A formação da cultura na Amazônia tem estado intimamente ligada à colonização e à economia.
O primeiro esforço de disciplinar as atividades regionais devemos aos missionários, que intentaram o aldeamento dos gentios e sua incorporação à civilização do tipo europeu; e aos reinóis, que se fixaram nestas paragens, em busca de aventuras ou no desempenho de funções administrativas. A rebeldia dos indígenas, a rarefação populacional, a extensão imensa da terra, a luta contra os invasores nas suas tentativas sortidas, o desenvolvimento econômico precário – tudo isso contribuiu para que nada ou quase nada resultasse em favor da cultura, nesses primeiros tempos, sobretudo porque pretenderam os brancos fazer que os peles-tostadas ascendessem, de um salto, do totemismo ao monoteísmo, da barbárie ao cristianismo, do nomadismo à atividade sedentária, da colheita aleatória dos bens da terra e da água à cultura sistemática. O fato, tal qual aconteceu nos longes de 1600 a 1700, se repete hoje, historicamente, no pouco rendimento cultural do trabalho da catequese.
Só mesmo o surto da borracha, atraindo massas humanas para o desertão da Hileia Brasileira, permitiu, sob bases econômicas favoráveis, a criação de uma sociedade em que a cultura, na sua extensa gama de valores, pôde tomar corpo e ser aferida pelos padrões comuns.
(Do livro “Amazônia: Cultura e Sociedade”, de Djalma Batista, p. 68-69)
Leia as seguintes afirmativas feitas sobre o texto:
I. Os colonizadores desenvolveram dois tipos de atividade na região: um a serviço da Coroa Portuguesa, outro nas atividades burocráticas.
II. O termo “pôde”, no último parágrafo do texto, não deveria estar acentuado, pois a Reforma Ortográfica eliminou mais esse acento diferencial.
III. O autor não deprecia a ação dos padres, que, dentre outras coisas, tentaram civilizar os índios, elevando seu padrão de vida a níveis aceitáveis.
IV. A região amazônica não possuía, no primeiro século da efetiva presença dos portugueses, uma expressiva densidade demográfica.
Assinale a alternativa correta: