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Prova CONTEMAX - 2019 - Prefeitura de Orobó - PE - Fisioterapeuta


ID
4868740
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

Em relação ao elemento textual “galinha”, no primeiro parágrafo, fica implícito que ela estava:

Alternativas
Comentários
  • Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

    Eminência= superioridade moral e/ou intelectual; excelência.

    Iminência= qualidade, condição ou característica do que está iminente; ameaça, aproximação, urgência.

    Logo, gabarito letra A.


ID
4868743
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

De acordo com a organização interna do texto, pode-se afirmar que ele se constitui de uma sequência de:

Alternativas
Comentários
  • Vários fatos ocorreram em sequencia durante o texto. Desde a fuga inesperada da galinha, quanto a reação da família ao resgatá-la.

    Nada pode lhe parar!!


ID
4868746
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

A atitude da galinha, que aparentava calma, foi, para a família:

Alternativas
Comentários
  •   Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família.

    Inesperado, imprevisível.

    Gabarito Letra E.


ID
4868749
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

O texto apresenta em vários momentos uma humanização da galinha; assinale a alternativa que indica o parágrafo em que isso fica mais evidente:

Alternativas
Comentários
  • 4° Paragrafo: Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

    Neste trecho vemos várias caracteristicas humanas utilizadas para a galinha. EX: Sozinha no mundo, sme pai nem mãe, muda, concentrada e etc.

    Desistir jamais !!!


ID
4868752
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

O pronome destacado na passagem "Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida." (7º parágrafo) faz referência a um acontecimento no texto. Quanto a seu papel coesivo, ele apresenta uma função:

Alternativas
Comentários
  • "Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida." (7º parágrafo) 

    O termo anafórico retoma um termo anterior, total ou parcialmente, de modo que, para compreendê-lo dependemos do termo antecedente.

    Deus é Pai !!


ID
4868755
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

Na passagem "O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte (...)" (3º parágrafo), o advérbio em destaque indica uma circunstância de:

Alternativas
Comentários
  • alternativa d: circunstancia de tempo.
  • GABARITO LETRA D

    Esporadicamente é um advérbio que se refere ao que ocorre poucas vezes, raramente ou de modo aleatório, entre um longo espaço de tempo.

    sinônimos de esporadicamente : ocasionalmente, pontualmente, raramente, raro, isoladamente, circunstancialmente, eventualmente, casualmente, fortuitamente, espaçadamente, espalhadamente, dispersamente, esparsamente.

  • Quando ele vai fazer? Esporadicamente.

    Tempo.


ID
4868758
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

Todas as palavras abaixo retiradas do texto apresentam ditongo; a EXCEÇÃO encontra-se na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • letra A- A-in-da - divisão silábica A é hiato- correto.

    B- Ninguém, ditongo decrescente nasal, como em porém e também ( eim)

    C-pei-to

    D-dois monossílabo átono

    E- enquanto ( ua)

  • LETRA A

    Tritongo é 3 vogais na mesma sílaba = paraguai, uruguai

    ditongo = 2 vogais na mesma sílaba

    "A-in-da"=hiato

    "nin-guém"= gu=é dígrafo pq n pronuncia, fica só o ém= ditongo

    "pei-to"= ditongo

    "dois"= n separa

    "en-quan-to"= qu pronuncia, por isso é ditongo crescente

    :)

  • GABARITO: LETRA A

    ____________________________________________________________________________________________________________________

    MONOSSÍLABA = palavras compostas por 1 sílaba. Ex: Sol, Lá, Pá;

    DISSÍLABA = palavras compostas por 2 sílabas. Ex: Blusa, Casa, Creme;

    TRISSÍLABA = palavras compostas por 3 sílabas. Ex: Sorvete, Caneta, Banana;

    POLISSÍLABA = palavras compostas por mais de 3 sílabas. Ex: Bicicleta, Televisão, Mundialmente.

    ____________________________________________________________________________________________________________________

    SEPARAÇÃO SILÁBICA

    A) NÃO SE SEPARAM OS DITONGOS E TRITONGOS:

    AU-LAS = ditongo decrescente oral.

    GUAR-DA = ditongo crescente oral.

    A-GUEI = tritongo ora

    B) SEPARAM-SE AS VOGAIS DOS HIATOS:

    PI-A-DA (i/a)

    CA-IR (a/i)

    C) NÃO SE SEPARAM OS DÌGRAFOS CH, LH, NH, QU, GU:

    CHO-CA-LHO / CH, LH = dígrafos inseparáveis.

    QUI-NHÃO / QU, NH = dígrafos inseparáveis.

    GUI-SA-DO / GU = dígrafo inseparável.

    D) SEPARAM-SE OS DÍGRAFOS RR, SS, SC, SÇ, XC E XS:

    EX-CES-SO / XC, SS = dígrafos separáveis.

    FLO-RES-CER / SC = dígrafo separável.

    CAR-RO-ÇA / RR = dígrafo separável.

    DES-ÇO / SÇ = dígrafo separável.

    E) A CONSOANTE INICIAL NÃO SEGUIDA DE VOGAL PERMANECE NA SÍLABA QUE A SEGUE:

    CNI-DO-SE | DZE-TA | GNO-MA | MNE-MÙ-NI-CO | PNEU-M·-TI-CO

    F) NO INTERIOR DO VOCÁBULO, SEMPRE SE CONSERVA NA SÍLABA QUE A PRECEDE A CONSOANTE NÃO SEGUIDA DE VOGAL:

    AB-DI-CAR | AC-NE | BET-SA-MI-TA DAF-NE DRAC-MA | ÈT-NI-CO | NUP-CI-AL OB-FIR-MAR

    G) O “S” FORMA SÍLABA COM O PREFIXO ANTECEDENTE QUE PRECEDE CONSOANTES (O “S” NÃO FAZ PARTE DO PREFIXO):

    ABS-TRA-IR | ADS-CRE-VER | INS-CRI-ÇÃO | INS-PE-TOR | INS-TRU-IR | IN-TERS-TÍ-CIO 

    H) PREFIXOS TERMINADOS EM CONSOANTE:

    1) Ligados a palavras iniciadas por consoante, cada uma fica em sílabas diferentes.

    BIS-NE-TO | CIS-PLA-TI-NO | DES-LI-GAR | DIS-TRA-ÇÃO | TRANS-POR-TAR

    2) Ligados a palavras iniciadas por vogal, a consoante do prefixo se liga à vogal da palavra.

    BI-SA-VÔ | CI-SAN-DI-NO | DE-SES-PE-RAR | DI-SEN-TÈ-RI-CO | TRAN-SA-TLÂN-TI-CO

    MEUS RESUMOS DAS AULAS DO PROF. DÉCIO TERROR.

  • NINGUÉM NÃO É TRITONGO? SE O EM É DITONGO NASAL, A LETRA M É UMA SEMIVOGAL!

    NIN GUÉM??

    U>>> SEMIVOGAL

    E>>>VOGAL

    M>>>>SEMIVOGAL

    SÓ EU APRENDI ASSIM?


ID
4868761
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

Em todas as alternativas abaixo estão destacados pronomes, EXCETO na opção:

Alternativas
Comentários
  • B) "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" (13º parágrafo)

    → O que é uma conjunção subordinativa integrante.

    GABARITO. B

  • Gab. ''B''

    Trata-se de uma conjunção integrante e não pronome.

    *E dizer ISSO (''que a obriguei a correr naquele estado!")

    Neste período temos uma oração subordinada substantiva subjetiva.

  • GABARITO B

    Quando trocamos o "que" por "isso" conjunção integrante.

    "E dizer que ( Isso )  a obriguei a correr naquele estado!" (13º parágrafo

  • alguém poderia comentar a letra D? não entendi

  • Me, te , se , nos, vos= Pronome oblíquo átono

    Na letra ''d''

    "Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido. QUEM TEM TEM ALGO OU ALGUMA , o pronome oblíquo átono ''LA'' está na frase como objeto direto , espero ter ajudado Juliana Cordeiro.


ID
4868764
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II


Por não estarem distraídos


     Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

      Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. 


(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

O título do texto – Por não estarem distraídos – expressa a causa do insucesso da relação amorosa apresentada pelo narrador. A passagem do texto que funciona como uma consequência dessa causa contida no título está presente na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • Segundo a banca GAB. D.

    Achei a E certa também.

    Alguém saberia explicar?


ID
4868767
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II


Por não estarem distraídos


     Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

      Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. 


(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

As relações semânticas podem ser estabelecidas entre orações, períodos e parágrafos em um texto. Nesse sentido, o texto clariceano é estrategicamente estruturado em apenas dois parágrafos, que estabelecem entre si uma determinada relação semântica fundamental, a qual está corretamente apontada no item:

Alternativas
Comentários
  • GAB:B

    CONTRAPOSIÇÃO OU A FAMOSA ADVERSIDADE !

