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Prova NUCEPE - 2017 - Prefeitura de Teresina - PI - Professor Educação Básica


ID
2529361
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 A arte de produzir fome


      Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo…

      Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lições aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiçarias… Se vocês, por acaso, ainda não as conhecem, tratem de conhecê-las: a Babette, no filme “A Festa de Babette”, e a Tita, em “Como Água para Chocolate”. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes não começam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome…

      Quando vivi nos Estados Unidos, minha família e eu visitávamos, vez por outra, uma parenta distante, nascida na Alemanha. Seus hábitos germânicos eram rígidos e implacáveis.

      Não admitia que uma criança se recusasse a comer a comida que era servida. Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, comiam em silêncio. Mas eu me lembro de uma vez em que, voltando para casa, foi preciso parar o carro para que vomitassem. Sem fome, o corpo se recusa a comer. Forçado, ele vomita.

Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim “affetare”, quer dizer “ir atrás”. É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.

      Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde morava, havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia.

      Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las.

      E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu desejo.

      Se eu não tivesse visto e desejado as ditas frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote isso também: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido perguntas.

      Provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar me fez uma primeira sugestão, criminosa. “Pule o muro à noite e roube as pitangas.” Furto, fruto, tão próximos… Sim, de fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão: o medo. E se eu fosse pilhado no momento do meu furto? Assim, rejeitei o pensamento criminoso, pelo seu perigo.

      Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. McLuhan nos ensinou que todos os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas são extensões das pernas, óculos são extensões dos olhos, facas são extensões das unhas.

      Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser uma extensão do braço. Um braço comprido, com cerca de dois metros. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu, sem uma mão, seria inútil: as pitangas cairiam.

      Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura a fruta. Feita a minha máquina, apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu desejo. Anote isso também: conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo.

      Imagine agora se eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a ideia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio, não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. E anote isso também: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido.

      Dizia Miguel de Unamuno: “Saber por saber: isso é inumano…” A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome… Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubá-los. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja…

Fonte: Rubem Alves. Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/2007/08/16/a-arte-de-produzir-fome/Acesso em 12/05/2017.

No texto “A arte de produzir fome”, de Rubem Alves, a relação ensino-aprendizagem quer dizer que o professor deverá ser capaz de

Alternativas
Comentários
  • Belíssimo texto. 

  • Correta A

    Que texto!!!!

  • Rapaz! Eu não sei se sou eu que sou burro, mas a letra 'C' não diz a mesma coisa que a letra 'A'??????

     

  • Como diria o General do "Z": Droga! De bom, droga de bom!

     

    kkkkk

    Força e Honra!

  • Teoria é lindo.

     

     

  • Abimael Silva, tbm n entendi pq não a letra C. P mim, as duas (A e C) dizem a mesma coisa. 

  • O que torna a lecra C errada: "por meio de experiências práticas. "

    A experiência prática utilizada pelo autor (contrução do aparato pra pegar as frutas) foi apenas para exemplificar. A ideia principal é a de que deve-se despertar o interesse (a fome) ao invés de dar as respostas (atalhos).


ID
2529364
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 A arte de produzir fome


      Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo…

      Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lições aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiçarias… Se vocês, por acaso, ainda não as conhecem, tratem de conhecê-las: a Babette, no filme “A Festa de Babette”, e a Tita, em “Como Água para Chocolate”. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes não começam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome…

      Quando vivi nos Estados Unidos, minha família e eu visitávamos, vez por outra, uma parenta distante, nascida na Alemanha. Seus hábitos germânicos eram rígidos e implacáveis.

      Não admitia que uma criança se recusasse a comer a comida que era servida. Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, comiam em silêncio. Mas eu me lembro de uma vez em que, voltando para casa, foi preciso parar o carro para que vomitassem. Sem fome, o corpo se recusa a comer. Forçado, ele vomita.

Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim “affetare”, quer dizer “ir atrás”. É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.

      Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde morava, havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia.

      Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las.

      E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu desejo.

      Se eu não tivesse visto e desejado as ditas frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote isso também: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido perguntas.

      Provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar me fez uma primeira sugestão, criminosa. “Pule o muro à noite e roube as pitangas.” Furto, fruto, tão próximos… Sim, de fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão: o medo. E se eu fosse pilhado no momento do meu furto? Assim, rejeitei o pensamento criminoso, pelo seu perigo.

      Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. McLuhan nos ensinou que todos os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas são extensões das pernas, óculos são extensões dos olhos, facas são extensões das unhas.

      Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser uma extensão do braço. Um braço comprido, com cerca de dois metros. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu, sem uma mão, seria inútil: as pitangas cairiam.

      Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura a fruta. Feita a minha máquina, apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu desejo. Anote isso também: conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo.

      Imagine agora se eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a ideia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio, não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. E anote isso também: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido.

      Dizia Miguel de Unamuno: “Saber por saber: isso é inumano…” A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome… Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubá-los. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja…

Fonte: Rubem Alves. Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/2007/08/16/a-arte-de-produzir-fome/Acesso em 12/05/2017.

No texto lido, pode-se inferir também que alguns professores necessitam de habilidade para

Alternativas
Comentários
  • )

    criarem mecanismos de estímulo à aprendizagem.

  • gabarito D.

    "A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome… Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubá-los".

    ou seja, a fome serve como estímulo. 

  • criarem mecanismos de estímulo à aprendizagem.

  • a gente perde 1h na leitura do texto, sacanagem dessa NUCEPE...


ID
2529367
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 A arte de produzir fome


      Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo…

      Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lições aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiçarias… Se vocês, por acaso, ainda não as conhecem, tratem de conhecê-las: a Babette, no filme “A Festa de Babette”, e a Tita, em “Como Água para Chocolate”. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes não começam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome…

      Quando vivi nos Estados Unidos, minha família e eu visitávamos, vez por outra, uma parenta distante, nascida na Alemanha. Seus hábitos germânicos eram rígidos e implacáveis.

      Não admitia que uma criança se recusasse a comer a comida que era servida. Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, comiam em silêncio. Mas eu me lembro de uma vez em que, voltando para casa, foi preciso parar o carro para que vomitassem. Sem fome, o corpo se recusa a comer. Forçado, ele vomita.

Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim “affetare”, quer dizer “ir atrás”. É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.

      Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde morava, havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia.

      Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las.

      E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu desejo.

      Se eu não tivesse visto e desejado as ditas frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote isso também: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido perguntas.

      Provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar me fez uma primeira sugestão, criminosa. “Pule o muro à noite e roube as pitangas.” Furto, fruto, tão próximos… Sim, de fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão: o medo. E se eu fosse pilhado no momento do meu furto? Assim, rejeitei o pensamento criminoso, pelo seu perigo.

      Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. McLuhan nos ensinou que todos os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas são extensões das pernas, óculos são extensões dos olhos, facas são extensões das unhas.

      Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser uma extensão do braço. Um braço comprido, com cerca de dois metros. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu, sem uma mão, seria inútil: as pitangas cairiam.

      Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura a fruta. Feita a minha máquina, apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu desejo. Anote isso também: conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo.

      Imagine agora se eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a ideia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio, não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. E anote isso também: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido.

      Dizia Miguel de Unamuno: “Saber por saber: isso é inumano…” A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome… Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubá-los. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja…

Fonte: Rubem Alves. Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/2007/08/16/a-arte-de-produzir-fome/Acesso em 12/05/2017.

Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo


É possível verificar no trecho assim como em todo o texto que o autor realiza


I - uma paródia refutando a ideia da autora.

II - uma relação dialógica entre o discurso de Adélia Prado e o que ele próprio enuncia ao longo do texto.

III - uma intertextualidade cuja base temática é o desejo pela fome.


Está ou estão corretas

Alternativas
Comentários
  • I - o autor não refuta a ideia de Adélia;

    II - a introdução da passagem de adélia prado converge com o desenvolvimento criado pelo autor do texto

    III - interxtualidade presente no texto faz refência ao ditado popular: "com a faca e o queijo"

     

     

  • b)

    as assertivas II e III. 

  • GAB.: B

    I - uma paródia refutando a ideia da autora.

    ERRADO - Refutar = desmentir ou negar uma informação. ( o que o autor não faz, pelo contrário ele confirma). 

    II - uma relação dialógica entre o discurso de Adélia Prado e o que ele próprio enuncia ao longo do texto.

    CERTO - Quando o autor cita a autora entre aspas diretamente e depois continua como uma explicação do que ela havia dito. 

    III - uma intertextualidade cuja base temática é o desejo pela fome.

    CERTO - Base temática, observa-se pelo título do texto que o tema principal é a fome "A arte de produzir fome".

    Espero ter ajudado! Nos momentos de angústia Deus anceia dizer que está mais perto do que você pensa.

    Vânia Vieira

  • Alguém pode explicar o item III?

    Não percebi as características de intertextualidade no texto, e além disso, o "desejo pela fome" não é a base temática, mas sim uma metáfora para a base temática.

  • Olá, João.

     

    O autor cita o texto da Adelia Prado como forma de aprendizado da pedagogia. Esse texto termina com a seguinte frase: '' É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado''. Depois desse trecho o autor conta uma história de quando era menino. Ele relaciona a sua vivência ao que a Adelia acredita ser a forma de aprendizado, isto é, de que a vontade de fazer algo, aprender ou perseguir algo que na primeira vista lhe parece incansável vem da fome/do querer que alguma tarefa seja realizada, aprendida ou até que algo seja conquistado, ou seja, se lhe dado algo em suas mãos - obtenção com certa facilidade - você não terá o mesmo interesse se algo lhe fosse dificultado, não bolará estratégias para conseguir alcançar.. É como acontece com os concursos, a cada dia que passa está ficando mais complicado de obter êxito, não porque as provas estão difíceis, mas sim porque os concorrentes estão mais fortes. Nesse caso, precisamos bolar estratégias diferentes para nos destacarmos. Isso não aconteceria caso tivessem vagas ilimitadas, não precisariamos nos impenhar tanto, haja vista que teria vaga para todos. Voltando a questão: Pode-se verificar as ideias defendidas por Adeli nos trechos que o autor conta da sua vivência quando era menino. Vejamos:

     

    Vou colocar dois trechos para você verificar a intertextualidade:

     

    Adélia Prado: ''O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo.Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo''… --> Leia fome como despertar algum interesse por algo/busca de conhecimento. (Farei qualquer coisa para ter aquilo porque meu interesse é grande). Caso eu tenha algo, mas sou totalmente desinteressada por aquilo, tanto faz eu ter como não ter porque não tenho vontade de tê-lo.. 

     

    Vivência do autor: ''  Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las. E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. ''   ''Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote isso também: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo.''

     

    Bom, espero ter ajudado. Foi dessa forma que entendi a intertextualidade. Ademais, o desejo de fome permeia todo o texto, porque o interesse em correr atras parte dele. Se não tenho fome de vitória, não faço o impossível para que isso aconteça

  • II - uma relação dialógica entre o discurso de Adélia Prado e o que ele próprio enuncia ao longo do texto.

    III - uma intertextualidade cuja base temática é o desejo pela fome.

  • não vi intertextualidade, vi intratextualidade. Intratextualidade. "É uma co-relação entre dois ou mais textos. Em Chapeuzinho vermelho, Os tres porquinhos e outro conto onde possivelmente fale de lobo ocorre intratextualidade."

ID
2529370
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 A arte de produzir fome


      Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo…

      Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lições aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiçarias… Se vocês, por acaso, ainda não as conhecem, tratem de conhecê-las: a Babette, no filme “A Festa de Babette”, e a Tita, em “Como Água para Chocolate”. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes não começam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome…

      Quando vivi nos Estados Unidos, minha família e eu visitávamos, vez por outra, uma parenta distante, nascida na Alemanha. Seus hábitos germânicos eram rígidos e implacáveis.

      Não admitia que uma criança se recusasse a comer a comida que era servida. Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, comiam em silêncio. Mas eu me lembro de uma vez em que, voltando para casa, foi preciso parar o carro para que vomitassem. Sem fome, o corpo se recusa a comer. Forçado, ele vomita.

Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim “affetare”, quer dizer “ir atrás”. É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.

      Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde morava, havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia.

      Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las.

      E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu desejo.

      Se eu não tivesse visto e desejado as ditas frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote isso também: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido perguntas.

      Provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar me fez uma primeira sugestão, criminosa. “Pule o muro à noite e roube as pitangas.” Furto, fruto, tão próximos… Sim, de fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão: o medo. E se eu fosse pilhado no momento do meu furto? Assim, rejeitei o pensamento criminoso, pelo seu perigo.

      Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. McLuhan nos ensinou que todos os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas são extensões das pernas, óculos são extensões dos olhos, facas são extensões das unhas.

      Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser uma extensão do braço. Um braço comprido, com cerca de dois metros. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu, sem uma mão, seria inútil: as pitangas cairiam.

      Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura a fruta. Feita a minha máquina, apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu desejo. Anote isso também: conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo.

      Imagine agora se eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a ideia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio, não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. E anote isso também: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido.

      Dizia Miguel de Unamuno: “Saber por saber: isso é inumano…” A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome… Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubá-los. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja…

Fonte: Rubem Alves. Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/2007/08/16/a-arte-de-produzir-fome/Acesso em 12/05/2017.

Na oração: Mas havia um senão: o medo. O termo destacado assume no contexto discursivo da crônica o emprego gramatical de:

Alternativas
Comentários
  • a) Incorreta - Como conjunção alternativa, senão poderia ser substituída por "caso contrário" sim, porém, nesse contexto discursivo não cabe esse entendimento.

    b) Incorreta - No contexto da oração também não tem como assumir essa função com um porquê junto e com acento.

    c) Incorreta - O senão pode ser conjunção adversativa, todavia, no caso específico, não pode ser substituída por "mas".

    d) Correta 

    e) Incorreta - Dependendo do contexto pode ser preposição com sentido de "exceto", com "exceção de".. mas novamente não cabe este emprego gramatical na frase.

  • Letra d- um artigo sempre antecede um substantivo

  • O artigo é um substantivador por excelência. 

     Ex: O falar dele é belo.  

  • falha seria um "substantivo feminino" ex.: ele cometeu uma falha e não um falho! 

  • Mas havia um senão: o medo.

    O Artigo pode modificar qualquer outra classe, não esqueça disso nunca!

     

     

  • Derivação Imprópria.

     

    Bons Estudos!!!!

  • Gab.: D

    É como se ele dissesse que apesar do 'plano que teve do furto criminoso' havia uma falha ou defeito.

    O mas não poderia ser precedido de artigo 'um' pois é uma classe de palavras invariável.

    Apoio no comentário do Neto

    Mas havia um senão (falha/defeito): o medo.

    O Artigo pode modificar qualquer outra classe (menos as invariáveis como é o caso das conjunções), não esqueça disso nunca!

    Demais classes de palavras invariáveis:

    Advérbio, conjunção, preposição e interjeição

    https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/morfologia---grupos-invariaveis-adverbio-conjuncao-preposicao-e-interjeicao.htm

     

     

  • O artigo tem o poder de substantivar(conforme Diego mencionou)contudo, o trecho sublinhado foi apenas a conjunção.O artigo não foi grifado!

    Entendo que poderia ser trocado por uma conjunção adversativa.

    Sou leigo em português, então se alguém poder clarificar...

  • cuidado!!!! alguns comentarios estão equivocados.

    Nem sempre o artigo vai anteceder o substantivo, como é o caso do pronome de tratamento.

    Ex: A senhora se tornará muito rica com tal ideia.

    Fonte: Gramatica de fernando pestana.

  • Senão é uma conjunção coordenativa adversativa quando tem ideia de MAS SIM. Neste caso não poderia ser conjunção pois não tem esse sentido. Além disso, tem um artigo antes que faz com que a palavra fique substantivada. Eu entendi dessa forma. Espero ter ajudado alguém

    Bons estudos!!!

  • B) conjunção explicativa, podendo ser substituída pelo “porquê”.

    Esse "Porquê" é um substantivo, não uma conjunção.

  • Que fique claro que este também é um dos casos em que usamos "SENÃO"

    Quando apresentar o sentido de defeito.

    Ela não tem um "senão" do que reclamar.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Questão para acordar.


ID
2529373
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 A arte de produzir fome


      Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo…

      Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lições aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiçarias… Se vocês, por acaso, ainda não as conhecem, tratem de conhecê-las: a Babette, no filme “A Festa de Babette”, e a Tita, em “Como Água para Chocolate”. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes não começam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome…

      Quando vivi nos Estados Unidos, minha família e eu visitávamos, vez por outra, uma parenta distante, nascida na Alemanha. Seus hábitos germânicos eram rígidos e implacáveis.

      Não admitia que uma criança se recusasse a comer a comida que era servida. Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, comiam em silêncio. Mas eu me lembro de uma vez em que, voltando para casa, foi preciso parar o carro para que vomitassem. Sem fome, o corpo se recusa a comer. Forçado, ele vomita.

Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim “affetare”, quer dizer “ir atrás”. É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.

      Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde morava, havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia.

      Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las.

      E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu desejo.

      Se eu não tivesse visto e desejado as ditas frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote isso também: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido perguntas.

      Provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar me fez uma primeira sugestão, criminosa. “Pule o muro à noite e roube as pitangas.” Furto, fruto, tão próximos… Sim, de fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão: o medo. E se eu fosse pilhado no momento do meu furto? Assim, rejeitei o pensamento criminoso, pelo seu perigo.

      Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. McLuhan nos ensinou que todos os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas são extensões das pernas, óculos são extensões dos olhos, facas são extensões das unhas.

      Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser uma extensão do braço. Um braço comprido, com cerca de dois metros. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu, sem uma mão, seria inútil: as pitangas cairiam.

      Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura a fruta. Feita a minha máquina, apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu desejo. Anote isso também: conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo.

      Imagine agora se eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a ideia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio, não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. E anote isso também: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido.

      Dizia Miguel de Unamuno: “Saber por saber: isso é inumano…” A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome… Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubá-los. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja…

Fonte: Rubem Alves. Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/2007/08/16/a-arte-de-produzir-fome/Acesso em 12/05/2017.

No período: “Não admitia que uma criança se recusasse a comer a comida que era servida”. O termo empregado em destaque é, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A.

    1. “Não admitia QUE uma criança se recusasse a comer a comida que era servida” ---> Não admitia ISSO. (Conj. Integrante)

    2. [...] comer a comida QUE era servida ---> comer a comida A QUAL era servida. (Pronome Relativo)

     

  • a) conjunção integrante/ pronome relativo.

    “Não admitia que (= ISSO = conjunção integrante)  uma criança se recusasse a comer a comida que (pronome relativo)  era servida”.

    o 1º "que" por poder ser substituído por isso (admitia isso) será conjunção integrante e irá iniciar uma oração subordinada substantiva. 

    o 2º que será pronome relativo já que vem antecedido por um nome (não pode ser verbo) 

  • Gabarito: A 

    1. Não admitia QUE uma criança... verbo + QUE = Conjunção Integrante ( Func. Sintática-Oracão Substantiva Objetiva Direta)

    2. ... comer a comida QUE era servida... Substantivo + QUE = Pronome relativo ( Função Sintática -Oração Subordinada Adjetiva)

  • “Não admitia que (tróca-se por ISSO) uma criança se recusasse a comer a comida que (tróca-se por A QUAL) era servida”. 

    que (tróca-se por ISSO) = conjunção integrante.

    que (tróca-se por A QUAL) = pronome relativo.

  • Eis as seguintes frases para ajudar a diferenciar o "que" pronome relativo e o "que" conjunção integrante:

    (1) Já li o livro que me deste.

    (2) Já sei que gostas de mim.

    Na frase (1), o que é um pronome relativo. É pronome, porque está em vez dum nome, isto é, de livro. É relativo, porque está em relação com livro, refere-se a livro. Este que é equivalente a o qualque me deste = o qual me deste. Vê-se claramente o seguinte: este que é o complemento (ou objecto) directo de deste.

    Na frase (2), o que é uma conjunção integrante. É uma conjunção (com + junção), porque faz a junção (a ligação) de uma oração com outra. E é integrante, porque introduz uma oração integrante: que gostas de mim. Esta oração chama-se integrante, porque integra (completa) outra oração, a anterior. Compreende-se perfeitamente, porque ela é o complemento directo da forma verbal sei. Para compreender melhor, é conveniente consultar uma boa gramática e um bom dicionário para ver o que significam as palavras relativo, relação, relacionar, complemento; conjunção, conjuncional, integrante, integrar, etc.

    Fonte: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/conjuncao-integrantepronome-relativo/3557

  • conjunção integrante/ pronome relativo.

  • conjunção integrante/ pronome relativo.


ID
2529376
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 A arte de produzir fome


      Adélia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: “Não quero faca nem queijo; quero é fome”. O comer não começa com o queijo. O comer começa na fome de comer queijo. Se não tenho fome é inútil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e não tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo…

      Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lições aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiçarias… Se vocês, por acaso, ainda não as conhecem, tratem de conhecê-las: a Babette, no filme “A Festa de Babette”, e a Tita, em “Como Água para Chocolate”. Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes não começam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira é aquela que sabe a arte de produzir fome…

      Quando vivi nos Estados Unidos, minha família e eu visitávamos, vez por outra, uma parenta distante, nascida na Alemanha. Seus hábitos germânicos eram rígidos e implacáveis.

      Não admitia que uma criança se recusasse a comer a comida que era servida. Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, comiam em silêncio. Mas eu me lembro de uma vez em que, voltando para casa, foi preciso parar o carro para que vomitassem. Sem fome, o corpo se recusa a comer. Forçado, ele vomita.

Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim “affetare”, quer dizer “ir atrás”. É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.

      Eu era menino. Ao lado da pequena casa onde morava, havia uma casa com um pomar enorme que eu devorava com os olhos, olhando sobre o muro. Pois aconteceu que uma árvore cujos galhos chegavam a dois metros do muro se cobriu de frutinhas que eu não conhecia.

      Eram pequenas, redondas, vermelhas, brilhantes. A simples visão daquelas frutinhas vermelhas provocou o meu desejo. Eu queria comê-las.

      E foi então que, provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar se pôs a funcionar. Anote isso: o pensamento é a ponte que o corpo constrói a fim de chegar ao objeto do seu desejo.

      Se eu não tivesse visto e desejado as ditas frutinhas, minha máquina de pensar teria permanecido parada. Imagine se a vizinha, ao ver os meus olhos desejantes sobre o muro, com dó de mim, tivesse me dado um punhado das ditas frutinhas, as pitangas. Nesse caso, também minha máquina de pensar não teria funcionado. Meu desejo teria se realizado por meio de um atalho, sem que eu tivesse tido necessidade de pensar. Anote isso também: se o desejo for satisfeito, a máquina de pensar não pensa. Assim, realizando-se o desejo, o pensamento não acontece. A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo. Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivesse havido perguntas.

      Provocada pelo meu desejo, minha máquina de pensar me fez uma primeira sugestão, criminosa. “Pule o muro à noite e roube as pitangas.” Furto, fruto, tão próximos… Sim, de fato era uma solução racional. O furto me levaria ao fruto desejado. Mas havia um senão: o medo. E se eu fosse pilhado no momento do meu furto? Assim, rejeitei o pensamento criminoso, pelo seu perigo.

      Mas o desejo continuou e minha máquina de pensar tratou de encontrar outra solução: “Construa uma maquineta de roubar pitangas”. McLuhan nos ensinou que todos os meios técnicos são extensões do corpo. Bicicletas são extensões das pernas, óculos são extensões dos olhos, facas são extensões das unhas.

      Uma maquineta de roubar pitangas teria de ser uma extensão do braço. Um braço comprido, com cerca de dois metros. Peguei um pedaço de bambu. Mas um braço comprido de bambu, sem uma mão, seria inútil: as pitangas cairiam.

      Achei uma lata de massa de tomates vazia. Amarrei-a com um arame na ponta do bambu. E lhe fiz um dente, que funcionasse como um dedo que segura a fruta. Feita a minha máquina, apanhei todas as pitangas que quis e satisfiz meu desejo. Anote isso também: conhecimentos são extensões do corpo para a realização do desejo.

      Imagine agora se eu, mudando-me para um apartamento no Rio de Janeiro, tivesse a ideia de ensinar ao menino meu vizinho a arte de fabricar maquinetas de roubar pitangas. Ele me olharia com desinteresse e pensaria que eu estava louco. No prédio, não havia pitangas para serem roubadas. A cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. E anote isso também: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido.

      Dizia Miguel de Unamuno: “Saber por saber: isso é inumano…” A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome… Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubá-los. Toda tese acadêmica deveria ser isso: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja…

Fonte: Rubem Alves. Disponível em: https://rubemalves.wordpress.com/2007/08/16/a-arte-de-produzir-fome/Acesso em 12/05/2017.

Analise as afirmativas a seguir:


I - Em ”Furto, fruto, tão próximos…” ocorre um trocadilho com efeito semântico diferente entre os termos.

II - No trecho “a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado”, assim como em outras passagens do texto, o termo destacado é uma metáfora.

III - Em “Adélia Prado me ensina pedagogia”, o autor está sendo irônico, e isso se confirma na medida que o texto avança.


Assinale

Alternativas
Comentários
  • Pq o II é metáfora?
  • Eu entendi assim: Se a fome é o estimulo para comer, logo se compara com o estimulo do pensamento para buscar o conhecimento.

  • Metáfora é uma figura de linguagem em que um termo ou frase é aplicado a algo ao qual não é literalmente aplicável, a fim de sugerir uma semelhança

    Na frase "a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado"

    Podemos considerar que há, no mínimo, uma metáfora ao considerar que "a alma pode voar em busca do fruto sonhado" que quer dizer que o espírito pode buscar o conhecimento para matar sua curiosidade.

     

    Em suma: literalmente, alma não voa. 

     

  • d)

    se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 

  • Gab.: D

    Errei porque pensei na alternativa III que o autor estava sendo ironico até relembrar um conceito básico de ironia, observa-se que é verdade mesmo que iusitadamente ela ensina pedagogia com esse exemplo nada comum mas de mais fácil captação do que se fosse explicado mais formalmente:

    A ironia é uma forma de expressão literária ou uma figura de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se quer expressar. Wikipédia

    E o autor não diz o contrário, ele de fato pode aprender através disso.

  • A II nao seria uma prosopopéia?

  • se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

  • No III a citada foi cômica e um pouco sarcástica. Não irônica.

  • Alguém poderia explicar o item I ?

    Não seria efeito semântico iguais, "catafórica"?


ID
2529385
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Mesa Redonda: Cidadania na sociedade inclusiva


      No ano passado, fiz um curso de marketing social com várias entidades de todo o Brasil. Cada entidade tinha que falar do seu trabalho e uma ONG muito conhecida, muito moderna de Salvador, descreveu assim o seu trabalho: "Na nossa ONG profissionalizamos todo e qualquer adolescente que lá chegue em busca de profissionalização. Pode ser rico, pobre, branco, negro, índio, mulher ou homem". Eu disse: "Que bárbaro! Então vocês também profissionalizam jovens com deficiência?". "Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!". Eles são maus, estão errados? Não. Simplesmente foram criados, como todos nós, achando que a deficiência fazia parte de uma quarta dimensão da vida. Quando você cresce e se profissionaliza, não importa que profissão você tenha, mesmo bem-intencionado, você percebe que não foi ensinado, nem treinado ou capacitado para se articular ética e politicamente com pessoas com deficiência. Assim, como profissionais, começamos a fazer besteiras por aí, não importa a profissão que tenhamos escolhido. Eu disse: "Você não está errado, você pode não querer profissionalizar pessoas com deficiência". Acho até que ele pode falar isso, mas deveria mudar o seu estatuto e o seu discurso. Não dissera que profissionalizavam todo jovem que os procurava?

      Nessa mesma reunião, uma ONG do Rio de Janeiro, ligada a uma grande faculdade particular, falou: "A nossa ONG é especializada em educação, temos o maior acervo do Rio de Janeiro em livros sobre educação". Eu falei: "Que bom, então vocês também devem ter tudo sobre educação inclusiva, educação especial". Ela falou: "Não, isso não, só trabalhamos com educação". Eu disse: "Bom, você também tem o direito de querer que a sua ONG trabalhe com o que você chama de educação, mas não é o que nós chamamos, o que o mundo chama de educação. É preciso rever no seu estatuto o que a sua ONG está fazendo".

      Isso é importante, triste e instigante porque mostra o quanto, ainda hoje, a caminho do terceiro milênio, a deficiência continua sendo uma questão da família e não conseguiu ser uma questão cultural ou social. Mas por que não conseguiu ser uma questão cultural ou social? Porque, infelizmente, ainda não é considerada uma questão humana. [...]

      Tornei-me aos poucos uma jornalista especializada em temas que favoreçam a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Para minha surpresa, as pessoas acham que eu só penso nisso. Na verdade, sempre que se fala em ética, em direitos humanos, em cidadania, em bioética, em parceria, aliança e cumplicidade, falase de inclusão, de pessoas com deficiências. Mas a maioria das discussões a respeito dessas questões, no nosso país, fica superficial, não chega ao clímax, ao orgasmo, digamos assim, da reflexão. Por que não se vai às últimas consequências, por que não se põe de forma transversal a questão da inclusão das pessoas com deficiência nessas discussões?

      [...]

      De acordo com a Resolução 45/91 da ONU, todos os conceitos parecidos com inclusão se referem a quem é minoria. E aí nos voltamos às minorias clássicas, ligadas às questões sociais, ou então minorias que nem o são, como as mulheres, que ainda têm hoje uma conotação minoritária. É um conceito preocupado com quem está em minoria, daí acredito que se refere a todos, porque qualquer um de nós, no decorrer da vida, vai estar várias vezes numa situação de minoria, torcendo para não ser discriminado e muito feliz porque colaborou para a implantação de um mundo inclusivo, ou muito arrependido de não ter feito isso.

      Inclusão social é uma expressão muito perigosa, porque o social no Brasil e em muitos países é construído não em cima da humanidade, não em cima de todos os homens, mas em cima de alguns homens. Quando falo de incluir, falo de incluir no reino animal, no ramo vertebrados, na classe mamíferos, no gênero homo, da sapiens espécie, a nossa. Incluir é nascer. Nascemos incluídos. O que acontece depois é que vai aos poucos estragando tudo. Tem terra, não tem onde morar. A criança cresce mais ou menos em dívida com essa questão. A deficiência é comemorada e falada na mídia em dias de festa, em dias de seminário. Como se não houvesse vagas no dia a dia da humanidade para esse tema. Como se não houvesse vagas para esse tema ser abordado todos os dias a cada minuto. Nada é mais humano do que a deficiência.

Cláudia Werneck Jornalista formada pela UFRJ, escritora especializada em temas que favoreçam a inclusão. Disponível em: http://proex.pucminas.br/sociedadeinclusiva/anaispdf/claudia.pdf. Acesso em 12 maio 2017. 

Embora a autora admita que existam questões positivas envolvendo a educação, esta ainda não é capaz de envolver uma minoria com deficiência, e isso resulta

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D.

    "a deficiência continua sendo uma questão da família e não conseguiu ser uma questão cultural ou social. Mas por que não conseguiu ser uma questão cultural ou social?"  (terceiro paragrafo)


ID
2529388
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Mesa Redonda: Cidadania na sociedade inclusiva


      No ano passado, fiz um curso de marketing social com várias entidades de todo o Brasil. Cada entidade tinha que falar do seu trabalho e uma ONG muito conhecida, muito moderna de Salvador, descreveu assim o seu trabalho: "Na nossa ONG profissionalizamos todo e qualquer adolescente que lá chegue em busca de profissionalização. Pode ser rico, pobre, branco, negro, índio, mulher ou homem". Eu disse: "Que bárbaro! Então vocês também profissionalizam jovens com deficiência?". "Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!". Eles são maus, estão errados? Não. Simplesmente foram criados, como todos nós, achando que a deficiência fazia parte de uma quarta dimensão da vida. Quando você cresce e se profissionaliza, não importa que profissão você tenha, mesmo bem-intencionado, você percebe que não foi ensinado, nem treinado ou capacitado para se articular ética e politicamente com pessoas com deficiência. Assim, como profissionais, começamos a fazer besteiras por aí, não importa a profissão que tenhamos escolhido. Eu disse: "Você não está errado, você pode não querer profissionalizar pessoas com deficiência". Acho até que ele pode falar isso, mas deveria mudar o seu estatuto e o seu discurso. Não dissera que profissionalizavam todo jovem que os procurava?

      Nessa mesma reunião, uma ONG do Rio de Janeiro, ligada a uma grande faculdade particular, falou: "A nossa ONG é especializada em educação, temos o maior acervo do Rio de Janeiro em livros sobre educação". Eu falei: "Que bom, então vocês também devem ter tudo sobre educação inclusiva, educação especial". Ela falou: "Não, isso não, só trabalhamos com educação". Eu disse: "Bom, você também tem o direito de querer que a sua ONG trabalhe com o que você chama de educação, mas não é o que nós chamamos, o que o mundo chama de educação. É preciso rever no seu estatuto o que a sua ONG está fazendo".

      Isso é importante, triste e instigante porque mostra o quanto, ainda hoje, a caminho do terceiro milênio, a deficiência continua sendo uma questão da família e não conseguiu ser uma questão cultural ou social. Mas por que não conseguiu ser uma questão cultural ou social? Porque, infelizmente, ainda não é considerada uma questão humana. [...]

      Tornei-me aos poucos uma jornalista especializada em temas que favoreçam a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Para minha surpresa, as pessoas acham que eu só penso nisso. Na verdade, sempre que se fala em ética, em direitos humanos, em cidadania, em bioética, em parceria, aliança e cumplicidade, falase de inclusão, de pessoas com deficiências. Mas a maioria das discussões a respeito dessas questões, no nosso país, fica superficial, não chega ao clímax, ao orgasmo, digamos assim, da reflexão. Por que não se vai às últimas consequências, por que não se põe de forma transversal a questão da inclusão das pessoas com deficiência nessas discussões?

      [...]

      De acordo com a Resolução 45/91 da ONU, todos os conceitos parecidos com inclusão se referem a quem é minoria. E aí nos voltamos às minorias clássicas, ligadas às questões sociais, ou então minorias que nem o são, como as mulheres, que ainda têm hoje uma conotação minoritária. É um conceito preocupado com quem está em minoria, daí acredito que se refere a todos, porque qualquer um de nós, no decorrer da vida, vai estar várias vezes numa situação de minoria, torcendo para não ser discriminado e muito feliz porque colaborou para a implantação de um mundo inclusivo, ou muito arrependido de não ter feito isso.

