- ID
- 3819361
- Banca
- IF Sudeste - MG
- Órgão
- IF Sudeste - MG
- Ano
- 2018
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia o seguinte soneto.
RECORDO AINDA...
Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...
QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 2003, p. 42.
Marque a alternativa que identifica CORRETAMENTE o eu lírico do soneto.
Leia atentamente o fragmento I-Juca-Pirama.
Em fundos vasos d'alvacenta argila
Ferve o cauim;
Enche-se as copas, o prazer começa,
Reina o festim.
O prisioneiro, cuja morte anseia,
Sentado está,
O prisioneiro, que outro sol no ocaso
Jamais verá!
A dura corda, que lhe enlaça o colo,
Mostra-lhe o fim
Da vida escura, que será mais breve
Do que o festim!
Contudo os olhos d'ignóbil pranto
Secos estão;
Mudos os lábios não descerram queixas
Do coração.
Mais um martírio, que encobrir não pode
Em rugas faz
A mentirosa placidez do rosto
Na fronte audaz!
Que tens, guerreiro? Que temor te assalta
No passo horrendo?
Honra das tabas que nascer te viram,
Folga morrendo.
Folga morrendo; porque além dos Andes
Revive o forte,
Que soube ufano contrastar os medos
Da fria morte.
GONÇALVES, Dias. Poesia e Prosa Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998, p. 380-381.
Considerando o poema como um todo e seu conhecimento sobre o Romantismo brasileiro, assinale a
alternativa CORRETA.
Leia atentamente o poema que se segue.
BUSCANDO A CRISTO
A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me.
A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.
MATOS, Gregório de. In: WISNIK, José Miguel (org.). Gregório de Matos: poemas escolhidos. São Paulo: Círculo do Livro/Cultrix, s.d., p. 282.
Marque a alternativa CORRETA que melhor expressa o desejo do eu lírico no último terceto.
Leia o excerto a seguir.
O grande e o pequeno
Todo o caso de amor tem sempre um grande e um pequeno. Essa não é uma ideia original, apenas uma adaptação da frase: “a chaque deux amoureux il y a toujours celui que aime et celui que se laisse aimer”. O pequeno ama, o grande se deixa amar, o grande fala, o pequeno escuta, o grande discorda, o pequeno concorda, o pequeno se preocupa, o grande divaga, o grande se atrasa, o pequeno se antecipa, o pequeno teme, o grande ameaça, o grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Às vezes o grande é um homem, às vezes é uma mulher. O grande pode ser o mais bonito e pode não ser. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é o mais esperto mas o pequeno também pode ser espertíssimo. Depende do caso. Ninguém descobriu até hoje nenhuma regra que permita determinar quem é o grande e quem é o pequeno de um casal. É necessária uma observação um pouco mais atenta. Numa festa, por exemplo, não é difícil identificar qual é qual. Geralmente o pequeno está torcendo para que a festa seja boa, principalmente se foi ele que sugeriu o programa. O grande se comportará de maneira mais blasé até se deixar embriagar pela música, pela bebida ou pelo ambiente, quando então ficará muito, mas muito mais entusiasmado do que o pequeno. O grande não se preocupa em conhecer pessoas, as pessoas é que sempre se aproximam dele, pelo menos na concepção do pequeno, mas mesmo que o pequeno atraia qualquer atenção, o fato vai passar desapercebido pelo grande. O pequeno evita o silêncio porque tem certeza de que a culpa é dele. Por isso tem sempre guardados na cabeça assuntos vários que possam ser úteis em diversas ocasiões. Mas se preocupa sempre em encaixá-los no momento mais apropriado, com cuidado, claro, para não perder a espontaneidade.
A calça nova do pequeno dificilmente lhe cai tão bem quanto a do grande, assim como o cabelo do grande sempre está melhor do que o pequeno, ainda que o resto do mundo pense exatamente o contrário. Mesmo que o pequeno dance bem, o grande sempre dançará melhor. O grande não é bom de decorar letras de músicas mas o pequeno sabe muitas decoradas, principalmente as mais românticas. O pequeno geralmente se comove com a lua calado enquanto o grande aponta, olha só que lua. No final da festa é sempre o pequeno que quer ir embora, a não ser que a festa seja ruim, neste caso o grande quis e eles já foram há muito tempo. Na saída, o pequeno sempre tem uma promessa nervosa e oculta para o resto da noite enquanto o grande se despede dos amigos displicentemente. Em casa, o pequeno faz tudo pra agradar, é macho, é gueixa, é incansável, e, se tocar o coração do grande, ainda deve comemorar com mais uma dose antes de cair no sono. No dia seguinte o pequeno estará inevitavelmente preocupado: será que eu fiz tudo certo? Será que eu devia ter dito aquilo? Por que será que toda vez sou eu que beijo primeiro? E provavelmente vai procurar o grande urgentemente apesar de ter se prometido que jamais faria isso.
Não precisa nem ser um caso de amor. Mesmo entre dois irmãos, dois amigos, dois o que seja, sempre haverá um que quer mais e outro que quer menos, o generoso e o pedinte, o fascinante e o fascinado. O grande e o pequeno podem ser de qualquer espécie, inclusive bichos, com exceção dos gatos que são todos grandes.
FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta, 2003, p. 11-13.
Em relação ao excerto, marque a alternativa CORRETA.
Leia o poema e as afirmativas a seguir.
O filho do século
Nunca mais andarei de bicicleta
Nem conversarei no portão
Com meninas de cabelos cacheados
Adeus valsa "Danúbio Azul"
Adeus tardes preguiçosas
Adeus cheiros do mundo sambas
Adeus puro amor
Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem
Não tenho forças para gritar um grande grito
Cairei no chão do século vinte
Aguardem-me lá fora
As multidões famintas justiceiras
Sujeitos com gases venenosos
É a hora das barricadas
É a hora da fuzilamento, da raiva maior
Os vivos pedem vingança
Os mortos minerais vegetais pedem vingança
É a hora do protesto geral
É a hora dos vôos destruidores
É a hora das barricadas, dos fuzilamentos
Fomes desejos ânsias sonhos perdidos, M
Misérias de todos os países uni-vos
Fogem a galope os anjos-aviões
Carregando o cálice da esperança
Tempo espaço firmes porque me abandonastes.
MENDES, Murilo. O Visionário. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 239-240.
I. Pode-se dizer que o poema apresenta dois momentos distintos: o primeiro se refere à época anterior à chegada do novo século e o segundo, ao século XX.
II. Todas as situações mencionadas no poema evocam um mundo em que a vida é simples e prazerosa, parecendo ser proveniente da inocência e da ingenuidade.
III. O novo século é caracterizado ao longo do poema pela dor, pelo sofrimento, pela violência e pela morte e desmonta-se em cenas de desesperança.
IV. No verso “Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem” representa-se a descrença espiritual ou o abandono da religião, já que a fé de nada adianta, considerando a realidade que se impõe.
Marque a alternativa CORRETA:
Read the following text to answer question.
The nature of intelligence
For many years, scientists (1) ___________ define the nature of human intelligence.
However, they (2) ___________unable to agree on whether there is one kind of
intelligence, or several kinds. In the early 20th century, psychologist Charles
Spearman came up with the concept of 'g' or 'general intelligence'. He (3)
___________ subjects a variety of different tests and (4) ___________ that the people
who performed well in the tests used one part of the brain, which he called 'g', for all
the tests. More recently, research (5)___________ that this idea may well be true, as
one part of the brain (the lateral prefrontal cortex) shows increased blood flow during
testing. However, some scientists believe that intelligence is a matter of how much
people (6) ___________rather than some ability they are born with. They believe that
environment also matters.
VINCE, M. Macmillan English grammar in context. Macmillan, London. 2008. p. 22. Adapted.
Check the alternative that shows the sequence of words that CORRECTLY fill in the spaces (1-6).
Read the article “The Olympic Games”, to answer question.
The Olympic Games
The ancient Olympic Games were originally a festival, or celebration of and for Zeus; later, events such as a footrace, a javelin contest, and wrestling matches were added. The Olympic Games were a series of athletic competitions among representatives of city-states and one of the Panhellenic Games of ancient Greece. They were held in honor of Zeus, and the Greeks gave them a mythological origin. The first Olympics is traditionally dated to 776 BC. They continued to be celebrated when Greece came under Roman rule, until the emperor Theodosius I suppressed them in AD 393 as part of the campaign to impose Christianity as the State religion of Rome. The games were held every four years, or olympiad, which became a unit of time in historical chronologies.
During the celebration of the games, an Olympic Truce was enacted so that athletes could travel from their cities to the games in safety. The prizes for the victors were olive leaf wreaths or crowns. The games became a political tool used by city-states to assert dominance over their rivals. Politicians would announce political alliances at the games, and in times of war, priests would offer sacrifices to the gods for victory. The games were also used to help spread Hellenistic culture throughout the Mediterranean. The Olympics also featured religious celebrations. The statue of Zeus at Olympia was counted as one of the seven wonders of the ancient world. Sculptors and poets would congregate each olympiad to display their works of art to would-be patrons.
The ancient Olympics had fewer events than the modern games, and only freeborn Greek men were allowed to participate, although there were victorious women chariot owners. As long as they met the entrance criteria, athletes from any Greek citystate and kingdom were allowed to participate, although the Hellanodikai, the officials in charge, allowed king Alexander I of Macedon to participate in the games only after he had proven his Greek ancestry. The games were always held at Olympia rather than moving between different locations as is the practice with the modern Olympic Games. Victors at the Olympics were honored, and their feats chronicled for future generations.
Available at:<https://en.wikipedia.org/wiki/Ancient_Olympic_Games>
To answer question, read the following text.
The movies that rose from the gave
It may disappear for a while, stay out of sight, out of mind, but sooner or later it will rise again, and no matter what we do, or how hard we try, it will never, ever die. A zombie? Hardly, rather our own fascination with what popular culture now refers to as “the living dead”.
Zombies have dominated mainstream horror for more than half a decade. They’re everywhere: movies, books, videogames, comics, even a new Broadway musical adaptation of Sam Raimi’s The Evil Dead. Not only have they replaced previous alpha-monsters such as vampires and werewolves, (1) ___________ are continuing to generate more interest (and revenue) than almost all other creatures put together. Given that several years ago the living dead were considered an obscure and largely underground sub-genre, it would not be an exaggeration to state that they have enjoyed a spectacular rebirth (2) ___________ anything in the history of modern horror.
Where did these creatures come from? Why are they so popular now? And when, if ever, will their reign of terror cease?
(3) ___________ many cultures have their own myths concerning the raising of the dead (one going as far back as the epic of Gilgamesh), the word “zombie” can trace its origins back to west Africa. The legend involves a “houngan” (wizard) using a magical elixir to transform a living human into a mobile, docile and obedient corpse. The fact that this legend is deeply rooted in reality (Haitian zombie powder was discovered to contain a powerful neuro-toxin that caused a live victim to behave like a resurrected corpse) may explain why, when African slaves were brought to the Americas, European colonists also embraced the notion of the living dead.
For several centuries the voodoo zombie remained the staple of tall tales, stage productions, and even early Hollywood movies (4) ___________White Zombie (1932) and I Walked With a Zombie (1943). It wasn’t until 1968 that up-and-coming film maker George A Romero gave us a whole new reason to be afraid. Night of the Living Dead replaced the image of a harmless voodoo-created zombie with a hostile, flesh-eating ghoul that swelled its numbers to pandemic proportions. This new ghoul was the result of science, not magic, specifically radiation from a returning space probe. This new ghoul could, likewise, only be dispatched by a scientific solution: destroying the brain or severing it from the rest of the body. This new ghoul obeyed no one, (5) ___________its own insatiable craving for living, human flesh. In fact, this new ghoul was only referred to throughout the movie as a ghoul. The word zombie was never mentioned.
Available at :< https://www.theguardian.com/film/2006/nov/10/1>. Acess on: 23 mar. 2018.
Check the alternative that shows the sequence of words that CORRECTLY fill in the spaces 1-5.
A equação da reta perpendicular à reta y = -x + 3 que passa pelo centro da circunferência x2 - 2x + y2 - 5 = 0 é dada por:
Sobre a economia asiática, marque a alternativa CORRETA.
Leia o texto abaixo, que discorre sobre a temática da fome.
A fome como desafio ético e espiritual
Nada mais humanitário, social, político, ético e espiritual que saciar a fome dos pobres da Terra.
Um místico medieval da escola holandesa John Ruysbroeck (1293-1381) bem disse: “Se estiveres em êxtase diante de Deus e um faminto bater em sua porta, deixe o Deus do êxtase e vá atender o faminto. O Deus que deixas no êxtase é menos seguro do que o Deus que encontras no faminto”.
Jesus mesmo encheu-se de compaixão e saciou com pão e peixe a centenas de famintos que o seguiam. No núcleo central de sua mensagem se encontra o Pai Nosso e o Pão Nosso, na famosa oração do Senhor. Somente está na herança de Jesus quem mantêm sempre unidos o Pai Nosso com o Pão Nosso. Só esse poderá dizer Amém.
Os níveis de pobreza mundial são estarrecedores. A Oxfam, que anualmente mede os níveis de desigualdade no mundo, concluiu em janeiro de 2017 que somente 8 pessoas possuem igual renda que 3,6 bilhões de pessoas, quer dizer, cerca da metade da humanidade. Tal fato é mais que a palavra fria “desigualdade”. Ético-politicamente traduz uma atroz injustiça social e, para quem se move no âmbito da fé judaico-cristã, esta injustiça social representa um pecado social e estrutural que afeta Deus e seus filhos e filhas.
A pobreza é sistêmica, pois é fruto de um tipo de sociedade que tem por objetivo acumular mais e mais bens materiais sem qualquer consideração humanitária (justiça social) e ambiental (justiça ecológica). Ela pressupõe pessoas cruéis, cínicas e sem qualquer sentido de solidariedade, portanto, num contexto de alta desumanização e até de barbárie. Causa-nos profunda tristeza o fato de termos que viver dentro de um sistema que só sobrevive à condição de que o dinheiro produza mais dinheiro, não para termos mais vida senão apenas mais riqueza.(...)
BOFF, Leonardo. A fome como desafio ético e espiritual. Mai. 2017. Disponível em: <https://leonardoboff.wordpress.com
A partir do texto acima e de seus conhecimentos sobre a questão da fome no mundo, marque a
alternativa CORRETA.
Sobre o plano de ação governamental denominado “Cinquenta anos em cinco”, é possível afirmar que:
Leia o texto a seguir.
Ela era transmitida essencialmente pelos parasitas, principalmente as pulgas e os ratos. Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela rota da seda. Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, também um dos efeitos do progresso, do crescimento.
DUBY, Georges. Ano 1000, ano 2000: na pista dos nossos medos. São Paulo: Editora UNESP, 1999. p, 81.