A expressão Síndrome de Asperger se refere a um transtorno de validade classificatória e nosológica incerta, caracterizado por uma alteração qualitativa das interações sociais recíprocas, semelhante à observada no autismo, com um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Autismo e a Síndrome de Asperger são duas entidades diagnósticas classificadas dentro dos transtornos de neurodesenvolvimento, comprometendo os processos fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. Esses transtornos são coletivamente conhecidos como transtornos invasivos de desenvolvimento. A incidência desse grupo de condições entre os transtornos de desenvolvimento afeta aproximadamente 1 em cada 200 indivíduos. Eles estão também entre aqueles com maior carga genética entre os transtornos de desenvolvimento, com riscos de recorrência entre familiares da ordem de 2 a 15%. O início da Síndrome de Asperger é precoce, perfil sintomático e cronicidade envolvem mecanismos biológicos fundamentais relacionados à adaptação social. Asperger se diferencia do autismo essencialmente pelo fato de que não se acompanha de um retardo ou de uma deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. Os sujeitos que apresentam este transtorno são em geral muito desajeitados. As anomalias persistem freqüentemente na adolescência e idade adulta. O transtorno se acompanha por vezes de episódios psicóticos no início da idade adulta. Inclui o que se pode chamar de Psicopatia Autística e Transtorno Esquizóide da Infância. O termo Síndrome de Asperger foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing em 1981 em um jornal médico, pretendendo honrar Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não havia sido reconhecido internacionalmente. A síndrome foi reconhecida pela primeira vez no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, na sua quarta edição, em 1994 (DSM-IV). As características essenciais da Síndrome de Asperger são um prejuízo severo e persistente na interação social e o desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. A perturbação deve causar prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento. Alguns outros sintomas da Síndrome de Asperger são: dificuldade de interação social e empatia; interpretação muito literal da linguagem; dificuldade com mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. No entanto, pode isso ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto. A doença (ou transtorno) é mais comum no sexo masculino. |