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Prova IBADE - 2016 - IABAS - Médico - Saúde da Familia


ID
3366385
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

Mme. Brizard fica incumbida de falar com Amélia sobre o plano do casamento. Que argumento ela usa para convencer a cunhada?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    → Segundo o texto: Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3366388
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

Percebe-se, pelo fragmento em análise, que:

1. a moça se irritou com os cuidados do irmão que a imaginava uma tola, fria, calculista mas cheia de ilusões românticas.

2. ao apontar a reflexão de Amélia sobre o estratagema que lhe foi apresentado, o narrador oferece ao leitor uma caracterização bastante crua da personagem.

3. Amélia mantinha-se casta ainda, pois sabia que esse era o “bem mais precioso” que tinha para garantir um casamento.

Está correto o que apresenta em:

Alternativas

ID
3366391
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

Sobre os elementos destacados do fragmento “Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens”, leia as afirmativas.

I. O segundo QUE é uma conjunção adverbial.

II. A palavra ELA é um pronome pessoal do caso oblíquo.

III. OUTRA é um pronome adjetivo indefinido. Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    → “Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens”

    I. O segundo QUE é uma conjunção adverbial → incorreto, é um pronome relativo e retoma o pronome pessoal "ela".

    II. A palavra ELA é um pronome pessoal do caso oblíquo → correto, pronome pessoal do caso oblíquo representando a 3ª pessoa do singular.

    III. OUTRA é um pronome adjetivo indefinido → incorreto, é um pronome indefinido substantivo (=ele substitui um substantivo, o pronome indefinido adjetivo acompanha um substantivo).

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Dois entendimentos matam a questão em segundos:

    1º Que é pronome relativo quando trocamos por qual (ais)

    e conjunção integrante quando trocamos por (isso)

    Ela (a qual) que conhecia os homens

    2º Pronome adjetivo = está ao lado de um substantivo

    Minha casa

    Pronome substantivo= substitui um substantivo.

    Meu amigo faltou a aula ele disse que estava doente.

     “Outra, que fosse

    Bons estudos!

  • "Ela" não é pronome de caso reto???

    Fiquei confusa...

  • Alguém pode me responder, qual o motivo de o pronome pessoal Reto "Ela" ser considerado um pronome Oblíquo?

  • Retos = Sujeito

    Oblíquos = Demais funções sintáticas


ID
3366394
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

O segmento “Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!” está substancialmente marcado pelo uso do:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    → “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”

    → Verbo conjugado na 3ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo (=fato como não concluído, situando-o em um espaço de tempo simultâneo a um ponto de referência passado).

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3366397
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

Do ponto de vista da norma culta, a única substituição que poderia ser feita, sem alteração de valor semântico e linguístico, seria:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → “ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!” = ela era muito capaz de enfiá-los a todos pelo ouvido de uma agulha!

    → Temos um verbo no infinitivo impessoal, pode ocorrer próclise ou ênclise, com terminações em -r, -s e -z (=essas letras saem e usa-se -lo(s), -la(s)).

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Gabarito letra A:

    a) Ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo o ouvido de uma agulha!” - Ela era muito capaz de enfiá-los a todos pelo ouvido de uma agulha! CORRETA!

    b) “Se a supunham uma toleirona, enganavam-se.” - Se a supunham uma toleirona, se enganavam. INCORRETA!

    c) “A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade” = A posição subordinada de menina solteira não compadecia-se com a sua idade. INCORRETO!

    d) “– Ele já a devia conhecer melhor!” – Ele já devia conhecer-lhe melhor! INCORRETA!

    e) “Mme. Brizard fez um gesto de dúvida.” = Mme. Brizard fez umgesto à dúvida. INCORRETO!

  • Gabarito: letra A.

    a) Ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo o ouvido de uma agulha!” - Ela era muito capaz de enfiá-los a todos pelo ouvido de uma agulha! GABARITO!

    b) “Se a supunham uma toleirona, enganavam-se.” - Se a supunham uma toleirona, se enganavam. Caso obrigatório de ênclise.

    c) “A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade” = A posição subordinada de menina solteira não compadecia-se com a sua idade. Precisa ser próclise, fator atrativo "não".

    d) “– Ele já a devia conhecer melhor!” – Ele já devia conhecer-lhe melhor! O "lhe" está como objeto direto...

    e) “Mme. Brizard fez um gesto de dúvida.” = Mme. Brizard fez um gesto à dúvida. Crase indevida.


ID
3366400
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

No fragmento “EAmélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.” as orações estabelecem entre si uma relação de:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    → “E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.” 

    → Temos uma ideia de causa/efeito, consequência; o fato de (causa) Amélia refletir no caso fez com que (consequência/efeito) se revoltasse contra a reserva do irmão.

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3366403
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

A primeira oração do segmento “se não abrirmos os olhos... adeus casamento!”, como efeito expressivo, apresenta um(a):

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → “se não abrirmos os olhos... adeus casamento!”

    → Temos uma relação metafórica, utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças, no caso, refere-se ao fato de observar a verdade dos fatos.

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3366406
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

Os termos destacados em “SE a supunham uma toleirona, enganavam-SE.”, no contexto, são, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”

    → Temos uma conjunção subordinativa adverbial condicional (=equivale a "caso") e logo após um pronome reflexivo, ele equivale a "si mesmos" (=engavam a si mesmos).

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Com duas observações chegamos ao gabarito:

    Se a supunham uma toleirona, enganavam-se

    1º Perceba que há uma noção condicional ao inserirmos um "caso" em um primeiro momento.

    2º Substitua o 2º "SE" Por a si mesmo.

    Enganava-se = enganava a si mesmo.

    Bons estudos!


ID
3366409
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção do texto:

I. Na frase “– Ora, continuou o OUTRO gravemente.”, o termo destacado é um substantivo.

II. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A, em todas as ocorrências do trecho “Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna!”, deveria ser acentuado.

III. Na frase “Às vezes tinha vontade de acabar com ISSO.”, refere-se a “Que diabo significavam tais cautelas?”

Está correto o que se afirma apenas em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    I. Na frase “– Ora, continuou o OUTRO gravemente.”, o termo destacado é um substantivo → A palavra "OUTRO" na oração está precedida de um determinante (o artigo definido "o"), o que pelo processo de derivação imprópria modifica a classe gramatical do termo em destaque, passa a ser um substantivo.

    II. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A, em todas as ocorrências do trecho “Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna!”, deveria ser acentuado → incorreto, somente a preposição presente, não temos crase antes de verbo.

    III. Na frase “Às vezes tinha vontade de acabar com ISSO.”, refere-se a “Que diabo significavam tais cautelas?” → incorreto, o pronome demonstrativo "isso" tem caráter anafórico e retoma toda a situação vivida, acabar com aquela situação.

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • O item I está correto. A palavra "OUTRO" naquela oração está precedida de um determinante( o artigo definido "o"), o que pelo processo de derivação imprópria modifica a classe gramatical do termo em destaque. Caso não houvesse um determinante antes daquela palavra, aí teríamos, sim, um pronome indefinido, classe gramatical primeira daquele termo.


ID
3366412
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Casa de pensão
         João Coqueiro, quando saiu do Hotel dos Príncipes na manhã do almoço, ia preocupado [...] e correu logo para casa.
           Ao chegar foi direto à mulher [...]
      – Sabes? disse ele, sem transição, assentando-se ao rebordo da cama. – É preciso arranjarmos cômodo para um rapaz que há de vir por aí domingo. [...]
      – É um achado precioso! Ainda não há dois meses que chegou do Norte, anda às apalpadelas! Estivemos a conversar por muito tempo: - é filho único e tem a herdar uma fortuna! [...]
         Mme. Brizard escutava, sem despregar os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos apoiando-se no espaldar da cama.
       – Ora, continuou o outro gravemente. – Nós temos de pensar no futuro de Amelinha... ela entrou já nos vinte e três!... se não abrirmos os olhos... adeus casamento!
      – Mas daí... perguntou a mulher, fugindo a participar da confiança que o marido revelava naquele plano.
        – Daí – é que tenho cá um palpite! explicou ele. – Não conheces o Amâncio!... A gente leva-o para onde quiser!... Um simplório, mas o que se pode chamar um simplório.
       Mme. Brizard fez um gesto de dúvida. – Afianço-te, volveu Coqueiro – que, se o metermos em casa e se conduzirmos o negócio com um certo jeito, não lhe dou três meses de solteiro!
[...]
    – Negócio decidido! A questão é arranjar-lhe o cômodo, e já! Tu – fala com franqueza à Amelinha; a mim não fica bem... [...]
      Nessa mesma tarde Mme. Brizard entendeu-se com a cunhada. Falou-lhe sutilmente no “futuro”, disse-lhe que “uma menina pobre, fosse quanto fosse bonita, só com muita habilidade e alguma esperteza poderia apanhar um marido rico”.
[...]
       Amélia riu, concentrou-se um instante e prometeu fazer o que estivesse no seu alcance, para agradar ao tal sujeitinho.
       Ardia, com efeito, por achar marido, por se tornar dona de casa. A posição subordinada de menina solteira não se compadecia com a sua idade e com as desenvolturas do seu espírito. Graças ao meio em que se desenvolveu, sabia perfeitamente o que era pão e o que era queijo; por conseguinte as precauções e as reservas, que o irmão tomava para com ela, faziam-na sorrir. 
       Às vezes tinha vontade de acabar com isso. “Que diabo significavam tais cautelas?... Se a supunham uma toleirona, enganavam-se – ela era muito capaz de os enfiar a todos pelo ouvido de uma agulha!”
      – Agora, por exemplo, neste caso do tal Amâncio, que custava ao Coqueiro explicar-se com ela francamente?...[...] Mas, não senhor! – meteu-se nas encolhas e entregou tudo nas mãos da mulher!
[...]
       E Amélia, quanto mais refletia no caso, tanto mais se revoltava contra a reserva do irmão.
      – Ele já a devia conhecer melhor! pelo menos já devia saber que aquela que ali estava era incapaz de cair em qualquer asneira; aquela não “dava ponto sem nó”. Outra, que fosse, quanto mais – ela, que conhecia os homens, como quem conhece a palma das próprias mãos! – Ela, que vira de perto, com os seus olhos de virgem, toda a sorte de tipos! – ela, que lhes conhecia as manhas, que sabia das lábias empregadas pelos velhacos para obter o que desejam e o modo pelo qual se portam [...]! – Ela! tinha graça!
  
AZEVEDO, Aluísio. . São Paulo: Ática, 1992, p.71-73. (Fragmento).

Vocabulário:
Meteu-se nas encolhas:calou-se.

De acordo com os estudos de regência verbal e com o padrão culto da língua, leia as afirmações sobre os verbos destacados em “Mme. Brizard ESCUTAVA, sem DESPREGAR os olhos de um ponto, os pés cruzados e com uma das mãos APOIANDO-se no espaldar da cama.”.

I. As três formas verbais são núcleos do predicado das orações a que pertencem.

II. Os três verbos indicam, basicamente, o estado das coisas.

III. O terceiro verbo é significativo e necessita de complemento.

Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • PREDICADO É O TERMO QUE CONTÉM UMA DECLARAÇÃO SOBRE O SUJEITO.

    OS VERBOS SÃO TODOS NOCIONAIS, INDICAM AÇÃO.

    O TERCEIRO VERBO É INTRANSITIVO.

    NO ESPALDAR DA CAMA - É ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR.

  • GABARITO: D

    I. Certo. O verbo sempre será o núcleo do predicado verbal a que pertence

    II. Errado. Todos os verbos são significativos

    III. Errado. o verbo apoiar é intransitivo. "no espaldar da cama" é adjunto adverbial de lugar

  • No item III o verbo e pronominal Apoiando-se e quem SE apoia, Se apoia "'EM", ou seja, pede complemento com preposição. VTI


ID
3366415
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Considerando os fundamentos e diretrizes da atenção básica, analise as afirmativas a seguir.

I. A atenção básica deve ter território adstrito, de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais.

II. O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma lógica de organização do serviço de saúde que regule a entrada do usuário e reduza os serviços de porta aberta.

III. A adscrição dos usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado.

Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas

ID
3366418
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

Assinale a alternativa que corresponde a uma responsabilidade das Secretarias Municipais de Saúde em relação à atenção básica.

Alternativas

ID
3366421
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

Conforme recomendação da Política Nacional da Atenção Básica a respeito das especificidades das Equipes de Saúde da Família – ESF analise as afirmativas a seguir.

I. Cada equipe de saúde da família deve ser responsável, no máximo, 3.500 pessoas, sendo a média recomendada de 2.000 pessoas.

II. O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS.

III. Cada profissional de saúde deve ser cadastrado em apenas uma equipe, com exceção do profissional médico que pode atuar em até 3 ESF.

Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • cada equipe de saúde da família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas.

    cadastramento de cada profissional de saúde em apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente ao profissional médico que poderá atuar em no máximo 02 (duas) ESF e com carga horária total de 40 (quarenta) horas semanais


ID
3366424
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

O “conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema” corresponde à definição do seguinte princípio do SUS:

Alternativas
Comentários
  • D

    Art: 7

    II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;


ID
3366427
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

Marque a alternativa que corresponde a uma das prioridades do Pacto pela Vida.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → Segundo a PORTARIA Nº 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006:

    → As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são:

    PROMOÇÃO DA SAÚDE → Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regula,r alimentação saudável e combate ao tabagismo.

