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Prova IPEFAE - 2016 - Prefeitura de Andradas - MG - Enfermeiro


ID
4061284
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para a questão

RITALINA, UMA PERIGOSA "FACILIDADE" PARA OS PAIS
por Ingrid Matuoka

A busca por soluções fáceis, o diagnóstico equivocado e a incompreensão dos pais acerca da agitação natural das crianças elevaram o Brasil ao posto de segundo maior consumidor de Ritalina do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O dado, do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, é alarmante. Ritalina é o nome comercial do metilfenidato, medicação que promete tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, e os principais consumidores da droga tarja preta são crianças e adolescentes.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos. Em 2010 foram vendidas 2,1 milhões de caixas de metilfenidato. Em 2013, foram 2,6 milhões.
Para conversar sobre o uso indiscriminado de Ritalina e suas consequências, CartaCapital entrevistou Wagner Ranña, médico psiquiatra com experiência em saúde mental da infância e docente do Sedes Sapietiae, um instituto dedicado à saúde mental, à educação e à filosofia.
CARTACAPITAL: O Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo. A que se deve isso?
WAGNER RANÑA: No Brasil, a rede voltada para assistência aos problemas de saúde mental da criança e do adolescente é muito precária - o que não é privilégio do Brasil, este problema afeta quase todos os países. As crianças com dificuldades de comportamento, agitadas e irrequietas são vistas como doentes pelos profissionais da psiquiatria biológica e da neurociência, e então eles receitam remédios. Como consequência, temos um número elevadíssimo de crianças recebendo medicação, mas sem se discutir se ela é mesmo necessária ou se é a melhor forma de cuidado.
Na visão do nosso grupo de trabalho no Sedes Sapientiae, que tem um histórico no cuidado com a saúde mental da criança, é preciso tentar entender o sofrimento psíquico e os problemas de comportamento. E não ver isso de pronto como um problema, porque a maioria são só crianças agitadas. E, no mundo da rapidez, ironicamente, elas são colocadas como doentes. Estamos desperdiçando jovens que poderiam ser sujeitos muito ágeis, como atletas e músicos.
CC: Há efeitos colaterais no uso do remédio?
WR: Além de causar dependência, a Ritalina provoca muitos outros efeitos colaterais: as crianças emagrecem, têm insônia, podem ter dor de cabeça e enurese [incontinência urinária]. E, apesar de sua fama, não tenho uma experiência de eficácia da droga, mesmo em casos em que ela deveria ser usada. Percebo que o trabalho de terapia, de orientação e cuidado real com a criança dá muito mais resultado.
Começamos a passar para a criança a cultura de que um comprimido resolve tudo na vida, de que não existe mais solução pelo pensamento, pela conversa, pelo afeto e pela compreensão. O mundo todo é agitado, as pessoas são desatenciosas umas com as outras, e as crianças é que acabam tachadas de hiperativas.
Outra coisa, as crianças falam assim para mim: “eu sou um TDAH” ou “eu sou o da Ritalina”. Elas se colocam nesse lugar de alguém doente, com um déficit. A vida deles vira isso.
Tratar com drogas as crianças agitadas ou com dificuldade de aprendizagem é deixar de questionar o método de ensino, o consenso da escola, e a subjetividade da criança diante do aprendizado. É uma atitude muito imediatista.
CC: E quais são as alternativas ao tratamento com a droga?
WR: Tenho visto muitas crianças que, por trás da agitação, estão submetidas a uma violência, um abuso, ou a uma situação psicopedagógica não adequada. Colocar tudo como sendo um problema do cérebro da criança é muito antiético, é não levar em conta sofrimentos e as necessidades que ela está expressando.
Por exemplo, outro dia atendi uma menina que a mãe dizia ser hiperativa e precisava de Ritalina. Em cinco minutos de conversa descobri que ela tinha vivido uma situação em que o pai tentou matar a mãe. Essa criança estava angustiada, não era hiperatividade.
É claro que cada caso é um caso, há crianças realmente hiperativas e que precisam de um cuidado. Ainda assim existem muitas medicadas de maneira incorreta. E estamos vivendo uma epidemia de transtornos, ou supostos transtornos. Então além dessa medicalização excessiva, há uma falta de projetos terapêuticos para o sofrimento psíquico na infância, que é grande. Isso facilita a medicalização da infância, pois sem equipes treinadas é mais fácil só dar o remédio.
CC: Há quem exagere ou finja sintomas para conseguir a receita?
WR: Sou totalmente contrário o uso de questionários com pontos para o diagnóstico de sofrimento psíquicos [como fazem muitos psiquiatras]. Isso não é ver a criança eticamente. E os adolescentes podem fingir mesmo, porque querem tomar Ritalina para ter um bom desempenho na prova, ter mais energia para estudar.
A Ritalina é uma anfetamina associada a drogas com ação na atividade cerebral. A cocaína e as anfetaminas são consumidas por atletas que querem mais rapidez, pelos executivos que querem ficar acordados para trabalhar mais, pelos motoristas que querem fazer uma viagem e não dormir. É um verdadeiro doping.
In: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ritalina-uma-perigosa-facilidade-para-pais8006.html

Na passagem “Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos”, se os termos em destaque fossem substituídos, respectivamente, por sofram e por consultas com médicos especializados, o fragmento ficaria corretamente reescrito, considerando a gramática padrão, da seguinte forma:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO - C

    C- Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos sofram do transtorno é o principal motivo que os leva às consultas com médicos especializados.

    Sofrer pode ser VTD, VTI ou VI

    Quando se trata de uma doença prolongada ou crônica, Ser alvo de alguma doença, sofrimento: padecia de dores nas costas. Usa-se a preposição DE

    ... Que os leva a alguma coisa, pede preposição A e a palavra consulta pede o artigo AS.

    in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/o-uso-de-sofrer-com-regencia/32353 [consultado em 27-08-2020]

  • GABARITO -C

    A linha cirúrgica para assinalar o gabarito :

    Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos sofram do transtorno

    (.....) é o principal motivo que os leva às consultas com médicos especializados. (....)

    Leva / alguém ( Os pais ) - OD

    a algum lugar / OI - As consultas.

    Há união da preposição ( A ) + Artigo feminino ( A ) = Crase.

    Fica mais fácil visualizar se vc troca o feminino pelo masculino e aparecer o " ao" .

    Leva aos diagnósticos

  • Letra C.

    A crase entregou a questão


ID
4061287
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para a questão

RITALINA, UMA PERIGOSA "FACILIDADE" PARA OS PAIS
por Ingrid Matuoka

A busca por soluções fáceis, o diagnóstico equivocado e a incompreensão dos pais acerca da agitação natural das crianças elevaram o Brasil ao posto de segundo maior consumidor de Ritalina do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O dado, do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, é alarmante. Ritalina é o nome comercial do metilfenidato, medicação que promete tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, e os principais consumidores da droga tarja preta são crianças e adolescentes.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos. Em 2010 foram vendidas 2,1 milhões de caixas de metilfenidato. Em 2013, foram 2,6 milhões.
Para conversar sobre o uso indiscriminado de Ritalina e suas consequências, CartaCapital entrevistou Wagner Ranña, médico psiquiatra com experiência em saúde mental da infância e docente do Sedes Sapietiae, um instituto dedicado à saúde mental, à educação e à filosofia.
CARTACAPITAL: O Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo. A que se deve isso?
WAGNER RANÑA: No Brasil, a rede voltada para assistência aos problemas de saúde mental da criança e do adolescente é muito precária - o que não é privilégio do Brasil, este problema afeta quase todos os países. As crianças com dificuldades de comportamento, agitadas e irrequietas são vistas como doentes pelos profissionais da psiquiatria biológica e da neurociência, e então eles receitam remédios. Como consequência, temos um número elevadíssimo de crianças recebendo medicação, mas sem se discutir se ela é mesmo necessária ou se é a melhor forma de cuidado.
Na visão do nosso grupo de trabalho no Sedes Sapientiae, que tem um histórico no cuidado com a saúde mental da criança, é preciso tentar entender o sofrimento psíquico e os problemas de comportamento. E não ver isso de pronto como um problema, porque a maioria são só crianças agitadas. E, no mundo da rapidez, ironicamente, elas são colocadas como doentes. Estamos desperdiçando jovens que poderiam ser sujeitos muito ágeis, como atletas e músicos.
CC: Há efeitos colaterais no uso do remédio?
WR: Além de causar dependência, a Ritalina provoca muitos outros efeitos colaterais: as crianças emagrecem, têm insônia, podem ter dor de cabeça e enurese [incontinência urinária]. E, apesar de sua fama, não tenho uma experiência de eficácia da droga, mesmo em casos em que ela deveria ser usada. Percebo que o trabalho de terapia, de orientação e cuidado real com a criança dá muito mais resultado.
Começamos a passar para a criança a cultura de que um comprimido resolve tudo na vida, de que não existe mais solução pelo pensamento, pela conversa, pelo afeto e pela compreensão. O mundo todo é agitado, as pessoas são desatenciosas umas com as outras, e as crianças é que acabam tachadas de hiperativas.
Outra coisa, as crianças falam assim para mim: “eu sou um TDAH” ou “eu sou o da Ritalina”. Elas se colocam nesse lugar de alguém doente, com um déficit. A vida deles vira isso.
Tratar com drogas as crianças agitadas ou com dificuldade de aprendizagem é deixar de questionar o método de ensino, o consenso da escola, e a subjetividade da criança diante do aprendizado. É uma atitude muito imediatista.
CC: E quais são as alternativas ao tratamento com a droga?
WR: Tenho visto muitas crianças que, por trás da agitação, estão submetidas a uma violência, um abuso, ou a uma situação psicopedagógica não adequada. Colocar tudo como sendo um problema do cérebro da criança é muito antiético, é não levar em conta sofrimentos e as necessidades que ela está expressando.
Por exemplo, outro dia atendi uma menina que a mãe dizia ser hiperativa e precisava de Ritalina. Em cinco minutos de conversa descobri que ela tinha vivido uma situação em que o pai tentou matar a mãe. Essa criança estava angustiada, não era hiperatividade.
É claro que cada caso é um caso, há crianças realmente hiperativas e que precisam de um cuidado. Ainda assim existem muitas medicadas de maneira incorreta. E estamos vivendo uma epidemia de transtornos, ou supostos transtornos. Então além dessa medicalização excessiva, há uma falta de projetos terapêuticos para o sofrimento psíquico na infância, que é grande. Isso facilita a medicalização da infância, pois sem equipes treinadas é mais fácil só dar o remédio.
CC: Há quem exagere ou finja sintomas para conseguir a receita?
WR: Sou totalmente contrário o uso de questionários com pontos para o diagnóstico de sofrimento psíquicos [como fazem muitos psiquiatras]. Isso não é ver a criança eticamente. E os adolescentes podem fingir mesmo, porque querem tomar Ritalina para ter um bom desempenho na prova, ter mais energia para estudar.
A Ritalina é uma anfetamina associada a drogas com ação na atividade cerebral. A cocaína e as anfetaminas são consumidas por atletas que querem mais rapidez, pelos executivos que querem ficar acordados para trabalhar mais, pelos motoristas que querem fazer uma viagem e não dormir. É um verdadeiro doping.
In: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ritalina-uma-perigosa-facilidade-para-pais8006.html

Em “O Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo. A que se deve isso?”, o termo em destaque recupera:

Alternativas

ID
4061290
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para a questão

RITALINA, UMA PERIGOSA "FACILIDADE" PARA OS PAIS
por Ingrid Matuoka

A busca por soluções fáceis, o diagnóstico equivocado e a incompreensão dos pais acerca da agitação natural das crianças elevaram o Brasil ao posto de segundo maior consumidor de Ritalina do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O dado, do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, é alarmante. Ritalina é o nome comercial do metilfenidato, medicação que promete tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, e os principais consumidores da droga tarja preta são crianças e adolescentes.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos. Em 2010 foram vendidas 2,1 milhões de caixas de metilfenidato. Em 2013, foram 2,6 milhões.
Para conversar sobre o uso indiscriminado de Ritalina e suas consequências, CartaCapital entrevistou Wagner Ranña, médico psiquiatra com experiência em saúde mental da infância e docente do Sedes Sapietiae, um instituto dedicado à saúde mental, à educação e à filosofia.
CARTACAPITAL: O Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo. A que se deve isso?
WAGNER RANÑA: No Brasil, a rede voltada para assistência aos problemas de saúde mental da criança e do adolescente é muito precária - o que não é privilégio do Brasil, este problema afeta quase todos os países. As crianças com dificuldades de comportamento, agitadas e irrequietas são vistas como doentes pelos profissionais da psiquiatria biológica e da neurociência, e então eles receitam remédios. Como consequência, temos um número elevadíssimo de crianças recebendo medicação, mas sem se discutir se ela é mesmo necessária ou se é a melhor forma de cuidado.
Na visão do nosso grupo de trabalho no Sedes Sapientiae, que tem um histórico no cuidado com a saúde mental da criança, é preciso tentar entender o sofrimento psíquico e os problemas de comportamento. E não ver isso de pronto como um problema, porque a maioria são só crianças agitadas. E, no mundo da rapidez, ironicamente, elas são colocadas como doentes. Estamos desperdiçando jovens que poderiam ser sujeitos muito ágeis, como atletas e músicos.
CC: Há efeitos colaterais no uso do remédio?
WR: Além de causar dependência, a Ritalina provoca muitos outros efeitos colaterais: as crianças emagrecem, têm insônia, podem ter dor de cabeça e enurese [incontinência urinária]. E, apesar de sua fama, não tenho uma experiência de eficácia da droga, mesmo em casos em que ela deveria ser usada. Percebo que o trabalho de terapia, de orientação e cuidado real com a criança dá muito mais resultado.
Começamos a passar para a criança a cultura de que um comprimido resolve tudo na vida, de que não existe mais solução pelo pensamento, pela conversa, pelo afeto e pela compreensão. O mundo todo é agitado, as pessoas são desatenciosas umas com as outras, e as crianças é que acabam tachadas de hiperativas.
Outra coisa, as crianças falam assim para mim: “eu sou um TDAH” ou “eu sou o da Ritalina”. Elas se colocam nesse lugar de alguém doente, com um déficit. A vida deles vira isso.
Tratar com drogas as crianças agitadas ou com dificuldade de aprendizagem é deixar de questionar o método de ensino, o consenso da escola, e a subjetividade da criança diante do aprendizado. É uma atitude muito imediatista.
CC: E quais são as alternativas ao tratamento com a droga?
WR: Tenho visto muitas crianças que, por trás da agitação, estão submetidas a uma violência, um abuso, ou a uma situação psicopedagógica não adequada. Colocar tudo como sendo um problema do cérebro da criança é muito antiético, é não levar em conta sofrimentos e as necessidades que ela está expressando.
Por exemplo, outro dia atendi uma menina que a mãe dizia ser hiperativa e precisava de Ritalina. Em cinco minutos de conversa descobri que ela tinha vivido uma situação em que o pai tentou matar a mãe. Essa criança estava angustiada, não era hiperatividade.
É claro que cada caso é um caso, há crianças realmente hiperativas e que precisam de um cuidado. Ainda assim existem muitas medicadas de maneira incorreta. E estamos vivendo uma epidemia de transtornos, ou supostos transtornos. Então além dessa medicalização excessiva, há uma falta de projetos terapêuticos para o sofrimento psíquico na infância, que é grande. Isso facilita a medicalização da infância, pois sem equipes treinadas é mais fácil só dar o remédio.
CC: Há quem exagere ou finja sintomas para conseguir a receita?
WR: Sou totalmente contrário o uso de questionários com pontos para o diagnóstico de sofrimento psíquicos [como fazem muitos psiquiatras]. Isso não é ver a criança eticamente. E os adolescentes podem fingir mesmo, porque querem tomar Ritalina para ter um bom desempenho na prova, ter mais energia para estudar.
A Ritalina é uma anfetamina associada a drogas com ação na atividade cerebral. A cocaína e as anfetaminas são consumidas por atletas que querem mais rapidez, pelos executivos que querem ficar acordados para trabalhar mais, pelos motoristas que querem fazer uma viagem e não dormir. É um verdadeiro doping.
In: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ritalina-uma-perigosa-facilidade-para-pais8006.html

Segundo o médico psiquiatra Wagner Ranña:

Alternativas

ID
4061296
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para a questão

RITALINA, UMA PERIGOSA "FACILIDADE" PARA OS PAIS
por Ingrid Matuoka

A busca por soluções fáceis, o diagnóstico equivocado e a incompreensão dos pais acerca da agitação natural das crianças elevaram o Brasil ao posto de segundo maior consumidor de Ritalina do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O dado, do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, é alarmante. Ritalina é o nome comercial do metilfenidato, medicação que promete tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, e os principais consumidores da droga tarja preta são crianças e adolescentes.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos. Em 2010 foram vendidas 2,1 milhões de caixas de metilfenidato. Em 2013, foram 2,6 milhões.
Para conversar sobre o uso indiscriminado de Ritalina e suas consequências, CartaCapital entrevistou Wagner Ranña, médico psiquiatra com experiência em saúde mental da infância e docente do Sedes Sapietiae, um instituto dedicado à saúde mental, à educação e à filosofia.
CARTACAPITAL: O Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo. A que se deve isso?
WAGNER RANÑA: No Brasil, a rede voltada para assistência aos problemas de saúde mental da criança e do adolescente é muito precária - o que não é privilégio do Brasil, este problema afeta quase todos os países. As crianças com dificuldades de comportamento, agitadas e irrequietas são vistas como doentes pelos profissionais da psiquiatria biológica e da neurociência, e então eles receitam remédios. Como consequência, temos um número elevadíssimo de crianças recebendo medicação, mas sem se discutir se ela é mesmo necessária ou se é a melhor forma de cuidado.
Na visão do nosso grupo de trabalho no Sedes Sapientiae, que tem um histórico no cuidado com a saúde mental da criança, é preciso tentar entender o sofrimento psíquico e os problemas de comportamento. E não ver isso de pronto como um problema, porque a maioria são só crianças agitadas. E, no mundo da rapidez, ironicamente, elas são colocadas como doentes. Estamos desperdiçando jovens que poderiam ser sujeitos muito ágeis, como atletas e músicos.
CC: Há efeitos colaterais no uso do remédio?
WR: Além de causar dependência, a Ritalina provoca muitos outros efeitos colaterais: as crianças emagrecem, têm insônia, podem ter dor de cabeça e enurese [incontinência urinária]. E, apesar de sua fama, não tenho uma experiência de eficácia da droga, mesmo em casos em que ela deveria ser usada. Percebo que o trabalho de terapia, de orientação e cuidado real com a criança dá muito mais resultado.
Começamos a passar para a criança a cultura de que um comprimido resolve tudo na vida, de que não existe mais solução pelo pensamento, pela conversa, pelo afeto e pela compreensão. O mundo todo é agitado, as pessoas são desatenciosas umas com as outras, e as crianças é que acabam tachadas de hiperativas.
Outra coisa, as crianças falam assim para mim: “eu sou um TDAH” ou “eu sou o da Ritalina”. Elas se colocam nesse lugar de alguém doente, com um déficit. A vida deles vira isso.
Tratar com drogas as crianças agitadas ou com dificuldade de aprendizagem é deixar de questionar o método de ensino, o consenso da escola, e a subjetividade da criança diante do aprendizado. É uma atitude muito imediatista.
CC: E quais são as alternativas ao tratamento com a droga?
WR: Tenho visto muitas crianças que, por trás da agitação, estão submetidas a uma violência, um abuso, ou a uma situação psicopedagógica não adequada. Colocar tudo como sendo um problema do cérebro da criança é muito antiético, é não levar em conta sofrimentos e as necessidades que ela está expressando.
Por exemplo, outro dia atendi uma menina que a mãe dizia ser hiperativa e precisava de Ritalina. Em cinco minutos de conversa descobri que ela tinha vivido uma situação em que o pai tentou matar a mãe. Essa criança estava angustiada, não era hiperatividade.
É claro que cada caso é um caso, há crianças realmente hiperativas e que precisam de um cuidado. Ainda assim existem muitas medicadas de maneira incorreta. E estamos vivendo uma epidemia de transtornos, ou supostos transtornos. Então além dessa medicalização excessiva, há uma falta de projetos terapêuticos para o sofrimento psíquico na infância, que é grande. Isso facilita a medicalização da infância, pois sem equipes treinadas é mais fácil só dar o remédio.
CC: Há quem exagere ou finja sintomas para conseguir a receita?
WR: Sou totalmente contrário o uso de questionários com pontos para o diagnóstico de sofrimento psíquicos [como fazem muitos psiquiatras]. Isso não é ver a criança eticamente. E os adolescentes podem fingir mesmo, porque querem tomar Ritalina para ter um bom desempenho na prova, ter mais energia para estudar.
A Ritalina é uma anfetamina associada a drogas com ação na atividade cerebral. A cocaína e as anfetaminas são consumidas por atletas que querem mais rapidez, pelos executivos que querem ficar acordados para trabalhar mais, pelos motoristas que querem fazer uma viagem e não dormir. É um verdadeiro doping.
In: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ritalina-uma-perigosa-facilidade-para-pais8006.html

