Assertiva correta: C
Anástrofe: quando há anteposição de um termo preposicionado.
Ex.: Tão bela dos seus anos na flor. (Tão bela na flor dos seus anos.)
Obs. difere de hipérbato [alteração da ordem direta dos termos].
Pleonasmo enfático: uso repetitivo de um conceito ou redundância de um termo, que pode intensificar a força expressiva do discurso.
Ex.: Quando com os olhos eu quis ver de perto. [Pestana].
Polissíndeto: repetições de conjunções [e, ou, nem, etc], são sempre separadas por vírgulas.
Ex. João, ou Maria, ou Pedro, ou José são personagens bíblicos.
Zeugma: é um tipo de elipse. Consiste na supressão de um termo já expresso anteriormente.
Ex.: Alguns estudam, outros não. (estudam)
Hipérbato: (= inversão): alteração da ordem direta dos termos.
Ex.: Morreu o presidente.
Fonte: Adriana Figueiredo.
Inspecionemos o fragmento trazido:
“Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da natureza.”
Note haver incessante repetição do conectivo "e". A ela dá-se o nome de polissíndeto.
a) Anástrofe.
Incorreto. Em geral, a anástrofe se resume na inversão de termos adjuntos, normalmente sujeito e predicado. Ex.: "Já vinha / a manhã clara." (Cláudio Manuel da Costa);
b) Pleonasmo enfático.
Incorreto. Pleonasmo é o emprego de palavras desnecessárias ao sentido. Há dois tipos: um a que se chama de vicioso, decorrente da ignorância da significação das palavras (p.ex. decapitar a cabeça, tornar a repetir, encarar de frente), e o literário, que é intencional e serve à ênfase, ao vigor da expressão. Exs.:
“Era como se todo o mundo que ele pisara com os pés, que vira com os seus olhos, que pegara com as suas mãos, se perdesse num instante.” (José Lins do Rego)
“Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros (...) no estreito e infecto porão de um navio.” (Maria Firmina dos Reis)
“Contra o parecer do médico assistente deu-se alta a si próprio.” (Monteiro Lobato)
“Talvez ainda um dia me será grata por ter-te impedido de matar-te a ti mesma.” (Bernardo Guimarães)
c) Polissíndeto.
Correto. Trata-se da repetição de conectivos coordenativos — normalmente se repetirão as conjunções “e”, “ou” e “nem”. Exs.:
“Do claustro, na paciência e no sossego, / Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” (Olavo Bilac)
“Em seguida dei de ombros, convencido de que o Geremário tinha razão e tinha razão a boda, e os filhos do cego tinham razão, e todo mundo tem razão.” (Monteiro Lobato)
“E hoje mamãe cose e borda e borda e canta no piano e faz bolinhos aos sábados, tudo pontualmente, e com alegria.” (Clarice Lispector)
“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.” (Rubem Braga)
d) Zeugma.
Incorreto. É variação de elipse, diferindo desta porque no zeugma há expressão anterior do termo. Exs.:
“Nem ele entende a nós, nem nós a ele.” (Camões)
“A rua é a artéria; os passantes, o sangue.” (Monteiro Lobato)
“Comer tudo era impossível; deixar no prato, impolidez.” (Monteiro Lobato)
e) Hipérbato.
Incorreto. É a inversão da ordem natural das palavras na oração, ou da ordem das orações no período. Exs.:
“Trazem-lhe os jornais o rumor do mundo.” (Monteiro Lobato)
Em ordem: "Os jornais trazem-lhe o rumor do mundo".
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/De um povo heroico o brado retumbante.”
Em ordem: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico.”
Letra C