Setenta por cento dos hospitais da rede pública de saúde já contam nas emergências com atendimento por classificação de risco, assegurando atendimento prioritário aos pacientes graves. A Classificação de risco consiste na recepção do usuário nos serviços de saúde desde a sua chegada, possibilitando a identificação das prioridades para atendimento segundo a necessidade de saúde: gravidades, risco ou vulnerabilidade do paciente.
“Avaliar riscos implica estar atento ao grau de sofrimento físico e psíquico, pois muitas vezes o paciente que chega andando, sem sinais visíveis de problemas físicos, pode apresentar maior grau de risco”, afirma a coordenadora da Política de Humanização no DF, Simone Barcelos. De acordo com portaria do Ministério da Saúde, de 2002, o acolhimento e classificação de risco deve ser realizado por profissional de saúde de nível superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos. O objetivo é avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para atendimento, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento.
Ao chegar à emergência do hospital o paciente é avaliado por um enfermeiro que identifica a necessidade ou não de atendimento imediato. A partir do relato o usuário receberá uma classificação nas cores vermelha, amarela, verde ou azul.
A cor vermelha indica a necessidade de atendimento imediato, pois há alto risco de morte.
O amarelo aponta necessidade de atendimento prioritário, o mais rápido possível.
A cor verde indica que o caso é menos grave, representa pouca urgência, com encaminhamento para consulta médica na unidade de saúde de referência.
A cor azul – sem gravidade – são informados da expectativa de tempo de atendimento e podem ser encaminhados para acolhimento na unidade de saúde de referência.
GABARITO - A-
5.1.1. Classificação de risco para prioridade de atendimento
A classificação de risco tem por objetivo reduzir o tempo de espera do paciente por atendimento
médico, visando à aceleração do diagnóstico, tratamento e internação, quando for o caso, contribuindo
para organização do fluxo de pacientes na unidade de saúde e priorização do atendimento dos casos de
acordo com a gravidade. Portanto, o atendimento do paciente baseia-se na classificação de risco e não
na ordem de chegada ao serviço de saúde.
Para a classificação de risco do paciente com suspeita de dengue, utilizaram-se os critérios da Política Nacional de Humanização e o estadiamento da doença. Com base nessas informações, a classificação de risco poderá ser realizada por enfermeiro ou médico, que, de posse do protocolo técnico,
irá identificar os pacientes que necessitam de tratamento imediato, considerando o potencial de risco,
o grau de sofrimento e o agravo à saúde. O profissional deverá avaliar, orientar, encaminhar, coletar e
registrar dados da forma mais detalhada possível no protocolo técnico. Esse dado subsidiará o médico
quanto ao diagnóstico, estadiamento e tratamento do paciente com suspeita de dengue.
Alguns estados e municípios utilizam outros critérios para classificação de risco, que podem ser
mantidos e respeitados, desde que tenham fundamentação técnica. Ressaltamos aqui a importância da
implantação da classificação de risco como forma de auxiliar a organização dos serviços, agilizando o
atendimento e evitando mortes.
Classificação de risco de acordo com os sinais e sintomas
Azul: Grupo A – atendimento de acordo com o horário de chegada
Verde: Grupo B – prioridade não urgente
Amarelo: Grupo C – urgência, atendimento o mas rápido possível
Vermelho: Grupo D – emergência, paciente com necessidade de atendimento imediato
ATENÇÃO
• Quando houver suspeita de dengue identificada em visita domiciliar, as pessoas já devem ser
orientadas quanto à hidratação oral pelo Agente Comunitário de Saúde ou pela equipe de saúde da
família e encaminhadas à unidade de saúde mais próxima.
• Toda pessoa com suspeita de dengue deve receber soro de hidratação oral, de imediato, em sua
chegada na unidade de saúde, mesmo enquanto espera por atendimento.
• Considera-se Grupo Especial todo paciente com suspeita de dengue que se enquadre nas seguintes situações: crianças menores de 15 anos, gestantes, adultos maiores de 60 anos e pacientes
com comorbidade. Para esse grupo, é mandatória a realização do hemograma completo com
contagem de plaquetas, mesmo sem sangramentos e sinais de alarme. Para os demais pacientes,
a realização do exame é recomendável.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_prevencao_controle_dengue.pdf