SóProvas



Prova ISAE - 2011 - PM-AM - Cabo - Músico Instrumentista


ID
2178388
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)
Eliane Brum
O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.
Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver, mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.
Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping.
O que me horroriza, mais do que os grandes massacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.
Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.
Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto.
O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.
Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)
Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas — não as vemos nem entramos em contato. (...)
Será que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa — ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar — para nos desconectarmos.
E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem — e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós.
(...)
Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza — momentânea e ilusória — de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.
Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping?
Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele — de si mesmas.
São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender — de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre.
Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas — só gente. Porque nascemos gente — mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI202868- 15230,00.html – 02/03/2011)

Em “Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento.”, o vocábulo estancada pode ser substituído sem prejuízo de seu sentido original expresso no texto pela seguinte palavra:

Alternativas

ID
2178391
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)
Eliane Brum
O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.
Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver, mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.
Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping.
O que me horroriza, mais do que os grandes massacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.
Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.
Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto.
O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.
Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)
Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas — não as vemos nem entramos em contato. (...)
Será que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa — ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar — para nos desconectarmos.
E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem — e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós.
(...)
Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza — momentânea e ilusória — de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.
Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping?
Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele — de si mesmas.
São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender — de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre.
Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas — só gente. Porque nascemos gente — mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI202868- 15230,00.html – 02/03/2011)

Ao final da leitura do texto, é possível afirmar que o que move o interesse da cronista é tentar compreender:

Alternativas

ID
2178394
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)
Eliane Brum
O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.
Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver, mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.
Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping.
O que me horroriza, mais do que os grandes massacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.
Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.
Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto.
O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.
Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)
Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas — não as vemos nem entramos em contato. (...)
Será que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa — ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar — para nos desconectarmos.
E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem — e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós.
(...)
Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza — momentânea e ilusória — de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.
Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping?
Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele — de si mesmas.
São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender — de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre.
Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas — só gente. Porque nascemos gente — mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI202868- 15230,00.html – 02/03/2011)

“Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos.”. A classe morfológica da palavra assinalada é:

Alternativas

ID
2178397
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)
Eliane Brum
O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.
Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver, mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.
Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping.
O que me horroriza, mais do que os grandes massacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.
Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.
Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto.
O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.
Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)
Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas — não as vemos nem entramos em contato. (...)
Será que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa — ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar — para nos desconectarmos.
E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem — e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós.
(...)
Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza — momentânea e ilusória — de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.
Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping?
Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele — de si mesmas.
São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender — de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre.
Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas — só gente. Porque nascemos gente — mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI202868- 15230,00.html – 02/03/2011)

“Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável.”

É possível substituir corretamente os travessões do período acima sem qualquer prejuízo sintático-semântico na seguinte alternativa:

Alternativas

ID
2178400
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Se a função de 1º grau f(x) = 3x + b, x real, b constante, é tal que f(1) = 1 então f(4) é igual a:

Alternativas
Comentários
  • f(1)=1

    x=1 y=1     f(x)=y

    f(1)=3.1+b

    1=3.1+b 

    1=3+b

    b=1-3

    b=-2

    f(4)

    f(4)=3.4+b     b=-2

    f(4)=3.4+(-2)

    f(4)=12-2

    f(4)=10      letra c


ID
2178403
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Numa sala estão reunidos cinco amazonenses, três paraenses e dois piauienses. Três dessas pessoas serão escolhidas para compor uma comissão avaliadora. O presidente será um amazonense, o vice será um paraense e o relator será um piauiense. O número de comissões distintas que podem ser formadas é igual a:

Alternativas
Comentários
  • 5 . 2 . 3 = 30 

    Alternativa: D

  • Combinação de 5,1 x 3,1 x 2,1 = 30


ID
2178406
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A soma das idades de Antônio e Bento é igual a 50. O dobro da idade de Bento é igual ao triplo da idade de Antônio. O produto das idades de Antônio e Bento é igual a:

Alternativas
Comentários
  • A soma das idades de Antônio e Bento é igual a 50:

    1ª Equação:

    A + B = 50 (vamos isolar A)

    A = 50 - B

     

    O dobro da idade de Bento é igual ao triplo da idade de Antônio.

