Em termos históricos, podemos afirmar que as
pessoas com deficiência eram excluídas da
sociedade. A preconização do corpo máquina nos
faz entender que quem não produz é representado
como inválido, sem utilidade. Estas características
são atribuídas indistintamente a todos que têm
alguma deficiência, marginalizando-os.
A releitura da deficiência por meio da lente da
inclusão se faz urgente e necessária. Encontramos
respaldo em Sassaki (1997) quando afirma que a
inclusão social é um processo que contribui para a
construção de um novo tipo de sociedade por meio
de transformações pequenas e grandes, nos
ambientes físicos e na mentalidade de todas as
pessoas, como também da pessoa com deficiência
física.
Nesse sentido, a Educação Física escolar pode se
constituir como agente de inclusão. A atividade
física adequada às possibilidades dos sujeitos
valoriza, integra à realidade, obtendo autonomia,
autoconfiança e liberdade.
De tempos em tempos, os termos utilizados para a
referência às pessoas com deficiências variam
conforme reflexões linguísticas e sociológicas de
seus protagonistas e atores sociais. Em geral, o
significado do vocábulo “deficiente” está associado
aos conceitos vinculados à esfera das relações de
produção, implicando a necessidade de superação
de dificuldades pessoais, para além daqueles que
lhes são impostas pela sociedade. A diagnose, a
prescrição e a orientação de atividades físicas para
pessoas com deficiência ocorrem no sentido de
promover a interação social e a inclusão balizadas
por princípios de cidadania, sendo necessário,
muitas vezes, ultrapassar a tendência de
superproteção familiar, principalmente de crianças
e adolescentes. Nesse sentido, o professor de
educação física, ao trabalhar com esse segmento de
pessoas, deverá:
I. Inteirar-se do diagnóstico de cada quadro, para
prescrever e orientar atividades específicas, segundo os limites e potencialidades
individuais.
II. Ter a dimensão do carinho e do cuidado, para
que tais indivíduos vivenciem experiências
motoras indispensáveis à sua formação cidadã,
prescrevendo limites às eventuais
potencialidades.
III. Ter a consciência dos direitos e dos deveres das
pessoas deficientes, condição que consubstancia
a construção de uma sociedade democrática de
direito.
IV. Considerar a existência de necessidade de
superação e, portanto, de fazer com que cada
indivíduo ultrapasse os seus limites, posto ser
essa uma forma incontestável de
reconhecimento social.
São corretas apenas as afirmações: