O Haemophilus influenzae (Hi) é uma bactéria não móvel,
estritamente patogênica para os seres humanos, que se
abriga comumente no trato respiratório superior. É um
organismo gram negativo pleomórfico, podendo variar de
pequenos cocobacilos a longos filamentos. As cepas do Hi
são capsuladas ou não capsuladas. Entre as capsuladas,
diferenciam-se seis sorotipos: a, b, c, d, e, f, baseados na
estrutura antigênica dos polissacarídeos capsulares. Apesar
de que, tanto as cepas capsuladas como as não capsuladas
(não tipificáveis) podem causar doença, as do sorotipo b são
responsáveis por mais de 90% das doenças severas em
crianças menores de cinco anos. O polissacarídeo do tipo b
é um polímero de D-ribose-ribosil fosfato, também conhecido
com PRP. O polissacarídeo capsular é o principal fator de
virulência das cepas capsuladas, porém existem outros como
os lipopolissacarídeos, as proteases para IgA e algumas
proteínas da membrana externa. O tipo b é responsável por
mais de 95% das infecções invasivas devidas em crianças
menores de cinco anos, sendo a meningite uma das mais
graves, cujo pico de incidência ocorre entre crianças de seis
meses a dois anos de idade. A meningite por Hib tem grande
importância para a Saúde Pública por suas características
epidemiológicas: alta letalidade nos menores de um ano e
transmissibilidade favorecida em locais de aglomeração
como as creches. A fonte de microorganismos invasivos é
habitualmente a flora bacteriana que coloniza a nasofaringe
e/ou a orofaringe. Estima-se que cerca de 3 a 5% das
crianças menores de cinco anos na população geral
hospedem este microorganismo na nasofaringe, enquanto
que em comunicantes da mesma faixa etária, este percentual
pode chegar de 14 a 22%. A colonização pode persistir na
orofaringe por muitos meses. A transmissão se dá pessoa a
pessoa via aerossóis e/ou secreções orais. Em geral, um
período longo de portador, com colonização das mucosas
respiratórias é a regra para a posterior doença invasiva.
No que tange ao desenvolvimento de vacinas contra
bactérias encapsuladas como Haemophilus influenzae,
Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis, o
antígeno de maior eficiência para formulação de vacinas é o
próprio polissacarídeo componente da capsula e principal
fator de virulência. Vacinas com esta formulação são
designadas vacinas de polissacarídeos. No caso específico
de Hib, a vacina é então composta do polissacarídeo que
corresponde a subunidade constitutuiva da cápsula. Estas
vacinas não induzem a produção de anticorpos em crianças
com menos de um ano, considerado grupo de alto risco, pois
o sistema imunológico se encontra em processo de
maturação. Quando estes polissacarídeos são conjugados
quimicamente a proteínas carreadoras, os novos antígenos
são capazes de serem reconhecidos pelas células T e
macrófagos, gerando uma resposta imune característica dos
antígenos T-dependentes e tornam-se eficientes para os
grupos de alto risco.
A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.
I. Diversos métodos de conjugação estão descritos na
literatura sendo que a maioria desses métodos inclui a
inserção da molécula espaçadora entre o polissacarídeo
e a proteína. As principais metodologias clássicas de
conjugação são: o método do brometo de cianogênio,
método da carbodiimida e aminação redutiva.
II. O método do brometo de cianogênio compreende a
ativação randômica das hidroxilas do polissacarídeo que
podem reagir diretamente com aminogrupos (das
proteínas, por exemplo) formando o conjugado ou reagir
com espaçadores moleculares como as hidrazidas.
III. O método da aminação redutiva prevê a ligação dos
radicais aldeídos (gerados pela oxidação das hidroxilas)
ao aminogrupo da proteína formando o conjugado. Esta
metodologia, muitas vezes, implica na adição de agentes
bactericidas para prevenção de crescimento de bactérias
que possam contaminar a solução, pois o tempo da
reação para a formação do conjugado costuma ser muito
curto (cerca de cinco horas).
Assinale: