Leia o texto para responder a questão.
‘La Casa de Papel’, a série de quem passa muito tempo
confinado
Não se pode dizer que a série não se manteve fiel a si
mesma. Preserva os mesmos pontos fortes e fracos na
quarta temporada, que chegou hoje à Netflix
Por Natalia Marcos
A população de meio mundo está há várias semanas
trancada em casa. A quarentena está sendo longa. Mas quem
parece que já passou metade da vida entre quatro paredes são
os ladrões de La Casa de Papel. Os dois confinamentos, o da
vida real e o da ficção, terão um final, claro. Mas os dois estão
demorando demais.
Não se pode dizer que La Casa de Papel não se manteve
fiel a si mesma. Desde o começo, a série teve os mesmos pontos
fortes e fracos. As duas primeiras temporadas, exibidas
inicialmente no canal espanhol Antena 3 e que depois se
tornaram um repentino sucesso mundial na Netflix, tinham
momentos de adrenalina pura, com personagens cujas
motivações era impossível não compreender. A mistura de ação
desenfreada e drama emocional funcionava muito bem.
Visualmente, La Casa de Papel era (e é) um canhão, com um
uso da cor, da luz e a iconografia que a torna reconhecível em
qualquer lugar do mundo, no idioma que for. Em sua passagem
para a Netflix, com duas novas fornadas de capítulos depois que
o primeiro ataque teve um final fechado, manteve e reforçou
essa aposta estética e a boa conjunção com a música que a
acompanha, com uma direção muito bem executada.
Personagens carismáticos e diálogos repletos de frases ideais
para serem estampadas em camisetas se encarregaram do resto.
Sem falar nesse fator misterioso que ninguém sabe o que é e
que transforma séries em sucessos, enquanto outras são
sepultadas pelo tsunami de conteúdos.
Depois de ver quatro capítulos dos oito que chegam
nesta sexta-feira à Netflix, também se constata que La Casa de
Papel volta a tropeçar nas mesmas pedras da primeira etapa.
Então, como agora, já teve desigualdades no desenvolvimento
da história, com um trecho central muito esticado. O começo da
quarta entrega retoma a história no ponto em que parou: os
ladrões dentro do Banco da Espanha passando por momentos
complicados, e uma deles, Nairóbi, à beira da morte, enquanto
o Professor continua acreditando que Lisboa morreu nas mãos
da Polícia, quando na realidade só está detida. Mas mostra
sintomas claros de desgaste uma história que já vai se
prolongando demais e que tem cada vez mais dificuldades para
surpreender ao espectador, que já sabe do que são capazes uns
e outros. Os roubos, tanto o da Fábrica da Moeda e Selo como
o do Banco da Espanha, duraram muitos capítulos. Tampouco
parece que a esta altura faça muito sentido manter os flashbacks
de Berlim, do Professor e de Palermo que não seja para
continuar contando com o personagem de Pedro Alonso.
La Casa de Papel, como Elite há umas semanas, chega
à Netflix no melhor momento, com milhões de pessoas presas
em suas casas e loucas por um entretenimento no qual se
engancharem. A canhão, seja como for, está pronto para
disparar.
Disponível em https://brasil.elpais.com/cultura/2020-04-03/la-casa-de-papel-aserie-de-quem-passa-muito-tempo-confinado.html
Assinale a alternativa que apresenta vocábulos com
a mesma regra de acentuação gráfica.