    2ª Equação:

    2B = 3A (vamos substituir A pela 1ª equação)

    2B = 3 . (50 - B)

    2B = 150 - 3B

    2B + 3B = 150

    5B = 150

    B = 150/5

    B = 30 Idade de Bento

     

    Para achar a Idade de Antônio basta usar a 1ª equação:

    A + B = 50

    A + 30 = 50

    A = 50 - 30

    A = 20 Idade de Antônio

     

    O produto das idades de Antônio e Bento é igual a: 

    A . B = ?

    20 . 30 = 600 GABARITO: A


ID
2178409
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

O primeiro termo de uma progressão aritmética de razão 4 é 20. A soma dos dez primeiros termos dessa progressão é igual a:

Alternativas
Comentários
  • r: 4 | a1= 20

    a10= a1 +r. (n-1)

    a10= 20 + 4. (10-1)

    a10= 20 + 36

    a10= 56 

    Soma da P.A.

    Sn= (a1+an)/2 . n

    S10= (20+56)/2 . 10

    S10= 76/2 . 10 

    S10= 38 .10

    S10= 380

    Letra B

     

     

  • a1 = 20

    a10 = 56

    r = 4

    SOMA = ( U + 1º) x Q/2

    SOMA = (56 + 20) x 10/2

    SOMA= 76 x 5

    SOMA = 380

    GABARITO: B

  • a1=20

    r=4

    an=?

    S10=?

    An=a1+(n-1)

    An= 20+9.4

    An= 20+36=> an=56

    Sn=(a1+an).n/2

    S10=(20+56).10/2

    S10=76.10/2

    Simplificando 76/2=38

    S10=38.10=>S10=380

    GABARITO LETRA B


ID
2178412
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Enquanto na Amazônia os ciclos são de “chuva” (inverno) e “seca” (verão), nessas regiões os ciclos anuais são de “cheia” e “vazante”. Durante as cheias elas são alagadas e a água do rio deposita grande quantidade de matéria orgânica, renovando a fertilidade dos seus solos.
MEIRELLES FILHO, João.O livro de ouro da Amazônia. EDIOURO. Rio de Janeiro.2006.

O trecho acima refere-se: 

Alternativas
Comentários
  • Planície de inundação ou várzea ; é toda a região à margem de um curso d'água que fica inundada durante as cheias. São áreas muito propícias à agricultura devido à fertilidade do solo. Tais áreas se desenvolvem sobre a calha de um vale preenchido por soloaluvionar, sobre o qual os meandros serpenteiam devido à baixa declividade do curso do rio, o qual, em épocas de cheia, extravasa sua margem original e inunda a região adjacente

    Florestas de terra firme; Mata de terra firme se desenvolve em áreas que não estão sujeitas a inundações por estarem situadas em relevos mais elevados.

  • Terras firmes: Não são atingidas pelo rio

    Várzea: Inundada em cheias intensas

    Igapó: Sempre inundada, colada no rio.

    Igarapé: um curso d'água amazônico

  • Mata de igapó: são áreas permanentemente alagadas, com árvores baixas, junto aos rios.

    Mata de várzea: São áreas inundadas apenas durantes as cheias, com árvores mais altas.

    Mata de terra firme ou caaetê:  São áreas mais distantes do leito dos rios, inundadas somente por ocasião das grandes enchentes.


ID
2178415
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

As definições relacionados à economia da borracha apresentadas a seguir estão corretas, com exceção de uma. Assinale-a.

Alternativas
Comentários
  • O seringueiro não é um proprietário de um território, era um empregado. O Seringalista era o proprietário do seringal.

  • SERINGUEIRO É MUITAS VEZES O EMPREGADO.

    GABARITO= C

  • Seringueiro não tinha nada só a vontade de "ganhar dinheiro"


ID
2178418
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Até meados do século XX, a vida das populações amazônicas se organizou em torno dos rios. A partir daí, os interesses se deslocaram para as riquezas minerais e pela decisão política de integrar o espaço amazônico ao resto do país.
Adaptado de Carlos Walter P. Gonçalves. Amazônia, Amazônias. Ed. Contexto. São Paulo.2001.

Assinale a alternativa que indica o padrão de organização espacial que passou a orientar a ocupação da Amazônia a partir da segunda metade do século XX: 

Alternativas
Comentários
  • Nessa eu dei bobeira... Tinha esquecido da transamazonica construída no regime militar que já era um grande bizu pra matar a questão..

  • A GEOPOLÍTICA MILITAR PARA AMAZÔNIA

    PIN- PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL COM A CONTINUIDADE DA MALHA VIÁRIA DEIXADA PELO PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHECK;

    CONSEQUÊNCIA ; RIOS, VÁRZEAS,FLORESTAS; ESTRADAS;TERRA FIRME E SUB-SOLO.


ID
2178421
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta ações realizadas pela metrópole portuguesa, no século XVII, para se estabelecer no espaço amazônico.

Alternativas
Comentários
  • Em 1680 foram edificadas por Portugal posições fortificadas a margem do Rio da Prata a partir do Séc.XVII(Colônia do Sacramento)

    Selva!

  • construir fortes em posições estratégicas e instalar missões religiosas;

    GABARITO - A


ID
2178424
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta, em ordem cronológica, as principais etapas da economia do estado do Amazonas.

Alternativas
Comentários
  • Extrativismo: Atividade que consiste em extrair da natureza quaisquer produtos que possam ser cultivados para fins comerciais ou industriais.

    principais atividades econômicas praticadas no Estado são: extração vegetal, mineral e animal, denominados respectivamente de extrativismo.

  • Gabarito: A

    Após a efetivação do Tratado de Madrid, em 1750, Portugal intensificou a ocupação das terras amazônicas com a criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, no intuito de organizar a produção de drogas do sertão realizada na região e comercializada com a Europa. Durante o século XIX teve início na região Norte o Ciclo da Borracha (1870-1910) – Esse ciclo foi impulsionado pelo processo da revolução industrial (2ª revolução – aço, energia, petróleo, automóveis)

    FONTE: Aula 03 de História do GRAN.


ID
2178427
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História
Assuntos

No período 1968/1974 o Brasil viveu o chamado “milagre econômico”. São características desse período:

Alternativas
Comentários
  • hiperinflação veio após, quando houve a crise do petróleo.

  • "MILAGRE ECONÔMICO"

    crescimento econômico acelerado e autoritarismo político;

    GABARITO - C

  • gab c

    características do milagre econômico

    Governo de Médici

    crescimento econômico acelerado

    desigualdades sociais

    autoritarismo político


ID
2178430
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Rainforest police target illegal logging

Brazil’s environment ministry has taken steps to save the rainforest by disrupting the illegal logging industry.

About $2.7 million dollars worth of illegally logged wood from indigenous lands were seized by environmental police during a surprise raid in Nova Esperança do Piria. According to Reuters, some 13 logging companies and sawmills were shut down while tractors, guns, and ammunitions were seized in the remote area […]

The government aims to reduce deforestation to a record low in the year to July. It hopes to ensure that deforestation, the cutting down or burning of the rainforest, does not exceed 3,700 square miles. Recent research has shown that the rainforest is a valuable global resource as not only does it harbour a variety of animal and plant species, but it also absorbs a significant amount of greenhouse gas carbon dioxide.

(adapted from http://www.coolearth.org/345/news-32/rainforestnews-155/rainforest-police-target-illegal-logging-632.html)

O texto informa que o objetivo do governo é:

Alternativas
Comentários
  • português o que isto é ingles


ID
2178433
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Rainforest police target illegal logging

Brazil’s environment ministry has taken steps to save the rainforest by disrupting the illegal logging industry.

About $2.7 million dollars worth of illegally logged wood from indigenous lands were seized by environmental police during a surprise raid in Nova Esperança do Piria. According to Reuters, some 13 logging companies and sawmills were shut down while tractors, guns, and ammunitions were seized in the remote area […]

The government aims to reduce deforestation to a record low in the year to July. It hopes to ensure that deforestation, the cutting down or burning of the rainforest, does not exceed 3,700 square miles. Recent research has shown that the rainforest is a valuable global resource as not only does it harbour a variety of animal and plant species, but it also absorbs a significant amount of greenhouse gas carbon dioxide.

(adapted from http://www.coolearth.org/345/news-32/rainforestnews-155/rainforest-police-target-illegal-logging-632.html)

De acordo com o texto, a ação da polícia em Nova Esperança do Piria foi:

Alternativas

ID
2178436
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

Rainforest police target illegal logging

Brazil’s environment ministry has taken steps to save the rainforest by disrupting the illegal logging industry.

About $2.7 million dollars worth of illegally logged wood from indigenous lands were seized by environmental police during a surprise raid in Nova Esperança do Piria. According to Reuters, some 13 logging companies and sawmills were shut down while tractors, guns, and ammunitions were seized in the remote area […]

The government aims to reduce deforestation to a record low in the year to July. It hopes to ensure that deforestation, the cutting down or burning of the rainforest, does not exceed 3,700 square miles. Recent research has shown that the rainforest is a valuable global resource as not only does it harbour a variety of animal and plant species, but it also absorbs a significant amount of greenhouse gas carbon dioxide.

(adapted from http://www.coolearth.org/345/news-32/rainforestnews-155/rainforest-police-target-illegal-logging-632.html)

A palavra while em “some 13 logging companies and sawmills were shut down while tractors, guns, and ammunitions were seized” indica:

Alternativas
Comentários
  • (A)

    While--> Enquanto / Durante / Embora


ID
2178439
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Avalie as assertivas a seguir, referentes ao uso de navegadores e endereços da Web:

I – Internet Explorer e Firefox são exemplos de programas navegadores que podem ser utilizados para acessar conteúdo na Internet.
II – Dado o seguinte endereço de um sítio na Internet: http://www.nome.org, podemos afirmar que a parte deste endereço que define o protocolo utilizado é o “www”.
III – Os cookies são links para páginas que foram recentemente visitadas pelo usuário.

O número de assertivas corretas é igual a:

Alternativas
Comentários
  • I – Internet Explorer e Firefox são exemplos de programas navegadores que podem ser utilizados para acessar conteúdo na Internet. CORRETO

    II – Dado o seguinte endereço de um sítio na Internet: http://www.nome.org, podemos afirmar que a parte deste endereço que define o protocolo utilizado é o “www”. ERRADO

    III – Os cookies são links para páginas que foram recentemente visitadas pelo usuário. ERRADO

    GABARITO B

  • Cookies costumam armazenar informações de configuração da sua visita a um site, como seu local ou idioma preferido. Quando você retorna ao site, o Firefox envia de volta para ele seus cookies, permitindo que o site apresente informações personalizadas de acordo com suas necessidades.

  • O erro da alternativa II é dizer que o protocolo é o WWW. quando na verdade essa parte é o SERVIÇO PRESTADO. (serviço de web, hospedagem de site)

    O PROTOCOLO é o HTTP://

  • 3 estaria certo se fosse pop up
  • Os cookies são pequenos arquivos criados por sites visitados e que são salvos no computador do usuário, por meio do navegador.


ID
2178442
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

O dispositivo de uma rede de computadores cuja função inclui regular o tráfego entre redes distintas e impedir a transmissão e/ou a recepção de acessos não autorizados de uma rede para outra, aplicando uma política de segurança a um determinado ponto da rede é o:

Alternativas
Comentários
  • Os firewalls são aplicativos ou equipamentos que ficam entre um link de comunicação e um computador, checando e filtrando todo o fluxo de dados. Eles capturam todo o tráfego que passa em um segmento.


ID
2178445
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

São exemplos de partes dos componentes de hardware de um computador:

Alternativas
Comentários
  • A memória e CPU;

  • compilador; é um programa de sistema que traduz um programa descrito em uma linguagem de alto nível para um programa equivalente em código de máquina para um processador.

  • Acho que essa questão deveria ser anulada pois CPU é uma função e não um componente. O processador é o hardware. Processador é diferente de CPU.

  • acertei a questão,porém mal elaborada ...

  • Essa mesmo não sabendo pode ir por eliminação

    Letra B errada (sistema operacional é um software )

    Letra C e D (se compilador fosse um Hardware as duas teriam que estar certas, porque um HD e teclado é mais fácil de identificar que é um Hardware)

    Ai só sobra a LETRA = A

  • Lembrem-se, CPU também é conhecida como processador...


ID
2178448
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Na clave de fá, a nota ré corresponde à seguinte linha (de baixo para cima):

Alternativas

ID
2178451
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

O acorde dominante corresponde ao seguinte grau da escala:

Alternativas

ID
2178454
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Quantas quiálteras de 3 cabem num compasso quaternário, tendo a semínima como unidade de tempo?

