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Prova ISAE - 2011 - PM-AM - Aspirante da Polícia Militar


ID
1130209
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)


O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.

Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver , mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.

Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping. O que me horroriza, mais do que os grandes mas sacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.

Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.

Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto

O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.

Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor - e a vida doeria um pouco menos - se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)

Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas - não as vemos nem entramos em contato.

erá que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa - ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar - para nos desconectarmos.

E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem - e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós. (...)

Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza - momentânea e ilusória - de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.

Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping? Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele - de si mesmas.

São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender - de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre. Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas - só gente. Porque nascemos gente - mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.


Em “Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento.”, o vocábulo estancada pode ser substituído sem prejuízo de seu sentido original expresso no texto pela seguinte palavra:

Alternativas

ID
1130212
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)


O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.

Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver , mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.

Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping. O que me horroriza, mais do que os grandes mas sacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.

Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.

Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto

O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.

Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor - e a vida doeria um pouco menos - se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)

Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas - não as vemos nem entramos em contato.

erá que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa - ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar - para nos desconectarmos.

E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem - e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós. (...)

Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza - momentânea e ilusória - de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.

Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping? Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele - de si mesmas.

São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender - de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre. Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas - só gente. Porque nascemos gente - mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.


Ao final da leitura do texto, é possível afirmar que o que move o interesse da cronista é tentar compreender:

Alternativas

ID
1130215
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)


O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.

Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver , mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.

Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping. O que me horroriza, mais do que os grandes mas sacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.

Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.

Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto

O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.

Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor - e a vida doeria um pouco menos - se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)

Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas - não as vemos nem entramos em contato.

erá que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa - ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar - para nos desconectarmos.

E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem - e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós. (...)

Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza - momentânea e ilusória - de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.

Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping? Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele - de si mesmas.

São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender - de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre. Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas - só gente. Porque nascemos gente - mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.


“Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos.”. A classe morfológica da palavra assinalada é:

Alternativas
Comentários
  • d) pronome.


    Pronomes são palavras que substituem os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso. Pessoa do discurso é a que participa ou é objeto do ato da comunicação. 




    Pronomes pessoais são palavras que substituem os substantivos e representam as pessoas do discurso. Exemplo:


     


    Mauro havia deitado tarde. Ele ainda dormia quando a mãe o chamou.



    * As palavras ele e o substituem Mauro, que é a terceira pessoa do discurso, ou seja, a pessoa de quem se fala. Por isso, ele e o, são pronomes pessoais. 




    Observação: O, a, os, as - que também podem ser artigos e pronomes pessoais - são pronomes demonstrativos quando equivalem a isto, aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas: Leve o (= aquilo) que lhe pertence. É esta a (=aquela) que você quer?



    Fonte: CEGALLA.

  • GABARITO: LETRA D

    → “Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos.”

    → quem segue, segue alguém ("o" pronome oblíquo, exercendo a função sintática de objeto direto).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Força a todos!


ID
1130218
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)


O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.

Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver , mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.

Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping. O que me horroriza, mais do que os grandes mas sacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.

Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.

Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto

O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.

Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor - e a vida doeria um pouco menos - se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)

Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas - não as vemos nem entramos em contato.

erá que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa - ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar - para nos desconectarmos.

E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem - e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós. (...)

Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza - momentânea e ilusória - de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.

Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping? Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele - de si mesmas.

São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender - de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre. Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas - só gente. Porque nascemos gente - mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.


“O pequeno mal está por toda parte.”. A função sintática do termo assinalado é:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

    Adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio

  • GABARITO: LETRA B

    → “O pequeno mal está por toda parte.”.

    → temos um adjunto adverbial, em que lugar ele está? TODA PARTE (lugar → advérbio que expressa matiz de lugar).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Depois de Verbo de Ligação não seria Predicativo do sujeito?


ID
1130221
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na pele do outro (adaptação)


O cotidiano parece se repetir conforme o previsto até que você é empalado por uma cena. Eu saía da loja de um shopping de São Paulo, na tarde de sábado, quando ele passou por mim. Não sei se era a forma como o ar se deslocava de outro jeito ao redor dele, mas eu ainda não o tinha visto e minhas mãos já se estendiam no ar para ampará- lo. Ou talvez fosse só impressão minha, uma vontade estancada antes do movimento. Era um homem velho. Mas mais do que velho, era um homem doente. Cada um dos seus passos se dava por uma coragem tão grande, porque até o pé aterrissar no chão me parecia que ele podia retroceder ou cair. Mas ele avançava. E porque ele avançava na minha frente eu pude ver aquilo que outras partes de mim já haviam percebido antes. Sobre a sua cabeça havia uma peruca tão falsa que servia apenas para revelar aquilo que ele pretendia esconder. E de uma cor tão diferente do seu cabelo branco que parecia descuido de quem o amava ou não amava. Aquilo doía porque havia uma vaidade nele, a preocupação de ocultar a nudez da cabeça. E a peruca mal feita a expunha como um fracasso. A cada um de seus passos de epopeia sua camisa subia revelando um largo pedaço da fralda geriátrica. E assim ele avançava como uma denúncia claudicante da fragilidade de todos nós. Atravessando o corredor do shopping, lugar onde fingimos poder comprar tudo o que nos falta, consumidos pelo medo dessa vida que já começa nos garantindo apenas o fim.

Eu o seguia nesse balé sem coreografia quando ouvi os risinhos. Olhei ao redor e vi as pessoas se cutucando. Olha lá. Olha lá que engraçado. Ele tinha virado piada. Aquele homem desconhecido deixara a sua casa e atravessava o shopping. Para isso empreendera seus melhores esforços. Tinha vestido a peruca para que não percebessem sua calvície. Tinha colocado a fralda para não se urinar no meio do corredor. E caminhava podendo cair a cada passo. E as pessoas ao seu redor riam. E por um momento temi uma cena de filme, quando de repente todos começam a gargalhar e há apenas o homem em silêncio. O homem que não compreende. Até enxergar seu reflexo no olhar que o outro lhe devolve e ser aniquilado porque tudo o que veem nele não é um homem tentando viver , mas uma chance de garantir sua superioridade e sua diferença.

Quando entrevisto algum escritor costumo perguntar: por que você escreve? Alguns me respondem que escrevem para não matar. Eu também escrevo para não matar. Acho que na maior parte das vezes a gente escreve, pinta, cozinha, compõe, costura, cria, enfim, porque não sabe o que fazer com as pessoas que riem enquanto alguém tenta atravessar o corredor do shopping sem ter forças para atravessar o corredor do shopping. O que me horroriza, mais do que os grandes mas sacres estampados no noticiário, são essas pequenas maldades do cotidiano. E só consigo compreender os grandes massacres a partir dos pequenos massacres de todo dia. Os risinhos e dedos que apontam, os cotovelos que se cutucam.

Quem pratica os massacres miúdos do dia a dia é gente que se acha do bem, que não cometeu nenhum delito, que vai trabalhar de manhã e dá presente de Natal. Gente com quem você pode conversar sobre o tempo enquanto espera o ônibus, que trabalha ao seu lado ou bem perto de você, e às vezes até lhe empresta o creme dental no banheiro. É destes que eu tenho mais medo, é com estes que eu não sei lidar.

Entrevistei muitos assassinos sem sobressalto, porque estava tudo ali, explícito. Era uma quebra. O que me parece mais difícil é lidar com o mal rotineiro e persistente, difícil de combater porque camuflado. O mal praticado com afinco pelos pequenos assassinos do cotidiano que nenhuma lei enquadra. E quando você os confronta, esboçam uma cara de espanto

O pequeno mal está por toda parte. Possivelmente sempre esteve. Apenas que cada época tem suas peculiaridades. E na nossa somos cegados o tempo inteiro por imagens que nos chegam por telas de todos os tamanhos. E cada vez mais escolhemos as cenas que veremos, com quais nosso cérebro decidirá se comover. E as dividimos com os amigos no twitter, enviamos por email e parece até que há uma competição sobre quem consegue enviar mais rápido as imagens mais impactantes. Mas não sei se isso é ver. Não sei se isso nos coloca em contato de verdade.

Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor - e a vida doeria um pouco menos - se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável. Antes de julgar e de condenar. Antes de se achar melhor, mais esperto e mais inteligente. Vestir a pele do outro no minuto anterior ao salto na jugular. (...)

Quais são as razões delas, então? Por que ao testemunhar o homem que atravessa o shopping em passos trôpegos elas riem, se cutucam e apontam? Fiquei pensando se estas pessoas estão tão cegas pela avalanche de cenas em tempo real que para elas é apenas uma imagem da qual podem se descolar. É só mais uma cena que, como tantas a que assistimos todos os dias, não sabemos mais se é realidade ou ficção. Não é que não sabemos, apenas que parece que não importa, agora que os limites estão distendidos. Por que apenas assistimos às cenas - não as vemos nem entramos em contato.

erá que era por isso que podiam rir? Por que não tinham nenhuma conexão com aquele outro ser humano? É curioso que agora o verbo conectar é mais usado para nos ligarmos a uma máquina que nos leva instantaneamente para a vida dos outros. Pela primeira vez somos capazes de nos conectar ao mundo inteiro. O que é mais fácil do que se conectar a uma só pessoa - ao homem doente que atravessa o corredor do shopping diante de nós. É curioso como agora podemos nos conectar - para nos desconectarmos.

E se, ao contrário, riam porque se sentiam tão conectadas a ele que precisavam rir para suportar? Pensei então que talvez pudesse ser esta a razão. Aquelas pessoas realmente enxergavam aquele homem - e por enxergar é que precisavam rir, se cutucar e apontar. Porque a fragilidade dele também é a delas, a de cada um de nós. (...)

Talvez seja esta a razão, pensei. Essas pessoas precisaram rir, cutucar e apontar para ter a certeza - momentânea e ilusória - de que ele não era elas. Não seria nunca. Só apontamos para o outro, para o diferente, para aquele que não somos nós. E quando apontamos para alguém é justamente para denunciar que ela não é como nós.

Neste caso, teria sido para se certificar. Elas diziam: Olha que peruca ridícula. Ou: Você viu que ele está de fralda? Mas na verdade estavam dizendo: O que acontece com ele nunca acontecerá comigo. Ou: Ele não tem nada a ver comigo. Por que deixam gente assim entrar num shopping? Riam, cutucavam e apontavam por medo do que viam nele - de si mesmas.

São hipóteses, apenas. Uma tentativa de entender - de pensar e escrever em vez de responder com violência à violência que presenciei. E que me aniquila tanto quanto um massacre reconhecido no noticiário como massacre. Talvez não seja nada disso. No Natal minha filha me deu de presente uma camiseta em que a Mafalda, a personagem do cartunista argentino Quino, dizia: “E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?”. Talvez ali, no corredor do shopping, não fossem pessoas - só gente. Porque nascemos gente - mas só nos tornamos pessoas se fizermos o movimento.

) “Penso nisso porque acho que o mundo seria melhor — e a vida doeria um pouco menos — se cada um se esforçasse para vestir a pele do outro antes de rir, apontar e cutucar o colega para que não perca a chance de desprezar um outro, em geral mais vulnerável.”

É possível substituir corretamente os travessões do período acima sem qualquer prejuízo sintático-semântico na seguinte alternativa:

Alternativas

ID
1130224
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Enquanto na Amazônia os ciclos são de “chuva” (inverno) e “seca” (verão), nessas regiões os ciclos anuais são de “cheia” e “vazante”. Durante as cheias elas são alagadas e a água do rio deposita grande quantidade de matéria orgânica, renovando a fertilidade dos seus solos.

O trecho acima refere-se:

Alternativas
Comentários
  • EU FIZ ESSA PROVA KKKK

  • igapo sempre alagada

    Varzea alaga às vezes

    Terra firme normalmente não alaga

    alternativa "b"

  • várzea possui áreas eventualmente alagadas, e solos mais férteis.

  • No enunciado já se pode obter a resposta quando o mesmo cita a palavra (vazante).

  • Alagamento = Várzea

  • As áreas ao longo dos grandes rios da Amazônia que sofrem inundação são chamadas de áreas alagáveis, e são popularmente conhecidas como várzeas e igapós. As várzeas são áreas férteis banhadas por rios de água branca ou barrenta. A cor das águas se dá à grande quantidade de material presente.


ID
1130230
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

As definições relacionados à economia da borracha apresentadas a seguir estão corretas, com exceção de uma. Assinale-a.

Alternativas
Comentários
  • seringueiro não possuia terra.


  • O seringueiro não era o dono da terra.
  • *SISTEMA DE AVIAMENTO: troca de mercadorias de forma antecipada, tornando uma cadeia de endividamento desse ciclo. FIRMAS EXPORTADORAS, CASAS AVIADORAS, ARMAZÉNS E SERINGUEIROS.

    *O REGATÃO:mascote dos rios, homem que vendia mercadorias a um preço mais acessível e comprava a borracha por um preço melhor que o pago no armazém.Eles eram perseguidos pelos donos dos seringais.

    *O SERINGEIRO: é um homem livre, mas preso pelas dívidas impagáveis adquiridas desde de que aceitou a trabalhar nos seringais ( homem vindo do Nordeste com a esperança de ficar rico).

  • Não precisa pensar no passado, se tinha ou nao terras, basta olhar é vê que o seringueiro é quem trabalha na seringa, faz os cortes nas árvores, cuida ...

  • Pra mim e a letra A

    Seringueiro não tinha terra.. veio do nordeste

  • seringalista proprietário do seringal.

  • kkkk....essa questão deveria ser anulada. os seringalistas eram os donos dos seringais. portanto essa questão está totalmente equivocada

ID
1130233
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

O termo enclave é usado para descrever a formação de um núcleo de povoamento e valorização econômica em áreas dominadas por paisagens naturais. Assinale a alternativa que não apresenta uma economia de enclave.

Alternativas
Comentários
  • Economia de Enclave (industrial) 1: Economia, posta em um espaço (sub)periférico, entendida como toda aquela que roda com capital e tecnologia exógenos, atraídos mediante vantagens competitivas estáticas (fundamentalmente incentivos fiscais), onde os lucros retornam aos donos do capital residentes em outras plagas e a tecnologia do chão de fábrica é inteiramente assimétrica com o chão da academia local, constituindo a passagem para uma economia auto-sustentada a construção de vantagens competitivas dinâmicas que oportunizarão não só a consolidação das firmas existentes mas, sobretudo, o desenvolvimento do empreendedorismo local a partir da emergência de empresas de base tecnológica, cujos produtos e processos estabeleçam sintonia com os insumos, saberes e a cultura local (amazonidades), enquanto processo de inserção positiva e inteligente no contexto da globalização contemporânea, assegurado o consumo local. Vide uso em "Trajetória Tecnológica Alternativa: o acaso amazônico (um enfoque partir do projeto zfm)".

    Verbete inserido por Antônio José Botelho na Wikipédia em maio de 2007 

  • Alternativa D - Vale do Tapajós, Pará: mineração.

  • Pergunta referente do estado do Amazonas ?! Tomara que não esteja estudando errado.

ID
1130236
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Até meados do século XX, a vida das populações amazônicas se organizou em torno dos rios. A partir daí, os interesses se deslocaram para as riquezas minerais e pela decisão política de integrar o espaço amazônico ao resto do país.

Assinale a alternativa que indica o padrão de organização espacial que passou a orientar a ocupação da Amazônia a partir da segunda metade do século XX:

Alternativas
Comentários
    • As Rodovias movimentaram muito a região amazônica

    Portanto só fica as alternativas A e C

    • Elimino a letra pois não faz sentido a região Amazônica ter sido movimentada por causa da Várzea , Várzea seria um alagamento que os rios causam
  • a partir da segunda metade do século XX, ja nos encontramos com o desenvolvimento de estradas e a criação da zona franca de Manaus. o que confirma a opção Estradas - Terra Firme - Agricultura Empresarial

  • Podemos dizer que o processo era o: "Integrar para não entregar..." como lema dos governos militares na época.

    Desta forma foram construídas diversas estradas entre as mais importantes destacamos 2: Transamazônica e a Cuiabá Santarém. (ESTRADAS)

    Para se ter estradas deveriam ser construídas em TERRA FIRME (pois nunca alagam) era um processo de ocupação chamado de espinha de peixe, em que se constroem as estradas e suas áreas adjacentes são ocupadas dando lugar a grandes empresas estabelecidas para agricultura.

    Qualquer erro vai comentando abaixo...

  • Índice IQQ

  • Quem fez essa questão NUNCA FOI NO AMAZONAS. NUNCA


ID
1130239
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Quando um exercício físico é muito intenso, pode haver insuficiência de oxigênio para manter a produção de energia necessária. Nesse caso, as células do tecido muscular esquelético passam então a degradar a glicose de forma anaeróbia, o que pode causar fadiga muscular pelo acúmulo nas células musculares de:

Alternativas
Comentários
  • b) ácido láctico;


    O ácido láctico (C3H6O3) é um ácido monocarboxílico que, no organismo humano, resulta da metabolização celular da glicose com fins energéticos. Quando um exercício físico é muito intenso, é comum haver um excesso de ácido lático, uma vez que seu ritmo de formação é superior ao de eliminação do corpo. A excreção desse ácido é feita pela urina e pelo suor.


    Fonte: http://www.ciencia20.up.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=384

  • a fermentação muscular é chamada de fermentação lática---> produzindo ácido lático

    existem também

    fermentação alcoólica ---> produzindo etílico (tem no pão/ leveduras ou fungos)

    fermentação aacética ---> ácido acético (bactérias )


ID
1130245
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Em nossas células, a informação genética fica contida em 46 cromossomos presentes no núcleo de cada célula. Um cromossomo é:

Alternativas

ID
1130251
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

A existência de uma grande variedade de seres vivos parece ter sido resultado de um longo processo evolutivo. O processo de evolução biológica envolve não só a produção de variabilidade genética, mas também a formação de novas populações diferentes da população original.

Os principais mecanismos que, durante o processo evolutivo, estão envolvidos na produção de variabilidade genética são:

Alternativas
Comentários
  • b) mutação e recombinação gênica.


    São fatores que aumentam a variabilidade genética das populações: 



    Mutação: qualquer alteração no material hereditário.



    Recombinação gênica: consiste em misturar os genes já existentes na população. A produção sexuada é um dos principais mecanismos de recombinação.

  • A mutação é uma grande evidência de variabilidade genética

    Recombinação gênica é o próprio crossing over ( troca de material genético)

    Letra B

    APMBB


ID
1130254
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Um carro blindado de massa igual a 1500kg está em movimento retilíneo em uma estrada horizontal com uma aceleração constante de módulo 0,30m/s2 . Durante esse movimento o módulo da força resultante sobre o carro é:

Alternativas
Comentários
  • F= m.a

    F= 1500.0,3

    F= 450 N

  • N= kg.m/s²

    Força resultante = massa . aceleração

    F= 1500.0,3

    F=450 N

    Obs= 1500kg . 0,3m/s²

    LETRA D

    APMBB


ID
1130257
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Um cantil aberto, abandonado próximo a uma fogueira, contém 200g de água a 40o C. A temperatura da água sobe sem evaporação até 100o C. A essa temperatura toda a quantidade de água se transforma em vapor a 100o C. Sabendo que o calor específico da água é 1,0cal/go C e que o seu calor latente de vaporização é 540cal/g, o calor absorvido pela água no processo considerado foi:

Alternativas
Comentários
  • Dados Coletados: m = 200 g ; c = 1,0 cal/g ºC ; To = 40 ºC ; T =  100 ºC ;  L = 540 cal/g 

     

    1º Variação de Temperatura

    Q = m.c.ΔT 

    ΔT = ( T - To ) 

    Q¹ = 200 . 1 . ( 100 - 40 ) 

    Q¹ = 200 . 60 

    Q¹ = 12 000 cal

     

    2º Mudança de Estado Fisico

    Q = m.L 

    Q² = 200 540

    Q² = 108 000 cal

     

    3º Qtotal = Q¹ + Q²

    Qtotal = 12 000 + 108 000 

    Qtotal = 120 000 cal

    Resposta A


ID
1130260
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Uma onda de rádio de frequência igual a 1,5 x 106 Hz se propaga no vácuo com velocidade de 3,0 x 108 m/s . Essa onda tem comprimento de onda igual a:

Alternativas
Comentários
  • GAB=A

    Fórmula do comprimento do onda:   C= F/V

    Onde C (Lâmbida) é comprimento de onda, F é a frequência e V velocidade da onda

    C=3,0x10^8/1,5x10^6

    C=2x10² 

    C=200m


  • vc tem a resolução da prova toda?



ID
1130266
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Uma corrente constante i atravessa um trecho de um circuito em que há apenas um resistor de resistência R, e dissipa, por efeito Joule, uma potência P1 . Suponhamos que o resistor seja substituído por um de resistência R/2 e que a corrente passe a ter um valor constante 2i. Representando por P2 a potência dissipada por efeito Joule nessa nova situação, a razão P2 / P1 é igual a:

Alternativas

ID
1130284
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Se a função de 1º grau f(x) = 3x + b, x real, b constante, é tal que f(1) = 1 então f(4) é igual a:

Alternativas
Comentários
  • f(1) = 3.1 + b = 1

    b = -2

    f(4) = 3.4 - 2

    f(4) = 12 - 2 = 10

  • Se 2 é uma constante , vamos achá-la

    F(x)= 3x+b

    F(1)=1 equivale a

    3(1)+b= 1

    3+b=1

    b=1-3

    b=-2 constante de proporcionalidade

    e a F(4)??

    F(4)=3(4)-2

    F(4)=12-2

    F(4)=10

    LETRA C

    APMBB


ID
1130287
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Numa sala estão reunidos cinco amazonenses, três paraenses e dois piauienses. Três dessas pessoas serão escolhidas para compor uma comissão avaliadora. O presidente será um amazonense, o vice será um paraense e o relator será um piauiense. O número de comissões distintas que podem ser formadas é igual a:

Alternativas
Comentários
  • ACREDITO EU QUE  USAREMOS COMBINACÃO.

    C5,1.C3,1.C2,1=

    5.3.2= 30

    GABARITO LETRA D.

     

     


ID
1130290
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A soma das idades de Antônio e Bento é igual a 50. O dobro da idade de Bento é igual ao triplo da idade de Antônio. O produto das idades de Antônio e Bento é igual a:

Alternativas
Comentários
  • a + b = 50

    2b = 3a

    b = 3a/2

    a + 3a/2 = 50

    5a = 100

    a = 20

    20 + b = 50

    b = 50 - 20 = 30

    a.b = 20.30 = 600


ID
1130293
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

O primeiro termo de uma progressão aritmética de razão 4 é 20. A soma dos dez primeiros termos dessa progressão é igual a:

Alternativas
Comentários
  • a10 = 20 + 9.4

    a10 = 56

    S10 = (20+56).10/2

    S10 = 76.5

    S10 = 380

  • razão = 4        Expressão do termo geral: an = a1 + (n-1) * r

    a1 = 20           Aplicando: an = 20 + (10 - 1 ) * 4

    n = 10             an = 20 + 9* 4
                           an = 20 + 36
                             an = 56 
                   

                 Soma dos termos

    Sn = (a1 + an) * n   (dividido pra 2)
                   2

    Sn = (20+56) * 10
                   2

    SN = 380

     

    GAB A


ID
1130296
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Aldair pegou um cubo de madeira de 4cm de aresta, pintou-o de branco e, em seguida, dividiu-o em 64 “cubinhos” iguais, cada um com 1cm de aresta. O número de “cubinhos” que terão exatamente duas de suas faces pintadas de branco é igual a:

Alternativas

ID
1130299
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Nas próximas questões use, se precisar, os valores das massas atômicas a seguir.

Hidrogênio - 1 Carbono - 12 Nitrogênio - 14 Oxigênio - 16 Sódio - 23 Enxofre - 32 Cloro - 35,5 Cálcio - 40

Assinale a opção que apresenta substâncias em ordem crescente de suas massas moleculares.

Alternativas
Comentários
  • b) HS ; C3 H8 ; HNO2 ; H2 SO;



    * O cálculo da massa molecular é feito a partir das massas atômicas dos elementos e a soma dos seus átomos na molécula.


    HS    (S = 1.32 = 32.  e  H = 2.1 = 2) MM = 32 + 2 = 34g ou 34u




    C3 H8     (H = 8.1 = 8.  e  C = 3.12 = 36) MM = 8 + 36 = 44g ou 44u




    HNO2    (O = 2.16 = 32;  N = 1.14 = 14  e  H = 1.1 = 2) MM = 32 + 14 + 2 = 48g ou 48u




    H2 SO4   (O = 4.16 = 64;  S = 1.32 = 32  e  H = 2.1 = 2) MM = 64 + 32 + 2 = 98g ou 98u


ID
1130302
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Nas próximas questões use, se precisar, os valores das massas atômicas a seguir.

Hidrogênio - 1 Carbono - 12 Nitrogênio - 14 Oxigênio - 16 Sódio - 23 Enxofre - 32 Cloro - 35,5 Cálcio - 40

O sódio tem número atômico igual a 11 e número de massa igual a 23. Assim, o número de prótons, o de nêutrons e o de elétrons em um átomo de sódio são respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • d) 11, 12, 11.



    Número de massa (A) = prótons (p) + nêutrons (n)


    * Sendo p o número atômico. p também é = elétrons (e).


    A = 23.... p = 11


    A = p + n


    23 = 11 + n


    n = 23 - 11 = 12


  • GABARITO - D

    Número atômico representa a quantidade de prótons e elétrons que determinado elemento possui. Já o número de nêutrons é representado pela massa - n de prótons.

    Caveira!


ID
1130305
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Nas próximas questões use, se precisar, os valores das massas atômicas a seguir.

Hidrogênio - 1 Carbono - 12 Nitrogênio - 14 Oxigênio - 16 Sódio - 23 Enxofre - 32 Cloro - 35,5 Cálcio - 40

A massa, em gramas, de NaOH necessária para preparar 5 litros de solução com concentração 0,4 mol/L é:

Alternativas
Comentários
  • M x V

    5 * 0,4

    2 mols

    [...]

    Massa do NAOH = 40g

    [...]

    40g=1mol

    x = 2 mol

    x= 80 g/mol

    LETRA C

    APMBB

  • mm NaOH = 40 g/mol

    40g ------- 1 mol

    x g -------- 0,4 mol

    x = 40.0,4 = 16 g/L

    Devemos multiplicar por 5 pois são 5 litros

    x = 16.5

    x = 80 g

    GABARITO: LETRA C


ID
1130308
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Nas próximas questões use, se precisar, os valores das massas atômicas a seguir.

Hidrogênio - 1 Carbono - 12 Nitrogênio - 14 Oxigênio - 16 Sódio - 23 Enxofre - 32 Cloro - 35,5 Cálcio - 40

Considere a seguinte reação de adição:

CaCO3 → CaO + CO2

Quando a produção de CO2 é de 220g, a produção, em gramas, de CaO é

Alternativas
Comentários
  • c) 280g;




    1º Calcular as massas moleculares:



    * CaCO3 (Ca = 1.40 = 40;  C = 1.12 = 12;   e O = 3.16 = 48) MM = 40 + 12 + 48 = 100 g



    * CaO (Ca = 1.40 = 40;  O = 1.16 = 16) MM = 40 + 16 = 56 g



     *CO2    (C = 1.12 = 12;  O = 2.16 = 32) MM = 12 + 32 = 44 g




    Quando a produção de CO2 é de 220g, a produção, em gramas, de CaO é:


    44 g (CO2)__________220 g



    56 g (CaO)__________ X



    44 g = 220 g . 56 g


    44 g = 12320


    g = 280 


  • Lei de Lavoisier (conservação das massas) diz que a soma da massa dos produtos é igual a soma da massa do reagente

    Quantos que é a massa do reagente

    CaCo3 =100g

    Soma das massas do produto

    CaO=56

    CO2=44

    56+44= 100g

    Quero saber 220g de Carbono

    44g >>>100

    220g>>>x

    44x= 22.000

    X=22000/44

    X=500g

    Se eu tivesse 220g de CO2 , a soma do meu reagente seria 500g

    E se ela fosse 500g é só usar LAVOISIER

    500g-220g= 280g de CaO


ID
1130311
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Nas próximas questões use, se precisar, os valores das massas atômicas a seguir.

Hidrogênio - 1 Carbono - 12 Nitrogênio - 14 Oxigênio - 16 Sódio - 23 Enxofre - 32 Cloro - 35,5 Cálcio - 40

Considere as seis substâncias a seguir:

metano, etano, propeno, buteno, etanol, propanol

Quantas dessas substâncias apresentam dupla ligação?

Alternativas
Comentários
  • a) 2



    * Ligação simples: AN (metano, etano, etanol, propanol).




    * Ligação dupla: EN (propeno, buteno).




    * nº átomos de carbono:  1 (met); 2 (et); 3 (prop); 4 (but).




    * Sufixo conforme a função orgânica: Hidrocarbonetos (O); Álcoois (OL).


ID
1130314
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A administração colonial deve ser exercida pelos representantes da metrópole e a arrecadação fiscal deve ser o objetivo de todo o sistema administrativo. Mas o elemento definidor de todo o sistema está no monopólio do comércio, a exclusividade reservada à metrópole.

A exclusividade reservada à metrópole está prevista:

Alternativas
Comentários
  • c) no Pacto Colonial;




    Para que todo o sistema mercantil fosse positivo, os Estados Modernos iniciaram no século XV o que chamamos de "As grandes navegações", que consistiam em conquistar colônias fora do continente europeu, a fim de garantir o máximo de exploração territorial, em busca de matérias primas que estavam em falta no mercado europeu. Todos os produtos que chegavam à colônia ou saíam dela tinham que passar pela metrópole antes, assim, os europeus  deveriam comercializar restritivamente com suas sedes metropolitanas, visando garantias de vantagens em estabelecimento de preços, onde os colonizadores pudessem comprar a custos baixos e vender a valores altos. Também fazia parte do Pacto Colonial o sistema de dominação política onde as legislações aplicáveis à metrópole deveriam ser obedecidas e/ou adaptadas à colônia e a escravidão dos habitantes das terras que seriam colonizadas. 

ID
1130317
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta ações realizadas pela metrópole portuguesa, no século XVII, para se estabelecer no espaço amazônico.

Alternativas
Comentários
  • Os jesuitas foram importantes na colonização da amazônia. as missões e construções de fortes pelo império e povoados garantiram a presença portuguesa na região

  • Francisco Caldeira de Castelo Branco chegou à foz do Rio Amazonas no dia 12 de janeiro de 1616, construindo o Forte Presépio, na desembocadura do rio Pará, um dos afluentes do rio Amazonas, formando ao seu redor o que viria a ser a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.

    Resposta. A

    Me coriga se eu estive erado.


ID
1130320
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios

Com relação à cabanagem é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • A Cabanagem foi uma revolta iniciada a partir das inquietações da elite e população em geral que desejavam melhores condições de vida e maior participação na política regional. Esses interesses, entretanto, acabaram por se demonstrar contraditórios, o que impossibilitou um governo forte e duradouro. 


ID
1130323
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta, em ordem cronológica, as principais etapas da economia do estado do Amazonas.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    Após a efetivação do Tratado de Madrid, em 1750, Portugal intensificou a ocupação das terras amazônicas com a criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, no intuito de organizar a produção de drogas do sertão realizada na região e comercializada com a Europa. Durante o século XIX teve início na região Norte o Ciclo da Borracha (1870-1910) – Esse ciclo foi impulsionado pelo processo da revolução industrial (2ª revolução – aço, energia, petróleo, automóveis)

    FONTE: Aula 03 de História do GRAN.


ID
1130326
Banca
ISAE
Órgão
PM-AM
Ano
2011
Provas
Disciplina
História
Assuntos

No período 1968/1974 o Brasil viveu o chamado “milagre econômico”. São características desse período:

Alternativas
Comentários
  • c) crescimento econômico acelerado e autoritarismo político;



    General Emílio G. Médici ( 1969 - 1974 )



    Na economia, o ministro Delfim Netto comandou o "Milagre Econômico". A produção passou a crescer  e se modernizar num ritmo espetacular. A inflação, dentro dos padrões brasileiros, até que era moderada, lá na casa dos vinte e tantos por cento. Construía- se com euforia. Obras gigantescas, como a ponte Rio-Niterói (1974), a rodovia Transamazônica, a refinaria de Paulínia e a instalação da tevê em cores (1972). Para acelerar o crescimento, ampliaram- se as empresas estatais ou criaram- se novas, principalmente na produção de aço, petróleo, eletricidade, estradas mineração e telecomunicações. Outro fator importante para o  "Milagre Econômico" foram os grandes investimentos de empresas multinacionais (com sede em outros países). Em contrapartida, foi a época mais rígida do Regime Militar. Aparecimento de guerrilhas urbanas e rurais e eliminação das mesmas. 

  • Só lembrar de M (Morte, Médici e Milagre econômico)