    ✓ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • São seis as prioridades pactuadas (Pacto pela Vida- PORTARIA Nº 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006)

    -Saúde do idoso;

    -Controle do câncer de colo de útero e de mama;

    -Redução da mortalidade infantil e materna;

    -Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza;

    -Promoção da Saúde;

    -Fortalecimento da Atenção Básica.


ID
3366430
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

A Norma Operacional Básica – NOB 1/96 do SUS teve por finalidade primordial promover e consolidar o(a):

Alternativas
Comentários
  • Portaria n. 2.203/1996 (NOB 1/96)

    A presente Norma Operacional Básica tem por finalidade primordial promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Artigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição Federal), com a conseqüente redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, avançando na consolidação dos princípios do SUS.

  • A-processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade.

    • NOAS 01/02

    B-Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (GPAB-A), como uma das condições de gestão dos sistemas municipais de saúde.

    • NOAS 01/02

    C-conjunto mínimo de procedimentos de média complexidade como primeiro nível de referência intermunicipal.

    • NOAS 01/02

    D-Plano Diretor de Regionalização - PDR como instrumento de ordenamento do processo de regionalização da assistência.

    • NOAS 01/02

    E-pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus municípios.

    • NOB/96

    Fonte; estratégia saúde


ID
3366433
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

De acordo com as disposições legais acerca da aplicação de recursos em ações e serviços públicos de saúde, analise as afirmativas a seguir.

I. Os Estados e o Distrito Federal devem aplicar, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% da arrecadação dos impostos previstos em lei.

II. Os Planos Estaduais de Saúde deverão explicitar a metodologia de alocação dos recursos estaduais e a previsão anual de recursos aos Municípios.

III. Os recursos da União destinados a investimentos nas ações públicas de saúde terão sua programação realizada semestralmente.

Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas

ID
3366436
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

O Decreto nº 7.508/2011 define a Rede de Atenção à Saúde como:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? Segundo o Decreto 7508/2011:

    ? Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se:

    I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;

    II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde;

    III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS;

    IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS;

    V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema;

    VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;

    VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e

    VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • A. serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial. (Serviços especiais de acesso aberto)

    B. conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência. (Rede de atenção à saúde)

    C. foro de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde. (Comissões intergestores)

    D. modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de descentralização e capilaridade. (Atenção primária em saúde na rede de atenção à saúde: conceito dado pela antiga PNAB)

    E. espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais econômicas e sociais. (Região de saúde)

    FONTE: Decreto 7508/2011; Lei 8080/1990; Portaria 2488/2011

  • GABARITO B

    Decreto 7.508/11

    Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se:

    ...

    VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;

    ...


ID
3366439
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

A Lei nº 8.080/1990 determina que os critérios e valores para a remuneração dos serviços prestados pela iniciativa privada devem ser estabelecidos pela direção nacional do SUS e aprovados pelo(a):

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? Segundo a LOS (8080/90):

    ? Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.

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ID
3366442
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

Analise as afirmativas a seguir em relação aos Conselhos de Saúde:

I. A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde deve ser paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.

II. Os Conselhos de Saúde são instâncias responsáveis por avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde.

III. Os Conselhos de Saúde devem se reunir a cada dois anos com representação majoritária dos profissionais de saúde.

Está correto apenas o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? Correções segundo a Lei 8142/90:

    I. A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde deve ser paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.

    II. Os Conselhos de Saúde são instâncias responsáveis por avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde ? correção: § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

    III. Os Conselhos de Saúde devem se reunir a cada dois anos com representação majoritária dos profissionais de saúde ? correção: § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.

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  • Conferência de saúde - avaliar


ID
3366445
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 23 anos, com passado de bronquite na infância, história de espirros frequentes e atopia, faz avaliação para iniciar atividades laborativas. Ao exame físico, são identificados sibilos inspiratórios. O paciente é liberado para atividades laborativas, e é fornecida, corretamente, uma receita para uso inalatório de:

Alternativas

ID
3366448
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Reavalia-se o mesmo paciente da questão anterior, porém agora em crise aguda da asma, e opta por prescrever corticoide via oral. Nesse caso, qual o tempo mínimo (em dias) de uso desta medicação que irá demandar uma retirada gradual da droga (desmame)?

Alternativas

ID
3366451
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem , 62 anos , com história de infarto agudo do miocárdio, em uso de aspirina 100 mg/dia , enalapril 40 mg/dia e sinvastatina 40 mg/dia , recebe visita de rotina de seu médico de família. Ao exame : frequência cardíaca de 84 bpm e pressão arterial de 150/100 mmHg em 3 aferições . Caso não haja contraindicação , e que o paciente faça uso corretamente das medicações prescritas , nesse momento , é mais apropriado associar à prescrição .

Alternativas

ID
3366454
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 32 anos, trabalhador de embarcação, retornou do seu trabalho com quadro de diarreia líquido-pastosa, mais de oito evacuações por dia,com febre, tenesmo e urgência fecal, iniciado há quatro dias. Qual o diagnóstico mais provável?

Alternativas

ID
3366457
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 80 anos, em cuidados de fim de vida, é acompanhado por um médico de família, com terapia nutricional em domicílio. Devido à disfagia, o médico indicou uma intervenção para realizar gastrostomia. Deve-se informar à família que a complicação mais frequente da nutrição enteral é:

Alternativas

ID
3366460
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Mulher, 30 anos, é trazida emergência em insuficiência respiratória aguda. Telerradiografia de tórax com padrão de infiltrado intersticial difuso. Realizado teste rápido anti-HIV, que foi positivo e confirmado por método ELISA. Qual a conduta correta em relação ao início de tratamento antirretroviral específico?

Alternativas

ID
3366463
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 22 anos, procura clínico geral devido à lesão genital com úlcera única, com base vermelha e bordos endurecidos, indolor, com adenopatia bilateral. O agente etiológico mais provável é

Alternativas

ID
3366466
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 35 anos, é avaliado pela primeira vez por seu médico de família devido à dispepsia e anemia ferropriva. Nega uso de anti inflamatório ou história familiar de doença gastrointestinal. Endoscopia digestiva alta mostrou uma úlcera extensa em bulbo duodenal, ativa, e outra cicatrizada. O tratamento mais recomendado para esse paciente, no Brasil,caso não tenha histórico alérgico relevante é:

Alternativas

ID
3366469
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

No acompanhamento deste paciente, o médico faz o diagnóstico de doença do refluxo gastresofágico . Se ele persistir muito sintomático , apesar das mudanças comportamentais , o melhor tratamento será com :

Alternativas

ID
3366472
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Um médico acompanha uma senhora de 72 anos , previamente hígida, que apresenta três hemogramas consecutivos no período de 1 ano com leucopenia progressiva o último exame foi realizado em outro laboratório, com 2.230 leucócitos/mm3 . Das opções a seguir, qual a hipótese mais provável ?

Alternativas

ID
3366475
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Um médico faz visitas frequentes a um homem de 64 anos, etilista, com múltiplas lesões hipopigmentares lenticulares em tronco, com leve prurido. Na superfície das lesões, encontra-se fina descamação, evidenciada pela distensão da pele. O tratamento mais indicado para esta lesão será com:

Alternativas

ID
3366478
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Qual o tratamento de escolha para uma mulher de 40 anos, tabagista, que trabalha em local fechado, com quadro de rinossinusite aguda, no Brasil, sem história de alergia a penicilinas?

Alternativas

ID
3366481
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

O eritema nodoso é uma apresentação dermatológica de diversas condições sistêmicas na prática do médico de família. A causa medicamentosa que mais frequentemente pode induzir este achado cutâneo é:

Alternativas

ID
3366484
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Jovem é trazido pelos pais para atendimento ambulatorial com queixa de lesões pruriginosas papulares em braço e tronco, com escoriações e algumas lesões com trajeto linear pouco elevado. Das opções a seguir, qual é a mais indicada no tratamento da escabiose, no Brasil?

Alternativas

ID
3366487
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A vacinação para Hepatite B é recomendada para os adultos trabalhadores da área da saúde conforme o esquema correto de:

Alternativas

ID
3366490
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 58 anos, com quadro de diarreia crônica, dermatite de tronco e membros e evolução neurológica para demência. Seu diagnóstico carencial mais provável é:

Alternativas

ID
3366493
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Gestante de 18 semanas apresenta perda vaginal de sangue em pequena quantidade e procura o médico de família. Este faz uma avaliação e verifica que seus sinais vitais estão estáveis. A conduta mais apropriada será:

Alternativas

ID
3366496
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A proporção de idosos na população brasileira aumenta, e o médico de família deve ter conhecimento dos processos naturais de envelhecimento. Qual a afirmativa correta sobre o paciente geriátrico?

Alternativas

ID
3366499
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 22 anos, procura seu médico de família por queixa de hiperemia ocular iniciada há dois dias. Dos cenários a seguir, o mais sugestivo do diagnóstico de conjuntivite é:

Alternativas

ID
3366502
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 68 anos, foi levado à emergência após episódio de síncope. É hipertenso, e iniciou nova medicação para controle pressórico recentemente. Realizado eletrocardiograma, com laudo de bloqueio atrioventricular total. Qual a droga anti-hipertensiva mais provavelmente relacionada ao evento?

Alternativas

ID
3366505
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina

Criança de 12 anos sofreu arranhadura por seu próprio cão em braço esquerdo, sem laceração de tecido. O animal poderá ser acompanhado e não apresenta suspeita de raiva no momento. Além da observação do animal, a conduta correta é

Alternativas
Comentários
  • Profilaxia na mordedura com Penicilina para infecção contra Pasteurella multocida não se aplica pra arranhadura. Não se aplica falar de soro pra animal sem suspeita.


ID
3366508
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 67 anos, é trazido por familiares por alteração do estado mental. Ao exame físico, não apresenta sinais neurológicos focais, mas está sonolento. O médico solicita exames: glicemia normal e sódio sérico é de 115 mEq/L, e determina que deve ser feito tratamento com salina hipertônica. Como prescrever corretamente soro fisiológico a 3% para tratamento da hiponatremia sintomática?

Alternativas

ID
3366511
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 27 anos, procura o médico de família com queixa de congestão nasal e rinorreia. Os sintomas iniciaram há 5 dias com coriza e faringite, e evoluiu com cefaleia, que piora com a flexão da cabeça, e tosse seca, predominantemente noturna. Não houve febre aferida. Exame físico é normal, exceto pela prostração e pela hiperemia de orofaringe. No último ano, foi diagnosticado e tratado para pneumonia. Das opções, qual a conduta mais apropriada neste caso?

Alternativas

ID
3366514
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Mulher de 18 anos, hígida, em atendimento por seu médico de família, com queixa de tosse não produtiva, prostração e mialgia, sem febre aferida. Os sintomas se iniciaram há 2 dias, com predomínio de cefaleia e fadiga, e que coincidiu com o adoecimento de outros colegas do colégio que ficaram “resfriados”. Ela não recebeu vacina para gripe neste ano. O plano terapêutico mais apropriado para essa paciente será, neste momento, prescrever:

Alternativas

ID
3366517
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Mulher, 55 anos, procura o médico de família com história de icterícia com duas semanas de evolução. Não sabe informar sobre histórico vacinal. Na abordagem inicial de um paciente com hepatopatia, qual a conduta correta?

Alternativas

ID
3366520
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

O acompanhamento de pacientes idosos com doenças crônicas pressupõe o conhecimento sobre controle da dor e uso dos principais analgésicos em ambulatório. Considera-se que, na dor crônica:

Alternativas

ID
3366523
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 69 anos é atendido na unidade de saúde para avaliação de pressão arterial . Durante a consulta, o médico checou o cartão de vacinação do paciente e detectou que ele deveria ter tomado vacina para doença meningocócica . Assinale a alternativa que contém uma condição ou que justificaria corretamente a indicação da vacina ao paciente pelo médico generalista nesse momento.

Alternativas

ID
3366526
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Mulher, 19 anos , procurando a unidade de saúde para consulta de rotina com endocrinologista por hipercolesterolemia familiar . Na unidade , aproveitou que estava com dor de cabeça intensa há um dia , pulsátil , hemicraniana , com foto e fonofobia e pediu algum medicamento . O médico prescreveu 2 g de dipirona e 10 mg de metoclopramida por via endovenosa . Após 30 minutos , a paciente apresentou mal-estar e placas cutâneas elevadas eritêmato-pruriginosas em tronco . Seu exame físico era normal exceto pela alteração cutânea , incluindo sinais vitais . A conduta correta nesse momento é :

Alternativas

ID
3366529
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Os três sintomas ou sinais mais encontrados em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica são:

Alternativas

ID
3366532
Banca
IBADE
Órgão
IABAS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Homem, 24 anos, hígido e assintomático, procura ambulatório após descobrir que tem contato domiciliar de paciente com tuberculose pulmonar ativa. A conduta correta conforme o Ministério da Saúde do Brasil é:

Alternativas