    ISSO É VISTO EM ALGUNS TRECHOS DO TEXTO: "...no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. ".

  • Entendi a questão dessa forma: no começo estava tudo bem ( primeiro parágrafo), no segundo parágrafo, brigas. Ideias opostas que não se atraem, oposição, adversidade, ressalva, contraposição, todos esses nomes são sinônimos que podem cair na prova.


ID
4868770
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II


Por não estarem distraídos


     Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

      Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. 


(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

Sobre o emprego dos travessões na passagem

"Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração." (1º parágrafo), assinale a opção INCORRETA:

Alternativas
Comentários
  • travessão [ — ] é um sinal de pontuação usado, maioritariamente, no início das falas no discurso direto. É também usado para substituir a vírgula ou os parênteses em orações intercaladas ou no destaque de alguma parte da frase.

  • GABARITO C

    Segundo a gramatica , Um dos usos de travessões é para isolar orações intercaladas ou inferentes

    ( Elas existem, sim, no sentido de fazer uma advertência, inserir uma opinião, observação ou ressalva )

    É possível a permuta entre travessões , vírgulas , parênteses. Uso não facultativo.

    "Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração."

    ou

    "Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque ( a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras ) e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração."

    ou

    "Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque , a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras , e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração."

    As fontes consultadas foram:

    F. Pestana

    José Maria, pontuação.

    Gramática Normativa, FTD.

    https://www.portugues.com.br/gramatica/oracoes-intercaladas-ou-interferentes.html#:~:text=Demarcada%20tamb%C3%A9m%20pelo%20travess%C3%

    A3o%2C%20a,que%20precisava%20mudar%20de%20opini%C3%A3o.

    ______________________________________________________________-

    Eventuais equívocos ou discussões sobre a questão... comunique-me!

    Bons estudos!!!!

  • Assertiva C INCORRETA:

    foram empregados meramente por questões estilísticas;

  • PS:

    Escorreita é o mesmo que: apurada, perfeita, correta, límpida.


ID
4868773
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II


Por não estarem distraídos


     Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

      Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. 


(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

Das orações destacadas nas passagens abaixo retiradas do texto, a única com função adjetiva encontra-se na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • Na literal definição de Domingos P. Cegalla, eduzida de sua Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, p.390, as orações subordinadas adjetivas são as que exercem, como os adjetivos, a função de adjunto adnominal.

    Na mais das vezes, são introduzidas por pronomes relativos (que, quanto, quem, cujo, etc.) e se subdividem em dois tipos:

    Restritivas: não apresentam, na escrita, a marcação da pausa e referem-se a um termo antecedente, que pode ser um pronome ou um substantivo. Exs.:

    I – “Era fatal a dor que respondia na cacunda.” (Monteiro Lobato);

    II – É teu tudo quanto aqui existe;

    III – “Foi o cavalo de Mauro que boleou, isto é, caiu para trás.” (Fernando Sabino)

    Explicativas: normalmente, apresentam, na escrita, a marcação da pausa e explicam ou esclarecem o termo antecedente, conferindo-lhes uma característica ou trazendo uma informação. Exs.:

    I – “Olhou a caatinga, que o poente amarelava.” (Graciliano Ramos)

    II – “Vicente, que também rira com Mariinha, notou que a moça tinha uns lindos olhos e uma curiosa graça no riso.” (Raquel de Queirós)

    III – “Mariana sentou-se no catre, ao lado do qual estava o baú de roupas.” (Ana Miranda)

    Inspecionemos os itens:

    a) "(...) eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, (...)" (1º parágrafo)

    Correto. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva, consoante se verifica na explicação acima;

    b) "Andavam por ruas e ruas falando e rindo, (...)" (1º parágrafo)

    Incorreto. Trata-se duas orações subordinadas adverbiais conformativas reduzidas de gerúndio. Desenvolvendo-as, ou seja, inserindo uma conjunção do bloco verbal "falando e rindo", origina-se esta redação: "Andavam por ruas e ruas conforme falavam e riam";

    c) "Como eles admiravam estarem juntos!" (1º parágrafo)

    Incorreto. Trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Desenvolvendo-a, resulta-se esta redação: "Como eles admiravam que estivessem juntos!";

    d) "Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles." (2º parágrafo)

    Incorreto. A oração destacada é subordinada adverbial temporal, ou seja, de advérbio de tempo;

    e) "(...) e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso." (2º parágrafo)

    Incorreto. A oração destacada é subordinada adverbial proporcional, ou seja, confere à estrutura noção de proporcionalidade.

    Letra A

  • Resposta: A -

    Recebe o nome de adjetiva porque exerce função sintática tipicamente exercida por adjetivos.

  • O '' QUE'' na frase, eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, O ar o qual estava a frente, quando o ''que '' puder ser substituído por o qual e flexão se torna um pronome relativo = PR, ganhando OSA= PROSA= Pronome Relativo Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, pois não tem vírgulas.

    RESPOSTA A.


ID
4868782
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Cinco alunos leem 10 livros em 3 semanas. Quantos livros 10 alunos leem em 6 semanas?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO C

    5 A----------------- 10 l ---------------------3 sem

    10 A---------------- X -----------------------6 sem

    ____________________________________

    = 10 X 6 X 10

    -----------------------

    3 X 5

    ________________________

    600

    ------

    15

    600/ 15 = 40

    _________________________

    Bons estudos!


ID
4868788
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Leia a notícia jornalística a seguir, publicada em outubro deste ano, e marque a opção que preenche corretamente a lacuna.

“A atual onda de protestos violentos que atinge o ________ ganhou contornos mais dramáticos neste domingo, quando dois incêndios na capital deixaram ao menos sete mortos. A onda de manifestações e confrontos já se espalhou por diversas partes do país, mesmo após o presidente Sebastián Piñera ter cancelado o aumento nas tarifas de metrô, estopim para a crise atual”.


(Fonte: Folha de São Paulo, 20/10/2019, com adaptações).

Alternativas
Comentários
  • Presidentes:

    a) Brasil - Jair Bolsonaro

    b) Chile - Sebastián Piñera

    c) Mexico - Andrés Manuel López Obrador

    d) Uruguai- Luis Lacalle Pou

    e) Paraguai - Mario Abdo Benítez

    gab: B

  • GAB-B

    CHILE


ID
4868791
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Em setembro deste ano, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sancionou a chamada Lei da Liberdade Econômica. Marque a alternativa que NÃO apresenta uma das medidas propostas nessa lei.

Alternativas
Comentários
  • O objetivo dessa lei é a redução da burocracia nas atividades econômicas e incentivar a criação de novos empregos. Sabendo disso ja daria pra ir por eliminação.

    Pra quem quer ler os pontos principais, segue o link da matéria:

    https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/20/entenda-o-que-muda-com-a-lei-da-liberdade-economica.ghtml

    gabarito C

  • Que legal..


ID
4868794
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Considere a descrição a seguir, a respeito de uma importante personalidade da literatura brasileira, e assinale a alternativa que indica de quem se trata.

“Foi um dos mais importantes escritores brasileiros do século XX. Teve vários livros adaptados ao cinema e à televisão, alguns mais de uma vez, como „Gabriela‟, ' Dona Flor e Seus Dois Maridos' e „Tieta do Agreste‟. Natural da Bahia, testemunhou desde jovem a injustiça social, bem como o folclore da região”.

(Fonte: Correio da Manhã, 16/08/2019, com adaptações).

Alternativas
Comentários
  • Pode-se dizer que Jorge Amado é o escritor com mais adaptações pro cinema, televisão. A globo, por exemplo, adora as obras dele.

    gabarito C

  • Gabarito: B

  • "Jorge Leal Amado de Faria (1912-2001) foi o mais importante escritor brasileiro do século XX. Teve vários livros adaptados ao cinema e à televisão, alguns mais de uma vez, como ‘Gabriela’, ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, ‘Tereza Batista Cansada de Guerra’ ou ‘Tieta do Agreste’. Natural da Baía, testemunhou desde jovem a injustiça social, bem como o folclore da região. Em 1935 formou-se em Direito na Universidade do Rio de Janeiro, onde também aderiu ao comunismo, que propagandeou em livros como ‘Capitães de Areia’, ‘Os Subterrâneos da Liberdade’ e ‘O Cavaleiro da Esperança’, biografia romanceada do histórico líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes."

    Fonte: Correio da Manhã - Jorge Amado: do comunismo ao erotismo <https://www.cmjornal.pt/mais-cm/domingo/detalhe/jorge-amado-do-comunismo-ao-erotismo>

    GABARITO: ALTERNATIVA "B"


ID
4868797
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Em relação ao conceito de "desenvolvimento sustentável ", assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas

ID
4936075
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

As fibras que inervam os músculos extrínsecos do olho são classificadas como:

Alternativas
Comentários
  • EFERENTES SOMATICOS - Impulsos nervosos que seguem pelo SN somático eferente terminam em músculos estriado esquelético. Contração voluntária.

    LETRA A


ID
4936078
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

O músculo que possui sua origem no processo (apófise) espinhoso de T1 a T4 e sua inserção na borda medial da escápula, sua ação é a adução, elevação e rotação da escápula, estabilização da escápula. Esse músculo é o:

Alternativas

ID
4936081
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

É constituída por células que agem como macrófagos, participando, portanto, da defesa do tecido nervoso.

Alternativas
Comentários
  • Microglia

  • Micróglia é um tipo de célula do sistema nervoso central que atuam na defesa imune do SNC.


ID
4936084
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

Procedimentos terapêuticos neurológicos fundamentam-se em abordagens teóricas sobre como o sistema nervoso central (SNC) controla os movimentos. Entre os problemas enfrentados pelo SNC para controlar movimentos, destaca-se:

Alternativas

ID
4936087
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

É uma desordem regional neuromuscular caracterizada pela presença de locais sensíveis nas bandas musculares tensas/contraídas, ocorrência de dor em queimação, peso ou dolorimento, às vezes em pontadas, dor e diminuição da força muscular, limitação da amplitude de movimento e, em alguns casos, fadiga muscular, produzindo dor referida em áreas distantes ou adjacentes. Os fenômenos autonômicos, que podem ser concomitantes com a zona de referência do pontogatilho (PG), incluem: vasoconstrição, sudorese e pilo ereção. Os distúrbios proprioceptivos que podem estar associados são: desequilíbrio, tontura, zumbido e distorção do peso dos objetos. Características essas que correspondem a:

Alternativas

ID
4936090
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

Segundo a Organização Mundial da Saúde, reabilitação cardíaca é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva, os programas de reabilitação cardíaca foram desenvolvidos com o propósito de trazer esses pacientes de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do exercício físico, acompanhada por ações educacionais voltadas para mudanças no estilo de vida. São aspectos fisiológicos a adaptações aos exercícios propostos, leia as afirmativas abaixo e responda:

(__) A realização do exercício constitui um estresse fisiológico para o organismo em função do grande aumento da demanda energética em relação ao repouso, o que provoca grande liberação de calor e intensa modificação do ambiente químico muscular e sistêmico.

(__) A exposição regular ao exercício ao longo do tempo (treinamento físico) promove um conjunto de adaptações morfológicas e funcionais que conferem maior capacidade ao organismo para responder ao estresse do exercício.

(__) Os efeitos crônicos do exercício dependem, fundamentalmente, de uma adaptação periférica, que envolve tanto um melhor controle e distribuição do fluxo sanguíneo, como adaptações específicas da musculatura esquelética.

(__) Ocorrem modificações histoquímicas na musculatura treinada dependentes do tipo de treinamento, fazendo com que a atividade enzimática seja, predominantemente, oxidativa (anaeróbica lática) ou glicolítica (aeróbica).

(__) Após essas adaptações, um exercício de mesma intensidade absoluta (mesma velocidade e inclinação na esteira, por exemplo), provocaria menores efeitos agudos após um período de treinamento

Alternativas
Comentários
  • Via oxidativa é aeróbica; via glicolítica é anaeróbica.

ID
4936093
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

O surgimento da Condropatia Patelar pode ser causado, exceto:

Alternativas

ID
4936096
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

Técnica na fisioterapia respiratória que se utiliza como instrumentos o Flutter (força da gravidade), o Shaker (força da gravidade) e o Acapella (força de atuação magnética). O Flutter é um aparelho portátil formado por um bocal, um cone, uma bola de ácido inoxidável e uma tampa perfurada. A melhor posição para realizá-lo é sentada. Esta é a técnica

Alternativas
Comentários
  • Consiste na terapia de oscilação oral de alta frequência


ID
4936102
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

Os canais de Volkman são:

Alternativas

ID
4936105
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

De acordo com o conhecimento sobre sistema respiratório, leia as afirmativas e responda:

(__) A carina é a bifurcação da traqueia em brônquios lobares.
(__) O pulmão direito tem 1 fissura e 2 lobos e o esquerdo tem 2 fissuras e 3 lobos.
(__) O mediastino é o espaço que separa o tórax do abdome.
(__) Os brônquios fonte são divididos em 3 direitos e 2 esquerdos.
(__) Sacos cheios de ar em forma de cachos de uvas, na extremidade das vias aéreas distais, são chamados de bronquíolos.

Alternativas
Comentários
  • 1 Carina é a bifurcação traqueal 2 O pulmão esquerdo tem 1 fissura e 2 lobos e o direito tem 2 fissuras e 3 lobos. 3 o mediastino é o espaço entre os dois pulmões 4 Os brônquios se dividem em direito (que se divide em três brônquios secundários) e esquerdo (que divide-se em dois). 5 sacos cheios de ar em forma de cachos de uvas, na extremidade das vias aéreas distais, são chamados de alvéolos.

ID
4936108
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

A queda é um evento bastante comum e devastador em idosos. Os fatores de risco que mais se associam às quedas são, exceto:

Alternativas

ID
4936111
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

É a perda de massa e força na musculatura esquelética (como bíceps, tríceps e quadríceps) com o envelhecimento.

Alternativas

ID
4936114
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

Paralisias com hiporreflexia e hipotonia são denominadas:

Alternativas

ID
4936117
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

Testa um músculo específico em vez de um movimento e requer um desempenho muscular seletivo por parte do paciente. Eles fornecem resultados precisos da função do músculo. Testa os músculos, isometricamente, com o segmento alinhado na direção das fibras musculares em uma amplitude média, pedindo-se ao paciente que mantenha essa posição contra uma resistência, essas são características do método de:

Alternativas
Comentários
  • Tem mais: pode decorrer de culpa e omissão.


ID
4936120
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

De acordo com a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que estabelece a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, analise as afirmativas a seguir:

I. O Ministério da Saúde é autorizado a estabelecer as condições para aplicação da Lei nº 8. 142/1990, mediante portaria do Ministro de Estado.
II. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento das Comissões Bipartite, aprovadas pelo respectivo Conselho Nacional.
III. Os recursos referente à cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
IV. Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos a cobertura das ações e serviços de saúde.
V. Os recursos referentes à cobertura das ações e serviços de saúde serão destinados, pelo menos oitenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados.

Está(ao) INCORRETAS as afirmativas:

Alternativas
Comentários
  • Dedinidas pelo próprio conselho

    70% aos municípios


ID
4936123
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

Assinale (V) ou (F) nos parênteses, conforme a assertiva seja verdadeira ou falsa, respectivamente, de cima para baixo, a respeito do Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011:

(___) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.
(___) O Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENASES a cada quatro anos.
(___) A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores.
(___) O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada.
(___) O processo de planejamento da saúde será descendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.

Assinale a sequência CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • A cada 2 anos e Ascendente

  • (V) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores. (Artigo 24 do Decreto 7.508/11)

    (F) O Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENASES a cada quatro anos(A CADA 02 - ANOS)

    (V) A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores. (Artigo 20 do Decreto 7.508/11)

    (V) O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. (§ 1º do Artigo 15 do Decreto 7.508/11)

    (F) O processo de planejamento da saúde será descendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. (ASCENDENTE)

    Letra A: V – F – V – V - F


ID
4936126
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

De acordo com o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, analise o trecho a seguir: “conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde”, é CORRETO afirmar que o conceito traduz:

Alternativas
Comentários
  • GAB C (ART 2º VI)

    **BIZU**

    • ART 2º V MAPA DA SAÚDE= DESCRIÇÃO GEOGRÁFICA; REGIÃO = ESPAÇO GEOGRÁFICO
    • pessoal cuidem "início, fim e conforme/de acordo com" do art 8º com art 20. As bancas trocam muito.
    • NÃO CONFUNDIR ART 5º COM ART 9º


ID
4936129
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

De acordo com a Lei Orgânica da Saúde, é CORRETO afirmar que são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Alternativas
Comentários
  • Lei 8080

    Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

    Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).   


ID
4936132
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1946) define a saúde como ―um estado de completo bem-estar físico, mental e social entre os indivíduos não apenas ausência de enfermidade‖. Contudo, a condição de saúde de um indivíduo pode ser analisada por meio de diversos fatores, que são chamados de ―determinantes de saúde‖ (GEORGE, 2011). Nesse contexto, é INCORRETO afirmar que constitui fator determinante e/ou condicionante previsto na Lei Orgânica de Saúde:

Alternativas
Comentários
  • é sério que tem questão assim ???? é pra não zerar a prova né !!!!

  • GENTE DO CÉU KKKKKKKKKKKKK