Prova CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem

Questão 1975513

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Conforme o 2º parágrafo do texto é CORRETO afirmar que:

• A. As ações da polícia devem ser amplamente discutidas.
• B. É essencial o exame minucioso da procedência das decisões judiciais
• C. Devido à prisão dos diretores da Camargo Correa e Eliana Tranchesi, os comentaristas das colunas Cartas ao Leitor mostraram-se coléricos.
• D. Importa aquilatar as reações dos comentaristas de blog e negligenciar o estado de consciência jurídica dos brasileiros.

Gabarito: C

Comentários

• COLÉRICO= ESTADO DE RAIVA, FÚRIA, IRA, BRAVEZA;

  "Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor."

• a) As ações da polícia devem ser amplamente discutidas. ERRADA!

  b) É essencial o exame minucioso da procedência das decisões judiciais. ERRADA!

  Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais.

  d) Importa aquilatar as reações dos comentaristas de blog e negligenciar o estado de consciência jurídica dos brasileiros. ERRADA!

  Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

• Essa banca tem tesão em palavras difíceis. AFF

  Além de estudar pra prova agora temos que decorar o dicionário. Tenha a santa paciência!

Questão 1975516

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

É CORRETO afirmar, de acordo com o último parágrafo do texto, que:

• A. A linguagem midiática e as relações intersociais justificam as licitudes praticadas pelas burocracias públicas.
• B. O princípio da legalidade e impessoalidade é inquinado por procuradores e policiais em atos que podem ser considerados ilegais.
• C. A reprodução de formas de dominação prescinde da incompreensão dos telespectadores.
• D. Os meios de comunicação de massa, impelidos pela disputa de audiência, tornaramse pusilânimes.

Gabarito: B

Comentários

• Inquinado= machado, corrompido, poluído...

• Pusilânime: fraco, temeroso, sem coragem...

• Gabarito: B

  "Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas (ilegais) e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública."

  Inquinado: corrompido...

• Texto cheio das palavras difíceis kkk

• Mal elaborado. no texto fala que ele se corrompeu, na questão diz que podem se tornar ilegal

• Pensei que tava fazendo prova do Instituto Rio Branco para Diplomata :0

Questão 1975519

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Significação Contextual de Palavras e Expressões. Sinônimos e Antônimos.

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

 Leia: 

“(...) Nas altas esferas do Olimpo midiático, ‘a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos’ e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.”

Marque a alternativa cujas palavras, respectivamente, possam substituir os termos destacados no trecho acima, sem que haja perda de sentido: 

• A. Empregados dos tribunais, melindrar, bazofiar.
• B. Dominar, desalentar, empregados dos tribunais.
• C. Embotar, derrogar, agentes de polícia.
• D. Controlar, acoroçoar, agentes de polícia.

Gabarito: D

Comentários

• Olosco! é cada uma que me aparece.

• GABARITO: LETRA D

  →  e trata de manipular a opinião pública → adulterar, fraudar, controlar, dominar;

  → atemorizar juízes e fomentar  → encorajar, estimular, acoroçoar;

  → beleguins → usado como um sentido pejorativo:  Agente policial ou judicial. (Sinônimo: esbirro, galfarro, malsim, mastim, meirinho; tira.)

  FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

• Bazofiar: Vangloriar-se; Expressar vaidade.

  Desalentar: Desencorajar-se; Esmorecer-se.

  Acoroçoar: Fomentar.

• CONTROLAR = MANIPULAR

  ACOROÇOAR = VONTADE, ÂNIMO

  BELENGUINS = AGENTE DE PULIÇA

  D

  Controlar, acoroçoar, agentes de polícia.

  Parabéns! Você acertou!

Questão 1975522

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Sobre o 5º parágrafo do texto, é CORRETO afirmar que:

• A. O refrão midiático a que se refere o parágrafo dirige-se à ilusão de um povo derrelito de seus direitos.
• B. As novas operações da PF inveticvaram críticas à legalidade das leis de proteção aos direitos individuais.
• C. Passados dez anos do século XXI, os direitos do indivíduo tornaram-se impersistentes e diligentes nos compêndios.
• D. As garantias individuais foram cinzeladas pelos senhoritos da “ordem” e seus partidários.

Gabarito: A

Comentários

• Derrelito: abandonado, desamparado...

  Cinzeladas: lavrado, esculpido, elaborado com cuidado...

• DERRELITO: Abandonado; Desamparado.

  INVECTIVAR: invectivar alguém; Atacar; Injuriar.

  DILIGENTES: Solícito; Cuidadosos.

  COMPÊNDIAS: Resumos, Sinopses.

  CINZELADAS: Gravas; Entalhas; Esculpes.

• Essa deu orgulho de errar

• vtmc com esses textos

• Acertei essa porr@ nao sei como, texto complexo do kctt

  A

  Parabéns! Você acertou!

• Proferir invectivas; atacar, injuriar: invectivar alguém.

  Porr4, minha sincera discordância a esse gabarito.

  "As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais(...)

  se vem uma prova dessas de português nesse certame da PMMG/2021, vai todo mundo pra vala kk, slc

• Misericórdia

Questão 1975525

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Leia:

“(...) A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a ‘corrupção’ quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...)”

Segundo a passagem acima, está CORRETA a alternativa:

• A. A sujeição das pessoas no mercado é dependente do Judiciário.
• B. A “corrupção” é formada pela apropinquação econômica, tendo como intermediária a lei.
• C. O Judiciário é exato ao executar a lei e meticuloso em sua conduta.
• D. A “corrupção” incita a formação de correntes de opinião que são aceitas por formas recompensatórias, mas vingativas.

Gabarito: C

Comentários

• Gab. C

  "...Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos".

• O Judiciário é exato ao executar a lei e meticuloso em sua conduta.

  ... Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos;

•  Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos;

• meticuloso/cuidadoso.

• GAB: C

  Para acertar uma questão dessa da CRS você precisa analisar muito os trocadilhos das palavras é comum a banca trocar esses conceitos. Então vamos lá!

  (A) A sujeição das pessoas no mercado é dependente do Judiciário.

  R: é Independente.

  (B) A “corrupção” é formada pela apropinquação econômica, tendo como intermediária a lei.

  R: a corrupção quase congênita.

  (C) O Judiciário é exato ao executar a lei e meticuloso em sua conduta.

  R:  a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos;

  (D) A “corrupção” incita a formação de correntes de opinião que são aceitas por formas recompensatórias, mas vingativas.

  R: estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitiva de punição e de vingança. (...)”

  ''Se todos os dias você fizer a mesma coisa você verá a mesma coisa novamente todos os dias, Portanto faça diferente dos outros''. Nunca desista....

Questão 1975528

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Leia esta passagem:

“(...)Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam com ‘humanos direitos’, em contraposição aos defensores dos ‘direitos humanos’. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.”

Sobre o trecho acima é CORRETO afirmar que: 

• A. Os direitos civis, sociais e econômicos possuem instituições que lhes caucionam e foram conquistados com dificuldade.
• B. As expressões “humanos direitos” e “direitos humanos” não têm sua semântica alterada pela inversão das palavras que as constituem.
• C. A moderna sociedade capitalista de massas é repleta de sublevações e simetrias.
• D. O Holocausto e o Gulag são considerados, indubitavelmente, movimentos amadores.

Gabarito: A

Comentários

• Gab: A

   

• Olosco!

  Esses textos esquerdistas na prova da PM.

• Gab A

  Como as provas mudaram kkk

• gabarito letra A, a banca apenas trouxe na alternativa um trecho do texto só que com outras palavras. ex: os direito foram conquistados a DURAS PENAS, por CONQUISTADOS COM DIFICULDADE.

• Caucionam vem do verbo caucionar. O mesmo que: afiançam, garantem... LEMBRAM DA CF/88 ,ENTÃO ...

• O que é indubitavelmente sinônimo?

  20 sinônimos de indubitavelmente para 2 sentidos da palavra indubitavelmente: Sem dúvida: 1 sem dúvida, com certeza, certamente, seguramente, de certeza, decerto, certo, absolutamente, positivamente, naturalmente, decisivamente, claro.

• GABARITO-> A

  "Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas"

  Q prova do car4alho, slc!!!!

• os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas

  Pmmg

Questão 1975531

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

A prisão dos diretores da Camargo Correa e Eliana Tranchesi, segundo o 3º parágrafo do texto, provocou: 

• A. Os ululantes que se desacertaram com as bordunas da intransigência.
• B. A avultada distribuição de adjetivos acompanhada de arrebatadas conclamações para a volta da ditadura.
• C. O uso de expressões ignominiosas com liberdade e precaução.
• D. Sugestões para que a afronta à lei e aos direitos individuais se transformem em regra finita.

Gabarito: B

Comentários

• Gaba: B

  Só pra causar um rebuliço: não houve Ditadura Militar. Hehehe!!

• ''A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares.''

• Um dos piores textos que já li.

  GB B

• O retorno dos militares não quer dizer volta à ditadura.

Questão 1975534

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paraxítonas, Oxítonas e Hiatos; Ortografia

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Assinale a alternativa em que todas as palavras acentuadas nos seguintes trechos recebem o acento pela mesma regra:

• A. Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências (...)
• B. ... na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional (...). “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias.
• C. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia.
• D. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário.

Gabarito: B

Comentários

• Nobres, 

   

  GABARITO B

   

  Todas as palavras acentuadas nesta alternativa são paroxítonas:

   

  Paroxítonas

  As palavras são paroxítonas quando a penúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica:

  menino (me-ni-no);

  perdidos (per-di-dos);

  felicidade (fe-li-ci-da-de);

  revólver (re-vól-ver);

  álbum (ál-bum);

  vírus (ví-rus);

  …

   

  Smj, 

   

  Avante!

• lucas alcon 

  Ta em todas em brother, show, pmmg 2018

• a)Se não é(monossilabo tônico terminado em e) saudável(paroxítona terminada em L) nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há(monossilabo tônico terminado em a) evidências(praroxítona terminada em ditongo).

  b) na era moderna, o domínio(paroxítona terminada em ditongo) da lei, o monopólio(paroxítona terminada em ditongo) do poder coercitivo e a soberania nacional (...). “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências(paroxítona terminada em ditongo) sociais mais óbvias(paroxítona terminada em ditongo).

  c)Alguém já(monossilabo tônico terminado em a) dizia que há(monossilabo tônico terminado em a) método(proparoxítona) na loucura, mas a desrazão(o til não é acento, ele só indica nasalidade!) caprichou na metodologia.

  d)Tal estado de excepcionalidade deságua(paroxítona terminada em tritongo) na proliferação legislativa casuística(proparoxítona) e na ameaça permanente ao caráter(paroxítona terminada em R) abstrato e universal da norma jurídica(proparoxítona). A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência(paroxítona terminada em ditongo) do Judiciário(paroxítona terminada em ditongo).

  Algum erro me avisem, espero ter ajudado.

• ob-vi-as

• GABARITO - B

  Todas as palavras são Paroxítonas terminadas em DITONGO ORAL CRESCENTE

  ...na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional (...). “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias.

  Como saber se é crescente ou decrescente?

  Pega a escala aí fi = A - O - E - "U - I" ( A que vir primeiro é vogal) Já no (U - I) são iguais, então a que vir primeiro é vogal (gratuito)

  Parabéns! Você acertou!

• Só um adendo aqui, o gabarito correto indica que as palavras são todas paroxítonas. Mas podem ser chamadas de proparoxítonas eventuais, silabas que acabam em A ou O podem se separar.

  Mo-no-pó-lio. ou

  Mo-no-pó-li-o.

  Enfim, ambas situações seriam acentuadas.

• @pmminas

  "TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE"

  Vogal: A, E, O;

  Semivogal: I, U;

  Ditongo crescente: semivogal + vogal (som fraco → som forte). Exemplos: série.

  Ditongo decrescente: vogal + semivogal (som forte → som fraco). Exemplos: couro, cheiro.

  Ditongo oral: ao ser produzido, o ar passa apenas pela boca; o som pode ser aberto ou fechado. Exemplos:

  ideia – caixa – herói – loiro – outros – ceia 

  Ditongo nasal: o som é nasalizado e sempre fechado; o ar passa pela boca e pelo nariz ao mesmo tempo. Exemplos:

  coração – pão – mamãe – cãibra – muito – quando

  Paroxítonas -

  domínio - (paroxítona terminada em ditongo)

  monopólio - (paroxítona terminada em ditongo) 

  contingências - (paroxítona terminada em ditongo) 

  óbvias - (paroxítona terminada em ditongo).

Questão 1975537

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Funções morfossintáticas da palavra QUE

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Assinale a alternativa que indica corretamente a função sintática do pronome relativo sublinhado no período:

• A. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país. (objeto direto)
• B. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. (adjunto adnominal do sujeito)
• C. O regime nacional-socialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social”.(...) (complemento nominal)
• D. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. (objeto direto)

Gabarito: D

Comentários

• letra c: não é complemento, é adjunto adnominal, por fazer papel de agente. A lei elevou...

• GAB D, junto o que? VTD = OBD = Dois textos, dois textos (que) julgo....

Questão 1975540

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Orações subordinadas reduzidas; Sintaxe

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Assinale a alternativa onde há oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida:

• A. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de auto-interesses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais.
• B. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata.
• C. Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista.
• D. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...)

Gabarito: C

Comentários

• Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista.

  
  

  Em geral, é possível desenvolver orações reduzidas. Para isso, substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo do indicativo ou do subjuntivo e inicia-se a oração com um conectivo adequado, de tal modo que se mude a forma da frase sem lhe alterar o sentido.

  
  

  Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos para que abdiquem de sua moral particularista.

• A enunciado pede a Oração Subordinada SUBSTANTIVA.

  Onde vc está vendo Oração subordinada SUBSTANTIVA na alternativa "C". A alternativa "C" eh Subordinada Adverbial de Finalidade. Ou seja, a "C" estaria INCORRETA.

  Para mim a correta seria a "B".

• Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista.

  Constrangidos a quê? a ISSO (a abdicar de sua moral particularista)

• #bizu: geralmente as oração reduzida tem por caracteristica o verbo que é terminado em "R".

  exemplos: correr ,abdicar, voar, nadar.

Questão 1975543

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Concordância verbal, Concordância nominal; Sintaxe

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Observe a concordância do verbo “legitimar” no seguinte período e depois assinale a afirmativa CORRETA:

Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado.

• A. A concordância não está de acordo com os padrões da norma culta, mas dentro da coloquial está correta, pois concorda com o sujeito mais próximo.
• B. A concordância não está de acordo com a norma gramatical, pois o sujeito é composto, logo deve passar para o plural.
• C. A concordância está de acordo com a norma gramatical, pois o verbo é impessoal e deve sempre permanecer na terceira pessoa do singular.
• D. A concordância está dentro dos padrões da língua culta, pois o verbo concorda em número e pessoa com o núcleo do sujeito.

Gabarito: D

Comentários

• Essa "RELAÇÃO" ( NÚCLEO DO SUJEITO SIMPLES)

  
  

  LEGITIMA (VERBO NO SINGULAR)

  
  

  
  

  
  

• Legitimar é verbo transitivo direto e no caso em questão o sujeito é ' Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas' e o núcleo é 'Essa relação'.

  se estiver errado pvfr me avisem

• • letra D. Observe que a questão solicita a análise apenas do verbo legitimar. Há, de fato, um erode concordância no trecho, mas ele é referente ao verbo promover. A regra básica de concordância verbal é a seguinte: o verbo concorda em número e pessoa com o núcleo ou os núcleos de seu sujeito. O núcleo do sujeito, tanto de legitimar, quanto de promover, é relação. O restante (entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas) funciona como adjunto adnominal. Por isso, ambos os verbos mencionados deveriam vir no singular. Como a questão se detém apenas sobre legitimar, deve-se marcar a alternativa D.

  POR PROF JOAO PAULA VALLE

• GABARITO - Delta

  Essa RELAÇÃO LEGITIMA

  Parabéns! Você acertou!

Questão 1975546

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Português
• Assuntos: Sintaxe; Termos integrantes da oração: predicativo do sujeito e predicativo do objeto

                                   Contradições do mundo em que vivemos

Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo enlouqueceu. O famoso conto de Machado de Assis “O Alienista” nos deixa essa lição. Doutor Simão Bacamarte, depois de trancar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher – acabou por trancar a si mesmo.

Se não é saudável nem prudente apostar na loucura geral, imaginando-se em plena sanidade, há evidências de que grassa uma epidemia de capota furada. Junto dois textos que julgo oportuno republicar diante das manifestações – contra, a favor e muito ao contrário – suscitadas pela prisão dos diretores da Camargo Correa e de Eliana Tranchesi. Os dois episódios desataram um desfile de fúria e descontrole moral entre os comentaristas de blogs e missivistas das colunas de Cartas ao Leitor. Não se trata aqui de discutir as razões e as justificativas das ações da polícia ou a procedência das decisões judiciais. Cuida-se de examinar as reações aos fatos e avaliar o estado da consciência jurídica que predomina entre os cidadãos deste país.

Nos episódios mencionados, os ululantes atacaram, mais uma vez, com as bordunas do preconceito, da intolerância e da apologia da brutalidade, sem falar nas ações em massa contra última flor do Lácio, inculta e bela. Alguém já dizia que há método na loucura, mas a desrazão caprichou na metodologia. Expressões grosseiramente facistoides poucas vezes foram utilizadas com tanta liberalidade e descuido. A generosa distribuição de adjetivos foi acompanhada de exaltadas conclamações para o retorno dos militares ou sugestões para que o desrespeito à lei e aos direitos individuais se transformassem em regra geral e irrestrita.

Torço para que o destampatório seja mais um esgar do que um ideário consistente. Mas não custa ficar esperto: os estudiosos do totalitarismo sabem que a “autovitimização” da “boa sociedade” e a inculpação do “outro” foram métodos eficientes para a conquista do poder absoluto. Vejo nos blogs: os mais furiosos se apresentam como “humanos direitos”, em contraposição aos defensores dos “direitos humanos”. Fico a imaginar como seria a vida dos humanos direitos na moderna sociedade capitalista de massas, crivada de conflitos e contradições, sem as instituições que garantam os direitos civis, sociais e econômicos conquistados a duras penas. A possibilidade da realização desse pesadelo, um tropismo da anarquia de massas, tornaria o Gulag e o Holocausto um ensaio de amadores.

As novas operações da Polícia Federal desataram, ademais, a costumeira rodada de críticas ao poder Judiciário e às leis destinadas a proteger os direitos individuais, – a começar da Constituição. As acusações, em boa medida, partem de certa esquerda de boca torta. Em sua sede de “justiça” (com letra minúscula) ela se acumplicia aos extremistas de direita das classes remediadas, em sua campanha para “limpar” a sociedade. “A polícia prende, a Justiça solta”. Refrão midiático destinado ao imaginário de um povo habituado a ser preso e espancado arbitrariamente, desamparado da consciência de seus direitos. O século XXI já vai completar uma década e, no Brasil, a letra da lei que garante os direitos do indivíduo jaz inerte nos compêndios. As garantias individuais ainda não saíram dos códigos para ganhar vida do povaréu, quotidianamente massacrado pelos abusos dos senhoritos da “ordem” e seus sequazes. (...) 

O jurista Herbert Hart, no livro The Concept of Law diz com razão que o juiz não pode decidir como supremo censor e guardião da moralidade pública. A primeira e ilustre vítima do particularismo moralista será o princípio da legalidade que deve estabelecer com a maior clareza possível o que é lícito e o que não é. Exemplo de atropelo ao princípio da legalidade é a lei promulgada pelo regime nazista em 1935. Ela prescrevia que era “digno de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.

No ensaio O Estado e o Indivíduo no Nacional-Socialismo, Herbert Marcuse argumentava que, na era moderna, o domínio da lei, o monopólio do poder coercitivo e a soberania nacional são as três características do Estado que mais claramente expressam a divisão racional de funções entre Estado e Sociedade. “A lei trata as pessoas, se não como iguais, pelo menos sem considerar as contingências sociais mais óbvias; é, por assim dizer, a corte de apelação que mitiga os infortúnios e as injustiças que as pessoas sofrem em suas relações sociais. O caráter universal da lei oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao desastroso jogo de autointeresses conflitantes, mas também aos caprichos governamentais. O regime nacionalsocialista aboliu estas propriedades da lei que a tinham elevado acima dos riscos da luta social.” (...) 

No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; de outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) 

Para assumir a condição de sujeitos de direitos e deveres, os indivíduos são constrangidos a abdicar de sua moral particularista. O consensus iuris é o reconhecimento dos cidadãos de que o direito, ou seja, o sistema de regras positivas emanadas dos poderes do Estado e legitimados pelo sufrágio universal deve punir rigorosamente quem se aventura à violação da norma abstrata. Mas a mediação do Estado é precária, sugere Giorgio Agambem, pois a soberania é um frágil compromisso entre a natureza e a razão, o direito e a violência. (...) 

Os meios de comunicação de massa, compelidos pela disputa de audiência, são arrastados para o abismo da vulgaridade, pelos “movimentos da ralé”. Eles repercutem e realimentam as simplificações e slogans de um tipo de sociabilidade que necessita cada vez mais, para reproduzir suas formas de dominação, da incompreensão dos indivíduos abandonados à sua solidão. Essa relação entre a linguagem midiática e as relações no interior da sociedade de massas legitima as tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas e promovem a subversão da hierarquia entre os poderes do Estado. As empresas corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular. Procuradores e policiais fazem gravações clandestinas ou inventam provas e assim corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública. Nas altas esferas do Olimpo midiático, “a imprensa diária dispara a cortina de relâmpagos” e trata de manipular a opinião pública, atemorizar juízes e fomentar a arbitrariedade dos esbirros e beleguins.

Assinale a alternativa em que a função do termo sublinhado está indicada CORRETAMENTE:

• A. No mundo das grandes empresas e da inevitável mediação do Estado nas disputas entre os competidores privados, a exceção tende a se tornar a regra. (predicativo do sujeito).
• B. Tal estado de excepcionalidade deságua na proliferação legislativa casuística e na ameaça permanente ao caráter abstrato e universal da norma jurídica. (objeto indireto).
• C. A contradição se torna aguda: de um lado, a liberdade dos indivíduos no mercado exige a independência do Judiciário, certeiro na aplicação da lei e cuidadoso em seus procedimentos; (sujeito simples).
• D. De outra parte, a “corrupção” quase congênita, engendrada pela concorrência econômica mediada pelo Estado, estimula a formação de correntes de opinião que propugnam por formas primitivas de punição e de vingança. (...) (vocativo).

Gabarito: A

Comentários

• Também chamado de copulativo, o verbo de ligação relaciona o sujeito ao seu predicativo (atributo que indica estado, qualidade ou condição do sujeito). Os verbos de ligação não indicam ação alguma por parte do sujeito, por isso são tradicionalmente “vazios” de significado, indicando apenas estado, e por isso o núcleo do predicado, somente neste caso, não é o verbo, mas sim o predicativo.

  
  

  João é alegre. (estado permanente)

  João está alegre. (estado transitório)

  João ficou alegre. (estado mutatório)

  João permanece alegre. (estado continuativo)

  João parece alegre. (estado aparente)

  As crianças tornam-se rebeldes.

  A crisálida vira borboleta.

  Pedro fez-se Iívido.

  O dia continuava chuvoso.

  Ele permaneceu sentado

• A EXCEÇÃO tende a se tornar a REGRA.

  (Sujeito) (v.ligação) (p. do sujeito)

  
  

  Predicativo do sujeito é aquilo que se fala do sujeito após um verbo de ligação.

  
  

• São verbos de ligação: SECAPPFT

  Ser, Estar, Continuar, Andar, Parecer, Permanecer, Ficar, Tornar-se.

• estou pegando as manhas!

  VEM COM O PAI!

Questão 1975552

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Matemática
• Assuntos: Geometria Plana; Quadriláteros

Carlos tem um pedaço de arame com 80 cm de comprimento. Dobrando o arame convenientemente, Carlos conseguiu construir um retângulo. Sabendo-se que a área retangular obtida é de 144 cm², determine as dimensões do retângulo formado com o pedaço de arame:

• A. S = { ( 24,16) ;(16,24) } 
• B. S = { ( 4,36) ; (36,4) } 
• C. S = { (18,22) ; ( 22,18) } 
• D. S = { ( 6,34) ;(34,6) } 

Gabarito: B

Questão 1975561

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Matemática
• Assuntos: Função de 1º Grau ou Função Afim, Problemas com Equação e Inequações; Funções

O quadrado de um número aumentado de 14 unidades é igual a 9 vezes o número considerado. Qual é o número real?

• A. 5 ou 4
• B. 3 ou 6
• C. 2 ou 7
• D. 8 ou 2

Gabarito: C

Comentários

• x² + 14 = 9x

  Organizando:

  x² - 9x + 14 = 0

  a = 1

  b = -9

  c = 14

  Soma e produto:

  ___ + ___ = 9 (b com o sinal trocado)

  ___ . ____ = 14 (é o c)

  Portanto,

  7 + 2 = 9

  7 . 2 = 14

  Gab C: 2 ou 7

Questão 1975564

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Direito Penal
• Assuntos: Legislação Penal Especial; Lei do Abuso de Autoridade – Lei nº 4.898 de 1965 e Lei n° 13.869 de 2019

A Lei nº 4.898, de 09 de dezembro de 1965, regula o direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade. De acordo com a referida Lei, NÃO constitui abuso de autoridade:

• A. Submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei.
• B. Ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, com as formalidades legais.
• C. Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei.
• D. Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.

Gabarito: B

Comentários

• a) art 4,b da Lei 4898.

  b) sem formalidades, conforme art. 4, a da lei 4898.

  c) art4, e da lei 4898.

  d) art4,I,lei 4898.

• Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

  a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;

  b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;

  c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;

  d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;

  e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;

  f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

  g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;

  h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;

  i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89

• GABARITO B

   ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;

• B

  Ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, com as formalidades legais.

Questão 1975567

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Direito Constitucional
• Assuntos: Direitos Constitucionais-Penais e Garantias Constitucionais do Processo; Direitos Individuais - Remédios Constitucionais e Garantias Processuais

De acordo com a Constituição Federativa do Brasil, de 1988, é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurada:

• A. A plenitude de defesa.
• B. A publicidade das votações.
• C. A desqualificação dos veredictos.
• D. A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra o patrimônio.

Gabarito: A

Comentários

• Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

  a) a plenitude de defesa;

  b) o sigilo das votações;

  c) a soberania dos veredictos;

  d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

• Rumo ao oficialato! PMMG

  "Verás que um filho teu não foge à luta"

• PERSISTA, INSISTA E NÃO DESISTA.

  PMMG ESTOU CHEGANDO.

  #RUMOAAPROVAÇÃO.

  FOCO FOCO FOCO

• EU VOU SER PM,

  EU NASCI PRA SER PM,

  JAMAIS VOU DESSISTIR!!!

• A PLENITUDE DE DEFESA

  O SIGILO DA VOTAÇÕES

  A SOBERANIA DOS VEREDICTOS

  A COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DOS CRIME DOLOSOS CONTRA A VIDA

• Art. 5º XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

  Bizú: PLE SI SO de COMPETÊNCIA

  a) a plenitude de defesa;

  b) o sigilo das votações;

  c) a soberania dos veredictos;

  d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

• Indo além, convêm salientar outros pontos referentes ao Tribunal do Júri

  1 - A competência do Tribunal do Júri prevalece em relação ao foro de prerrogativa previsto na Constituição Estadual

  2 - A competência por Foro de Prerrogativa estabelecido na CF prevalece sobre a competência do Tribunal do Júri

  3 - No caso de conexão ou continência é possível que o Tribunal do Júri aplique medidas da 9.099 em relação aos crimes de menor potencial ofensivo.

  4 - Ampla defesa não se confunde com Plenitude de Defessa, sendo essa mais abrangente que aquela.

  5 - Tribunal do Júri não é competente para julgar latrocínio, lesão corporal seguida de morte ou Tortura qualificada pela morte.

  "As piores missões para os melhores soldados"

• nao entendi erro da letra D poderia ser passivel de anulação no meu ponto de viste posi a vida NÃO SERIA PATRIMONIO ?

