GRAMÁTICA BRASILEIRA
“O português brasileiro precisa ser reconhecido como uma nova
língua. E isso é uma decisão política”
(trecho de entrevista com o professor Marcos Bagno)
Por que o sr. defende uma gramática brasileira?
Pela necessidade que vimos detectando, há muito tempo, de que
tenhamos no Brasil instrumentos descritivos, e até mesmo
normativos, que apresentem, da maneira mais honesta e real
possível, a nossa língua: o português brasileiro. Mesmo as
variedades urbanas de prestígio são muito diferentes da norma
padrão veiculada pela tradição gramatical da língua. Faço a
citação de um linguista português, o professor Ivo Castro [da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com doutorado
em Linguística Portuguesa]. Ele diz o seguinte (lendo): “Minha
opinião de que a separação estrutural entre a língua de Portugal e a do Brasil é um fenômeno lento e de águas profundas, que é
fácil e, a muitos, desejável não observar, assenta-se no
convencimento de que a fratura do sistema linguístico existe,
mas não é aparente a todos os observadores nem é agradável a
todos os saudosistas.”
Muitas vezes quando nós, brasileiros, falamos sobre a
necessidade de reconhecer o português brasileiro como uma
língua autônoma e com um sistema linguístico próprio, ouvimos
que isso é nacionalismo, maluquice ou desvario de “gente de
esquerda”. Mas aqui eu trago a palavra de um especialista
português que reconhece que, de fato, já existe uma “fratura”,
como ele diz, que separa as duas línguas. São línguas muito
próximas, claro, aparentadas. Mas já com características muito
evidentes que nos permitem, de fato, fazer uma descrição mais
própria do português brasileiro – inclusive usando esse nome.
(Adaptado. Disponível em: http://bit.ly/2KODpno)
Com base no texto 'GRAMÁTICA BRASILEIRA', leia as
afirmativas a seguir:
I. Segundo o texto, o português brasileiro possui características
muito próprias no léxico e na estrutura sintática, justapostas à
língua lusitana, o que permite, de fato, dizer que aquela existe
autonomamente.
II. A fala do professor Ivo Castro ratifica a ideia defendida pelo
entrevistado em relação à existência do português brasileiro. Isso
porque o especialista português reconhece que, em tese, existe
uma “fratura” do sistema linguístico que separa as duas línguas
(português de Portugal e português brasileiro).
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