      Inclusão social é uma expressão muito perigosa, porque o social no Brasil e em muitos países é construído não em cima da humanidade, não em cima de todos os homens, mas em cima de alguns homens. Quando falo de incluir, falo de incluir no reino animal, no ramo vertebrados, na classe mamíferos, no gênero homo, da sapiens espécie, a nossa. Incluir é nascer. Nascemos incluídos. O que acontece depois é que vai aos poucos estragando tudo. Tem terra, não tem onde morar. A criança cresce mais ou menos em dívida com essa questão. A deficiência é comemorada e falada na mídia em dias de festa, em dias de seminário. Como se não houvesse vagas no dia a dia da humanidade para esse tema. Como se não houvesse vagas para esse tema ser abordado todos os dias a cada minuto. Nada é mais humano do que a deficiência.

Cláudia Werneck Jornalista formada pela UFRJ, escritora especializada em temas que favoreçam a inclusão. Disponível em: http://proex.pucminas.br/sociedadeinclusiva/anaispdf/claudia.pdf. Acesso em 12 maio 2017. 

Observe que no primeiro parágrafo a autora instiga o interlocutor à reflexão sobre

Alternativas
Comentários
  • Para quem não sabia o que significava práxis igual a mim:

     

    práxis - substantivo feminino

    1. prática; ação concreta.

    fil no aristotelismo, conjunto de atividades humanas autotélicas, cuja manifestação mais representativa é a política, e caracterizadas esp. por sua natureza concreta, em oposição à reflexão teórica.

     

    2.parte do conhecimento voltada para as relações sociais e as reflexões políticas, econômicas e morais.

    Origem ETIM gr. prâksis,eōs 'ação, conduta'

     

     Gabarito letra a)

  • Gabarito A.

    " mas deveria mudar o seu estatuto e o seu discurso. Não dissera que profissionalizavam todo jovem que os procurava?" (1 paragrafo, ultima linha)

  • GABARITO: A

    Hiato no sentido figurado significa intervalo, espaço, ou seja, de acordo com o texto há um espaço, uma distância entre a práxis (conduta, prática) e o discurso. 

     "Na nossa ONG profissionalizamos todo e qualquer adolescente que lá chegue em busca de profissionalização. Pode ser rico, pobre, branco, negro, índio, mulher ou homem". Eu disse: "Que bárbaro! Então vocês também profissionalizam jovens com deficiência?". "Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!". 

  • GABARITO A

     

    um hiato entre a práxis e o discurso, o que quer dizer: uma contradição entre o que se fala e o que se faz.


ID
2529391
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Mesa Redonda: Cidadania na sociedade inclusiva


      No ano passado, fiz um curso de marketing social com várias entidades de todo o Brasil. Cada entidade tinha que falar do seu trabalho e uma ONG muito conhecida, muito moderna de Salvador, descreveu assim o seu trabalho: "Na nossa ONG profissionalizamos todo e qualquer adolescente que lá chegue em busca de profissionalização. Pode ser rico, pobre, branco, negro, índio, mulher ou homem". Eu disse: "Que bárbaro! Então vocês também profissionalizam jovens com deficiência?". "Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!". Eles são maus, estão errados? Não. Simplesmente foram criados, como todos nós, achando que a deficiência fazia parte de uma quarta dimensão da vida. Quando você cresce e se profissionaliza, não importa que profissão você tenha, mesmo bem-intencionado, você percebe que não foi ensinado, nem treinado ou capacitado para se articular ética e politicamente com pessoas com deficiência. Assim, como profissionais, começamos a fazer besteiras por aí, não importa a profissão que tenhamos escolhido. Eu disse: "Você não está errado, você pode não querer profissionalizar pessoas com deficiência". Acho até que ele pode falar isso, mas deveria mudar o seu estatuto e o seu discurso. Não dissera que profissionalizavam todo jovem que os procurava?

      Nessa mesma reunião, uma ONG do Rio de Janeiro, ligada a uma grande faculdade particular, falou: "A nossa ONG é especializada em educação, temos o maior acervo do Rio de Janeiro em livros sobre educação". Eu falei: "Que bom, então vocês também devem ter tudo sobre educação inclusiva, educação especial". Ela falou: "Não, isso não, só trabalhamos com educação". Eu disse: "Bom, você também tem o direito de querer que a sua ONG trabalhe com o que você chama de educação, mas não é o que nós chamamos, o que o mundo chama de educação. É preciso rever no seu estatuto o que a sua ONG está fazendo".

      Isso é importante, triste e instigante porque mostra o quanto, ainda hoje, a caminho do terceiro milênio, a deficiência continua sendo uma questão da família e não conseguiu ser uma questão cultural ou social. Mas por que não conseguiu ser uma questão cultural ou social? Porque, infelizmente, ainda não é considerada uma questão humana. [...]

      Tornei-me aos poucos uma jornalista especializada em temas que favoreçam a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Para minha surpresa, as pessoas acham que eu só penso nisso. Na verdade, sempre que se fala em ética, em direitos humanos, em cidadania, em bioética, em parceria, aliança e cumplicidade, falase de inclusão, de pessoas com deficiências. Mas a maioria das discussões a respeito dessas questões, no nosso país, fica superficial, não chega ao clímax, ao orgasmo, digamos assim, da reflexão. Por que não se vai às últimas consequências, por que não se põe de forma transversal a questão da inclusão das pessoas com deficiência nessas discussões?

      [...]

      De acordo com a Resolução 45/91 da ONU, todos os conceitos parecidos com inclusão se referem a quem é minoria. E aí nos voltamos às minorias clássicas, ligadas às questões sociais, ou então minorias que nem o são, como as mulheres, que ainda têm hoje uma conotação minoritária. É um conceito preocupado com quem está em minoria, daí acredito que se refere a todos, porque qualquer um de nós, no decorrer da vida, vai estar várias vezes numa situação de minoria, torcendo para não ser discriminado e muito feliz porque colaborou para a implantação de um mundo inclusivo, ou muito arrependido de não ter feito isso.

      Inclusão social é uma expressão muito perigosa, porque o social no Brasil e em muitos países é construído não em cima da humanidade, não em cima de todos os homens, mas em cima de alguns homens. Quando falo de incluir, falo de incluir no reino animal, no ramo vertebrados, na classe mamíferos, no gênero homo, da sapiens espécie, a nossa. Incluir é nascer. Nascemos incluídos. O que acontece depois é que vai aos poucos estragando tudo. Tem terra, não tem onde morar. A criança cresce mais ou menos em dívida com essa questão. A deficiência é comemorada e falada na mídia em dias de festa, em dias de seminário. Como se não houvesse vagas no dia a dia da humanidade para esse tema. Como se não houvesse vagas para esse tema ser abordado todos os dias a cada minuto. Nada é mais humano do que a deficiência.

Cláudia Werneck Jornalista formada pela UFRJ, escritora especializada em temas que favoreçam a inclusão. Disponível em: http://proex.pucminas.br/sociedadeinclusiva/anaispdf/claudia.pdf. Acesso em 12 maio 2017. 

"Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!"


No período exposto, ocorre na estrutura das orações uma intencional

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: letra "e"

     

    "Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!"

     

    As palavras em negrito estão dando ênfase intencional por gradação. Esta figura de pensamento representa ideias apresentadas em progressão, com aumento ou diminuição da intensidade, neste caso específico uma gradação ascendente ou climax.

     

    Fonte: Livro - Português para concursos

     

  • GABARITO E

     

    Só complementando:

     

    Hipérbole é exagero com propósito expressivo

     

    Pleonasmo é o uso excessivo de palavras na transmissão de uma ideia, ocorrendo repetição e redundância


ID
2529394
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Mesa Redonda: Cidadania na sociedade inclusiva


      No ano passado, fiz um curso de marketing social com várias entidades de todo o Brasil. Cada entidade tinha que falar do seu trabalho e uma ONG muito conhecida, muito moderna de Salvador, descreveu assim o seu trabalho: "Na nossa ONG profissionalizamos todo e qualquer adolescente que lá chegue em busca de profissionalização. Pode ser rico, pobre, branco, negro, índio, mulher ou homem". Eu disse: "Que bárbaro! Então vocês também profissionalizam jovens com deficiência?". "Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!". Eles são maus, estão errados? Não. Simplesmente foram criados, como todos nós, achando que a deficiência fazia parte de uma quarta dimensão da vida. Quando você cresce e se profissionaliza, não importa que profissão você tenha, mesmo bem-intencionado, você percebe que não foi ensinado, nem treinado ou capacitado para se articular ética e politicamente com pessoas com deficiência. Assim, como profissionais, começamos a fazer besteiras por aí, não importa a profissão que tenhamos escolhido. Eu disse: "Você não está errado, você pode não querer profissionalizar pessoas com deficiência". Acho até que ele pode falar isso, mas deveria mudar o seu estatuto e o seu discurso. Não dissera que profissionalizavam todo jovem que os procurava?

      Nessa mesma reunião, uma ONG do Rio de Janeiro, ligada a uma grande faculdade particular, falou: "A nossa ONG é especializada em educação, temos o maior acervo do Rio de Janeiro em livros sobre educação". Eu falei: "Que bom, então vocês também devem ter tudo sobre educação inclusiva, educação especial". Ela falou: "Não, isso não, só trabalhamos com educação". Eu disse: "Bom, você também tem o direito de querer que a sua ONG trabalhe com o que você chama de educação, mas não é o que nós chamamos, o que o mundo chama de educação. É preciso rever no seu estatuto o que a sua ONG está fazendo".

      Isso é importante, triste e instigante porque mostra o quanto, ainda hoje, a caminho do terceiro milênio, a deficiência continua sendo uma questão da família e não conseguiu ser uma questão cultural ou social. Mas por que não conseguiu ser uma questão cultural ou social? Porque, infelizmente, ainda não é considerada uma questão humana. [...]

      Tornei-me aos poucos uma jornalista especializada em temas que favoreçam a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Para minha surpresa, as pessoas acham que eu só penso nisso. Na verdade, sempre que se fala em ética, em direitos humanos, em cidadania, em bioética, em parceria, aliança e cumplicidade, falase de inclusão, de pessoas com deficiências. Mas a maioria das discussões a respeito dessas questões, no nosso país, fica superficial, não chega ao clímax, ao orgasmo, digamos assim, da reflexão. Por que não se vai às últimas consequências, por que não se põe de forma transversal a questão da inclusão das pessoas com deficiência nessas discussões?

      [...]

      De acordo com a Resolução 45/91 da ONU, todos os conceitos parecidos com inclusão se referem a quem é minoria. E aí nos voltamos às minorias clássicas, ligadas às questões sociais, ou então minorias que nem o são, como as mulheres, que ainda têm hoje uma conotação minoritária. É um conceito preocupado com quem está em minoria, daí acredito que se refere a todos, porque qualquer um de nós, no decorrer da vida, vai estar várias vezes numa situação de minoria, torcendo para não ser discriminado e muito feliz porque colaborou para a implantação de um mundo inclusivo, ou muito arrependido de não ter feito isso.

      Inclusão social é uma expressão muito perigosa, porque o social no Brasil e em muitos países é construído não em cima da humanidade, não em cima de todos os homens, mas em cima de alguns homens. Quando falo de incluir, falo de incluir no reino animal, no ramo vertebrados, na classe mamíferos, no gênero homo, da sapiens espécie, a nossa. Incluir é nascer. Nascemos incluídos. O que acontece depois é que vai aos poucos estragando tudo. Tem terra, não tem onde morar. A criança cresce mais ou menos em dívida com essa questão. A deficiência é comemorada e falada na mídia em dias de festa, em dias de seminário. Como se não houvesse vagas no dia a dia da humanidade para esse tema. Como se não houvesse vagas para esse tema ser abordado todos os dias a cada minuto. Nada é mais humano do que a deficiência.

Cláudia Werneck Jornalista formada pela UFRJ, escritora especializada em temas que favoreçam a inclusão. Disponível em: http://proex.pucminas.br/sociedadeinclusiva/anaispdf/claudia.pdf. Acesso em 12 maio 2017. 

Sobre a expressão “Que Bárbaro!” usada pela autora, pode se afirmar que


I - são usadas com muita frequência na língua falada informal, quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade.

II - no contexto do texto, o emprego caracteriza uma natureza semântica que anuncia emoção.

III - no contexto do texto, a interjeição empregada teve um propósito de ironizar a ação do interlocutor.


Está ou estão corretas

Alternativas
Comentários
  • I - são usadas com muita frequência na língua falada informal / aaaaaaaam?

     

  • GABARITO C

     

    III- não foi uma ironia, e sim o real sentimento dela.


ID
2529397
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Mesa Redonda: Cidadania na sociedade inclusiva


      No ano passado, fiz um curso de marketing social com várias entidades de todo o Brasil. Cada entidade tinha que falar do seu trabalho e uma ONG muito conhecida, muito moderna de Salvador, descreveu assim o seu trabalho: "Na nossa ONG profissionalizamos todo e qualquer adolescente que lá chegue em busca de profissionalização. Pode ser rico, pobre, branco, negro, índio, mulher ou homem". Eu disse: "Que bárbaro! Então vocês também profissionalizam jovens com deficiência?". "Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!". Eles são maus, estão errados? Não. Simplesmente foram criados, como todos nós, achando que a deficiência fazia parte de uma quarta dimensão da vida. Quando você cresce e se profissionaliza, não importa que profissão você tenha, mesmo bem-intencionado, você percebe que não foi ensinado, nem treinado ou capacitado para se articular ética e politicamente com pessoas com deficiência. Assim, como profissionais, começamos a fazer besteiras por aí, não importa a profissão que tenhamos escolhido. Eu disse: "Você não está errado, você pode não querer profissionalizar pessoas com deficiência". Acho até que ele pode falar isso, mas deveria mudar o seu estatuto e o seu discurso. Não dissera que profissionalizavam todo jovem que os procurava?

      Nessa mesma reunião, uma ONG do Rio de Janeiro, ligada a uma grande faculdade particular, falou: "A nossa ONG é especializada em educação, temos o maior acervo do Rio de Janeiro em livros sobre educação". Eu falei: "Que bom, então vocês também devem ter tudo sobre educação inclusiva, educação especial". Ela falou: "Não, isso não, só trabalhamos com educação". Eu disse: "Bom, você também tem o direito de querer que a sua ONG trabalhe com o que você chama de educação, mas não é o que nós chamamos, o que o mundo chama de educação. É preciso rever no seu estatuto o que a sua ONG está fazendo".

      Isso é importante, triste e instigante porque mostra o quanto, ainda hoje, a caminho do terceiro milênio, a deficiência continua sendo uma questão da família e não conseguiu ser uma questão cultural ou social. Mas por que não conseguiu ser uma questão cultural ou social? Porque, infelizmente, ainda não é considerada uma questão humana. [...]

      Tornei-me aos poucos uma jornalista especializada em temas que favoreçam a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Para minha surpresa, as pessoas acham que eu só penso nisso. Na verdade, sempre que se fala em ética, em direitos humanos, em cidadania, em bioética, em parceria, aliança e cumplicidade, falase de inclusão, de pessoas com deficiências. Mas a maioria das discussões a respeito dessas questões, no nosso país, fica superficial, não chega ao clímax, ao orgasmo, digamos assim, da reflexão. Por que não se vai às últimas consequências, por que não se põe de forma transversal a questão da inclusão das pessoas com deficiência nessas discussões?

      [...]

      De acordo com a Resolução 45/91 da ONU, todos os conceitos parecidos com inclusão se referem a quem é minoria. E aí nos voltamos às minorias clássicas, ligadas às questões sociais, ou então minorias que nem o são, como as mulheres, que ainda têm hoje uma conotação minoritária. É um conceito preocupado com quem está em minoria, daí acredito que se refere a todos, porque qualquer um de nós, no decorrer da vida, vai estar várias vezes numa situação de minoria, torcendo para não ser discriminado e muito feliz porque colaborou para a implantação de um mundo inclusivo, ou muito arrependido de não ter feito isso.

      Inclusão social é uma expressão muito perigosa, porque o social no Brasil e em muitos países é construído não em cima da humanidade, não em cima de todos os homens, mas em cima de alguns homens. Quando falo de incluir, falo de incluir no reino animal, no ramo vertebrados, na classe mamíferos, no gênero homo, da sapiens espécie, a nossa. Incluir é nascer. Nascemos incluídos. O que acontece depois é que vai aos poucos estragando tudo. Tem terra, não tem onde morar. A criança cresce mais ou menos em dívida com essa questão. A deficiência é comemorada e falada na mídia em dias de festa, em dias de seminário. Como se não houvesse vagas no dia a dia da humanidade para esse tema. Como se não houvesse vagas para esse tema ser abordado todos os dias a cada minuto. Nada é mais humano do que a deficiência.

Cláudia Werneck Jornalista formada pela UFRJ, escritora especializada em temas que favoreçam a inclusão. Disponível em: http://proex.pucminas.br/sociedadeinclusiva/anaispdf/claudia.pdf. Acesso em 12 maio 2017. 

Em: “Por que não se vai às últimas consequências, por que não se põe de forma transversal a questão da inclusão das pessoas com deficiência nessas discussões?”...o termo em destaque poderia ser substituído sem perda de sentido por:

Alternativas
Comentários
  • Transversal : que cruza, atravessa determinado ponto. Cujo sentindo é obliquo(inclinado) em relaçao a determinado referente. 

  • GABARITO B

     

    Exemplo: Me encontre na padaria que fica na transversal da Rua A com a Rua B

                                            ou seja, no cruzamento das Ruas A e B.

     

    Paralela é algo lado a lado...não se cruza,...

    Ex:  Paralelo ao meu trabalho, nas horas vagas estudo. (as duas coisas podem caminhar juntas)

     

    Uma Reta "sozinha" não tem cruzamento

    Bilateral 2 lados 

     


ID
2529400
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Mesa Redonda: Cidadania na sociedade inclusiva


      No ano passado, fiz um curso de marketing social com várias entidades de todo o Brasil. Cada entidade tinha que falar do seu trabalho e uma ONG muito conhecida, muito moderna de Salvador, descreveu assim o seu trabalho: "Na nossa ONG profissionalizamos todo e qualquer adolescente que lá chegue em busca de profissionalização. Pode ser rico, pobre, branco, negro, índio, mulher ou homem". Eu disse: "Que bárbaro! Então vocês também profissionalizam jovens com deficiência?". "Não, pelo amor de Deus, isso não, nunca pensamos nisso, nunca passou pela nossa cabeça!". Eles são maus, estão errados? Não. Simplesmente foram criados, como todos nós, achando que a deficiência fazia parte de uma quarta dimensão da vida. Quando você cresce e se profissionaliza, não importa que profissão você tenha, mesmo bem-intencionado, você percebe que não foi ensinado, nem treinado ou capacitado para se articular ética e politicamente com pessoas com deficiência. Assim, como profissionais, começamos a fazer besteiras por aí, não importa a profissão que tenhamos escolhido. Eu disse: "Você não está errado, você pode não querer profissionalizar pessoas com deficiência". Acho até que ele pode falar isso, mas deveria mudar o seu estatuto e o seu discurso. Não dissera que profissionalizavam todo jovem que os procurava?

      Nessa mesma reunião, uma ONG do Rio de Janeiro, ligada a uma grande faculdade particular, falou: "A nossa ONG é especializada em educação, temos o maior acervo do Rio de Janeiro em livros sobre educação". Eu falei: "Que bom, então vocês também devem ter tudo sobre educação inclusiva, educação especial". Ela falou: "Não, isso não, só trabalhamos com educação". Eu disse: "Bom, você também tem o direito de querer que a sua ONG trabalhe com o que você chama de educação, mas não é o que nós chamamos, o que o mundo chama de educação. É preciso rever no seu estatuto o que a sua ONG está fazendo".

      Isso é importante, triste e instigante porque mostra o quanto, ainda hoje, a caminho do terceiro milênio, a deficiência continua sendo uma questão da família e não conseguiu ser uma questão cultural ou social. Mas por que não conseguiu ser uma questão cultural ou social? Porque, infelizmente, ainda não é considerada uma questão humana. [...]

      Tornei-me aos poucos uma jornalista especializada em temas que favoreçam a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Para minha surpresa, as pessoas acham que eu só penso nisso. Na verdade, sempre que se fala em ética, em direitos humanos, em cidadania, em bioética, em parceria, aliança e cumplicidade, falase de inclusão, de pessoas com deficiências. Mas a maioria das discussões a respeito dessas questões, no nosso país, fica superficial, não chega ao clímax, ao orgasmo, digamos assim, da reflexão. Por que não se vai às últimas consequências, por que não se põe de forma transversal a questão da inclusão das pessoas com deficiência nessas discussões?

      [...]

      De acordo com a Resolução 45/91 da ONU, todos os conceitos parecidos com inclusão se referem a quem é minoria. E aí nos voltamos às minorias clássicas, ligadas às questões sociais, ou então minorias que nem o são, como as mulheres, que ainda têm hoje uma conotação minoritária. É um conceito preocupado com quem está em minoria, daí acredito que se refere a todos, porque qualquer um de nós, no decorrer da vida, vai estar várias vezes numa situação de minoria, torcendo para não ser discriminado e muito feliz porque colaborou para a implantação de um mundo inclusivo, ou muito arrependido de não ter feito isso.

      Inclusão social é uma expressão muito perigosa, porque o social no Brasil e em muitos países é construído não em cima da humanidade, não em cima de todos os homens, mas em cima de alguns homens. Quando falo de incluir, falo de incluir no reino animal, no ramo vertebrados, na classe mamíferos, no gênero homo, da sapiens espécie, a nossa. Incluir é nascer. Nascemos incluídos. O que acontece depois é que vai aos poucos estragando tudo. Tem terra, não tem onde morar. A criança cresce mais ou menos em dívida com essa questão. A deficiência é comemorada e falada na mídia em dias de festa, em dias de seminário. Como se não houvesse vagas no dia a dia da humanidade para esse tema. Como se não houvesse vagas para esse tema ser abordado todos os dias a cada minuto. Nada é mais humano do que a deficiência.

Cláudia Werneck Jornalista formada pela UFRJ, escritora especializada em temas que favoreçam a inclusão. Disponível em: http://proex.pucminas.br/sociedadeinclusiva/anaispdf/claudia.pdf. Acesso em 12 maio 2017. 

No texto, é possível identificar uma sequência tipológica com característica predominantemente

Alternativas
Comentários
  • TEXTO NARRATIVO -

    *Uma seqüência de acontecimentos, fatos ocorridos (passagem de tempo).

    *Predominância de verbos no pretérito do indicativo (acontecimentos realizados).

     

    TEXTO DESCRITIVO -

    *Apontamento de características, fatos, acontecimentos. Descrição! (tempo estático).

    *Predominância de verbos no presente do indicativo e pretérito imperfeito.

     

    TEXTO DISSERTATIVO -

    *Apresentação e defesa de um ponto de vista; evidenciar opinião, sem o uso da 1ª pessoa.

    *Predominância de verbos no presente do indicativo.

     

    TEXTO INJUNTIVO -

    *Faz uma recomendação, te ensina um fazer, um realizar.

    gabarito letra e 

  • Colunistas quase sempre, Dissertam sobre algo. 

     

    Gab. E

  • GABARITO: E

     

    Entendo que muitas pessoas marcaram a "D" por o texto estar na primeira pessoa do singular, mas é possível ter um texto em primeira pessoa dissertativo. Tenha em mente que uma dissertação é um texto com a opinião do autor. Ele defende, ele crítica e etc.

    Vejam esse segmento:

    "Inclusão social é uma expressão muito perigosa, porque o social no Brasil e em muitos países é construído não em cima da humanidade, não em cima de todos os homens, mas em cima de alguns homens. Quando falo de incluir, falo de incluir no reino animal, no ramo vertebrados, na classe mamíferos, no gênero homo, da sapiens espécie, a nossa."

     

    Bons estudos!

  • Entre narração e dissertação prevalece a última. 

     

    #Fé! 

  • Tipologia textual

    Narração: Personagens, Enredo, Espaço...

    Descrição: Enumeração, Comparação, Retrato Verbal...

    Dissertação: Expositiva, Argumentativa, Debater...

    Injunção: Instrucional (Manuais, Receitas, Bulas...)

    Exposição: Fatos, Impessoal (Notícias Jornalísticas)

     

    Referencial é uma função!

  • existe tipo: narrativa/descritivo/expositivo etc... e existe a função... que pode ser referencial, conotativa, metaliguitica, Fática...

ID
2529409
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               A ANDORINHA E OS PÁSSAROS


      Nos primeiros dias da estação de caça, a andorinha sentiu o perigo que rondava seus irmãos. Convocou então os pássaros para uma assembleia e aconselhou-os a arrancar dos carvalhos as parasitas viscosas. E acrescentou:

      - Se vocês não conseguirem fazer isso, vão até os homens e peçam-lhes para não recorrer ao visco para nos pegar.

      Os pássaros apenas riram, achando que a andorinha não estava bem do juízo. Ela, por seu lado, foi até os homens e pediu-lhes clemência para todos. Eles a acolheram por vê-la tão inteligente e deram-lhe abrigo. A andorinha encontrou refúgio e proteção entre eles. Já os outros pássaros foram pegos e serviram de alimento para os homens.

Moral da fábula: Quem sabe prever os perigos consegue se safar melhor.

Fonte:(Esopo. Fábulas de Esopo. Porto Alegre. L&PM.1997. p. 182.) IN: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. 7.ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2013.

A expressão “para” foi empregada com sentido de finalidade no contexto da fábula em:

Alternativas
Comentários
  • g) Finalidade

    As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal.

    Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE

    Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que.

    Por Exemplo:

    Aproximei-me dela 

    a fim de que ficássemos amigos.
    Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.

    Já os outros pássaros foram pegos e serviram de alimento para os homens.​ A ideia de finalidade, pois os outros pássaros serviram de alimentos.

  • Se vocês não conseguirem fazer isso, vão até os homens e peçam-lhes para não recorrer ao visco para ( a fim de )nos pegar. Finalidade

     

    Visco -  Suco vegetal glutinoso com que se envolvem varas delgadas para apanhar pequenas aves.

  • "Convocou então os pássaros para uma assembleia e aconselhou-os a arrancar dos carvalhos as parasitas viscosas. "

    Olha,  concordo que a letra E seja a certa, mas os pássaros foram convocados com a finalidade de promover uma assembleia. 

    ?!?!?!

     

     

  • Alguém sabe explicar por que "para uma assembleia" não representa finalidade?

  • Deve haver um verbo no infinitivo logo após o "para". A estrutura deve ser assim: "para"+verbo_no_infinitivo+objeto. A resposta é a letra E, embora o objeto esteja entre o "para" e o verbo_no_infinitivo.

  • PARA INDICANDO FINALIDADE >>>> PARA + VERBO NO INFINITIVO


ID
2529412
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               A ANDORINHA E OS PÁSSAROS


      Nos primeiros dias da estação de caça, a andorinha sentiu o perigo que rondava seus irmãos. Convocou então os pássaros para uma assembleia e aconselhou-os a arrancar dos carvalhos as parasitas viscosas. E acrescentou:

      - Se vocês não conseguirem fazer isso, vão até os homens e peçam-lhes para não recorrer ao visco para nos pegar.

      Os pássaros apenas riram, achando que a andorinha não estava bem do juízo. Ela, por seu lado, foi até os homens e pediu-lhes clemência para todos. Eles a acolheram por vê-la tão inteligente e deram-lhe abrigo. A andorinha encontrou refúgio e proteção entre eles. Já os outros pássaros foram pegos e serviram de alimento para os homens.

Moral da fábula: Quem sabe prever os perigos consegue se safar melhor.

Fonte:(Esopo. Fábulas de Esopo. Porto Alegre. L&PM.1997. p. 182.) IN: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. 7.ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2013.

Se vocês não conseguirem fazer isso, vão até os homens e peçam-lhes para não recorrer ao visco para nos pegar”. A conjunção “Se”, que liga uma oração a outra, estabelece entre elas uma relação de:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A.

    Se vocês não conseguirem fazer isso, vão até os homens e peçam-lhes para não recorrer ao visco para nos pegar”

    Conjunção CONDICIONAL. Pode substituir por "CASO vocês não consigam fazer isso, blablabla"

     

    Condicionaisintroduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.

  • No caso de dúvida nas conjunções trocar por algumas equivalentes, nesse caso, que introduzem uma oração que indica a hipótese: trocar por CASO, salvo se, a não ser que, desde que...

     

    Bizú, não fuja da matéria, essa tem que MEMORIZAR, pelo menos as principais de cada conjunção.

  • a-

    As conjunções condicionais iniciam uma oração subordinada com condição necessária para realização do fato principal:

    se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.

  • Umas das funções da palavra SE é a conjunção (introduz oração subordinada), que pode ser:

     

    a. Conjunção subordinativa INTEGRANTE - inicia orações subordinadas substantivas (subjetiva, objetiva direta, etc)

    Ex. Não sabemos SE a economia crescerá nos próximos anos = Não sabemos ISTO(Dica: faça essa substituição)

     

    b. Conjunção subordinativa CONDICIONAL - introduz as orações subordinadas adverbiais condicionais. 

    Ex. SE vocês não conseguirem fazer isso, vão até os homens e peçam-lhes para não recorrer ao visco para nos pegar. (Questão).

  • SE (CASO).

     

  •  Não conseguir fazer (CONDIÇÃO NECESSÁRIA)  para não recorrer ao visco.

  • Condicional - O SE pode ser substituído por CASO. 

    Temporal - Pode ser substituído por QUANDO. 

    Causal - Pode ser substituído por JÁ QUE. 

  • a) Condição.

  • GABARITO A

    Conjunções subordinativas:

     

    a) Condição --> Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que.

     

     b) Causa --> Porque, pois, porquanto, como (no sentido de porque), pois que, por isso que, á que, uma vez que, visto que, visto como, que.

     

     c) Conformidade --> Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante.

     

     d) Concessão --> Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que , apesar de que, nem que, que.

     

     e) Consequência --> tanto que, tal que,  de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.

     

     

  • caso


ID
2529415
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               A ANDORINHA E OS PÁSSAROS


      Nos primeiros dias da estação de caça, a andorinha sentiu o perigo que rondava seus irmãos. Convocou então os pássaros para uma assembleia e aconselhou-os a arrancar dos carvalhos as parasitas viscosas. E acrescentou:

      - Se vocês não conseguirem fazer isso, vão até os homens e peçam-lhes para não recorrer ao visco para nos pegar.

      Os pássaros apenas riram, achando que a andorinha não estava bem do juízo. Ela, por seu lado, foi até os homens e pediu-lhes clemência para todos. Eles a acolheram por vê-la tão inteligente e deram-lhe abrigo. A andorinha encontrou refúgio e proteção entre eles. Já os outros pássaros foram pegos e serviram de alimento para os homens.

Moral da fábula: Quem sabe prever os perigos consegue se safar melhor.

Fonte:(Esopo. Fábulas de Esopo. Porto Alegre. L&PM.1997. p. 182.) IN: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. 7.ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2013.

Eles a acolheram por vê-la tão inteligente”. O valor semântico do termo destacado indica

Alternativas
Comentários
  • Gabarito-E

    Advérbios de intensidade: muito, pouco, bastante, menos, mais, tão, tanto, todo, completamente, excessivamente.


ID
2529418
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                               A ANDORINHA E OS PÁSSAROS


      Nos primeiros dias da estação de caça, a andorinha sentiu o perigo que rondava seus irmãos. Convocou então os pássaros para uma assembleia e aconselhou-os a arrancar dos carvalhos as parasitas viscosas. E acrescentou:

      - Se vocês não conseguirem fazer isso, vão até os homens e peçam-lhes para não recorrer ao visco para nos pegar.

      Os pássaros apenas riram, achando que a andorinha não estava bem do juízo. Ela, por seu lado, foi até os homens e pediu-lhes clemência para todos. Eles a acolheram por vê-la tão inteligente e deram-lhe abrigo. A andorinha encontrou refúgio e proteção entre eles. Já os outros pássaros foram pegos e serviram de alimento para os homens.

Moral da fábula: Quem sabe prever os perigos consegue se safar melhor.

Fonte:(Esopo. Fábulas de Esopo. Porto Alegre. L&PM.1997. p. 182.) IN: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. 7.ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2013.

Os pássaros apenas riram”. A palavra destacada indica ideia de

Alternativas
Comentários
  • C)

    Explicativas

    Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. 

  • Não entendi.

  • banca complicada

  • PQ não seria uma afirmação ?

    Palhaçada

  • quebra de expectativa é oposição
  • fiquei em dúvida entre C e E. acertei no chute, a nucepe realmente é uma banca bem complicada de entender.


ID
2529421
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Ivo e Bernardo moram em uma mesma rua e a distância que separa as suas residências corresponde a um percurso de 700 m. Em certo dia, por coincidência, num mesmo instante ambos saem em direção à casa um do outro. Mas enquanto Ivo anda dois metros, Bernardo anda apenas um. Após o mais rápido percorrer dois sétimos do percurso pretendido inicialmente, qual a distância que separa os dois?

Alternativas
Comentários
  • Não fique triste, Na hora que fui resolver também confundi kkkkkkkkk
  • Tamo junto
  • O mais rápido percorreu dois sétimos de 700 m, resultando em 200 m.
    Se o outro percorre metade disso, então são 100m.
    Os dois percorreram 200 + 100 = 300 m

    Subtarindo do total: 700 - 300 = 400 m

  • Enunciado mal feito, não foi claro mas dá pra fazer por uma outra lógica
  • Ivo = 200m

    Bernado =100m

    200m+100m=300m

    700m - 300m = 400m

    Gabarito letra A

  • O mais rápido andou 2/7

    menos rápido andou a metade, portanto 1/7

    1/7 + 2/7 =3/7 de espaço percorrido pelos dois

    logo a distância que falta é 3/7 * 700 = 400

  • 700 dividido por 7 = 100

    Ivo = 2/7 = 200

    Bernardo = metade dos passos de Ivo = 100

    Somando os passos de Ivo+Bernardo = 300

    700 - 300 = 400


ID
2529424
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Uma empresa construiu um avião com envergadura (distância entre as extremidades de cada asa) de 60 m e comprimento (distância do bico ao final da cauda) igual a 35 m.


Para uma feira de ciências, uma equipe de alunos fez uma maquete desse avião. A escala utilizada pelos alunos foi de 1 cm: 250 cm


Sendo assim qual deve ser o comprimento da envergadura na maquete?

Alternativas
Comentários
  • 60m = 6000cm

    1 está para 250, assim como X está para 6000.

     

    1 ---- 250

    X ---- 6000

     

    250X = 6000

    X = 6000/250

    X = 24cm

  • 1 ------------- 250 

    X ----------- 6000 

    250 * X = 6.000 * 1 

             X = 6.000 / 250 

             X = 24 cm 

    ALTERNATIVA C) 

  • 60/25 = 2,4. Alternativa C.


ID
2529427
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Na metade do século passado uma polegada foi definida e passou a ser internacionalmente aceita como 25,4 mm. Logo, se o menor segmento que une duas retas paralelas mede 200 polegadas de comprimento, qual a medida em hectômetros da distância entre essas duas retas?

Alternativas
Comentários
  • 1 pol ---- 25,4 mm

    200 pol ---- X

     

    X = 25,4 x 200

    X = 5080,0 mm

     

    A escala é:

    mm - cm - dm - m - Dam - Hm - Km

     

    Havendo 5080,0 mm, basta ir levando a vírgula 1 casa à direita a cada posição na escala acima, até chegar em Hm.

    5080,0 mm > 508,0 cm > 50,8 dm > 5,08 m > 0,508 Dam > 0,0508 Hm > 0,00508 Km.

     


ID
2529433
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Dados três números inteiros e consecutivos tais que o quádruplo do maior excede em 41 unidades um quarto do quádruplo da soma dos outros dois. Identifique a soma desses três números.

Alternativas
Comentários
  • 3 números (a, b, c)

    4c = 41 + 1/4 . 4 . (a + b) => Atentemos para o detalhe (1/4 . 4 é o mesmo que 1)

    Simplificando: 

    4c = 41 + (a + b)

     

    Dentre as alternativas, percebe-se que só podemos adotar como (a, b ou c) os números 14, 15, 16, 17, 18 e 19, pois, sendo menor que 14, a soma dos consecutivos não chegaria a 45 (a menor das opções), e,sendo maior que 19, a soma dos consecutivos daria maior que 54 (a maior das opções).

    14 + 15 + 16 = 45

    15 + 16 + 17 = 48

    16 + 17 + 18 = 51

    17 + 18 + 19 = 54

     

    Na tentativa e erro, percebe-se que a última opção é a que satisfaz a questão:

    4c = 41 + (a+b)

    4 . 19 = 41 + (17 + 18)

    76 = 41 + 35

    76 = 76

  • 1. Três números consecutivos: x; x+1; x+2

    2. O  quadruplo do maior número [ x+2 ] = 4[x+2]

    3. um quarto do quádruplo da soma dos outros dois: 1/4 do quadruplo: examinador quis confudir: 1/4 de 4 = 1

    Entao: 1/4 * 4[x + x+1] = [x+x+1]

    4. voltando para o enunciado: Dados três números inteiros e consecutivos tais que o quádruplo do maior excede em 41 unidades um quarto do quádruplo da soma dos outros dois

    4[x+2][x+x+1]41

    4x+8= x+x+1+41 => 4x+8=2x+42 => 4x-2x=42-8 => 2x=32 => x =17 

    Três números consecutivos: x; x+1; x+2; SE X É 17, O PRÓXIMO NUMERO SERA 18 E O PROXIMO 19; A SOMA DOS 3 NUMEROS CONSECUTIVOS:

    17+18+19= 54 ALTERNATIVA E

     


ID
2529436
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um automóvel que se desloca com velocidade constante de 60 km/h gasta num determinado percurso 2h15min. Se ele reduzisse sua velocidade em 10 km/h e a mantivesse constante, faria o mesmo percurso em um determinado tempo t, indicado na seguinte alternativa:

Alternativas
Comentários
  • kd a resolução da questão?

     

  • Em 2h15mim a 60km/h ele percorreu 135 km.

    reduziu 10km então ficou 50km/h, logo 135km/ 50km= 2,7 

    2h e 7 de hora que equivale a 42 min. ( dividi uma hora em partes de 10 encontrei   0,6 multipliquei por  0,7= 0,42

    Resposta 2h42min

     

  • (D)

    Regra de 3 inversamente proporcional:

    KM       Tempo
    60          135 minutos

    50            X
    ----------------------------------------------------------------------

    135      50
    X          60

    135x60 = 8.100

    8.100/50 = 162

    Transformando 162 em tempo, tem-se 2horas e 42 minutos.

           

  • Puts......"Entendi errado, achei que tivesse reduzido para 10 e não em 10km/h".

     

     

  • atentar para o ´´EM´´´´ A QUESTÃO NÕA FALA Q REDUZIU PARA 10 K/H..E SIM TIROU 10 K/H DOS 60...FICANDO 60 - 10= 50

  • Você pode pensar que existem fatores que geram um resultado.

    Eles colocaram km/h e também mencionaram quem o tempo é de 2h15min, sendo que 15 min equivale a 0,25 (15/60=0,25), portando resultando em 2,25horas.

    Então,

    [(60 km/h . 2,25 horas)] div P = [(60-10 km/h) . x] div P

    Obs.: P é uma variável chamada Percurso.

    135 = 50x

    x = 135 div 50

    x = 2,7 horas (2 + 0,7x60) = 2h42min

  • GABARITO: LETRA D.

    Trata-se de uma questão de regra de três simples. Assim, temos:

    60 km/h ---------- 135 minutos

    50 km/h ---------- X minutos

    X = 162 minutos = 2h 42min


ID
2529439
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A logomarca que está estampada no fardamento dos funcionários de uma determinada empresa tem a forma de um losango cujas diagonais medem, respectivamente, 7 cm e 8 cm. Calcule, em centímetros quadrados, a medida da área desse losango.

Alternativas
Comentários
  • Área do Losango é dada por Diagonal Maior  X Diagonal Menor / 2.

     

    Logo,

     

    A = 8*7 /2 

    A = 28

    LETRA C.

     


ID
2529442
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Em um evento, será servido refresco de diferentes sabores para os convidados. Para prepará-los, serão misturados 320 litros de água com 120 litros de concentrado de fruta. Considerando que os refrescos serão disponibilizados para os convidados em copos descartáveis de 250 ml, e que cada convidado será servido apenas uma vez, qual o número mínimo de copos necessários para servir todo o suco?

Alternativas
Comentários
  • (D)

    320 Litros de água + 120 Litros de concentrado de fruta

    3200+1200 = 4.400 Litros

    4400 / 250 ml 

    Logo,o número mínimo de copos necessários para servir todo o suco será 17.6 (1.760)

  • GABARITO: D

    320 + 120 = 440

    Sabendo - se assim, que os copos descartáveis são de 250 ml, e que 1 litro são 1.000 ml, então serão precisos 4 copos para completar 1 litro.

    440 . 4 = 1760

    RÁPIDO, PRÁTICO E FÁCIL!


ID
2529445
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um comerciante possui uma certa quantidade de laranjas e deseja separá-las em embalagens contendo seis unidades cada uma, porém, nesse caso, sobrariam cinco laranjas. Se mais sete laranjas forem acrescentadas à quantia inicial, e mantendo-se a mesma quantidade de antes em cada embalagem, quantas laranjas sobrariam?

Alternativas
Comentários
  • X=6y+5  chamemos x laranjas y caixas acrescentar 7 a mais no valor inicial temos x+7=6y+5+7=> x+7=6y+12
    Desta forma acrescentando 7 laranjas aumentou- se 2 caixas  portanto x+7=6(y+2)+T , T é valor que vai sobrar
    Igualando as duas equações tem -se

    6y+12=6(y+2)+T
    6y+12=6y+12+T====> daí tem-se que T=0

  • Raciocínio rápido. Se ele embala de 6  em 6 e sobrou 5 adicionando 7 = 12, que dividido por 2 resta 0


ID
2529448
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Para transportar todos livros embalados em caixas para uma livraria, localizada em um edifício, é necessário a utilização de um elevador que suporta, no máximo, por viagem, cargas de 450 kg. A mercadoria possui um total de 72 caixas, cada uma pesando 28 kg. Quantas viagens, no mínimo, o elevador precisará fazer para carregar todas as caixas?

Alternativas
Comentários
  • Uma pegadinha que poderia ter caido, pois o elevador desce 5 vezes e sobe 5 vezes

  • (A)

    72 caixas x 28kg= 2016kg. 

    OBS: O elevador Suporta apenas 450kg.

    Então, caso seja  dividido a massa das caixas pela capacidade do elevador descobriremos quantas viagens ele precisará realizar.

    2016 / 450=4,48 ~ 5 viagens que o elevador irá fazer.

     

  • Em 4 viagens ele vai levar apenas 1800 kg, portanto tem de ser no mínimo 5 viagens para completar os 2016 kg totais.

    Letra A


ID
2529451
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Paula foi a uma papelaria e comprou um lápis por R$ 2,60, uma caneta por R$ 4,25, três cadernos por R$ 5,10, cada um, e uma régua por R$ 3,20. Se ela pagou a compra com uma nota de R$ 50,00, quanto recebeu de troco?

Alternativas
Comentários
  • (E)

    OBS: 3 cadernos por R$ 5,10, cada um

     2,60
     4,25
     5,10
     5,10
     5,10
     3,20
     --------------
    Total=R$25,45

    50,00 - 25,45 = R$ 24,65

     

  • Olá pessoal,
     
    Vejam o vídeo com a resolução dessa questão no link abaixo
    https://youtu.be/9v2r0cMwaNI
     
    Professor Ivan Chagas
    Gostou? https://pag.ae/blxHLHy

  • 2,60

     4,25

     5,10

     5,10

     5,10

     3,20

     --------------

    Total=R$25,35

    50,00 - 25,35 = R$ 24,65


ID
2529454
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Em um estacionamento há carros e motos em um total de 19 veículos e 54 pneus, sem contar os estepes. Sendo assim, há quantos carros a menos que motos?

Alternativas
Comentários
  • C = 4 rodas

    M = 2 rodas

    Total = 19 veículos => 54 rodas

     

    (1º) C + M = 19

    (2º) 4C + 2M = 54

     

    C + M = 19

    C = 19 - M 

     

    4C + 2M = 54

    4(19 - M) + 2M = 54

    76 - 4M + 2M = 54

    2M = 22

    M = 11

     

    (voltando ao 1º)

    C = 19 - M

    C = 19 - 11

    C = 8

     

    M - C = 11 - 8 = 3

  • LETRA C

    Macete para cálculo rápido:
    Existem 19 Veículos, se todos fossem carro teríamos 76 rodas no estacionamento(MAX)
    19*4=76
    Porém Exitem 54, então subtraio 76 por 54
    76-54=22
    22 é o número de rodas de motos presentes no estacionamento, pois é se todos fossem carros teríamos 76, com já dito
    22/2=11 <- Número de Motos
    Nº de Veículos - Nº de Motos
    19-11=8 <- Nº de Carros
    11-8 = 3

    Macete Aprendido no QC questão Q840719

  • Fiz de maneira mais longa, mas cheguei no resultado kkkkk

    2x11=22

    4x8=32

    11-8= 3

  • Questão de sistema linear. GABARITO C

  • Eu não sei RLM então sei que provavelmente não vou usar o jeito certo mas o importante é chegar na resposta certa e eu cheguei fazendo da seguinte forma:

    1 carro + 1 moto = 6 pneus

    temos 19 veículos 

    Então fui fazendo os múltipplos de 6 e contando as vezes até se aproximas de 19 que é o total de veículos

    6 - 12 - 18 - 24 - 30 - 36 - 42 - 48  até aqui, tínhamos 8 carros e 8 motos, 16 veículos no total, se somássemos mais 6 chegaríamos a 54 porém só teríamos 18 veículos, então daqui em diante seriam só motos e iríamos somando +2.

    48 + 2 + 2 + 2=54 

    Ele queria saber quantos carros a menos.

    Resposta: 3 carros a menos.

  • Questão de Sistema Linear

    carro + moto = 19 

    4c + 2m = 54 pneus

     

    Igualar uma das incógnitas nos dois sistemas:

    19 - C = (54 - 4C) / 2

    2. (19 - C) = 54 - 4C

    38 - 2C = 54 - 4C

    - 2C + 4C = 54 - 38

    2C = 16

    C= 16/2

    C= 8

    19 - 8 carros = 11 motos. Logo o número de motos 11 - 8 (carros) = 3

  • Carros = X

    Motos = Y

    4x + 2y = 54

    x + y = 19 x(-4)

    4x + 2y = 54

    -4x - 4y = -76

    -------------------

    -2y=-22

    y=-22/-2

    Y=11

    X+Y=19

    X+11=19

    X=8

    Portanto a diferença do número de carros para motos é x - y = 8 - 11= 3 carros a menos

    LETRA C

  • Questão de Sistema Linear.

