Três níveis de cognições são identificados pela TCC, sendo eles: pensamentos automáticos (PAs), crenças intermediárias e crenças centrais (A. Beck et al., 1997). Os PAs fazem parte de um fluxo de processamento cognitivo subjacente ao processamento consciente. Geralmente, são particulares ao indivíduo e ocorrem de maneira rápida através da avaliação do significado de episódios de sua vida (Wright, Basco, & Thase, 2008).
As crenças intermediárias são regras, atitudes ou suposições. São afirmações do tipo "se... então" ou "deveria" que se apresentam de modo inflexível e imperativo (Leahy, 2006). Também podem ser chamadas de pressupostos subjacentes ou condicionais ou de crenças associadas. Estas formam um conjunto de crenças, em geral, coerentes que oferecem apoio às crenças centrais com as quais apresentam relação (Kuyken, Padesky, & Dudley, 2010). De acordo com White (2003), todas as pessoas têm um conjunto de crenças condicionais que foram aprendidas e somadas umas às outras ao longo da vida, no intuito de dar significado ao mundo.
De acordo com J. Beck (1997), as crenças centrais ou nucleares são desenvolvidas na infância através das interações do indivíduo com outras pessoas significativas e da vivência de muitas situações que fortaleçam essa idéia. As crenças centrais podem ser relacionadas ao próprio indivíduo, às outras pessoas ou ao mundo. Geralmente, essas crenças são globais, excessivamente generalizáveis e absolutistas. A. Beck et al. (1997) ressaltam ainda que as crenças centrais representam os mecanismos desenvolvidos pelas pessoas para lidar com as situações cotidianas, ou seja, a maneira como os indivíduos percebem a si mesmos, aos outros e ao mundo, e ao futuro, sendo esta percepção chamada de tríade cognitiva.