Alternativas
Comentários
  • se é quaternario claro que tem que ter 4 tempos em cada compasso. se é  seminima  claro que tem que ter 4 por uma valer um tempo 

    então resposta  C de sapo


ID
2178457
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

A duração da mínima é:

Alternativas
Comentários
  • seminima 1

    semibreve 4

    minima 2 


ID
2178460
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

O dó 3 corresponde à seguinte nota na clave de sol:

Alternativas

ID
2178463
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Quantos semitons formam um intervalo de terça menor?

Alternativas
Comentários
  • cada tom 2 semitons maior .   menor cada tom 1 semitom 

    3 de 1 = 3


ID
2178466
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Considerando o compasso composto 6/8, que figuras completam-no corretamente?

Alternativas

ID
2178469
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Assinale a escala menor harmônica:

Alternativas
Comentários
  • mib e lab

     


ID
2178472
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Quantos sustenidos (#) compõem a armadura de sol maior?

Alternativas
Comentários
  • 1 sustenido sol 

    2 re

    3 la 

    4 mi

    5 si 

    6 fa 

    7do


ID
2178475
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

A definição de “trítono” é:

Alternativas

ID
2178478
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

O tom relativo de Dó maior é o:

Alternativas
Comentários
  • conta 3 abaixo da o relativo  la si do re mi fa sol    de   dó é lá


ID
2178481
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Numa partitura com dois bemóis (b) na armadura, podemos deduzir que o tom será:

Alternativas
Comentários
  • LETRA A, a escala de Bb maior possui dois bemóis


ID
2178484
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

A seguinte escala sobe diferente de sua descida:

Alternativas
Comentários
  • toda melodica  sofre diferença na descida 

     


ID
2178487
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Em relação à “fermata” é correto afirmar que:

Alternativas

ID
2178490
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Complete a sequência da escala de Sol maior:

Sol - lá - si - dó - (...) - (...) - (...) - (...) 

Alternativas

ID
2178493
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

O estilo rock é fundamentalmente:

Alternativas

ID
2178496
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

O andamento que corresponde a aproximadamente 200 bpm é o:

Alternativas

ID
2178499
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Complete de modo a formar um acorde dissonante:

Ré - (...) - (...) 

Alternativas

ID
2178502
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Complete a escala cromática:

dó - dó# - ré - ré# - (...) – (...) – fá# - sol - sol# - lá 

Alternativas

ID
2178505
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Complete a escala diatônica de Sol:

sol – lá – si – dó – ré – (...) – (...) – sol

Alternativas

ID
2178508
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Assinale o intervalo de segunda menor:

Alternativas

ID
2178514
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

A colcheia tem o valor de:

Alternativas

ID
2178520
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Assinale a melodia a seguir que NÃO utiliza notas no contratempo.

Alternativas

ID
2178523
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

O quarto grau de uma escala é também conhecido como:

Alternativas

ID
2178532
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

Quando duas notas soam juntas, chamamos a isto:

Alternativas
Comentários
  •  

    3 acorde 2 interval

  • Há divergências na doutrina sobre essa questão. Existem posicionamentos que afirmam o art. 148, II da CF só respeita a anterioridade anual, pois é o que está expresso no texto constitucional.


ID
2178538
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

A seguinte tonalidade NÃO pode ser considerada vizinha ao tom de Dó Maior:

Alternativas

ID
2178547
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

A unidade de tempo do compasso 6/8 é a:

Alternativas
Comentários
  • Questão totalmente errada!

    Unidade de tempo (U.T.): É a figura que preenche 1 (um) tempo dentro do compasso. 

    Unidade de Compasso (U.C.): é a figura que preenche todo o compasso, ou seja, é a soma de todas as unidades de tempo dentro do compasso. 

    Neste caso 6/8, tem como unidade de compasso uma mínima pontuada e a unidade de tempo será uma colcheia.


ID
2178556
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

O bequadro:

Alternativas

ID
2178559
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

O grau que modifica o modo de uma tonalidade é:

Alternativas

ID
2178562
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Música

No compasso binário, em termos de acentuação métrica, os tempos são considerados:

Alternativas