-> letra A. A engenharia genética insere, definitivamente, a agricultura no ciclo de inovação da revolução tecnocientífica, elevando a produtividade. No caso da produção de biocombustíveis, o aumento da produtividade pode ocorrer devido a maior diversidade de matérias-primas para a produção de etanol. Está correta.
-> a letra B está incorreta, pois um dos benefícios da biotecnologia é poder aumentar a produtividade, por meio do uso de tecnologia e não pelo aumento de terra cultivada.
-> a letra C está incorreta. O Brasil tem apostado na produção de biocombustíveis, especialmente, o etanol. Em 2014, por exemplo, o BNDES aprovou financiamentos a quatro projetos do setor sucroenergético, no valor total de R$ 592,1 milhões. A maior operação será com a Abengoa Bioenergia Agroindústria S.A., que receberá R$ 309,6 milhões para implantar planta de etanol de segunda geração.
-> a letra D está incorreta, pois o governo norte-americano não tem poupado esforços nem recursos para ampliar a produção de etanol, com investimento anual da ordem de 1,5 bilhão de dólares. Isso significa que o etanol brasileiro sofrerá grande competição do etanol norte-americano.
->a letra E está imprecisa. O debate sobre a questão da produção de biocombustíveis afetar a produção de gêneros alimentícios assume argumentos diferentes no Brasil e nos EUA. Nos EUA, como a maior parte do etanol é produzido a partir do milho, ocorreu aumento do preço dos alimentos, depois que parte da safra de milhos no país foi direcionada para a indústria de combustíveis. Dizer que isso levará ao aumento da fome nos EUA , a meu ver, é um pouco exagerado, até mesmo pela situação sócio-econômica do país. Por outro lado, no Brasil, o discurso oficial defendido pelo governo é que a produção de etanol, a partir da cana de açúcar, não concorre com a produção de alimentos. Porém, diversas pesquisas recentes de ONGs e universidades têm demonstrado o contrário.
A publicação “Biocombustíveis: energia que não mata a fome", produzida pela ActionAid e pelo programa da FASE em Mato Grosso, aborda a produção de biocombustíveis a partir da soja e da cana-de-açúcar, cultivadas em monoculturas do agronegócio. Com foco no Mato Grosso, a publicação demonstra como estas produções afetam o espaço ecológico e social que as cerca. O estado é o principal produtor de grãos, detentor de um quarto da área total plantada no país. Também é o oitavo maior produtor de cana de açúcar, com 80% da produção localizada nos municípios da Bacia do Alto Paraguai. A pesquisa observa que, enquanto a soja, o milho e a cana-de-açúcar, matérias-primas para os biocombustíveis, crescem no Mato Grosso, a produção de alimentos, como o arroz, feijão e a mandioca, caem.
Portanto, no caso brasileiro, onde o problema da fome é um desafio ainda não vencido, a produção de etanol pode vir a aumentar o número de pessoas sujeitas a essa vulnerabilidade, diante da restrição da produção alimentícia.
Comentário da professora Sávia Cordeiro:
-> letra A. A engenharia genética insere, definitivamente, a agricultura no ciclo de inovação da revolução tecnocientífica, elevando a produtividade. No caso da produção de biocombustíveis, o aumento da produtividade pode ocorrer devido a maior diversidade de matérias-primas para a produção de etanol. Está correta.
-> a letra B está incorreta, pois um dos benefícios da biotecnologia é poder aumentar a produtividade, por meio do uso de tecnologia e não pelo aumento de terra cultivada.
-> a letra C está incorreta. O Brasil tem apostado na produção de biocombustíveis, especialmente, o etanol. Em 2014, por exemplo, o BNDES aprovou financiamentos a quatro projetos do setor sucroenergético, no valor total de R$ 592,1 milhões. A maior operação será com a Abengoa Bioenergia Agroindústria S.A., que receberá R$ 309,6 milhões para implantar planta de etanol de segunda geração.
-> a letra D está incorreta, pois o governo norte-americano não tem poupado esforços nem recursos para ampliar a produção de etanol, com investimento anual da ordem de 1,5 bilhão de dólares. Isso significa que o etanol brasileiro sofrerá grande competição do etanol norte-americano.
->a letra E está imprecisa. O debate sobre a questão da produção de biocombustíveis afetar a produção de gêneros alimentícios assume argumentos diferentes no Brasil e nos EUA. Nos EUA, como a maior parte do etanol é produzido a partir do milho, ocorreu aumento do preço dos alimentos, depois que parte da safra de milhos no país foi direcionada para a indústria de combustíveis. Dizer que isso levará ao aumento da fome nos EUA , a meu ver, é um pouco exagerado, até mesmo pela situação sócio-econômica do país. Por outro lado, no Brasil, o discurso oficial defendido pelo governo é que a produção de etanol, a partir da cana de açúcar, não concorre com a produção de alimentos. Porém, diversas pesquisas recentes de ONGs e universidades têm demonstrado o contrário.
A publicação “Biocombustíveis: energia que não mata a fome", produzida pela ActionAid e pelo programa da FASE em Mato Grosso, aborda a produção de biocombustíveis a partir da soja e da cana-de-açúcar, cultivadas em monoculturas do agronegócio. Com foco no Mato Grosso, a publicação demonstra como estas produções afetam o espaço ecológico e social que as cerca. O estado é o principal produtor de grãos, detentor de um quarto da área total plantada no país. Também é o oitavo maior produtor de cana de açúcar, com 80% da produção localizada nos municípios da Bacia do Alto Paraguai. A pesquisa observa que, enquanto a soja, o milho e a cana-de-açúcar, matérias-primas para os biocombustíveis, crescem no Mato Grosso, a produção de alimentos, como o arroz, feijão e a mandioca, caem.
Portanto, no caso brasileiro, onde o problema da fome é um desafio ainda não vencido, a produção de etanol pode vir a aumentar o número de pessoas sujeitas a essa vulnerabilidade, diante da restrição da produção alimentícia.