A história contada pelo médico psiquiatra – “Por exemplo, outro dia atendi uma menina que a mãe dizia ser hiperativa e precisava de Ritalina. Em cinco minutos de conversa descobri que ela tinha vivido uma situação em que o pai tentou matar a mãe” – tem por finalidade:

Alternativas

ID
4061305
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito da Criança e do Adolescente - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069 de 1990
Assuntos

Conforme estabelecido pelo ECA, toda criança e adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade. Assinale a alternativa que não apresenta um dos aspectos dessa liberdade garantida a crianças e adolescentes.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito-B

    Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

    I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

    II - opinião e expressão;

    III - crença e culto religioso;

    IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

    V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

    VI - participar da vida política, na forma da lei;

    VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

    ----------------------------------------------------

  • A questão exige do candidato o conhecimento literal do art. 16 da lei nº 8.096/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

    Esse dispositivo apenas reforça o que a Constituição Federal e o ECA dispõem em diversos outros artigos: toda criança e adolescente devem ter seus direitos fundamentais respeitados, levando-se em consideração a condição especial de pessoa em desenvolvimento, e garantindo a prioridade absoluta no tratamento com o infante.

    Veja a redação:

    Art. 16 ECA: o direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

    I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

    II - opinião e expressão; (ALTERNATIVA A)

    III - crença e culto religioso;

    IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; (ALTERNATIVA D)

    V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; (ALTERNATIVA C)

    VI - participar da vida política, na forma da lei;

    VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

    Conforme se observa do rol do art. 16, apenas a alternativa B não consta do rol do art. 16. Além disso, o ECA prevê que o trabalho do menor deverá ser, sim, remunerado. Veja:

    Art. 64 ECA: ao adolescente até 14 anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

    Art. 65 ECA: ao adolescente aprendiz, maior de 14 anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.

    GABARITO: B

  • Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

    Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. 

     

    Direito à liberdade

    Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: 

    I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

    II - opinião e expressão;

    III - crença e culto religioso;

    IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

    V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

    VI - participar da vida política, na forma da lei;

    VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

  • A questão exige o conhecimento acerca da Lei n. 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pede ao candidato que assinale o item incorreto, no tocante o direito à liberdade. Vejamos:

    a) De opinião e expressão.

    Correto. A opinião e expressão consiste num direito à liberdade, nos termos do art. 16, II, ECA: Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: II - opinião e expressão;

    b) De trabalho não remunerado e em desacordo com as definições da CLT.

    Errado e, portanto, gabarito da questão. Primeiramente, não se trata de direito à liberdade. Em segundo plano, ao adolescente é assegurado uma bolsa aprendizagem, bem como os direitos trabalhistas, nos termos dos arts. 64 e 65, ECA: Art. 64 ECA: ao adolescente até 14 anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem. Art. 65 ECA: ao adolescente aprendiz, maior de 14 anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.

    c) De participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação.

    Correto. Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação consiste num direito à liberdade, nos termos do art. 16, V, ECA: Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

    d) Brincar, praticar esportes e divertir-se.

    Correto. Brincar, praticar esportes e divertir-se consiste num direito à liberdade, nos termos do art. 16, IV, ECA: Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: IV - brincar, praticar esportes e divertir-se

    Gabarito: B

  • Chegar numa prova e ver uma questão desta da até tristeza


ID
4074736
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Após o Congresso receber relatório do TCU, alertando sobre as “pedaladas fiscais” do governo federal, veio à tona, em outubro, a possibilidade fundamentada de execução do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Qual seria a motivação desse pedido de impeachment contra a presidente?

FONTE: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2015/10/08/interna_politica,695950/tcu-*-
dilma-e-abre-porta-para-impeachment.shtml

Alternativas

ID
4074739
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Em setembro último, o governo federal encaminhou ao Congresso um projeto de recriação da CPMF, cuja função foi, durante uma década, financiar majoritariamente a área da saúde, porém, desta vez, destinar-se-á a cobrir o déficit da previdência social. Qual o significado da sigla CPMF?

FONTE: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/09/entenda-o-que-e-cpmf-e-como
ela-afeta-sua-vida.html

Alternativas

ID
4074742
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

A crise econômica mundial foi intensamente sentida pelos países integrantes da União Europeia. Embora todos foram, de alguma maneira, obrigados a implementar ajustes financeiros e medidas de austeridade fiscal, a fim de amenizar o embate às oscilações do mercado, um deles em especial foi fortemente impactado, a ponto de não conseguir arcar com o pagamento de empréstimos de credores internacionais. Qual foi esse país europeu fortemente afetado pela crise econômica?

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/asmais/2015/07/1654658-10-pontos-para-
entender-a-crise-*-apos-o-calote-ao-fmi.shtml

Alternativas
Comentários
  • Lembra do PIIGS


ID
4074745
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Em junho do ano passado aconteceu um evento importante para a comunidade internacional. O G7 realizou seu 47º encontro, fortemente marcado pela exclusão da Rússia do grupo. Além deste, quais foram os principais assuntos do encontro G7 em 2015?

FONTE: http://noticias.band.uol.com.br/mundo/noticia/100000755192/encontro-do-g7-
termina-nesta-segunda-feira.html

Alternativas

ID
4074760
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

RITALINA, UMA PERIGOSA "FACILIDADE" PARA OS PAIS
por Ingrid Matuoka

A busca por soluções fáceis, o diagnóstico equivocado e a incompreensão dos pais acerca da agitação natural das crianças elevaram o Brasil ao posto de segundo maior consumidor de Ritalina do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.

O dado, do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, é alarmante. Ritalina é o nome comercial do metilfenidato, medicação que promete tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, e os principais consumidores da droga tarja preta são crianças e adolescentes.

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos. Em 2010 foram vendidas 2,1 milhões de caixas de metilfenidato. Em 2013, foram 2,6 milhões.

Para conversar sobre o uso indiscriminado de Ritalina e suas consequências, CartaCapital entrevistou Wagner Ranña, médico psiquiatra com experiência em saúde mental da infância e docente do Sedes Sapietiae, um instituto dedicado à saúde mental, à educação e à filosofia.

CARTACAPITAL: O Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo. A que se deve isso?

WAGNER RANÑA: No Brasil, a rede voltada para assistência aos problemas de saúde mental da criança e do adolescente é muito precária - o que não é privilégio do Brasil, este problema afeta quase todos os países. As crianças com dificuldades de comportamento, agitadas e irrequietas são vistas como doentes pelos profissionais da psiquiatria biológica e da neurociência, e então eles receitam remédios. Como consequência, temos um número elevadíssimo de crianças recebendo medicação, mas sem se discutir se ela é mesmo necessária ou se é a melhor forma de cuidado.

Na visão do nosso grupo de trabalho no Sedes Sapientiae, que tem um histórico no cuidado com a saúde mental da criança, é preciso tentar entender o sofrimento psíquico e os problemas de comportamento. E não ver isso de pronto como um problema, porque a maioria são só crianças agitadas. E, no mundo da rapidez, ironicamente, elas são colocadas como doentes. Estamos desperdiçando jovens que poderiam ser sujeitos muito ágeis, como atletas e músicos.

CC: Há efeitos colaterais no uso do remédio?

WR: Além de causar dependência, a Ritalina provoca muitos outros efeitos colaterais: as crianças emagrecem, têm insônia, podem ter dor de cabeça e enurese [incontinência urinária]. E, apesar de sua fama, não tenho uma experiência de eficácia da droga, mesmo em casos em que ela deveria ser usada. Percebo que o trabalho de terapia, de orientação e cuidado real com a criança dá muito mais resultado.

Começamos a passar para a criança a cultura de que um comprimido resolve tudo na vida, de que não existe mais solução pelo pensamento, pela conversa, pelo afeto e pela compreensão. O mundo todo é agitado, as pessoas são desatenciosas umas com as outras, e as crianças é que acabam tachadas de hiperativas.

Outra coisa, as crianças falam assim para mim: “eu sou um TDAH” ou “eu sou o da Ritalina”. Elas se colocam nesse lugar de alguém doente, com um déficit. A vida deles vira isso.

Tratar com drogas as crianças agitadas ou com dificuldade de aprendizagem é deixar de questionar o método de ensino, o consenso da escola, e a subjetividade da criança diante do aprendizado. É uma atitude muito imediatista.

CC: E quais são as alternativas ao tratamento com a droga?

WR: Tenho visto muitas crianças que, por trás da agitação, estão submetidas a uma violência, um abuso, ou a uma situação psicopedagógica não adequada. Colocar tudo como sendo um problema do cérebro da criança é muito antiético, é não levar em conta sofrimentos e as necessidades que ela está expressando.

Por exemplo, outro dia atendi uma menina que a mãe dizia ser hiperativa e precisava de Ritalina. Em cinco minutos de conversa descobri que ela tinha vivido uma situação em que o pai tentou matar a mãe. Essa criança estava angustiada, não era hiperatividade. 

É claro que cada caso é um caso, há crianças realmente hiperativas e que precisam de um cuidado. Ainda assim existem muitas medicadas de maneira incorreta. E estamos vivendo uma epidemia de transtornos, ou supostos transtornos. Então além dessa medicalização excessiva, há uma falta de projetos terapêuticos para o sofrimento psíquico na infância, que é grande. Isso facilita a medicalização da infância, pois sem equipes treinadas é mais fácil só dar o remédio.

CC: Há quem exagere ou finja sintomas para conseguir a receita?

WR: Sou totalmente contrário o uso de questionários com pontos para o diagnóstico de sofrimento psíquicos [como fazem muitos psiquiatras]. Isso não é ver a criança eticamente. E os adolescentes podem fingir mesmo, porque querem tomar Ritalina para ter um bom desempenho na prova, ter mais energia para estudar.

A Ritalina é uma anfetamina associada a drogas com ação na atividade cerebral. A cocaína e as anfetaminas são consumidas por atletas que querem mais rapidez, pelos executivos que querem ficar acordados para trabalhar mais, pelos motoristas que querem fazer uma viagem e não dormir. É um verdadeiro doping.

In: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ritalina-uma-perigosa-facilidade-para-pais-8006.html

Sobre o título da matéria e considerando o contexto, podemos dizer que:

Alternativas

ID
4074775
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

RITALINA, UMA PERIGOSA "FACILIDADE" PARA OS PAIS
por Ingrid Matuoka

A busca por soluções fáceis, o diagnóstico equivocado e a incompreensão dos pais acerca da agitação natural das crianças elevaram o Brasil ao posto de segundo maior consumidor de Ritalina do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.

O dado, do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, é alarmante. Ritalina é o nome comercial do metilfenidato, medicação que promete tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, e os principais consumidores da droga tarja preta são crianças e adolescentes.

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de 8% a 12% das crianças no mundo foram diagnosticadas com TDAH, e a suspeita dos pais de que os filhos tenham o transtorno é o principal motivo que os leva aos médicos. Em 2010 foram vendidas 2,1 milhões de caixas de metilfenidato. Em 2013, foram 2,6 milhões.

Para conversar sobre o uso indiscriminado de Ritalina e suas consequências, CartaCapital entrevistou Wagner Ranña, médico psiquiatra com experiência em saúde mental da infância e docente do Sedes Sapietiae, um instituto dedicado à saúde mental, à educação e à filosofia.

CARTACAPITAL: O Brasil é o segundo maior consumidor de Ritalina do mundo. A que se deve isso?

WAGNER RANÑA: No Brasil, a rede voltada para assistência aos problemas de saúde mental da criança e do adolescente é muito precária - o que não é privilégio do Brasil, este problema afeta quase todos os países. As crianças com dificuldades de comportamento, agitadas e irrequietas são vistas como doentes pelos profissionais da psiquiatria biológica e da neurociência, e então eles receitam remédios. Como consequência, temos um número elevadíssimo de crianças recebendo medicação, mas sem se discutir se ela é mesmo necessária ou se é a melhor forma de cuidado.

Na visão do nosso grupo de trabalho no Sedes Sapientiae, que tem um histórico no cuidado com a saúde mental da criança, é preciso tentar entender o sofrimento psíquico e os problemas de comportamento. E não ver isso de pronto como um problema, porque a maioria são só crianças agitadas. E, no mundo da rapidez, ironicamente, elas são colocadas como doentes. Estamos desperdiçando jovens que poderiam ser sujeitos muito ágeis, como atletas e músicos.

CC: Há efeitos colaterais no uso do remédio?

WR: Além de causar dependência, a Ritalina provoca muitos outros efeitos colaterais: as crianças emagrecem, têm insônia, podem ter dor de cabeça e enurese [incontinência urinária]. E, apesar de sua fama, não tenho uma experiência de eficácia da droga, mesmo em casos em que ela deveria ser usada. Percebo que o trabalho de terapia, de orientação e cuidado real com a criança dá muito mais resultado.

Começamos a passar para a criança a cultura de que um comprimido resolve tudo na vida, de que não existe mais solução pelo pensamento, pela conversa, pelo afeto e pela compreensão. O mundo todo é agitado, as pessoas são desatenciosas umas com as outras, e as crianças é que acabam tachadas de hiperativas.

Outra coisa, as crianças falam assim para mim: “eu sou um TDAH” ou “eu sou o da Ritalina”. Elas se colocam nesse lugar de alguém doente, com um déficit. A vida deles vira isso.

Tratar com drogas as crianças agitadas ou com dificuldade de aprendizagem é deixar de questionar o método de ensino, o consenso da escola, e a subjetividade da criança diante do aprendizado. É uma atitude muito imediatista.

CC: E quais são as alternativas ao tratamento com a droga?

WR: Tenho visto muitas crianças que, por trás da agitação, estão submetidas a uma violência, um abuso, ou a uma situação psicopedagógica não adequada. Colocar tudo como sendo um problema do cérebro da criança é muito antiético, é não levar em conta sofrimentos e as necessidades que ela está expressando.

Por exemplo, outro dia atendi uma menina que a mãe dizia ser hiperativa e precisava de Ritalina. Em cinco minutos de conversa descobri que ela tinha vivido uma situação em que o pai tentou matar a mãe. Essa criança estava angustiada, não era hiperatividade. 

É claro que cada caso é um caso, há crianças realmente hiperativas e que precisam de um cuidado. Ainda assim existem muitas medicadas de maneira incorreta. E estamos vivendo uma epidemia de transtornos, ou supostos transtornos. Então além dessa medicalização excessiva, há uma falta de projetos terapêuticos para o sofrimento psíquico na infância, que é grande. Isso facilita a medicalização da infância, pois sem equipes treinadas é mais fácil só dar o remédio.

CC: Há quem exagere ou finja sintomas para conseguir a receita?

WR: Sou totalmente contrário o uso de questionários com pontos para o diagnóstico de sofrimento psíquicos [como fazem muitos psiquiatras]. Isso não é ver a criança eticamente. E os adolescentes podem fingir mesmo, porque querem tomar Ritalina para ter um bom desempenho na prova, ter mais energia para estudar.

A Ritalina é uma anfetamina associada a drogas com ação na atividade cerebral. A cocaína e as anfetaminas são consumidas por atletas que querem mais rapidez, pelos executivos que querem ficar acordados para trabalhar mais, pelos motoristas que querem fazer uma viagem e não dormir. É um verdadeiro doping.

In: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ritalina-uma-perigosa-facilidade-para-pais-8006.html

Para o médico psiquiatra:

Alternativas

ID
4074781
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

Assinale a alternativa incorreta sobre o financiamento do SUS.

Alternativas

ID
4074784
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

A porta de entrada do sistema de saúde deve ser preferencialmente:

Alternativas

ID
4074787
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

Haver centros de referência para graus de complexidade diferentes de serviços, significa:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito B


ID
4074790
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A Vigilância Epidemiológica é definida como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. Em relação à Vigilância Epidemiológica, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
4074793
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

De acordo com o conceito de Biossegurança, analise as afirmativas abaixo:


I - É o conjunto de estudos e procedimentos que visam evitar ou controlar os riscos provocados à biodiversidade pelo uso de agentes químicos, agentes físicos e agentes biológicos.
II - É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços.
III - Está presente em locais como hospitais, indústrias, laboratórios de análises clínicas, universidades, hemocentros, entre outros.

