No que se refere a nossa cultura, escolarizada, pode-se conceber a educação como vivenciada em dois
“espaços”: o escolar (formal) e o não escolar (não formal). Podendo, este último, ser pensado a
partir de duas instâncias, com distinções e delimitações preservadas por linhas tênues que as
distinguem e as entrelaçam: a instância informal e a da educação social.
A educação informal seria aquela que abrange todas as possibilidades educativas, no decurso
da vida do indivíduo construindo um processo permanente e não organizado (Afonso, 1992: 86).
Podendo ser representada de modo principal, mas não exclusivo, pelos processos educativos
cotidianos ocorridos no seio da família, bem como no meio social difuso ou organizado (igrejas,
espaços de lazer e cultura, movimentos sociais) e nos meios de comunicação em massa.
De acordo com Neves (2008), a instância formal (escolar) e a não formal (educação social)
comungam o atributo da organização e sistematização e, consequentemente, o caráter metódico. A
educação formal, portanto, ocorrendo no seio dos estabelecimentos escolares, requer tempo,
aprendizagem de conteúdos, habilidades e competências específicas, resultados e avaliações
regulados por normas decorrentes da administração competente, visando à obtenção de graus e
títulos.
A educação social, por sua vez, conta com objetivos explícitos de aprendizagem ou
formação. Entretanto, ela se realiza fora do marco institucional da escola, rompendo com muitas das
determinações que caracterizam esta última. Portanto, com escasso limite legal e burocrático,
favorecendo maior capacidade de adaptação a mudanças de forma possivelmente mais hábil,
flexível, versátil e dinâmica que na instância formal.
Desse modo, nomeando-se esse campo educativo como espaços educacionais não escolares.
As ações são realizadas (Neves, 2010) por meio de recursos oriundos da cultura e do lazer:
cultura popular, tradição, esporte, jogos e brincadeiras, prática artística, natureza e até mesmo
conteúdos científicos, organizados em espaços específicos, constituindo metodologias próprias e
mutáveis. Utiliza-se de conteúdos e recursos criados e recriados ao longo dos processos, agregando-se variados objetivos no ato de educar, podendo informar, provocar emoções, levar os educandos a
imaginar ou levá-los a criar algo novo em qualquer campo das ciências, das artes ou do domínio do
corpo. Atualmente, localiza-se nas práticas de mediação em museus e galerias e, em maior volume,
no seio dos projetos sociais geridos por ações governamentais, não governamentais e pela parceria
entre ambos.