CARTA DE RECLAMAÇÃO
São Paulo, 22 de março de 2007.
Prezados Senhores,
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias ... Sei que não estou em
dia com meus pagamentos. Acontece que eu estou devendo também em outras lojas e todas
esperam que eu lhes pague. Contudo, meus rendimentos mensais não permitem que eu pague
mais do que duas prestações no fim de cada mês. As outras ficam para o mês seguinte. Estou
ciente de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar esta ou aquela empresa em
detrimento das demais. Ocorre o seguinte ... todo mês, quando recebo meu salário, escrevo o nome
dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha.
Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois “sortudos” que irão receber o
meu rico dinheirinho. Os outros, paciência. Ficam para o mês seguinte. Afirmo aos senhores, com
toda certeza, que sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os
paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte. Finalmente, faço-lhes uma advertência:
se os senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e
insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome de Vossa Senhoria dos meus
sorteios mensais.
Sem mais,
Obrigado.
(Texto adaptado; divulgado pelo Clube de Diretores Lojistas e publicado, em 2007, na Folha do Estado de São Paulo)
Pode-se dizer que o efeito de humor do texto acima é construído, principalmente, a partir