    Informações:

    19 veículos

    54 pneus

    Carro = C , que possui 4 pneus

    Moto = M , que possui 2 pneus

    C + M = 19

    4C + 2M = 54

    C + M = 19 x(-2)

    4C + 2M = 54

    -2C - 2M = -38

    4C + 2M = 54

    2C = 16

    logo C=8

    Se C=8

    8 + M = 19

    M=11

    M-C = 11 - 8 = 3

  • Cara... vc veio aqui ler meu comentário?

    Então, ao contrário de todo mundo.. postarei algo diferente.

    Quem chutou em número par?

    Se a soma dos veículos é ímpar ( = 19), a diferença não pode ser par...

    Daí, faria o teste entre a C e a D para totalizar 54 pneus.

    Se o cara começa pela C... ele acerta rápido.

  • Eu não sei RLM de modo avançado... então sei que provavelmente não vou usar o jeito certo mas o importante é chegar na resposta certa e eu cheguei fazendo da seguinte forma:

    54 pneus e 19 veículos

    pela lógica, as motos têm dois pneus, logo...

    19*2 (pneu das motos) = 38

    faremos novamente a divisão para encontrar o número de carros a menos dividindo por 2

    38/2 (cada moto e carro) = 16.

    Por fim, pegamos o numero total de pneus e dividimos agora por 16 que dá = aproximadamente 3,35

    resposta.

    item C)

  • Fiz da seguinte forma, mas acredito que exista outras mais simples:

    I) São 54 pneus, então para descobrir o total possível de carros fiz o seguinte cálculo:

    54/4 = 13, porém sobra 2 rodas.

    Logo seria 13 carros e 1 moto.

    II) No entanto o total de veículos é 19 e nesse caso são apenas 14. Resolvi então ir diminuindo 1 carro e aumentando 2 motos até chegar em um total de 19 veículos. Já que 1 carro possui 4 rodas e 2 motos possuem 4 rodas também.

    13 C + 1 M = 14 veículos (errado)

    12 C + 3 M = 15 veículos (errado)

    11 C + 5 M = 16 veículos (errado)

    10 C + 7 M = 17 veículos (errado)

    9 C + 9 M = 18 veículos (errado)

    8 C + 11 M = 19 veículos (correto)

    III) Com isso, 11 M - 8 C = 3 veículos.

    Letra C.

  • Triste você ter um nível vergonhoso de acerto em uma matéria... Sinceramente, isso não mede conhecimentos de ninguém. Na guerra urbana em que vivemos, esse tipo de coisa não fará sentido algum, enfim, desabafo...

  • SISTEMA LINEAR: C + M = 19 × (-2) 4C + 2M = 54 ASSIM FICA: -2C - 2M = - 38 4C + 2M = 54 ----------------------- 2C = 16 SENDO ASSIM: 2C = 16 C = 16/2 = 8 POR SUBSTITUIÇÃO TEMOS QUE: 4C + 2M = 54 4.(8) + 2M = 54 32 + 2M = 54 2M = 54 - 32 2M = 22 M = 22/2 M = 11 11 - 8 = 3

ID
2529457
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Carlos ligou para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) para fazer uma reclamação. Ao iniciar a ligação, a telefonista o orientou a anotar o seguinte número de protocolo: 459307. Neste número, qual o valor relativo do algarismo 9?

Alternativas
Comentários
  • d) 9000.

  • eu lembrei do ensino primário centena dezena unidade conta os zeros correspondente a cada unidade encontrá 9000
  • GABARITO: LETRA (D)

    O valor relativo do algarismo 9 é 9000.

    4 - CETENA DE MILHAR

    5 - DEZENA DE MILHAR

    9 - UNIDADE DE MILHAR

    3 - CENTENA

    0 - DEZENA

    7 - UNIDADE


ID
2529460
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Em um paralelogramo ABCD de área 54 cm², os pontos M e N dividem a diagonal AC em três partes iguais, com M entre A e N. Qual é a área do triângulo ABN?

Alternativas
Comentários










  • Gabarito B


    Resposta link:


    https://brainly.com.br/tarefa/13192425

  • Área do paralelogramo = 54 cm2; A METADE DELA = 54/2 = 27 cm2 - dois triângulos semelhantes;

    Usando semelhança de triângulos, os pontos da diagonal AC divide três partes iguais = divide o triângulo ABC em 3 iguais e área 27/3 = 9 cm2;

    A área do triangulo ABN é a soma dos outros dois semelhantes ABM e MBN = 9 + 9 = 18 cm2;


ID
2529463
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Em um caixa eletrônico estão disponíveis apenas notas de R$ 5,00 e de R$ 10,00. Se há notas suficientes e alguém deseja retirar R$ 50,00 reais, quantos conjuntos de notas diferentes podem sair da máquina com a quantia desejada?

Alternativas
Comentários
  • Existe alguma fórmula pra isso caso não fosse tão baixo o valor do dinheiro, em um outro exemplo?

  • A pegadinha é achar que são 4 possibilidades de conjuntos de notas diferentes. No entanto, mesmo sendo todas com o mesmo valor (5 notas de 10 e 10 notas de 5), nenhuma nota é igual a outra, por isso que são 6 possibilidades.

  • "conjuntos de notas diferentes "

    so eu q vi ambiguidade nisso? eu entendi q as NOTAS deveriam ser diferentes, ou seja, os conjuntos só com notas de 5 ou só notas de 10, nao deveriam ser considerados...e por coincidencia, existe essa resposta na letra a... eu entraria com recurso se tivesse feito essa prova, pois o examinador precisa aprender portugues antes de elaborar qualquer enunciado!!!

  • 01 - 55 55 55 55 55
    02 - 55 55 55 55 10
    03 - 55 55 55 10 10
    04 - 55 55 10 10 10
    05 - 55 10 10 10 10 
    06 - 10 10 10 10 10

  • Ambiguidade total

    Quando se fala em notas diferentes, ao meu ver não pode ser um conjunto só com notas  de 5 ou notas de 10

     

  • Luan sousa 

    Acredito que o "diferentes" no texto se refere aos conjuntos, e não às notas

     

  • Entendi da mesma forma que o Luan, notas diferentes teria que ter uma de 5 e uma de 10, sendo assim, 3 que daria 45.

    O examinador quer saber de quantas maneiras diferente podemos somar notas de 5 e 10 pra se obter 50 reais. Queria mas não foi isso que pediu.

     

    Com o enunciado correto a solução seria essa:

     

    10+10+10+10+10=50

    10+10+10+10+5+5 =50

    10+10+10+5+5+5+5=50

    10+10++5+5+5+5+5+5=50

    10+5+5+5+5+5+5+5+5=50

    5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50

     

    RESPOSTA: 6 COMBINAÇÕES

    GABARITO  E

  • 10*5+0*10

    8*5+1*10

    6*5+2*10

    4*5+3*10

    2*5+4*10

    0*5+5*10

    6 POSSIBILDAES 

  • Dizer "Conjuntos diferentes" NÃO é o mesmo que dizer "notas diferentes". Examinador bêbado!!

  • EXISTE ALGUMA FORMULA PARA ESSA QUESTÃO, OU TODO MUNDO FEZ NA UNHA MESMO, COMBINANDO AS POSSIBILIDADES UMA A UMA?

  • Gab E

    Creio q é mais raciocínio p resolver

    Esgotar as possibilidades

  • Nossa e essa parte o que vocês me dizem?

    quantos conjuntos de notas diferentes podem sair da máquina

  • É uma questão bem simples, porém, requer um pouco de atenção:

    No enunciado diz que o caixa precisa retirar R$:50,00 e só têm notas de R$:5,00 e R$:10,00 no caixa e diz que também possui a quantidade necessária para recolher os R$:50,00. Nesse caso, não é necessária fazer nenhuma operação e sim utilizar o raciocínio:

    1(primeira nota)

    R$:5,00

    2(segunda nota)

    R$:10,00

    3(terceira nota)

    R$:5,00

    4(quarta nota)

    R$:10,00

    Já se têm uma quantia de R$:40,00 no total, mas para completar os R$:50,00 o caixa precisaria pegar mais duas notas de R$:5,00. Então, o gabarito é LETRA E.

    Qualquer erro meu, me avisem por favor.

  • JOÃO PAULO TELES

    Seu raciocínio não tem nenhum nexo "nenhuma nota é igual a outra? duas notas de 5 não são iguais não?

    Questão ao meu ver induz ao erro quanto ele fala em conjuntos com notas diferentes logo exclui a possibilidade de um conjunto vier inteiramente com notas iguais. Por exemplo

    10 10 10 10 5 5

    10 10 10 5 5 5 5

    10 10 5 5 5 5 5 5

    10 5 5 5 5 5 5 5 5

    Logo 4 Conjuntos de (NOTAS DIFERENTES)

    Não tem condições de existir conforme o comando da questão pede que os dois conjuntos restantes somente com notas de 10 e somente com notas de 5 estejam presentes.

  • Questão "simples" fazendo da cadeira de casa com acesso aos comentários. Enunciado absurdamente ambíguo e gabarito com duas alternativas passíveis de marcação. Lamentável.

  • Absurdo esse gabarito, a questão diz que tem que ser conjuntos de notas diferentes.

    Então ao meu ver a resposta seria 3, veja:

    Quant. notas --------- valor da nota

    Conjunto1

    1--------------x-----------10 = 10

    2-------------x ------------5 = 40

    Conjunto 2

    2-------------x-------------10 = 20

    4-------------x-------------5 = 20

    Conjunto 3

    3-------------x-------------10 = 30

    2-------------x--------------5 = 20

    Ou seja, são apenas 3 conjuntos.

  • to vendo que tem canabis vencida ai

  • 5,5,5,5,5,5,5,5,5,5

    5,5,5,5,5,5,5,5,10

    5,5,5,5,5,5, 10, 10

    5,5,5,5,10,10,10

    5,5,10,10,10,10

    10,10,10,10

    FIZ NA UNHA


ID
2529466
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

No picadeiro de um circo, a área reservada para a colocação da rede de proteção para os trapezistas corresponde a um trapézio isósceles com bases medindo 5 m e 7 m. Se o perímetro desse trapézio equivale a 32 m, qual a medida do comprimento de cada um dos seus lados não paralelos?

Alternativas
Comentários
  • perimeto soma dos lados.

    X+7+X+5=32

    2x=20

    20/2 = X=10

     

  • Um trapézio isósceles é aquele que possui os lados iguais. Então seja a esse lado, temos: 2a+5+7=32. a=10


ID
2529478
Banca
NUCEPE
Órgão
Prefeitura de Teresina - PI
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A ideia de número (do grego, aritmo) é intuitiva, ou seja, é um conceito primitivo. Ao longo da História da humanidade vários povos adotaram símbolos diferentes para representar essas ideias e estabelecer os conjuntos numéricos, como os Inteiros, por exemplo, que contêm todas as frações de números naturais em que o numerador é divisível pelo denominador.

Considerando os conjuntos citados acima, resolva o seguinte problema de matemática básica. Duas escolas A e B enviaram a mesma quantidade n de alunos, com n < 100, para participarem de uma competição esportiva. Sabendo que três quintos dos alunos representantes da escola A participaram das provas de natação, quatro sétimos dos alunos da equipe da escola B participaram das provas de corrida e metade dos alunos de cada uma dessas equipes competiram em esportes coletivos, qual a soma dos algarismos de n?

Alternativas
Comentários
  • por que não 12?

  • pelas frações formadas: 3n/5; 4n/7; n/2, e em se tratando de pessoas, n deve ser um número natural, múltiplo de 2, 5 e 7 ao mesmo tempo:
    mmc(2,5,7) = 70 , soma = 0 + 7 = 7 (Letra b)