• TRIBUNAL DO JÚRI trata-se de uma CONVOCAÇÃO por parte do Pr., na qual o mesmo sorteará vinte e cinco jurados para reunião periódica e extraordinária.

  Os princípios previstos são:

  *PLENITUDE DA DEFESA: Autodefesa e defesa técnica exercidas de maneira plena.

  *SIGILO DAS VOTAÇÕES: Votos secretos por parte dos jurados. (AH VÁ, MR. ÓBVIO)

  *SOBERANIA DOS VEREDITOS: Cabe apenas aos jurados a decisão de condenar ou absolver o acusado,

  *COMPETÊNCIA PARA JULGAR CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA: Compete ao julgamento de crimes como, homicídio, aborto, infanticídio, induzimento ou instigação ao suicídio em suas formas tentadas ou consumadas.

  ESTÃO ISENTOS AO SERVIÇO DO JÚRI:

  >Presidente da república ou ministros;

  >Governadores e secretários;

  >Membros do Congresso Nacional e do Senado;

  >Prefeitos Municipais;

  >Magistrados, membros do ministério público e defensoria pública;

  >Servidores do poder judiciário;

  >Autoridades e os servidores da polícia e segurança pública;

  >Militares em serviço ativo;

  >Cidadãos maiores de 70 anos;

  >Aqueles que o requererem.

• Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

  a) a plenitude de defesa

  RUMO À PMMG 2021.

• Vamos assinalar a alternativa ‘a’, em conformidade com o art. 5º, XXXVIII, ‘a’, CF/88. Quanto às demais alternativas, estão incorretas porque a Constituição assegura à instituição do júri, além da plenitude de defesa: o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (art. 5º, XXXVIII, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, CF/88).

• Art. 5º XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

  a) a PLEnitude de defesa;

  b) o SIgilo das votações;

  c) a SOberania dos veredictos;

  d) a COMpetência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

  BIZU: PLE SI SO COM

  #PMMG

• 2022 n veio assim

Questão 1975570

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Bioética

A bioética, forma de ética normativa aplicada, é o estudo de questões éticas em assistência à saúde. Os princípios éticos ajudam-nos a determinar quais são nossos deveres, isto é, definir o que é certo ou errado para fazermos. Sobre os princípios éticos, marque a alternativa CORRETA:

• A. Considerando simultaneamente os princípios da beneficência e da não maleficência podemos afirmar que é mais importante “fazer o bem” do que “não fazer o mal”.
• B. Considerando o princípio da não-maleficência podemos afirmar que é mais importante não prejudicar ou causar danos do que fazer o bem.
• C. Considerando o princípio da autonomia podemos afirmar que um paciente pode receber tratamento médico sem estar totalmente informado sobre o referido tratamento.
• D. Considerando o princípio da fidelidade podemos afirmar que os profissionais de saúde podem descumprir acordos e promessas feitas ao paciente se julgarem necessário.

Gabarito: B

Questão 1975573

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Fisiologia; Fisiologia do Sistema Cardiovascular

Sobre a fisiologia do aparelho cardiovascular, é CORRETO afirmar que:

• A. A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue nas paredes da artérias, arteríolas e veias.
• B. A pressão venosa central é, a rigor, a pressão de sangue na veia cava imediatamente antes da entrada no átrio direito.
• C. O volume sistólico é a quantidade de sangue ejetada pelo ventrículo direito durante a sístole.
• D. O débito cardíaco é o produto do volume sistólico e resistência vascular periférica.

Gabarito: B

Questão 1975576

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Doenças Cardiovasculares; Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Arritmia cardíaca pode ser definida como qualquer alteração da freqüência, ritmo, origem e condução do impulso elétrico cardíaco. Chamamos de ritmo sinusal o ritmo normal do coração. Considerando as características do ritmo cardíaco sinusal é CORRETO afirmar que:

• A. O ritmo é irregular e mantém freqüência entre 60 e 100 batimentos por minuto.
• B. O intervalo “PR” se mostra variável, normalmente maior que 0,12-020 segundos.
• C. O QRS é alargado, normalmente maior que 0,12 segundos.
• D. Uma onda “P” aparece antes de cada complexo “QRS” na relação de 1:1.

Gabarito: D

Questão 1975579

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Diabetes Mellitus; Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Sobre o sistema endócrino e a regulação dos níveis séricos de açúcar, marque a alternativa CORRETA:

• A. O diabetes Tipo I ou não-insulino-dependente ocorre normalmente em pessoas com menos de 30 anos de idade.
• B. O diabetes Tipo II caracteriza-se por insulina suficiente para o armazenamento de nutrientes.
• C. Pessoas com diabetes Tipo II podem apresentar níveis normais, levemente diminuídos ou elevados de insulina, não necessitando de insulina exógena para sobrevida.
• D. Os sinais clássicos do diabetes são: polidipsia, polifagia e oligúria.

Gabarito: C

Questão 1975582

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Enfermagem em Central de Material Esterilizado

A esterilização é o processo que visa destruir todas as formas de vida microscópicas. Em relação à esterilização e seus métodos, marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas e, em seguida, marque a opção que represente a sequência CORRETA:

( ) Artigos esterilizados deve ser acondicionados em locais situados aproximadamente a 30 cm acima do piso e 50cm abaixo do teto.

( ) A limpeza dos artigos deve ser realizada na mesma área destinada à esterilização. Essa proximidade reduz o risco de contaminação.

( ) O resultado negativo do indicador biológico indica técnicas de empacotamento, procedimentos de carga e condições de esterilização inadequados.

( ) O material estéril não deve ser estocado no mesmo local que os materiais limpos não

• A. V,F,F,V
• B. F,V, F, F
• C. V, F,V, F
• D. V,V, F,V

Gabarito: A

Comentários

• ( V) Artigos esterilizados deve ser acondicionados em locais situados aproximadamente a 30 cm acima do piso e 50cm abaixo do teto.

   ( F) A limpeza dos artigos deve ser realizada na mesma área destinada à esterilização. Essa proximidade reduz o risco de contaminação.

  ERRO, ESSA PROXIMIDADE AUMENTA O RISCO DE CONTAMINAÇÃO.

  (F ) O resultado negativo do indicador biológico indica técnicas de empacotamento, procedimentos de carga e condições de esterilização inadequados.

  Os Indicadores biológicos são classificados como a maneira mais segura de monitoramento de esterilização, pois sua tecnologia consiste na aplicação dos próprios esporos (bactérias adormecidas e resistentes ao processo de esterilização a ser monitorado) impregnados em tiras de papel. Posteriormente a esterilização, efetua-se o contato da tira com o meio de cultura e a incubação. Caso não ocorra o desenvolvimento do esporo, o processo de esterilização foi capaz de eliminar os possíveis tipos de vida microbiana.

  (V ) O material estéril não deve ser estocado no mesmo local que os materiais limpos.

Questão 1975585

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Epidemiologia e Vigilância Epidemiológica

Sendo a prevenção de doenças a principal meta da Epidemiologia, assinale a alternativa CORRETA:

• A. O diagnóstico precoce é medida de promoção da saúde e uma das etapas do nível de prevenção terciário.
• B. A reabilitação do indivíduo é medida de prevenção primária e indicada no período pré-patogênico das doenças.
• C. O objetivo da prevenção secundária é evitar a evolução da doença e o aparecimento de suas complicações.
• D. A vacinação é uma medida de proteção específica fazendo parte do nível de prevenção secundário.

Gabarito: C

Questão 1975588

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Doenças Infecciosas e parasitárias

Todas as alternativas abaixo representam medidas de proteção específica contra algumas doenças, EXCETO:

• A. Utilização de soro anti-rábico.
• B. Pasteurização do leite.
• C. Fluoretação da água.
• D. Controle de vetores.

Gabarito: A

Questão 1975591

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Sobre os fatores de risco ou causais das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), é CORRETO afirmar que:

• A. Os hábitos e costumes do indivíduo são fatores de risco pouco importantes para o desenvolvimento desses agravos ou doenças.
• B. Biologia humana pode ser definida como todas as características que podem ser removidas ou modificadas na vida de um indivíduo.
• C. A disponibilidade quanti-qualitativa dos serviços de saúde não interferem no aparecimento e na evolução das DCNTs.
• D. A baixa escolaridade é considerada fator de risco e interfere diretamente na taxa de adesão aos tratamentos propostos.

Gabarito: D

Questão 1975594

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Cuidados de Enfermagem; Doenças Crônicas Não Transmissíveis; Doenças Renais

Considerando a fisiopatologia do aparelho urinário e os cuidados de enfermagem aos pacientes com problemas renais, é CORRETO afirmar que:

• A. Na hipovolemia podemos encontrar entre os sinais e sintomas: edema periorbitário e língua úmida.
• B. Na hipervolemia podemos encontrar entre os sinais e sintomas: pele quente e úmida e edema depressivo sobre as saliências ósseas.
• C. Na hipervolemia podemos encontrar entre os sinais e sintomas: perda de peso, saliva espessa, respirações rápidas e superficiais.
• D. Na hipovolemia podemos encontrar entre os sinais e sintomas: dispnéia, estertores, pressão normal a elevada.

Gabarito: B

Questão 1975597

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Doenças Cardiovasculares; Doenças Crônicas Não Transmissíveis

O tratamento pelo contra choque elétrico é útil para converter as arritmias supraventriculares ao ritmo sinusal. De maneira geral, sobre a cardioversão é CORRETO afirmar que:

• A. Fornece uma corrente não sincronizada para o coração através da parede torácica.
• B. O choque deve ser liberado sobre a onda “T”, no exato momento da sístole ventricular
• C. Opõe-se à desfibrilação por oferecer uma corrente sincronizada com a atividade cardíaca.
• D. Depois da conversão para o ritmo sinusal dispensa-se o uso de novos antiarrítmicos.

Gabarito: C

Questão 1975600

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Assistência de Enfermagem no Processo Nutricional

Não é raro encontrar pacientes que apresentam a subnutrição como problema real ou potencial, necessitando receber nutrientes no início do tratamento. Entre os métodos de apoio nutricional podemos citar a nutrição enteral que, como todo método terapêutico, pode apresentar complicações. Entre os cuidados de enfermagem relacionados com a técnica de alimentação enteral, é CORRETO afirmar que:

• A. A alimentação deve ser administrada de maneira contínua, independente da realização de procedimentos que exijam o decúbito horizontal.
• B. Náuseas e vômitos podem ser o resultado de contaminação bacteriana da solução e dos equipamentos de administração..
• C. A desidratação pode ser uma das complicações presentes que ocorre por faltas de ingestão líquida adequada e por hiperglicemia.
• D. A presença de diarréia é rara e normalmente causada por quadros associados de infecção intestinal.

Gabarito: C

Questão 1975603

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Alimentação Parenteral; Assistência de Enfermagem no Processo Nutricional

A nutrição parenteral está indicada quando a nutrição oral ou enteral não é possível ou quando a absorção do trato gatrointestinal está comprometida. Sobre a Nutrição Parenteral Total (NPT) podemos afirmar que:

• A. Sua infusão é feita de forma intermitente, prevenindo a hiperglicemia.
• B. Deve ser infundida por veia central calibrosa.
• C. A insulina é comumente adicionada à NPT devido a incidência de hipoglicemia durante sua infusão.
• D. Os medicamentos injetáveis são adicionados ao frasco de NPT já preparado, evitando-se as punções repedidas no paciente.

Gabarito: B

Questão 1975606

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Assistência de Enfermagem em Feridas e Curativos

A ruptura da integridade da pele é definida como ferida. O processo de cicatrização é variável e dependente de uma série de fatores. Sobre o processo de cicatrização e suas fases, é CORRETO afirmar que:

• A. Em uma ferida extremamente úmida, as fases da cicatrização acontecem em menor velocidade, o que pode afetar a qualidade final do tecido cicatricial.
• B. Para promover a cicatrização da ferida, um curativo com ambiente seco é recomendado com freqüência.
• C. Na primeira fase do processo de cicatrização (inflamação) podemos observar vasodilatação, agregação plaquetária e fagocitose.
• D. Na segunda fase do processo de cicatrização (proliferação), os fatores de crescimento inibem a produção de colágeno pelo fibroblasto.

Gabarito: A

Questão 1975609

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Administração de medicamentos

Marque a alternativa CORRETA. Durante a hemotransfusão é necessário uma série de cuidados de enfermagem que visam a prevenção de complicações relacionadas à administração dos hemocomponentes. O controle rigoroso do gotejamento do sangue é o cuidado que visa prevenir:

• A. Sobrecarga circulatória.
• B. Hipocalemia.
• C. Hemodiluição.
• D. Hiponatremia.

Gabarito: A

Questão 1975612

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Fundamentos e Procedimentos de Enfermagem

Marque a alternativa CORRETA. O posicionamento correto dos eletrodos no paciente é primordial para o registro do eletrocardiograma (ECG). Para o registro da derivação precordial V4 o eletrodo deve estar posicionado no:

• A. Terceiro espaço intercostal, borda esternal esquerda.
• B. Quarto espaço intercostal, borda esternal direita.
• C. Quinto espaço intercostal, linha medioclavicular esquerda.
• D. Sexto espaço intercostal, linha axilar anterior esquerda.

Gabarito: C

Questão 1975615

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Fundamentos e Procedimentos de Enfermagem; Sinais vitais

Marque a alternativa CORRETA. Em um paciente cuja medida da pressão arterial é 130 x 70 mmHg a pressão arterial média terá o valor de:

• A. 80 mmHg.
• B. 90 mmHg.
• C. 70 mmHg.
• D. 60 mmHg.

Gabarito: B

Questão 1975618

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Doenças Infecciosas e parasitárias; Imunização

Em relação à profilaxia de algumas doenças infecciosas, relacione a primeira coluna de acordo com a segunda e em seguida, marque a alternativa que contém a sequência CORRETA: 

(1) Tríplice bacteriana

(2) Tríplice viral 

(3) BCG

(4) Hepatite B

(5) Febre Amarela

(6) Varicela

( ) É aplicada na inserção do músculo deltóide direito por via intradérmica.

( ) É administrada em três doses com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e seis meses entre a primeira e a terceira dose.

( ) É causada por um DNA vírus que também é responsável pelo quadro de Herpes-Zóster.

( ) Exige reforço a cada 10 anos. 

( ) Contém os componentes: Diftérico, Pertussis e Tetânico.

( ) Protege contra o Sarampo, Caxumba e Rubéola. 

• A. 5, 6, 4, 3, 2, 1.
• B. 4, 3, 6, 5, 1, 2.
• C. 3, 4, 5, 6, 2, 1.
• D. 3, 4, 6, 5, 1, 2.

Gabarito: D

Comentários

• DESATUALIZADA. FEBRE AMARELA: DOSE ÚNICA, PRA VIDA TODA.

Questão 1975621

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Enfermagem em UTI; Fundamentos e Procedimentos de Enfermagem

Um tubo orotraqueal (TOT) é inserido quando o paciente necessita de ventilação mecânica e/ou proteção da via aérea contra a aspiração. A aspiração de secreção do TOT não se faz sem riscos e somente deverá ser realizada quando necessário. Em relação à técnica de aspiração do TOT é CORRETO afirmar que:

• A. A sonda de aspiração é introduzida suavemente através do TOT e ao mesmo tempo, procede-se a aspiração.
• B. Luva de procedimento deve ser colocada na mão dominante que segurará a sonda de aspiração.
• C. A Hiperoxigenação do paciente antes da aspiração do TOT com uma bolsa de reanimação manual não é indicada devido aos efeitos nocivos provocados pelo excesso de O2.
• D. A aspiração é feita de forma intermitente enquanto a sonda é girada e retirada do TOT.

Gabarito: D

Questão 1975624

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Cuidados de Enfermagem

Considerando os cuidados de enfermagem com a monitoração da pressão arterial invasiva ou intra-arterial (PIA) é CORRETO afirmar que:

• A. O transdutor de pressão deve ser colocado em um ponto de referência conhecido como eixo flebostático.
• B. A zeragem e a calibração do transdutor e do sitema de monitoração invasiva deve ser feita de 12/12 horas.
• C. A artéria femural é o acesso mais freqüente para a punção e instalação do cateter arterial.
• D. O valor de normalidade da PIA é de 60 a 120mmHg.

Gabarito: A

Questão 1975627

• Banca: CRS - PMMG
• Órgão: PM-MG
• Ano: 2010
• Provas: CRS - PMMG - 2010 - PM-MG - Soldado - Auxiliar de Enfermagem
• Disciplina: Enfermagem
• Assuntos: Choques; Urgência e emergência

Marque com “V” as afirmativas verdadeiras e com “F” as falsas e a seguir assinale a alternativa com a seqüência CORRETA. São sinais e sintomas de choque hipovolêmico:

( ) Pressão arterial decrescente.

( ) Acidose metabólica.

( ) Pele fria e úmida.

( ) Enchimento capilar acelerado.

( ) Bradipnéia e bradicardia.

( ) Sensório alterado.

• A. V, F, V, F, V, V.
• B. V, F, F, V, F, V.
• C. V, V, V, F, V, F.
• D. V, V, V, F, F, V.

Gabarito: D