No final do século XIX e no início do século
XX, o “caráter nacional” foi um dos temas
centrais das reflexões de muitos intelectuais
brasileiros. Estes se defrontavam com a
realidade da mestiçagem no Brasil, vista como
causa de muitos dos problemas nacionais. Um
desses estudiosos, Nina Rodrigues, escreveu:
“Pelo lado etnológico não é o jagunço todo e
qualquer mestiço brasileiro. Representa-o em
rigor o mestiço do sertão que soube acomodar
as qualidades viris de seus ascendentes
selvagens, índios ou negros, às condições
sociais da vida livre e da civilização
rudimentar dos centros que habita. Muito
diferente é o mestiço do litoral que a
aguardente, o ambiente das cidades, a luta
pela vida mais intelectual do que física, uma
civilização superior às exigências da sua
organização física e mental, enfraqueceram,
abastardaram, acentuando a nota
degenerativa que já resulta do simples
cruzamento de raças antropologicamente
muito diferentes”.
RODRIGUES, R. Nina. As coletividades anormais. In:
CAMPOS, Flavio de. Oficina de História: História do
Brasil. São Paulo: Moderna, 1999. p. 202.
Nina Rodrigues, no trecho acima reproduzido,
assim interpreta a “questão da mestiçagem”: