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Prova CEPUERJ - 2015 - UERJ - Produtor Cultural


ID
2564107
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

Em determinado momento do texto, o autor constrói o humor com base na oposição entre as linguagens conotativa e denotativa. É possível observar esse fenômeno na passagem:

Alternativas
Comentários
  • c) “Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras(conotativa) (que na prática jamais calçou)” (DENOTATIVA)

  • Sabemos que a expressão pendurar as chuteiras tem sentido figurado, conotativo e significa aposentar-se.


ID
2564110
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

A ironia é um recurso linguístico observado nesse texto. É possível percebê-la no fragmento:

Alternativas
Comentários
  • O diretor, ironicamente, era o único quem trabalhava na redação.

     

    D


ID
2564113
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

“... contumaz rabiscador de letras...” O termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:

Alternativas
Comentários
  •  

    contumaz

    adjetivo e substantivo de dois gêneros

    1. que ou o que é obstinado, insistente.

    2. jur diz-se de ou indivíduo que, deliberadamente, se recusa a comparecer perante juiz que o tenha citado.

     

    https://www.dicio.com.br/contumaz/

  • Que demonstra teimosia, contumácia. = OBSTINADO, TEIMOSO


    "contumaz", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/contumaz [consultado em 10-12-2017].

  • sinônimo

    de contumaz

     obstinado, teimoso, insistente, perseverante, persistente, pertinaz, casmurro, turrão, acirrado, desobediente, rebelde, revel, reincidente, incorrigível, impertinente, tenaz. Que é rotineiro e habitual: 2 rotineiro, habitual, costumeiro, frequente, constante, recorrente, ordinário.

  • Ou você sabia o dicionário ou ficaria perdido entre 3 opções.


ID
2564116
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

“... escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade...” O fragmento em destaque, dentro do contexto em foco, permite a compreensão de que o autor:

Alternativas
Comentários
  • Letra D

    Pois ele está sem periodicidade , assim, não tem a pressão de seus superiores para escrever agora.

  • a) continua escrevendo nas horas vagas, pois, como cansou das palavras, precisou abdicar da periodicidade da escrita para ficar mais livre.

    b) permanece escrevendo com afinco, a qualquer hora do dia e sobre qualquer assunto, pois não está mais vinculado a um determinado jornal.

    c) segue tendo prazer pelo ato de fazer crônicas, no entanto, sem o rigor que as redações o impunham, em virtude da doença que o acomete.

    d) continua a gostar muito de escrever, entretanto, não mais com obrigação de cumprir os prazos para as publicações de suas crônicas. 


ID
2564119
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

“Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal.” Com base na gramática normativa, a oração sublinhada é classificada como subordinada:

Alternativas
Comentários
  • O termo destacado está retomando um lugar, logo a oração é subordinada adjetiva restritiva.

    Lembrando que onde é equivalente a "no qual ou em que"

     

     

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  • A oração subordinada adjetiva restritiva restringe o significado de alguma palavra na oração e não vem separada do resto do período por vírgula. 

     

    "...notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo..."

     

    Não se trata de qualquer prédio, mas do prédio em que o autor do texto morava.


ID
2564122
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

“... sem contar as altas patentes militares que se atribuíram esse título.” O termo sublinhado desempenha na oração a qual introduz, função sintática igual àquela desempenhada pelo termo/expressão sublinhado em:

Alternativas
Comentários
  • Quem é que atribuíram esse título ?

    R: O diretor

    Que - Pronome relativo retomando termo anterior diretor. Logo essa conjunção é um sujeito.

     

     

     

    a) “O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal...”

     

    Termo destacado com função sintática SUJEITO

     

     

     

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  • Neste caso o "que" possui função sintática de pronome relativo, o qual refere-se ao sujeito da oração.

     

    Alternativa A.

  • "Que se atribuíram A esse título".

    A questão está digitada errada.

  • Glícia, pronome relativo não é função sintática, mas classe morfológica. A função sintática é sujeito. Como saber a função sintática do pronome relativo? Eis uma bizu:

     

    : isole a oração que contém o pronome relativo: ( "...  que se atribuíram a esse título ..." );

    : substitua o pronome relativo pelo termo ao qual ele se refere: ( "... altas patentes militares atribuíram-se a esse título ..." );

    : a função sintática que esse termo exercer na nova oração é a mesma que o pronome relativo exerce na oração original;

     

    Logo, "que", exerce função sintática de "sujeito" da oração.

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    ------------------- 

    Gabarito: A


ID
2564125
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

“Não se exige do cronista geral a informação ou comentários...” O termo sublinhado é classificado, de acordo com a gramática normativa, como:

Alternativas
Comentários
  • A partícula apassivadora acompanha verbo transitivo direto e indica que a frase está na voz passiva sintética. Podemos transcrever a oração na voz passiva analítica:

     

    "Não se exige do cronista geral a informação ou comentários...”

    "Não são exigidos do cronista geral a informação ou comentários..."

     

    Qualquer erro, inbox.

  • Quem exige exige alguma coisa de alguem. A oração pode ser escrita dessa forma:

    Não se exige a informação ou comentarios do cronista geral.

     

  • "Não se exige do cronista geral a informação ou comentários"

    -----------------------------------------------------------------------------------

    Não - adjunto adverbial de negação

    se - partícula apassivadora

    exige - VTDI

    do cronista geral - OI

    a informação ou comentários - sujeito paciente

  • gab c! Primeiro analisar a transitividade do verbo no contexto.

     exige = VTDI

    Não se exige do cronista geral a informação ( SENTENÇA EM VOZ ATIVA)

    A informação não é exigida do cronista geral (SENTENÇA EM VOZ PASSIVA)


ID
2564128
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

“Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético...” Os termos/expressões de igual função sintática daqueles sublinhados no fragmento destacado, respectivamente, encontram-se em:

Alternativas
Comentários
  • Analisando os fragmentos destacados:

     

    lhe - no contexto da frase está como um objeto  INDIRETO

     

     

    prazer estético - no contexto da frase está como objeto DIRETO

     

     

     

    a) “... ofereceu os seus serviços ao diretor...”/ “Não teve dúvida.”

    AO DIRETOR -  objeto indireto

     

     

    DÚVIDA - objeto direto

     

     

     

     

     

    Qcom - Questão comentada

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  • Neste caso o pronome oblíquo LHE possui função sintática de objeto indireto e responde à pergunta do verbo da seguinte forma: Uma página bem diagramada causava prazer estético em quem?" OBJETO INDIRETO.

     

    “Uma página bem diagramada causava nele (O.I.) prazer estético (O.D.)

     

    Qualquer erro, inbox.

  •                                                                              " ... causava-lhe prazer estético."

                                                                                          VTDI    OI            OD

     

    Logo, a questão está buscando uma alternativa em que os termos destacados exerçam, respectivamente, as funções de objeto indireto e objeto direto.

     

                                                                        " ... ofereceu os seus serviços ao diretor... ” 

                                                                                    VTDI           OD                  OI

     

                                                                                        "Não teve dúvida."

                                                                                                 VTD   OD

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    ------------------- 

    Gabarito: A


ID
2564131
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

“... a amargura de mãe...” A função sintática exercida pela expressão destacada é:

Alternativas
Comentários
  • Analisando as alternativas

    a) complemento nominal 

    Errada. Porque a palavra em destaque está funcionando como um adjetivo qualificando amargura(substantivo)

    Amargura materna

     

     

     

    b) predicativo do sujeito

    Errada. Muito longe de ser !

     

     

     

    d) objeto indireto

    Errada. Porque o termo destacado vem posteriormente de um nome e não de um verbo TRANSITIVO INDIRETO

     

     

     

     

    Qcom - Questão comentada

    https://www.youtube.com/channel/UCBY27FNGgRpPa-PgFubwjPQ/videos?disable_polymer=1

  • Diferença entre Complemento Nominal e Adjunto Adnominal:

     

    https://www.pontodosconcursos.com.br/artigo/13853/claudia-kozlowski/ainda-diferenca-entre-complemento-nominal-e-adjunto-adnominal

  • Gabarito letra C

    ...a amargura de mãe

    Amargura é um Substantivo abstrato "de mãe" é A.A já que a mãe pratica a ação de ficar amargurada.


  • “... a amargura de mãe ...”

     

    O termo "de mãe" é um termo preposicionado que está completando o sentido de um nome (substantivo abstrato). Nesse caso, restam duas opções de funções sintáticas que poderia desempenhar, quais sejam, adjunto adnominal ou complemento nominal. Nesses casos, é preciso observar se o termo traz, semanticamente, uma ideia de posse/ativo ou uma ideia de passividade em relação ao substantivo. No referido trecho, podemos observar claramente que a amargura é um sentimento que pertence à mãe, trazendo essa ideia de posse. Logo, trata-se de um adjunto adnominal.

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    ------------------- 

    Gabarito: C


ID
2564134
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   Ciao

      Há 64 anos, um adolescente fascinado por papel impresso notou que, no andar térreo do prédio onde morava, um placar exibia a cada manhã a primeira página de um jornal modestíssimo, porém jornal. Não teve dúvida. Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da redação. O homem olhou-o cético e perguntou:

      – Sobre o que pretende escrever?

      – Sobre tudo. Cinema, literatura, vida urbana, moral, coisas deste mundo e de qualquer outro possível.

      O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele, praticamente de graça, topou. Nasceu aí, na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e com ou sem assunto, comete as suas croniquices.

      Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem melancolia, mas oportuno.

      Creio que ele pode gabar-se de possuir um título não disputado por ninguém: o de mais velho cronista brasileiro. Assistiu, sentado e escrevendo, ao desfile de 11 presidentes da República, mais ou menos eleitos (sendo um bisado), sem contar as altas patentes militares que se atribuíram a esse título. Viu de longe, mas de coração arfante, a Segunda Guerra Mundial, acompanhou a industrialização do Brasil, os movimentos populares frustrados, mas renascidos, os ismos de vanguarda que ambicionavam reformular para sempre o conceito universal de poesia; anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas pelos homens; as pequenas alegrias do cotidiano, abertas a qualquer um, que são certamente as melhores.

      Viu tudo isso, ora sorrindo, ora zangado, pois a zanga tem seu lugar mesmo nos temperamentos mais aguados. Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor, fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.

      Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou comentários precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

      Com esse espírito, a tarefa do croniqueiro estreado no tempo de Epitácio Pessoa (algum de vocês já teria nascido nos anos a.C. de 1920? Duvido.). Não foi penosa e valeu-lhe algumas doçuras. Uma delas ter aliviado a amargura de mãe que perdera a filha jovem. Em compensação, alguns anônimos e inominados o desancaram, como a lhe dizerem: “É para você não ficar metido a besta, julgando que seus comentários passarão à História”. Ele sabe que não passarão. E daí? Melhor aceitar as louvações e esquecer as descalçadeiras.

      Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. Em certo período, consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele (e são) motivos de alegria profissional. As duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de ter pertencido – o extinto Correio da Manhã, de valente memória, e o Jornal do Brasil, por seu conceito humanístico da função da Imprensa no mundo. Quinze anos de atividade no primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista.

      E é por admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica, sem se despedir do gosto de manejar a palavra escrita, sob outras modalidades, pois escrever é sua doença vital, já agora sem periodicidade e com suave preguiça. Ceda espaço aos mais novos e vá cultivar o seu jardim, pelo menos imaginário.

      Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.

                                               Carlos Drummond de Andrade

(Jornal do Brasil, 29/09/1984)

“Aos leitores, gratidão, essa palavra-tudo.” O vocábulo sublinhado foi criado pelo cronista com o intuito de dar mais expressividade ao que ele próprio desejava transmitir ao leitor. Em termos linguísticos, esse recurso de criação de palavras é conhecido por:

Alternativas
Comentários
  • Neologismo : 

    Criação desnecessária de palavras novas:
    Seu bolo não está tão gostoso, mas está comível — “comível” não existe na língua portuguesa, temos para esse sentido a palavra “comestível”.

     

     

     

     

    Fonte: Português esquematizado - Pedro Lenza

     

     

     

     

     

     

     

     

    Qcom - Questão comentada

    https://www.youtube.com/channel/UCBY27FNGgRpPa-PgFubwjPQ/videos?disable_polymer=1

  • O comando da questão já etrega o queijo: "O vocábulo sublinhado foi criado pelo cronista". Se foi criado, trata-se de NEOLOGISMO

     

    Gabarito Letra B

  • Gab. B

    Neologismo criar palavras como desneceselfie da Banda Rosa de Saron na música Ambivertido

  • NEO = Novo.


ID
2564137
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia

A noção de cultura como recurso, que surgiu no âmbito do debate cultural na última década, é um entendimento que pressupõe:

Alternativas

ID
2564140
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia

Segundo Yúdice (2006), ocorreu uma grande transformação do papel da arte e da cultura na sociedade no final do século XX, que consistiu na:

Alternativas

ID
2564143
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia

Com base no livro “Era dos Extremos: o breve século XX” (Hobsbawn, 2011), responda à questão.


Grandes transformações culturais aconteceram no decorrer do “breve século XX”, tanto no campo dos comportamentos quanto no do consumo cultural. NÃO corresponde a uma dessas transformações:

Alternativas
Comentários
  • alguém pode explicar essa questão?


ID
2564146
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia

Com base no livro “Era dos Extremos: o breve século XX” (Hobsbawn, 2011), responda à questão.


O autor aponta dois problemas centrais que o mundo enfrentava no final do milênio, que são, em resumo, consequências das transformações tecnológicas, sociais e culturais do século XX, e que seriam decisivos para o milênio seguinte. Esses problemas centrais são:

Alternativas

ID
2564149
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia

De acordo com o pensamento de Teixeira Coelho (2011), considera-se que ações culturais têm seu campo na produção simbólica de uma pessoa ou grupo e suas relações, sendo a arte uma das dimensões que a constituem. O autor faz também um contraponto do que seria "ação cultural" e do que chamou de "fabricação cultural". Segundo ele, essa diferenciação pode ser compreendida da seguinte maneira:

Alternativas

ID
2564152
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Filosofia

O “Dicionário Crítico de Política Cultural” (COELHO, 2012) define conceitos e expressões utilizados diariamente no trabalho do produtor cultural. Com base nessa obra, responda à questão.

O sistema de produção cultural é:

Alternativas
Comentários
  • Sistema de produção cultural
    Sumário: O modelo da economia política; produção, distribuição, troca e uso; valor de uso e valor de troca; política cultural plena; sistema de produção e imaginário.


    Esquema de representação baseado nos estudos de economia política e que propõe a análise da dinâmica cultural a partir de quatro estágios ou fases:
    1. a fase da produção propriamente dita do objeto cultural (preparação do roteiro, filmagem, montagem de um filme; impressão de um livro; montagem de uma peça teatral; realização de um desfile de carnaval);
    2. a distribuição desse produto a seus consumidores finais ou aos intermediários que, num segundo momento, permitirão o acesso ao produto por parte dos consumidores interessados (distribuição do filme pronto às salas de exibição; distribuição do livro às livrarias e pontos de venda);
    3. a troca ou permuta do direito de acesso ao produto cultural por um valor em moeda;
    4. o uso: momento da exposição direta do produto cultural àqueles a quem se destina e de sua apropriação por parte do público.

     

    Fonte: http://hugoribeiro.com.br/biblioteca-digital/Coelho-Dicionario_critico_de_politica_cultural.pdf - pág 344


ID
2564155
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

O “Dicionário Crítico de Política Cultural” (COELHO, 2012) define conceitos e expressões utilizados diariamente no trabalho do produtor cultural. Com base nessa obra, responda à questão.

A expressão espaço cultural atualmente se aplica a uma variedade de edifícios, desde os públicos e mais abrangentes, aos privados e pequenos. Considerando o conceito, o espaço cultural, como é atualmente entendido, implica na condição de:

Alternativas
Comentários
  • Segundo o Teixeira Coelho:


    "Um espaço cultural, como atualmente é entendido, implica, de fato, uma desterritorialização da cultura ou dos modos culturais: práticas inicial ou originariamente exercidas num determinado lugar passam a sê-lo num outro lugar com o qual não estão histórica e socialmente ligadas, num primeiro momento. Essa desterritorialização da cultura promovida pela instituição espaço cultural, esse artificialismo de origem (e que  pode num segundo momento eventualmente desaparecer), é tão evidente e acentuado  que não raro surge como motivo principal da decadência ou não-utilização plena de seus recursos e possibilidades, como se verifica em diferentes pontos do país (quase sempre os mais necessitados) afastados das principais correntes da dinâmica cultural. O caráter abstrato do termo espaço, na expressão 'espaço cultura'l, é tão mais perceptível quando se observa que, contrariamente ao que acontece com relação à expressão 'centro cultural', espaço cultural não é uma designação particularmente contestada."


    Dicionário de Política Cutural


ID
2564158
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

O “Dicionário Crítico de Política Cultural” (COELHO, 2012) define conceitos e expressões utilizados diariamente no trabalho do produtor cultural. Com base nessa obra, responda à questão.

A política cultural, entendida como programas de intervenções realizados por agentes como o Estado, instituições civis, entidades privadas, grupos comunitários e afins, tem como com objetivo satisfazer as necessidades culturais da população, promovendo o desenvolvimento de suas representações simbólicas. Na prática, essas intervenções podem assumir as seguintes formas:

Alternativas

ID
2564161
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

No Brasil, as relações entre o Estado e a cultura são antigas, porém, somente a partir das décadas de 1930 e 1940 iniciou-se o que se pode chamar de políticas públicas de cultura, com a criação de vários órgãos por parte do governo que tinham como objetivo promover ações institucionais nas áreas de cultura e arte no país. Considerando as décadas de 1980 e 1990, as ações que tiveram destaque para a história das implementações de políticas culturais no Brasil são o(a):

Alternativas
Comentários
  •  d) criação da Secretaria de Cultura, formada por duas subsecretarias: a de Assuntos Culturais – ligada à Fundação Nacional de Arte (Funarte) e a de Patrimônio – ligada ao IPHAN e à Fundação Pró-Memória; a criação do Ministério da Cultura; a promulgação da Lei Sarney; a promulgação da Lei Rouanet, que substituiu a Lei Sarney e instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura


ID
2564164
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia

Na história do Brasil, durante muito tempo, a ação do Estado ficou restrita à preservação daquilo que se entendia compor o conjunto dos símbolos formadores da nacionalidade, como os patrimônios edificados. Somente no século XX, os organismos internacionais passaram gradativamente a trabalhar com a ampliação da noção de bens culturais, tornando usual a expressão patrimônio cultural. Considerando a legislação brasileira sobre patrimônio cultural, a medida considerada inovadora no sentido explicitado, instituída pela Constituição de 1988, é a ampliação do(a):

Alternativas

ID
2564167
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

Em se tratando de política cultural no Brasil, nos governos há órgãos responsáveis pela gestão cultural nos âmbitos federal, estadual e municipal, os quais têm uma série de competências legais comuns. Esses órgãos têm sob a sua administração espaços culturais variados, como museus, teatros, cinemas, galerias de arte, entre outros, possuindo acervos similares e promovendo, muitas vezes, atividades idênticas. Calabre (apud RUBIM et al, 2007) defende que algumas ações que contribuiriam para a definição de políticas públicas na área cultural seriam:

Alternativas

ID
2564170
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

Segundo Durand (2013), as tendências de hibridação cultural, em curso no Brasil e em outras partes do mundo, e as transformações das concepções a respeito da arte e da dinâmica do campo artístico ao longo do século XX, dificultam as escolhas e decisões que precisam ser tomadas pela gestão cultural da área pública. Algumas razões que contribuem para esse fato e uma possível alternativa de ação por parte da gestão cultural pública, respectivamente, são:

Alternativas
Comentários
  • B- aos governos não compete a produção da cultura nem o decreto dos valores das obras culturais e de artes, tendo-se de respeitar a autonomia da criação e a pluralidade das culturas que coabitam no país; a ausência de metodologia científica disponível que dê suporte para as análises dos projetos culturais do ponto de vista estético / os governos usarem seu poder de chancela junto aos círculos acadêmicos e de cultura erudita, instituindo premiações as mais variadas, contribuindo assim para explicitações consistentes na ideia de qualidade no universo da estética


ID
2564173
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

As proposições e os desafios do Plano Nacional de Cultura (PNC) estão descritos em cinco capítulos que apresentam caminhos para se pensar o papel do Estado e a participação social. Considerando esse documento, responda a questão.

A descrição das metas definidas no “Caderno de Metas do PNC”, publicado em 2011, refere-se a:

Alternativas
Comentários
  • O PNC, que faz parte do Sistema Nacional de Cultura (SNC), é o norteador da política cultural nacional. Ele estabelece objetivos, diretrizes, ações e metas para dez anos (2010 a 2020), e foi construído com base em discus- sões ocorridas nas conferências municipais, estaduais e nacionais de cultura e consolidadas no Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). Por isso, o PNC reflete anseios e demandas de todo o país, com respaldo do poder público e da sociedade civil. LETRA A

  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que o Caderno de Metas do Plano Nacional de Cultura dispõe sobre cultura. 

    A– Correta - É o que dispõe o Caderno de Metas do PNC: "As metas do Plano Nacional de Cultura contemplam as diretrizes, estratégias e ações do Plano e buscam atender os seus objetivos e desafios. Elas consolidam o futuro que se almeja alcançar até 2020 e consistem em ponto de confluência entre as ações culturais demandadas pela sociedade, o compromisso de diferentes instâncias do poder público e a garantia de recursos materiais disponíveis para viabilizá-las. São essas as metas que apresentamos aqui". Fonte: https://www.ipea.gov.br/participacao/images/pdfs/conferencias/IIICNCultura/documento_tecnico_metas_pnc.pdf 

    B– Incorreta - São três as dimensões, não quatro, de acordo com o PNC: "Assim, a partir de agora, todo o planejamento do MinC seguirá as orientações do PNC. O Plano se estrutura em três dimensões complementares: a cultura como expressão simbólica; como direito de cidadania; e como campo potencial para o desenvolvimento econômico com sustentabilidade".

    C- Incorreta - Há prazo definido de 10 anos, de acordo com o PNC: "Essas dimensões, por sua vez, desdobram-se nas metas, que dialogam com os temas reconhecimento e promoção da diversidade cultural; criação e fruição; circulação, difusão e consumo; educação e produção de conhecimento; ampliação e qualificação de espaços culturais; fortalecimento institucional e articulação federativa; participação social; desenvolvimento sustentável da cultura; e fomento e financiamento. (...) Mas o trabalho está apenas começando. A população estará conosco na execução e fiscalização dessas metas para que, ao final de uma década, tenhamos certeza de que legamos uma outra cultura aos brasileiros. Além de garantir, de fato, o direito à cidadania cultural. (...)".

    D- Incorreta - As metas apontam o cenário que se desejava para a cultura até 2020, não até 2025, de acordo com o PNC: "As proposições e os desafios do Plano Nacional de Cultura estão descritos em cinco capítulos, que apresentam 14 diretrizes, 36 estratégias e 275 ações para se pensar o papel do Estado e a participação social; a proteção e promoção da diversidade artística e cultural; o acesso aos bens culturais; e o desenvolvimento socioeconômico sustentável. As metas, portanto, devem ser reflexo do resultado dessas ações e apontar o cenário que se deseja para a cultura em 2020".

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa A.


ID
2564176
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

As proposições e os desafios do Plano Nacional de Cultura (PNC) estão descritos em cinco capítulos que apresentam caminhos para se pensar o papel do Estado e a participação social. Considerando esse documento, responda a questão.

Entre as diversas possibilidades de atuação de um produtor cultural em uma universidade, está a de promover ações que integrem cultura e educação em consonância com as políticas públicas. Uma dessas possibilidades é atender, através de eventos, cursos e publicações, à meta 19 do “Caderno de Metas do PNC”, que estabelece, dentro do prazo desse documento, que:

Alternativas
Comentários
  • Meta 19) Aumento em 100% no total de pessoas beneficiadas anualmente por ações de fomento à pesquisa, formação, produção e difusão do conhecimento  

    Fonte: http://www.proec.ufpr.br/pic/download/METAS_PNC_final.pdf


ID
2564179
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

As proposições e os desafios do Plano Nacional de Cultura (PNC) estão descritos em cinco capítulos que apresentam caminhos para se pensar o papel do Estado e a participação social. Considerando esse documento, responda a questão.

Considerando a execução do PNC, a instituição que atua como principal articulador federativo e aquela que exerce a função de coordenador executivo, respectivamente, são:

Alternativas
Comentários
  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que a Lei 12.343/2010 dispõe sobre Plano Nacional de Cultura. 

    A– Incorreta - Não é o que a Lei 12.343/10 dispõe sobre o tema, vide alternativa D.

    B- Incorreta - Não é o que a Lei 12.343/10 dispõe sobre o tema, vide alternativa D.

    C– Incorreta - Não é o que a Lei 12.343/10 dispõe sobre o tema, vide alternativa D.

    D- Correta - É o que dispõe a Lei 12.343/2010, que estabelece o Plano Nacional de Cultura, em seu art. 3º: "(...) § 1o O Sistema Nacional de Cultura - SNC, criado por lei específica, será o principal articulador federativo do PNC, estabelecendo mecanismos de gestão compartilhada entre os entes federados e a sociedade civil. (...) § 6o O Ministério da Cultura exercerá a função de coordenação executiva do Plano Nacional de Cultura - PNC, conforme esta Lei, ficando responsável pela organização de suas instâncias, pelos termos de adesão, pela implantação do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais - SNIIC, pelo estabelecimento de metas, pelos regimentos e demais especificações necessárias à sua implantação".

    E- Incorreta - Não é o que a Lei 12.343/10 dispõe sobre o tema, vide alternativa D.

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa D.


ID
2564182
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Um dos conceitos mais difundidos hoje em dia no campo da cultura e da economia é o de “indústrias criativas”. Segundo a classificação da Organização das Nações Unidas (ONU), através da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), algumas das atividades que integram as indústrias criativas são:

Alternativas
Comentários
  • a economia criativa pode ser conceituada como o conjunto de atividades em que o fator essencial de desenvolvimento é a criatividade das pessoas. Como exemplos, podem ser citados a música, o teatro, a dança, a televisão e as novas mídias. Estima-se que, atualmente, aproximadamente 30 mil pessoas já façam parte da economia criativa do Distrito Federal, algo que representa 1,5% do mercado local.


ID
2564185
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Reconhecendo-se a importância de estudo mais aprofundado para definição das políticas culturais no Brasil, Fialho e Goldstein (2012) registram questões existentes entre as pesquisas na área cultural realizadas em outros países e no Brasil. Com base nessas autoras, responda à questão.

As diferenças existentes nas pesquisas citadas e uma das possíveis alternativas são:

Alternativas
Comentários
  • Pois toda vez que ela aparecer eu vou errar kkk

  • Pois toda vez que ela aparecer eu vou errar kkk

  • Pois toda vez que ela aparecer eu vou errar kkk


ID
2564188
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Reconhecendo-se a importância de estudo mais aprofundado para definição das políticas culturais no Brasil, Fialho e Goldstein (2012) registram questões existentes entre as pesquisas na área cultural realizadas em outros países e no Brasil. Com base nessas autoras, responda à questão.

Alguns problemas que podem ser identificados em relação à forma de pesquisas na área cultural realizadas no Brasil são:

Alternativas

ID
2564191
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

A pesquisa “Públicos da Cultura” (SESC, 2013) teve por objetivo produzir uma ampla investigação sobre os hábitos e práticas culturais dos brasileiros. Segundo essa pesquisa, a maioria dos entrevistados:

Alternativas

ID
2564194
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Relações Públicas
Assuntos

De acordo com Durand (2013), em consonância com a visão geral que se tem no mercado sobre a profissionalização do agente cultural, é correto afirmar que o(a):

Alternativas

ID
2564197
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Relações Públicas
Assuntos

A elaboração de projetos culturais é uma atividade especializada que exige tanto conhecimento técnico na produção de textos, cronogramas e orçamentos, quanto conhecimento do cenário artístico e cultural. Porém, de acordo com Thiry-Cherques (2008), muitos projetos culturais são deficientes porque há:

Alternativas

ID
2564200
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Relações Públicas
Assuntos

Na elaboração de um projeto cultural, uma sequência correta de ações para uma modelagem efetiva deve perpassar as fases de:

Alternativas

ID
2564203
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Relações Públicas
Assuntos

A experiência de quem trabalha com projetos culturais vem provando que a etapa da captação de recursos é uma das mais árduas na execução de um projeto. Alguns dos desafios que dificultam essa captação são:

Alternativas

ID
2564206
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Relações Públicas
Assuntos

Na elaboração de um orçamento de projeto, é preciso prever os tipos de contratação que serão necessários à sua execução, inclusive o pagamento dos tributos. Sob o pagamento de pessoas físicas, que se dá por emissão de recibo de pagamento autônomo (RPA), incidem impostos que são obrigatórios por parte do contratante e do contratado. Assim, da parte do contratante, o imposto e a alíquota que obrigatoriamente devem ser recolhidos, respectivamente, são:

Alternativas
Comentários
  • Imposto??? O termo correto é contribuição previdenciária.


ID
2564209
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Os projetos de ações culturais, assim como os de outras áreas, requerem diretrizes, planejamento, execução e avaliação de resultados. Na política cultural do Brasil, a gestão pública da cultura tem na avaliação das ações implementadas, uma relação direta com os objetivos e com a multiplicidade de efeitos buscados ou por elas alcançados. Considerando a complexidade das relações que envolvem o campo da ação cultural, alguns fatores que podem interferir diretamente na avaliação dos seus resultados são:

Alternativas

ID
2564212
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Relações Públicas
Assuntos

Nas etapas de pré-produção, produção e pós-produção, as questões logísticas são muito importantes. Algumas das ações que devem integrar um planejamento de pré-produção de espetáculos artísticos são:

Alternativas

ID
2564215
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Relações Públicas
Assuntos

Na lista de checagem para a produção de apresentações musicais, do ponto de vista do espaço e da sonorização, algumas ações são fundamentais para a realização de um show agendado. Algumas das ações adequadas para a garantia dessa realização são:

Alternativas

ID
2564218
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

A lei nº 8.313/91, também conhecida como Lei Rouanet, é a lei federal de incentivos à cultura. Considerando essa legislação, responda à questão.

A lei supracitada e as diversas leis estaduais e municipais de incentivo à cultura, embora sejam legislações singulares, possuem algumas características em comum, que são:

Alternativas

ID
2564221
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

A lei nº 8.313/91, também conhecida como Lei Rouanet, é a lei federal de incentivos à cultura. Considerando essa legislação, responda à questão.

Nessa lei, há dois artigos que tratam sobre a dedução do imposto sobre a renda das quantias investidas em projetos pelo patrocinador. O artigo 18, no qual a maioria dos projetos apresentados é enquadrada, determina que o contribuinte deduza toda a quantia que investe. Alguns segmentos culturais contemplados por esse artigo são:

Alternativas
Comentários
  • A (ERRADA) artes cênicas; música popular; preservação e difusão do acervo audiovisual

    B (ERRADA) artes cênicas; preservação do patrimônio cultural material e imaterial; produção de programas de TV em canal aberto

    C (ERRADA) doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas; música popular; livros de valor artístico, literário ou humanístico

    D (CORRETA) livros de valor artístico, literário ou humanístico; exposições de artes visuais; produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média-metragem.

    Lei nº 8.313 de 1991

    Art. 18.  Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a União facultará às pessoas físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de parcelas do Imposto sobre a Renda, a título de doações ou patrocínios, tanto no apoio direto a projetos culturais apresentados por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas de natureza cultural, como através de contribuições ao FNC, nos termos do art. 5 , inciso II, desta Lei, desde que os projetos atendam aos critérios estabelecidos no art. 1  desta Lei.

    § 3  As doações e os patrocínios na produção cultural, a que se refere o § 1, atenderão exclusivamente aos seguintes segmentos:                 

    a) artes cênicas;                     

    b) livros de valor artístico, literário ou humanístico;                     

    c) música erudita ou instrumental;                       

    d) exposições de artes visuais;                    

    e) doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos;                     

    f) produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual; e                    

    g) preservação do patrimônio cultural material e imaterial.                    

    h) construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que poderão funcionar também como centros culturais comunitários, em Municípios com menos de 100.000 (cem mil) habitantes.                   


ID
2564224
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

Considerando a Instrução Normativa nº1/2013 do Ministério da Cultura, responda à questão.

Para fins legais, o proponente é descrito como pessoa que:

Alternativas
Comentários
  • XLIII - Proponente: pessoa física com atuação na área cultural, ou pessoa jurídica de direito

    público ou privado, com ou sem fins lucrativos, que apresente o Código Nacional de Atividades

    Econômicas (CNAE), referente à área cultural no seu registro de CNPJ, de acordo com a classificação

    constante no anexo VII, responsável por apresentar, realizar e responder por projeto cultural no âmbito do

    Pronac.


ID
2564227
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

Considerando a Instrução Normativa nº1/2013 do Ministério da Cultura, responda à questão.

A aquisição de material permanente:

Alternativas

ID
2564230
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

Todo funcionário de órgão público – nos âmbitos federal, estadual e municipal – lida com documentos ligados ao Estado. Em relação às situações de sigilo mencionadas na Lei nº 8.159/1991, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A:

     

    Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.


ID
2564233
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

O direito autoral em nosso país, instituído por lei, protege o direito de autor e suas obras, mas existem algumas alternativas criadas para facilitar a circulação dessas obras, como o Creative Commons, que é um sistema:

Alternativas
Comentários
  • As licenças Creative Commons são várias licenças públicas que permitem a distribuição gratuita de uma obra protegida por direitos autorais.

    Uma licença Creative Commons é usada quando um autor quer dar às pessoas o direito de compartilhar, usar e construir sobre um trabalho que ele criou. Creative Commons proporciona uma flexibilidade autoral (por exemplo, eles podem optar por permitir apenas usos não comerciais de seu próprio trabalho) e protege as pessoas que usam ou redistribuem o trabalho de um autor de preocupações de violação de direitos autorais, desde que respeitem as condições que são especificados na licença pelo qual o autor distribui o trabalho.


ID
2564236
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

A fim de garantir que o produto cultural possa assegurar a subsistência do autor e de, pelo menos, uma geração de herdeiros para, após isso, ser usufruído por todas as pessoas, a lei sobre direitos autorais (n° 9.610/98) protege as obras por um período de tempo. Considerando essa lei, responda à questão.

Quanto à forma de utilização das obras, algumas das garantias são:

Alternativas
Comentários
  • Lei 9.610/1998

    Art. 4º Interpretam-se restritivamente os negócios jurídicos sobre os direitos autorais.

    Art. 31. As diversas modalidades de utilização de obras literárias, artísticas ou científicas ou de fonogramas são independentes entre si, e a autorização concedida pelo autor, ou pelo produtor, respectivamente, não se estende a quaisquer das demais.

     

    "Wow! Much knowledge!"


ID
2564239
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

A fim de garantir que o produto cultural possa assegurar a subsistência do autor e de, pelo menos, uma geração de herdeiros para, após isso, ser usufruído por todas as pessoas, a lei sobre direitos autorais (n° 9.610/98) protege as obras por um período de tempo. Considerando essa lei, responda à questão.

Em relação às obras que passam para o domínio público:

Alternativas
Comentários
  • Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1° de janeiro do ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil.

    Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de proteção a que alude o caput deste artigo.

  • Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por 70 (setenta) anos contados de 1º de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória civil.

     

    Art. 42. Quando a obra litarária, artística ou científica realizada em coautoria for indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da morte do último dos coautores sobreviventes.


ID
2564242
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

Segundo a legislação de direito autoral brasileira, no caso da realização de uma exposição de artes plásticas com peças de artistas vivos de uma coleção particular, os direitos correspondentes ao colecionador e ao artista são:

Alternativas
Comentários
  • Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis.

  • Capítulo III

    Da Utilização da Obra de Arte Plástica

    Art. 77. Salvo convenção em contrário, o autor de obra de arte plástica, ao alienar o objeto em que ela se materializa, transmite o direito de expô-la, mas não transmite ao adquirente o direito de reproduzi-la.


ID
2564245
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Não definido

Para que haja toda e qualquer utilização de obra musical é necessário obter a liberação junto ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). Para que o órgão possa efetuar os pagamentos sobre as obras para os autores é necessário que:

Alternativas
Comentários
  • "Dos valores arrecadados pelo Ecad, 85% são repassados para os titulares filiados às sociedades de gestão coletiva musical. Outros 5% são destinados às associações, para cobrir suas despesas operacionais, enquanto os 10% restantes são destinados ao Ecad para pagamento de suas despesas administrativ​as em todo o Brasil."

    Fonte: ecad.org,br

    Resposta: LETRA C


ID
2564248
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Artes Cênicas
Assuntos

Cada vez mais há convergências entre as técnicas artísticas do teatro e outras artes. Do ponto de vista histórico de Berthold (2014), um dos efeitos dessa convergência foi:

Alternativas

ID
2564251
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Não definido

A encenação é uma manifestação artística em que o verbal e o não verbal coexistem. O público consegue assimilar as questões não verbais envolvidas nos espetáculos cênicos porque o texto não verbal é:

Alternativas

ID
2564254
Banca
CEPUERJ
Órgão
UERJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Não definido

Nos espetáculos cênicos, os intérpretes estão na base do processo. Acerca da descrição sobre a atuação desses profissionais, é correto afirmar que os:

Alternativas