Assinale a alternativa correta. 

Alternativas

ID
4074796
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Dentre as Doenças Sexualmente Transmissíveis abaixo apresentadas, assinale aquela para a qual há disponibilidade de vacina, conforme o Calendário Básico de Imunização de Crianças de 0 a 5 anos do Ministério da Saúde.

Alternativas

ID
4074799
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Considerando-se os distúrbios glicêmicos, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Já a Diabetes tipo II a principal é a Sindrome Hiperosmolar Não Cetótica, quando os níveis de glicose ultrapassam 600 mg/dl.


ID
4074802
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Em relação ao Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
4074805
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Algumas mulheres apresentam dificuldade durante o aleitamento materno. Em casos de Lesão Mamilar por Má Pega, recomenda-se alguns manejos, exceto:

Alternativas
Comentários
  • Interromper a amamentação.


ID
4074808
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

De acordo com a Sistematização da Assistência de Enfermagem, analise as afirmativas abaixo:

I - A Sistematização da Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem.
II - O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem, e que forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados.
III - O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.
IV - O Processo de Enfermagem organiza-se em quatro etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: Coleta de dados, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem e Implementação.

Assinale a alternativa com as afirmativas corretas.

Alternativas
Comentários
  • Processo de enfermagem é caracterizado por 5 etapas:

    Histórico, Diagnóstico de enfermagem, Planejamento de enfermagem, implementação e avaliação.


ID
4074811
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

O Índice de Apgar é um teste empregado para avaliar o ajuste imediato do recém-nascido à vida extrauterina. Consiste na avaliação de sinais do recém-nascido, atribuindo-se a cada um dos sinais uma nota de 0 a 2. Dentre estes sinais, não é avaliado:

Alternativas
Comentários
  • O índice de APGAR é um teste e consiste na avaliação de 5 sinais objetivos, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2.O teste é aplicado duas vezes (no 1º e no 5º minuto de vida ) e serve pra avaliar a resposta imediata do recém-nascido à vida extreuterina. Os sinais avaliados são:

    1º frequência Cardiáca

    2º Tônus muscular

    3º Respiração

    4º Irritabilidade Reflexa

    5ºcor da pele

    OBS: o somatório da pontuação ( de 0 a 10)

  • A escala ou índice de APGAR é um teste que consiste na avaliação de 05 sinais objetivos. São eles:

    A- APARÊNCIA (coloração da pele)

    P- PULSO (frequência cardíaca)

    G- GESTOS (irritabilidade reflexa)

    A- ATIVIDADE (tônus muscular)

    R- RESPIRAÇÃO (esforço respiratório)

    • Cada sinal recebe uma nota que varia de 0 - 2.

    • O índice total máximo que o bebê pode receber é 10.

    • Quando maior e mais próxima de 10 for a nota, melhores são as condições do bebê.

    • Quanto mais baixa e mais próxima de ZERO for a nota, piores são as condições do bebê.

    :D


ID
4074814
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A presença de ar na cavidade pleural denomina-se:

Alternativas

ID
4074817
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

O paciente J. A. F., 64 anos, chega ao serviço de emergência queixando-se de dor epigástrica, náuseas e dor torácica com irradiação para membro superior esquerdo. Esses sintomas são característicos de um paciente com:

Alternativas

ID
4074820
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Conforme a intensidade da perda do volume circulante, o choque hipovolêmico pode ser classificado em 4 níveis. A perda de volume de 15 a 30% corresponde à classificação:

Alternativas
Comentários
  • I - 750 ml 15%

    II - 750 a 1500ml 15 a 30%

    III - 1500 a 2000ml 30 a 40%

    IV - Acima de 2000ml 40%

  • I - 750 ml 15%

    II - 750 a 1500ml 15 a 30%

    III - 1500 a 2000ml 30 a 40%

    IV - Acima de 2000ml 40%

  • e atenção se ligue aí que é hora da revisão srrsrs

    CLASSE I: MENOR DO QUE 750.

    CLASSE II: 750-1500 ML.

    CLASSE III: 1500-2000 ML.

    CLASSE IV: MAIOR DO QUE 2000 ML.

    Classe I Quantidade de sangue perdido < 750 mL (< 15%); Frequência cardíaca < 100 bpm; Frequência ventilatória 14-20; PA arterial normal; SNC/estado mental ansiedade discreta. 

     Classe II Quantidade de sangue perdido 750-1500mL (15- 30%); Frequência cardíaca 100-120 bpm; Frequência ventilatória 20-30; PA arterial normal; SNC/estado mental ansiedade leve. 

    Classe III Quantidade de sangue perdido 1500-2000mL (30- 40%); Frequência cardíaca 120-140 bpm; Frequência ventilatória 30-40; PA arterial diminuída; SNC/estado mental ansiedade, confusão.

    Classe IV Quantidade de sangue perdido > 2000mL (> 40%); Frequência cardíaca > 140 bpm; Frequência ventilatória >35; PA arterial diminuída; SNC/estado mental confusão, letargia. 


ID
4074823
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Andradas - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A lavagem gástrica é um procedimento de urgência contraindicado em casos de:

Alternativas