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Prova IMA - 2019 - Prefeitura de Pastos Bons - MA - Psicólogo


ID
4870996
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Saúde Pública

A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. O Art. 19-A afirma que as ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. Sobre o atendimento dessas populações, analise os itens a seguir, marcando (V) para Verdadeiro e (F) para Falso:



( ) O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, centralizado, hierarquizado e nacionalizado.


( ) Caberá aos Estados, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.


( ) O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações.


A sequência do correto julgamento é:

Alternativas

ID
4870999
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Saúde Pública

As aplicações e funções de prestação de serviços de saúde, assumindo também os papéis de regulação e de financiamento das ações e serviços de saúde podem ser:

Alternativas

ID
4871002
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Saúde Pública
Assuntos

A Lei Orgânica da Saúde, em 1990 estabeleceu os princípios do Sistema Único de Saúde. Princípios esses que podem ser divididos em universalidade, integralidade e da equidade (princípios ideológicos ou doutrinários), descentralização, da regionalização e da hierarquização (princípios organizacionais) e o princípio da participação popular. Julgue as afirmativas em verdadeiras (V) ou falsas (F):



I. O princípio da universalidade propõe que o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde garantindo a todos sem discriminação de ordem previdenciária, e o princípio da integralidade inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos, bem como individuais quanto os coletivos.



II. A Equidade é o princípio da Justiça Social, todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde, portanto, as disparidades sociais e regionais do Brasil não devem ser levadas em consideração, pois devem ser atendidos de igual modo.



III. O controle social, como é chamado o princípio da participação popular, foi regulado pela Lei 8.142. Sendo a participação dos usuários na gestão do SUS através das Conferências de Saúde e através dos Conselhos de Saúde.



IV. O princípio da descentralização políticoadministrativa existe em três níveis ou esferas: nacional, estadual e municipal, onde cada uma possui um comando único e atribuições próprias. As transferências passaram a ser “fundo-a-fundo” baseado em sua população e no tipo de serviço oferecido e não no número de atendimentos.



V. O princípio da hierarquização e regionalização dividiu os serviços de saúde em níveis de complexidade; o nível primário deve ser oferecido diretamente a população enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando necessário. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência, sendo responsável pela saúde de uma parte da população.



Assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • Essa questão provavelmente foi anulada, pois só existe uma afirmativa correta que seria a III

  • questão super mal elaborada

ID
4871005
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Saúde Pública

A Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal nº 8080/1990) dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Sobre o que é disposto nessa lei, assinale a alternativa falsa.

Alternativas

ID
4871008
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Saúde Pública

As Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde são instâncias colegiadas reguladas pela Lei 8.142/1990 que propõe a participação dos usuários na gestão da SUS. Sobre essas instâncias, assinale a alternativa incorreta:

Alternativas

ID
4871011
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Ana é uma criança de cerca de dezessete meses e entra correndo na sala de visitas, vindo do vestíbulo e tentar chamar a atenção da sua mãe que está sentada perto da janela, lendo. Falhando nos seus esforços, a criança volta-se para o outro lado. À medida que seu olhar vagueia pela sala, de repente ilumina-se ao cair sobre um novo aspecto; através de uma estreita fresta da cortina que separa a sala de visitas da de jantar, projeta-se uma maçaneta em forma de T. Logo, abaixo da maçaneta há uma pequena vasilha, ao alcance da criança. Aproximando-se rapidamente destes objetos, mas, prudentemente, a criança toca a maçaneta com o dedo, e olha dentro da vasilha. Quando o fez, cai na vasilha um pequeno pedaço de chocolate. Assustada com isso, a criança recua momentaneamente, mas volta e, apanhando o chocolate, come-o. Alguns segundos mais tarde, segura firmemente a maçaneta e puxa para baixo fazendo com que um segundo pedaço de chocolate caia na vasilha. Daí por diante, com eficiência rapidamente crescente, ela repete o comportamento de apertar a maçaneta e comer o pedaço de chocolate que cai, até que se sinta saciada.

(KELLER, 2005, pag.15)


O relato acima descreve um poderoso princípio do comportamento. A qual princípio o relato se refere?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A.

    Princípio do comportamento operante adquirido através do reforçamento positivo.


ID
4871014
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental que são tratados na Lei 10.216 de 6 de abril de 2001 são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno ou qualquer outra. Esta lei não prevê os atendimentos em saúde mental:

Alternativas

ID
4871017
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A lei 10.216/2001 prevê que a internação, em qualquer uma, de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes, pois o tratamento visa a reinserção social do paciente em seu meio e será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtorno mental. Sobre o regime de internação é correto:

Alternativas

ID
4871020
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O Código de Ética Profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a autorreflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas consequências no exercício profissional. Sobre os deveres fundamentais dos psicólogos relacionados no seu Código de Ética, assinale a alternativa incorreta:

Alternativas
Comentários
  • RESOLUÇÃO CFP Nº 010/2005

    Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:

    g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-científica;

    Gabarito: C


ID
4871023
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O Código de Ética do Psicólogo foi construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O processo ocorreu ao longo de três anos, em todo o país, com a participação direta dos psicólogos e abertos à sociedade. Este Código se aproxima mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólogo. Nas alternativas abaixo, marque V para as Verdadeiras e F para Falsas:



I. Valorizar princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as práticas e estas demandam uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional.



II. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou beneficiários dos seus serviços.



III. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais.



IV. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação.



A sequência está correta em:

Alternativas

ID
4871026
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Um grupo de psicólogo se reúne para estudar e discutir casos referente a sua abordagem de trabalho. Ana diz que a sua abordagem trabalha na perspectiva de que o comportamento do indivíduo está diretamente relacionado com suas emoções e pensamentos e cita um exemplo de uma paciente:


Menina, 11 anos, apresenta gagueira e baixa autoestima.
Situação: Não conseguir falar em público
Pensamento: Vão rir de mim
Emoção: ansiedade
Comportamento: Esquiva de falar público, faltando a aula quando tem alguma apresentação.


Com qual abordagem esse grupo de psicólogos trabalha?

Alternativas
Comentários
  • C

  • LETRA C

    A Terapia Cognitiva Comportamental, compreende que a maneira como as pessoas interpretam as suas experiências determina como elas se sentem e se comportam.

  • Gabarito B.

    "Dessa forma, os níveis de cognição estão definidos como (do mais profundo ao mais acessível em nossa consciência): crenças centrais desadaptativas (tríade cognitiva), crenças intermediárias (regras) e pensamentos automáticos (distorções cognitivas, que influenciam emoção e comportamento)."

    Fonte: https://www.ethospsi.com/servicos/terapia-cognitivo-comportamental/#:~:text=Dessa%20forma%2C%20os%20n%C3%ADveis%20de,que%20influenciam%20emo%C3%A7%C3%A3o%20e%20comportamento).

    Dattebayo. 


ID
4871029
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A Reforma Psiquiátrica provocou uma grande mudança no que diz respeito ao atendimento aos portadores de transtornos mentais. A lei 10.216/2001 embasada pela Política Nacional de Saúde Mental prevê a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtorno mental. Com base nessa temática, assinale a alternativa incorreta:

Alternativas
Comentários
  • O tratamento deve ser apenas em hospitais gerais onde receba o maior número de informações a respeito da sua doença e de seu tratamento.

    ERRADA! A Política prevê que todo o tratamento deverá, preferencialmente, ser realizado em equipamentos com caráter comunitário. Indica-se os hospitais apenas quando os meios extra-hospitalares demonstrarem-se insuficientes.

    Gabarito C.


ID
4871032
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros. Sobre esta modalidade de tratamento, julgue as afirmativas e marque a alternativa correta:

Alternativas

ID
4871035
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou Núcleo de Atenção Psicossocial é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. Sobre a temática do CAPS, julgue as afirmativas como verdadeiras ou falsas.



I. O CAPS presta atendimento em regime de atenção diária e gerencia os projetos terapêuticos, oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado.



II. O CAPS promove a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas.



III. Os CAPS também têm a responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde mental de seu território, dá suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, ESF (Estratégia de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde) e regula a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área.



IV. O CAPS coordena, junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território e mantêm atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamentos para a saúde mental.



Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D.

    Os CAPS visam:

    • prestar atendimento em regime de atenção diária;

    • gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado;

    • promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas. Os CAPS também têm a responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde mental de seu território;

     • dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF (Programa de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde);

    • regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área;

    • coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território;

    • manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamentos para a saúde mental.

    Fonte: https://facsaopaulo.edu.br/wp-content/uploads/sites/16/2018/05/ed5/7.pdf


ID
4871038
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O psicólogo, em geral, realiza avaliações, os psicólogos clínicos, entre outras tarefas, realizam psicodiagnósticos. O psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica com propósitos clínicos e visa identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico que devem ser consideradas como parâmetros dos limites da variabilidade normal para a inferência sobre a existência ou não de psicopatologia. Sobre o processo de psicodiagnóstico, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D.

    "Segundo Cunha (2007) podemos caracterizar o processo psicodiagnóstico como um processo científico, porque deve partir de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou informadas através de passos pré determinados e com objetivos precisos."


ID
4871041
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O processo de psicodiagnóstico depende dos motivos alegados ou reais do encaminhamento e é norteado pelo elenco de hipóteses inicialmente formuladas, o que delimita o escopo da avaliação que pode ter um ou vários objetivos. Sobre os objetivos do psicodiagnóstico é incorreto:

Alternativas
Comentários
  • D) No objetivo de diagnóstico diferencial classificação nosológica, são investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.


ID
4871044
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A terapia X tem como base a premissa de que a interrelação entre cognição, emoção e comportamento está relacionada com o funcionamento normal do ser humano ou no desenvolvimento de uma psicopatologia. Um evento do cotidiano pode elucidar diferentes formas de sentir e agir em cada pessoa. No entanto, não é o evento em si que gera as emoções e comportamentos, mas sim o que nós pensamos sobre o evento, ou seja, nossas emoções e comportamentos estão sendo influenciadas pelo que pensamos; o que sentimos é fruto do que pensamos.


De acordo com o relato acima, qual abordagem do contexto acima?

Alternativas

ID
4871047
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Afirmação I

Todo aquele estímulo que quando apresentado atua para fortalecer o comportamento que o precede é chamado de _____________________.


Afirmação II

O estímulo que fortalece a resposta que o remove. Mas é também, o estímulo que enfraquece a resposta que o produz é chamado de _____________________.



Assinale a alternativa que corresponde resposta correta das afirmações:

Alternativas

ID
4871050
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A Ansiedade Fóbica caracteriza-se pela sua subjetividade, pelo seu quadro psicológico e comportamental, e sua gravidade pode variar de um leve desconforto até terror. Os Transtornos FóbicoAnsiosos é um grupo em que a ansiedade é evocada apenas, ou, predominantemente, por situações ou objetos bem definidos e externos ao indivíduo, não sendo corretamente perigosos. Diante deste quadro, julgue as prerrogativas como verdadeiras ou falsas.



I. O indivíduo encontra-se focado em sintomas individuais, tais como palpitações ou sensações de desmaio e, frequentemente, associados ao medo de morrer, perder o controle ou enlouquecer e não se sente aliviado quando outras pessoas não consideram a situação fóbica como perigosa ou ameaçadora.



II. A Agorafobia é uma fobia que, frequentemente se inicia na adolescência e está focalizada em torno do medo de expor-se às outras pessoas em grupos comparativos pequenos levando, assim, à evitação de situações sociais. Podem ser exemplificadas através da restrição a comer ou falar em público.



III. Fobias sociais são altamente restritas a situações específicas que surgem na infância ou cedo na vida adulta e podem persistir por décadas caso não seja realizado tratamento. As situações específicas desencadeadoras são proximidade com animais, altura, trovão, escuridão, voar, espaços fechados, urinar ou evacuar em banheiros públicos, comer certos alimentos, dentre outras.



IV. Fobias específicas acometem, na maioria das vezes, o sexo feminino, e seu início é usualmente no começo da vida adulta. Abrangem medos de sair de casa, medo de entrar em lojas, multidões e lugares públicos ou de viajar sozinho em trens, ônibus ou aviões. O indivíduo torna-se completamente confinado ao seu lar e é aterrorizado com pensamentos de ter um colapso e ser deixado sem socorro em público.



Assinale a opção correta

Alternativas
Comentários
  • II. A Agorafobia é uma fobia que, frequentemente se inicia na adolescência e está focalizada em torno do medo de expor-se às outras pessoas em grupos comparativos pequenos levando, assim, à evitação de situações sociais. Podem ser exemplificadas através da restrição a comer ou falar em público. Fobias sociais

    III. Fobias sociais são altamente restritas a situações específicas que surgem na infância ou cedo na vida adulta e podem persistir por décadas caso não seja realizado tratamento. As situações específicas desencadeadoras são proximidade com animais, altura, trovão, escuridão, voar, espaços fechados, urinar ou evacuar em banheiros públicos, comer certos alimentos, dentre outras. Fobias específicas

    IV. Fobias específicas acometem, na maioria das vezes, o sexo feminino, e seu início é usualmente no começo da vida adulta. Abrangem medos de sair de casa, medo de entrar em lojas, multidões e lugares públicos ou de viajar sozinho em trens, ônibus ou aviões. O indivíduo torna-se completamente confinado ao seu lar e é aterrorizado com pensamentos de ter um colapso e ser deixado sem socorro em público. Agorafobia

  • Gabarito D

    I. Conceito correto do ataque ou transtorno de pânico.

    II. A assertiva chama de Agorafobia o conceito de ansiedade social ou fobia social.

    III. A assertiva chama de fobia social o que é um conceito de fobia específica

    IV. A assertiva chama de fobia específica o conceito de Agorafobia

  • Questão fácil porém que precisa prestar bastante atenção para não se confundir


ID
4871053
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A Teoria da Personalidade, desenvolvida através de Sigmund Freud, foi um marco importante para a psicanálise. Para Freud, a personalidade é regida por três grandes sistemas: id, ego e superego, e a interação dinâmica desses sistemas resulta nos comportamentos de cada indivíduo. Sobre essa temática, julgue as afirmativas.



I. A teoria da Personalidade proposta por Freud pode ser considerada como desenvolvimentista, haja vista que ela relaciona a formação da personalidade ao processo de desenvolvimento do instinto sexual, que se iniciaria no primeiro ano de vida do indivíduo.



II. O id é o polo psicobiológico da personalidade, fundamentalmente constituído pelas pulsões. Ele regido, às vezes, pelo princípio do prazer e às vezes pelo princípio de realidade, sendo inconsciente.



III. O ego é a instância mediadora, integradora e harmonizadora entre as pulsões do id e as exigências e ameaças do superego e as demandas da realidade exterior. Os autores da psicanálise, de Melanie Klein até os mais modernos, são convictos de que o ego é inato, tem energia própria e, ainda que de forma rudimentar, desde recém-nascido, o ego do bebê já está interagindo com a mãe.



IV. O superego é uma estrutura que normatiza e delimita a conduta de cada sujeito, como também, ele, habitualmente, refere-se a uma instância psíquica resultante de introjeções e identificações que a criança faz com aspectos parciais dos pais, com suas proibições, exigências, ameaças, mandamentos, padrões de conduta e o tipo de relacionamento desses pais entre si.



Assinale a opção correta

Alternativas
Comentários
  • O id é o polo psicobiológico da personalidade, fundamentalmente constituído pelas pulsões. Ele regido, às vezes, pelo princípio do prazer e às vezes pelo princípio de realidade, sendo inconsciente. Ele é regido pelo princípio do prazer e não pelo da realidade.


ID
4871056
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Um profissional da psicologia foi chamado para proferir uma palestra sobre o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras drogas (CAPSad) para esclarecer dúvidas quanto ao tipo de tratamento oferecido neste espaço. O psicólogo afirmou que:


I. O CAPSad oferece atendimento diário a pacientes que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas e realizam planejamento terapêutico individualizado e de evolução contínua, possibilitando, assim, intervenções precoces. A equipe profissional do CAPSad é treinada para a identificação dos problemas pessoais, não se responsabilizando pelo desenvolvimento de estratégias para o suporte de tais problemas.



II. O CAPSad desenvolve uma gama de atividades que vão desde o atendimento individual (medicamento, psicoterápico, de orientação, entre outros) até atendimento em grupos ou oficinas terapêuticas e visitas domiciliares.



III. No CAPs ad, a prevenção voltada para o uso abusivo de álcool e outras drogas pode ser definida como um processo de planejamento, implantação e implementação de múltiplas estratégias voltadas para a redução dos fatores de riscos específicos e fortalecimento dos fatores de proteção.



IV. O paciente do CAPSad deve receber informações sobre os danos do álcool e outras drogas, alternativas para lazer e atividades livres de drogas e fortalecimento dos vínculos afetivos, o estreitamento dos laços sociais e a melhora da auto-estima do indivíduo.



Julgue as afirmações do psicólogo como verdadeiras ou falsas e marque a alternativa correta.

Alternativas

ID
4871059
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Cláudio encontra-se em processo psicoterápico e foi diagnosticado com transtorno de personalidade; perturbação grave da constituição caracterológica e das tendências comportamentais provocando uma ruptura pessoal e social do indivíduo. A psicóloga informou que Cláudio possui personalidade ciclotímica, o que equivale a dizer que ele apresenta os seguintes sinais e sintomas, exceto:

Alternativas
Comentários
  • DSM V

    O transtorno ciclotímico tem como característica essencial a cronicidade e a oscilação do humor, envolvendo vários períodos de sintomas hipomaníacos e períodos de sintomas depressivos distintos entre si. O transtorno ciclotímico normalmente tem início insidioso e curso persistente.

    A assertiva "a' traz uma característica do transtorno da personalidade histriônica. Vejamos:

    A característica essencial do transtorno da personalidade histriônica é a emocionalidade excessiva e difusa e o comportamento de busca de atenção. Normalmente cheios de vida e dramáticos, tendem a atrair atenção para si mesmos e podem inicialmente fazer novas amizades por seu entusiasmo, abertura aparente ou sedução (p. 667).

    Gabarito: A

  • O complicado dessa questão é que em seu enunciado ela trata de transtornos da personalidade e depois pergunta sobre um transtorno afetivo... é de lascar...

  • ciclotimia é transtorno do humor, e nao personalidade. Nao tem esse conceito no dsm V como na cid 10


ID
4871062
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O Transtorno de Ansiedade Generalizada deve ter sintomas primários de ansiedade na maioria dos dias por, pelo menos, várias semanas e usualmente por vários meses. Pacientes com esses transtornos apresentam os seguintes sinais e sintomas:

Alternativas
Comentários
  • DSM V

    • b) caracterizam o transtorno de pânico;
    • c) caracterizam a agorafobia;
    • d) caracterizam o TOC;

    Gabarito: A


ID
4871065
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Rute encontra-se em procedimento psicoterápico e devido há crises recorrentes, o psicólogo lhe entregou um documento que constava CID F40.01 e solicitava afastamento de 3 dias de suas funções para restabelecimento do seu quadro psíquico. Qual tipo de documento o profissional entregou para Rute?

Alternativas
Comentários
  • " ...  devido crises recorrentes .... " é dose, viu?

    RESOLUÇÃO Nº 6, DE 29 DE MARÇO DE 2019

    Art. 10, §1º - O atestado presta-se também a comunicar o diagnóstico de condições mentais que incapacitem a pessoa atendida, com fins de:

    III - Solicitar afastamento e/ou dispensa, subsidiada na afirmação atestada do fato;

    Além disso, temos que:

    §6º, V - Descrição das condições psicológicas do beneficiário do serviço psicológico advindas do raciocínio psicológico ou processo de avaliação psicológica realizado, respondendo a finalidade deste. Quando justificadamente necessário, fica facultado à(ao) psicóloga(o) o uso da Classificação Internacional de Doenças (CID) ou outras Classificações de diagnóstico, científica e socialmente reconhecidas, como fonte para enquadramento de diagnóstico.

    Gabarito: D


ID
4871068
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O surgimento das diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental tem como base, a lei 10.216 de 6 de abril de 2001 que aborda a temática de proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtorno mentais. A respeito dessas diretrizes, julgue as afirmativas e marque a alternativa correta.



I. É uma política que visa reestruturação da assistência psiquiátrica hospitalar através do programa de redução planificada de leitos, programa “de volta para casa”, expansão dos serviços residenciais terapêuticos, leitos em hospitais gerais.



II. Expansão e consolidação a rede de Atenção Psicossocial através dos seus vários tipos, atendimentos e atividades terapêuticas. Sendo excluído apenas o atendimento aos usuários de álcool e outras drogas, pois estes possuem diretrizes diferenciadas.



III. Inclusão de ações em saúde mental na Atenção Básica, através da Estratégia de Saúde da Família e Programa Permanente de Formação de profissionais para a Reforma Psiquiátrica.



IV. Inclusão social e emponderamento através da geração de renda e trabalho, mobilização de usuários e familiares.



Das afirmativas acima:

Alternativas
Comentários
  • II. Expansão e consolidação a rede de Atenção Psicossocial através dos seus vários tipos, atendimentos e atividades terapêuticas. Sendo excluído apenas o atendimento aos usuários de álcool e outras drogas, pois estes possuem diretrizes diferenciadas. ERRADA!

    A política engloba o tratamento e o redirecionamento do tratamento, também, frente às pessoas usuários de álcool e outras drogas.

    Gabarito C.


ID
4884007
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

Além do autor demonstrar um certo distanciamento da temática aluno por parte dos professores e outros profissionais de educação, o mesmo caracteriza a seguinte ausência:

Alternativas

ID
4884010
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

Diante das ideias discutidas acerca do aluno, qual é o ponto de vista do autor sobre a classe de educandos?

Alternativas

ID
4884013
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

“Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total”. (3º parágrafo)


O que essa afirmação dada pelo autor revela?

Alternativas

ID
4884016
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

A partir das ideias apontadas no texto, qual é a análise nas instituições de ensino em relação ao posicionamento indiferente dos profissionais de educação diante da classe de estudantes?

Alternativas

ID
4884019
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

“Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim”. (2º parágrafo)


Segundo o autor, a maneira pela qual se pode ter contato com os universos que o tangenciam é:

Alternativas

ID
4884022
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

“Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam”. (2º parágrafo). Segundo o autor, os professores:

Alternativas

ID
4884025
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

“Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema era os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores”. (3º parágrafo)


Diante dessa participação, qual foi a conclusão do autor?

Alternativas

ID
4884028
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


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“Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu”. (1º parágrafo)


De acordo com as ideias expostas no texto, as conversas:

Alternativas

ID
4884031
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


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Qual outro meio que proporciona para que tal sentimento de distância entre o universo do professor e do aluno se intensifica mais ainda?

Alternativas

ID
4884034
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

“E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu”. (1º Parágrafo)

O termo em destaque pode ser substituído, sem que haja perda de sentido, por:

Alternativas
Comentários
    • mas;
    • porém;
    • contudo;
    • todavia;
    • senão;
    • entretanto;
    • no entanto;
    • não obstante;
    • ainda assim;
    • apesar disso;
    • mesmo assim;

    fonte:www.normaculta.com.br/conjuncoes-adversativas/


ID
4884037
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


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“Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim” (2º parágrafo). O termo em destaque trata-se de um:

Alternativas
Comentários
  • VTD+ pronome é uma partícula apassivadora. Nesse caso, a partícula é objeto direto do verbo. Vida que segue.


ID
4884040
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

“Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos” (2º parágrafo).


Assinale a alternativa em que a preposição para possui o mesmo valor semântico da preposição em destaque no exemplo acima dado:

Alternativas
Comentários
  • Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos” (2º parágrafo) gosto de ouvir conversas (para) com a finalidade de viajar .... gabarito A
  • “Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos”

    → O termo em destaque é uma preposição nocional com valor semântico de finalidade e introduzindo uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo. É o mesmo caso da assertiva A que apresenta mesma estrutura.

    GABARITO. A

  • Assertiva A

    A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. Finalidade

  • "PARA" + VERBO NO INFINITIVO - FINALIDADE;

    "PÔR" + VERBO NO INFINITIVO - CAUSA.


ID
4884043
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

“Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes”. (3º parágrafo)


A palavra em destaque refere-se ao termo:

Alternativas

ID
4884046
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

“Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito”. (1º parágrafo)


A acentuação também está correta na seguinte forma verbal em destaque:

Alternativas
Comentários
  • GAB>>>C

  • Não entendi essa alternativa. Se pela regra as palavras oxítonas terminadas i tônico + pronome lo não acentuam. Não é isso?

  • Para quem estiver com dúvida se palavras oxítonas com i tônico + pronome recebe acento. Nesse caso o i do "atribuí" recebe acento por fazer parte da regra dos hiatos, não porque é oxítona. >> A-TRI-BU-Í

    Todas a outras alternativas são oxítonas terminadas em i e não recebem acento.

    GABARITO "C"

  • GABARITO: LETRA C

    As OXÍTONAS terminadas em I” e U” (caju, mingau, etc.) NÃO SÃO ACENTUADOS A NÃO SER QUE SEJA HIATO (BAÚ - BA-Ú).

    A- tri - bu - í

    OXÍTONAS ↳ Última sílaba tônica.

    PAROXÍTONAS ↳ Penúltima sílaba tônica.

    PROPAROXÍTONAS ↳ Antepenúltima sílaba tônica.

    MONOSSÍLABOS ↳ Acentuam-se monossílabos tônicos terminados em "A, E, O com ou sem S".

    OXÍTONAS ↳ Acentuam-se as oxítonas terminadas em "A, E, EM, ENS e DITONGO".

    As OXÍTONAS terminadas em I” e U” (caju, mingau, etc.) NÃO SÃO ACENTUADOS A NÃO SER QUE SEJA HIATO (BAÚ - BA-Ú).

    DITONGOS ABERTOS ↳ ÉU, ÉI, ÓI:

    a) Monossilábicos: véu, rói, dói, réis.

    b) Oxítonos: caracóis, pincéis, troféus.

    *

    PAROXÍTONAS ↳ Acentuam-se as paroxítonas terminadas em "L, i(s), N, US, PS, Ã(s), R, UM, UNS, ON, X, ÃO(s), OM (ons) e DITONGO CRESCENTE E DECRESCENTE".

    OBS: Não se acentua prefixos terminados em “I” ou “R”: Semi |Super.

    -- Ditongos abertos paroxítonos não são mais acentuados. ÉI(S), ÉU(S) E ÓI(S). EX: IDEIA, BOIA, JIBOIA, ASSEMBLEIA.

    EE / OO paroxítonos (não são mais acentuados). Veem, leem, creem. | Voo, enjoo, perdoo.

    AS PAROXÍTONAS TERMINADAS EM "N" (PÓLEN, HÍFEN, GÉRMEN, ETC) NÃO SÃO ACENTUADAS NO PLURAL.

    Não há mais trema em palavras da língua portuguesa.

    *

    PROPAROXÍTONAS ↳ Todas as paroxítonas são acentuadas.

    Paroxítonos antecedidos de ditongo NÃO SÃO MAIS ACENTUADOS: Feiura / Bocaiuva.

    Também não haverá acento se a vogal se repetir, como, por exemplo, em xiita.

    HIATOS ↳ Acentuam-se o "I” e o “U", quando são a segunda vogal tônica de hiato, quando essas letras aparecem sozinhas (ou seguidas de s) numa sílaba.

    NÃO HAVERÁ ACENTO:

    ↳ Se junto ao “I” e “U” vier qualquer outra letra (na mesma sílaba), não haverá acento.

    Se o I for seguido de “NH”, não haverá acento.

    ____________________________________________________________________________________________________________________

    FORMAS VERBAIS COM HÍFEN ↳ Deve-se tratar cada forma como se fosse uma palavra distinta.

    Ex: Contar-lhe; Sabê-la; Convidá-la-íamos.

    VERBOS “TER” E “VIR” ↳ Se empregados na terceira pessoa do singular (Presente do Indicativo): sem acento.

    Ex: O homem tem / o homem vem.

    Se empregados na terceira pessoa do plural (Presente do Indicativo): com acento circunflexo.

    Ex.: Os homens têm / os homens vêm.

    VERBOS DERIVADOS DE “TER” E “VIR” ↳ Se empregados na terceira pessoa do singular (Presente do Indicativo): com acento agudo.

    Ex: João mantém / o frasco contém

    Se empregados na terceira pessoa do plural (Presente do Indicativo): com acento circunflexo.

    Ex.: Os homens mantêm / os frascos contêm.

    Pôr (verbo) / Por (preposição) | Pôde (pretérito perfeito) / Pode (presente) | Fôrma (substantivo – recipiente) / Forma (verbo “formar” / substantivo)

    MEUS RESUMOS DE AULAS ASSISTIDAS.

  • Gabarito C: Vendê-lo – São acentuadas graficamente as formas verbais oxítonas terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos ligados às formas pronominais enclíticas “lo”, “la”, “los”, “las”.

    Obs.: Quando terminadas em “i”, apenas são acentuadas graficamente se a vogal “i” fizer parte de um hiato (atribuí-lo), não sendo acentuadas se o “i” estiver numa sílaba com uma consoante (distingui-lo; traduzi-lo; puni-lo). 


ID
4884049
Banca
IMA
Órgão
Prefeitura de Pastos Bons - MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não é próprio falar sobre os alunos...


1 Gosto de ouvir conversas. Mania de psicanalista. É que nas conversas moram mundos diferentes do meu. Thomas Mann, no seu livro José do Egito, conta de um diálogo entre José e o mercador que o comprara para vendê-lo como escravo, no Egito: “Estamos a um metro de distância um do outro. E, no entanto, ao seu redor gira um universo do qual o centro és tu e não eu. E ao meu redor gira um universo do qual o centro sou eu, e não tu.”
2 Fascinam-me esses universos que me tangenciam e que, no entanto, estão distantes de mim. Gosto de ouvir conversas para viajar por outros mundos. Por vários anos eu viajei diariamente de trem, de Campinas para Rio Claro, onde eu era professor na antiga Faculdade de Filosofia. No mesmo vagão viajavam também muitos professores a caminho das escolas onde trabalhavam. Iam juntos, alegres e falantes... Por anos escutei o que falavam. Falavam sempre sobre as escolas. Era ao redor delas que giravam os seus universos. Falavam sobre diretores, colegas, salários, reuniões, relatórios, férias, programas, provas. Mas nunca, nunca mesmo, eu os ouvi falar sobre os seus alunos. Parece que no universo em que viviam não havia alunos, embora houvesse escolas. Se não falavam sobre alunos é porque os alunos não tinham importância. 
3 Participei da banca que examinou uma tese de doutorado cujo tema eram os livros em que, nas escolas, são registradas as reuniões de diretores e professores. A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores. As coisas registradas eram as coisas importantes que mereciam ser guardadas para a posteridade. Nos livros estavam registradas discussões sobre leis, portarias, relatórios, assuntos administrativos e burocráticos, eventos, festas. Mas não havia registros de coisas relativas aos alunos. Os alunos, aqueles para os quais as escolas foram criadas, para os quais diretores e professoras existem, ausentes. Não, não era bem assim: os alunos estavam presentes quando se constituíam em perturbações da ordem administrativa. Os alunos, meninos e meninas, alegres, brincalhões, curiosos, querendo aprender, alunos como companheiros dessa brincadeira que se chama ensinar e aprender –– sobre tais alunos o silêncio era total.
4 Essa ausência do aluno –– não do aluno a quem o discurso administrativo das escolas se refere como “o perfil dos nossos alunos”, nem esse nem aquele, todos, aluno abstrato –– não esse mas aquele aluno de rosto inconfundível e nome único: esse aluno de carne e osso que é a razão de ser das escolas. Ah, é importante nunca se esquecer disso: alunos não são unidades bio-psicológicas móveis sobre os quais devem-se gravar os mesmos saberes, não importando que sejam meninos nas praias do Nordeste, nas montanhas de Minas, às margens do Amazonas, ou nas favelas do Rio. Os alunos são crianças de carne e osso que sofrem, riem, gostam de brincar, têm o direito de ter alegrias no presente, e não vão à escola para serem transformados em unidades produtivas no futuro. E é essa ausência desse aluno de carne e osso que está progressivamente marcando os universos que giram em torno da escola. Os professores não falam sobre os alunos.
5 Na verdade, não é próprio que os professores falem com entusiasmo e alegria sobre os alunos. Os alunos não são tema de suas conversas. Acontece nas escolas primárias (ainda escrevo do jeito antigo porque não acredito que a mudança de nomes mude a realidade...). Mas não só nelas. Lembro-me de uma brincadeira séria que corria entre os professores de uma de nossas universidades mais respeitadas. Diziam os professores que, para que a dita universidade fosse perfeita, só faltava uma coisa: acabar com os alunos... Brincadeira? Psicanalista não acredita na inocência das brincadeiras.
6 Com isso concordam os critérios de avaliação dos docentes, impostos pelos órgãos governamentais: o que se computa, para fins de avaliação de um docente, não são as suas atividades docentes, relação com os alunos, mas a publicação de artigos em revistas indexadas internacionais. O que esses critérios estão dizendo aos professores é o seguinte: “Vocês valem os artigos que publicam: publish or perish”!
7 Num universo assim definido pelo discurso dos burocratas o aluno, esse aluno em particular, cujo pensamento é obrigação do professor provocar e educar, se constitui num empecilho à atividade que realmente importa. Os raros professores que têm prazer e se dedicam aos seus alunos estão perdendo o tempo precioso que poderiam dedicar aos seus artigos. “Aquele que é um verdadeiro professor toma a sério somente as coisas que estão relacionadas com os seus estudantes – inclusive a si mesmo” (Nietzsche). Eu sonho com o dia em que os professores, em suas conversas, falarão menos sobre os programas e as pesquisas e terão mais prazer em falar sobre os seus alunos.


Extraído de: http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F212282%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2FDesejodeEnsinarB log.pd

A candidata se dera ao trabalho de examinar tais reuniões para saber sobre o que falavam diretores e professores”. (3º parágrafo)


Assinale a alternativa em que a palavra em destaque abaixo é também um substantivo Biforme:

Alternativas
Comentários
  • O gabarito está errado. A alternativa correta deveria ser a C.

  • nossa, que estranho .

    O padre seria substituido pela A madre?

  • A candidata - Biforme

    O Candidato

    Nos Biformes = Há uma forma para o masculino e para o feminino.

    -------------------------------------------------------------------------------------------------------

    a) O artista - Comum de dois gêneros

    O comum de dois gêneros permite variação por meio de determinante.

    ex: O Artista / A artista , O Pianista / A pianista.

    -----------------------------------------------------------------------------------------------------------

    b) O cônjuge - Sobrecomum

    Há uma só forma tanto para o masculino quanto para o feminino, mas não é possível a variação por meio

    de determinante.

    -------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    c) O estudante - Comum de dois gêneros

    --------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    d) O padre 

    Está entre Entre os substantivos biformes cujas formas masculinas e femininas apresentam radicais diferentes.

    padre/madre

    https://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_curso=381&pagina=9

    Bons estudos!

  • Padre = madre

    outros recorrentes:

    bispo = episcopisa

    frade = freira

    frei = sóror