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Errado
A entrevista lúdica é uma técnica de investigação clínica da personalidade da criança introduzida inicialmente por Aberastury (1992). Nesse procedimento, o comportamento da criança é observado em uma sala destinada à ludoterapia, com brinquedos e material gráfico (Trinca, 1983). Tendo em vista que a atividade lúdica é a forma como a criança expressa suas fantasias, desejos e experiências, o emprego desses recursos tem como objetivo a instrumentalização de suas possibilidades comunicacionais, como apontam Efron, Fainberg, Kleiner, Sigal e Woscoboinik (2003).
http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v24n4/v24n4a09.pdf
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Mas na entrevista Lúdica a criança não pode expressar os seus sentimentos "falando" também? Não entendi o erro da questão! Alguém??
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Essa questao me deixou em duvida. Pois sei que a entrevista ludica o terapeuta nao pode fazer interpretacoes, sendo que nao se sabe se o psicologo que esta fazendo a entrevista ira continuar e atender a crianca.
Mas mesmo assim, fiquei em duvida...
A nossa colega que comentou acima, poderia nos passar indicacoes de leitura, para ajudar a resolver essas questoes??
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O erro da questão está em ele colocar como obrigatoriedade a expessão dos sentimentos pela criança. Como se isso sempre ocorressse. Sim ela PODE expressar seus sentimentos no brincar, mas também pode expressar uma cena, uma fantasia...
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Segundo Werlang (2000), é um tipo de entrevista de importante papel no atendimento de crianças. É uma técnica de avaliação muito rica, que permite compreender a natureza do pensamento infantil, fornecendo informações significativas do ponto de vista evolutivo, psicopatológico e psicodinâmico, possibilitando formular conclusões diagnósticas, prognósticas e indicações terapêuticas. As instruções específicas para uma entrevista lúdica consistem em oferecer à criança a oportunidade de brincar com todo material lúdico que lhe é oferecido, sob algumas condições, como uso do espaço, papel da criança e do entrevistador, etc. Nos brinquedos oferecidos pelo psicólogo, a criança deposita parte dos sentimentos, representante de distintos vínculos com objetos de seu mundo interno. As crianças, de maneira geral, agem, falam e/ou brincam de acordo com suas possibilidades maturativas, emocionais, cognitivas e de socialização, e é pela sua ação (ativa ou passiva) que elas exprimem suas possibilidades, descobrindo-se a si mesmas e revelando-se aos outros.
A postura do psicólogo é estimular a interação, conduzindo a situação de maneira tal que possa deixar transparecer compreensão, respeitando e acolhendo a criança, de forma que ela se sinta segura e aceita.
Em parte, o papel do psicólogo na entrevista lúdica diagnóstica é passivo, porque funciona como observador, mas também é ativo, na medida em que sua atitude é atenta na compreensão e formulação de hipóteses sobre a problemática do entrevistado, assim como na ação de efetuar perguntas para esclarecer dúvidas sobre a brincadeira. Ainda, dependendo de cada situação, o psicólogo poderá não participar do jogo ou brincadeira, ou poderá desempenhar um determinado papel, caso seja desejo da criança.
Para Arminda Aberastury, a criança estabelece com o psicoterapeuta transferência positiva e negativa, mas também é capaz de representar através dos brinquedos os seus conflitos, suas defesas e fantasias. Considera que é conveniente para o entrevistador, ao realizar a entrevista lúdica, não interpretar, já que ainda não se tem como saber se a criança será tratada ou não e, em caso de encaminhamento, qual a técnica mais adequada para aplicar.
http://www.clinicamotrice.com.br/artigos.php?noticia=25
Sinceramente, eu pesquisando a respeito desta entrevista, não vi erro nesta questão... fiquei confusa agora
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Realmente, questão que deixa bastante dúvida. Encontrei a explicação de Ocampo, 2009, que pode ser que ajude.
Na hora de jogo diagnóstica, a atividade lúdica é sua forma de expressão própria, assim como a linguagem verbal o é no adulto. Porém, existem algumas diferenças da entrevista diagnóstica livre do adulto:
Na entrevista do adulto, a fantasia é mediada pelas verbalizações; na atividade lúdica, o mediador é, predominantemente, o brinquedo oferecido, que expressa o que a criança está vivenciando no momento.
Na verbalização, a fantasia aparece depurada pela maior influência do processo secundário; a localização temporal da fantasia expressa através da linguagem, do uso apropriado dos verbos e das leis do pensamento lógico-formal torna-se mais clara. No brincar, por sua vez, há uma comunicação de tipo espacial, na qual são incluídos mais elementos do processo primário, através de princípios como os de condensação, atemporalidade e deslocamento, atuados no próprio brincar.
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"Pode ser" seria a única resposta para esta questão. Não é uma pergunta adequada para o contexto.
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Também fiquei confusa, acho que não da para ser uma resposta objetiva de certo e errado, pois é amplo.
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Encontrei uma resposta para tal questão em um site também de questões e comentários (tais comentários realizados por um profissional) e ele citou o seguinte:
"Comentários: Ótima questão para fazer uma observação. Na entrevista lúdica, a criança não irá, necessariamente, expressar seus sentimentos. Atente para isso. Assertiva errada."
A Thaís Sena está completamente correta quando diz: "O erro da questão está em ele colocar como obrigatoriedade a expressão dos sentimentos pela criança. Como se isso sempre ocorressse. Sim ela PODE expressar seus sentimentos no brincar, mas também pode expressar uma cena, uma fantasia..."
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Concordo colegas!!
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não necessariamente, pois, a criança pode ou não manifestar o conteúdo latente, portanto, na entrevista lúdica não é obrigatório que ela expresse seus sentimentos.
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Questão confusa!
O psicólogo disponibiliza os brinquedos no setting mas a escolha dos mesmos é realizada pela criança a partir dos seus conteúdos latentes.
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Durante a entrevista lúdica, nos brinquedos oferecidos pelo psicólogo, a criança deposita parte dos sentimentos, representante de distintos vínculos com objetos de seu mundo interno (Efron, Fainberg, Kleiner et alii, 1978). Assim, muitos fenômenos que não seriam obtidos pela palavra poderão ser observados através do brincar, onde a criança, segundo Logan (1991), projetará suas questões-chave, tanto no acontecido do jogo quanto na maneira como usa os materiais e os brinquedos.
Entendo que a questão está errada porque fala que a criança expressa seus sentimentos, mas não esclerece que são apenas parte de seus sentimentos. É como se o brincar completasse os sentimentos que não foram revelados na palavra da criança.
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o erro esta em "palavras"
Se é pra brincar é pra brincar.
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A meu ver, em momento algum, a questão fala explicitamente ou implicitamente em obrigatoriedade de expressar sentimentos. Porém, se é um padrão da banca considerar assim, então, vamos aprender. Caso apareça que a criança expressa sentimentos em entrevistas clínicas/lúdicas já podemos ficar de orelhas em pé. Se formos pensar no "pode" pode acontecer qualquer coisa, inclusive nada rs.
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Essa questão é criminosa. Beleza, a criança se expressa pelo brincar fundamentalmente. Mas isso a impede de expressar-se também em palavras?
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cada um aqyu acha q é alguma coisa...posso dar minha opinião também? eu to achando que o erro da questão esta na em BRINQUEDOS DISPONIBILIZADOS PELO PSICOLOGO. Depois de errar algumas vezes e tentar pensar como a banca, acredito eu que, essa parte, significar dizer que o psicólogo que irá oferecer o brinquedo especifico para a criança. E, na verdade, a própria criança que ira escolher o melhor brinquedo para o lúdico,
Mera questão de interpretação e não de falta de conhecimento! Ai AI, Cespe...
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Por partes,
"Na entrevista lúdica, a criança expressa seus sentimentos no brincar [...]"
Certo. A expressão, na clínica lúdica, é essencial e fundamentalmente por meio do brincar.
"[...] (com brinquedos disponibilizados pelo psicólogo)"
Certo também. Os brinquedos utilizados durante a hora terapêutica e diagnóstica são disponibilizados pelo psicólogo, e constituem um setting terapêutico específico, cuidadosamente ajustado e adaptado a esse tipo de processo (como bem é recomentado no capítulo Entrevista Lúdica do Psicodiagnóstico V).
Afinal, se os brinquedos não são disponibilizados pelo psicólogo, são por quem? A criança trás de casa? Essa hipótese não faz o menor sentido dentro do escopo do estudo em questão (ainda que, virtualmente, seja possível).
"e também por meio de suas palavras"
Sim, certo. A criança se expressa TAMBÉM por meio das suas palavras. Não se expressa? Então as palavras dela não dizem nada sobre ela, sobre seu mundo interno, sobre sua organização egoica, sobre sua etapa do desenvolvimento? Se as palavras deixaram de ser a expressão do psiquismo da criança, então por que os pequenos estudos de caso que constam no livro Psicodiagnóstico V descrevem as falas das crianças em diferentes contextos?
Conclusão: a assertivo está certa e o gabarito está errado. Não vejo como uma outra conclusão pode ser possível.
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Na hora do jogo diagnóstica (entrevista lúdica), a criança expressa suas fantasias de doença e cura.
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GABARITO: ERRADO
Pelo que eu entendi da questão cada criança se expressa de diferentes formas, logo se a criança recusar usar os brinquedos e falar não poderia expressar tais sentimentos de outra maneira?
Achei o direcionamento da questão muito restritivo.