Kolb, em seu “Compêndio de Psiquiatria”, afirma que o objetivo principal do médico ao realizar o
exame psiquiátrico do paciente é a verificação da ocorrência de alguma disfunção ou desajuste nas
relações sociais do indivíduo, que venha a interferir de algum modo em seu estado de humor e em
sua satisfação pessoal. Todavia, questionam-se quais seriam os referenciais utilizados para detectar
se de fato o indivíduo está infeliz ou somente se diferencia dos padrões sociais estabelecidos
culturalmente. Frente ao enunciado anteriormente, em relação ao modo como se deve conduzir uma
entrevista psiquiátrica, à relação médico-paciente e à importância do registro da história de vida
deste último, de acordo com o mesmo autor, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta
a(s) correta(s).
I. A relação médico-paciente se faz muito importante porque o modo como o paciente vê o seu
médico pode vir a interferir em todo o percurso do tratamento. Tal relação deve estabelecer-se
de maneira que o paciente confie no médico, embora esta confiança seja difícil de ser
estabelecida desde o primeiro momento, uma vez que o psiquiatra trata-se até então de um
desconhecido. Sendo assim, a transferência não se dá a partir deste primeiro contato.
II. A história do paciente, obtida pelo psiquiatra através da anamnese, deve ser registrada nas
fases que compõe o processo de maturação do indivíduo, desde a primeira infância até a
velhice (lactância, meninice, adolescência, idade adulta e velhice), buscando desta forma
correlacionar tais dados com possíveis fatores/pessoas que os tenham influenciado e tendo sua
importância vinculada à possibilidade de assim conseguir captar todo o processo evolutivo da
doença do paciente e definir então o melhor tratamento a ser administrado para tal.
III. O interrogatório numa entrevista psiquiátrica deve ser feito de maneira que o paciente não se
sinta ainda mais exposto ou resistente ao tratamento para que então o material relativo a sua
psicopatologia se manifeste espontaneamente. Se este possui algum parente como
acompanhante, deve-se permitir que o mesmo possa apresentar a sua história antes de
qualquer contato com outras pessoas que poderiam vir a distorcê-la, assim como o paciente
deve estar ciente da intenção do investigador de falar acerca de sua doença de quem o
acompanha.
IV. Num exame psiquiátrico se faz necessário uma avaliação completa do paciente, tanto física
quanto neurologicamente, na qual diversos aspectos/temas devem ser levados em consideração
desde o momento em que o paciente entra no consultório, tais como: o comportamento, as
atividades, o humor e a afetividade, conteúdos e tendências do pensamento, percepção,
memória, julgamento, capacidade de insight e amadurecimento da personalidade.