Segundo Rio (2001, p. 192) Os aspectos específicos da organização do trabalho são aqueles diretamente ligados à execução das tarefas. Deve-se analisar se o trabalho é predominantemente físico ou psíquico, como e quais os segmentos musculoesqueléticos mais envolvidos, que tipo de exigência é feita sobre o sistema óptico, como é feita a estimulação sensorial. Ainda Rio cita alguns conceitos de organização do trabalho: ciclo, ritmo, carga, duração, pausa e autonomia.
Ciclo
É a seqüência de passos, de ações para a execução de uma atividade. Exemplo: carimbar cheques.
Ciclo de alta repetitividade: ciclos de duração menor de que 30 (trinta) segundos ou ciclos nos quais mais de 50% do tempo é ocupado com o mesmo tipo de movimentos.
Ciclo de baixa repetitividade: ciclos de duração maior do que 30 (trinta) segundos, ou ciclo nos quais menos do que 50% do tempo é ocupado com o mesmo tipo de movimentos.
Ritmo
É a velocidade com que as ações são realizadas durante as atividades. Se muito lentos produzem monotonia, se muito rápidos geram sobrecarga.
Carga
É a quantidade de exigências que são impostas sobre as pessoas, como: carga sensorial - auditivos, visuais, táteis e eventualmente gustativos, carga cognitiva – memória, atenção e pensamento, carga afetiva – contato humano, carga visual – aparelho óptico, carga musculoesquelético – mãos, braços, pés.
Duração
É o tempo consumido com as atividades como um todo (duração total da jornada de trabalho) ou em partes (partes específicas dessa jornada).
Pausa
São horários para descanso entre as atividades – almoço, café, outros intervalos.
Autonomia
É a possibilidade que o próprio funcionário tem de tomar decisões em relação ao seu trabalho.
Segundo Schmitz (2002, p. 3) os fatores de natureza organizacional (concentração de movimentos numa mesma pessoa, horas extras, dobras de turno, ritmo apertado de trabalho, ausência de pausas que seriam necessárias) são considerados fatores causadores das LER/DORT. No entanto, fatores ergonômicos (força excessiva, alta repetitividade de um mesmo padrão de movimento, posturas incorretas dos membros superiores, compressão das delicadas estruturas dos membros superiores, frio, vibração e postura estática) e de natureza psicossocial (pressão excessiva para resultados, ambiente excessivamente tenso, problemas de relacionamento interpessoal, desprazer, aceitação e falta de reconhecimento do trabalho) são elementos que contribuem de forma acentuada na formação das doenças ocupacionais.