chata que nem a lya luft

  • Essas bancas apelam demais. Inventam umas questões sem fundamento e com uns gabaritos piores ainda. estou aqui procurando o substantivo trissílabo e o ''QUE'' pronome oblíquo com função de objeto indireto.

  • Letra (B)

    (V) O (2º§) inicia com sujeito elíptico (oculto), identificado pelo verbo de primeira conjugação seguido de advérbio que modifica o adjetivo com função sintática de predicativo. Inicia com (ESTAMOS) é um SUJ. OCULTO. Refere-se a sociedade em geral só ler o 1º§ do texo. (vemos) faz refência a esse termo do 1º§.

    (V) Nos termos sublinhados no trecho: "que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem". - identificamos, respectivamente: pronome oblíquo com função sintática de objeto indireto, preposição imposta pela regência nominal, substantivo abstrato trissílabo paroxítono sem acento gráfico que justifique a tonicidade.

    (V) O primeiro período do (3º§) inicia com elemento coesivo adversativo, contém uso de crase imposta pela regência do verbo de terceira conjugação, apresenta dois pontos antes de oração interrogativa. Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar?

    (V)O primeiro período do (4º§) está escrito com elementos coesivos que enunciam ideia comparativa. É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam.

    (V)A oração do (4º§): "Projetos inúteis que se nos apresentam". - pode ser reescrita sem alterar o sentido semântico contextual, assim: "Projetos inúteis que são apresentados a nós". O período é o mesmo e está no plural.

  • ( )Nos termos sublinhados no trecho: "que lhes desse esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem". - identificamos, respectivamente: pronome oblíquo com função sintática de objeto indireto, preposição imposta pela regência nominal, substantivo abstrato trissílabo paroxítono sem acento gráfico que justifique a tonicidade.

    pronome oblíquo com função sintática de objeto indireto: LHES

    preposição imposta pela regência nominal: DE (quem dá esperança, dá esperança a alguém ou dá esperança de alguma coisa..)

    substantivo abstrato trissílabo paroxítono sem acento gráfico que justifique a tonicidade: RETIDÃO, o acento na palavra retidão marca sua nasalização. Acentos de tonicidade são: agudo e circunflexo.

    Se houver algum erro no meu comentário, me avisem por favor.

  • Cadê o substantivo TRISSÍLABO?. Pela questão subentende-se que seja a palavra esperança, porém a mesma não é TRISSÍLABA.

  • Ao meu ver, não há gabarito correto para esta questão, pois na segunda assertiva, o único substantivo trissílabo existente é "retidão", que não é paroxítono, mas sim oxítono. (corrijam-me se eu estiver errada, por favor)

  • Gente, mas no 3 ele fala que o verbo vamos tá na terceira conjugação, Nós vamos não seria primeira conjugação do plural? Fiquei na dúvida

  • sKATE, gUARAPARI, mINHA TIA, sUBLINHADO, PAROXÍTONA?

  • RESOLVENDO A ANTEPÉNULTIMA E A PENULTIMA CHEGA NO RESULTADO..

  • "que lhes desse esperança de que retidão [...]" se trata do verbo DAR no pretérito imperfeito, assertiva 2 INCORRETA