Marginalzinho: a socialização de uma elite vazia e covarde
Parada em um sinal de trânsito, uma cena capturou minha atenção e me fez pensar como, ao longo da vida, a
segregação da sociedade brasileira nos bestializa
01 Era a largada de duas escolas que estavam situadas uma do lado da outra, separadas por um muro altíssimo de
uma 02 delas. Da escola pública saíam crianças correndo, brincando e falando alto. A maioria estava
desacompanhada e dirigia-03 se ao ponto de ônibus da grande avenida, que terminaria nas periferias. Era uma
massa escura, especialmente quando 04 contrastada com a massa mais clara que saía da escola particular do
lado: crianças brancas, de mãos dadas com os 05 pais, babás ou seguranças, caminhando duramente em direção à
fila de caminhonetes. Lado a lado, os dois grupos não 06 se misturavam. Cada um sabia exatamente seu lugar.
Desde muito pequenas, aquelas crianças tinham literalmente 07 incorporado a segregação à brasileira, que se
caracteriza pela mistura única entre o sistema de apartheid racial e o de 08 castas de classes. Os corpos
domesticados revelavam o triste processo de socialização ao desprezo, que tende a só 09 piorar na vida adulta.
[...]
PINHEIRO-MACHADO, Rosana. In http://www.cartacapital.com.br/sociedade/marginalzinho-a-socializacao-de-uma-elite-vazia-e-covarde-
3514.html (acesso em 07/03/16).
Nos PCN, com relação à prática de produção de textos escritos, existem orientações acerca desse conteúdo, entre as quais a
“utilização de mecanismos discursivos e linguísticos de coerência e coesão textuais, conforme o gênero e os propósitos do texto,
desenvolvendo diferentes critérios: [...] de propriedade dos recursos linguísticos (repetição, retomadas, anáforas, conectivos) na
expressão da relação entre constituintes do texto”. Quanto ao uso dos conectivos e a relação semântica existente entre os
enunciados, inexistindo conectivos explícitos, considerando a necessidade de o professor transmitir tais conteúdos sem que o aluno
precise memorizar um sem-número de conjunções, é exato afirmar que, em “Lado a lado, os dois grupos não se misturavam. Cada
um sabia exatamente seu lugar” (l. 06), um aluno do nono ano deve ser conduzido a compreender que, entre esses dois períodos, se
detecta a relação semântica de: