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Prova CONTEMAX - 2019 - Prefeitura de Orobó - PE - Professor de Ciências Biológicas


ID
4868740
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

Em relação ao elemento textual “galinha”, no primeiro parágrafo, fica implícito que ela estava:

Alternativas
Comentários
  • Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

    Eminência= superioridade moral e/ou intelectual; excelência.

    Iminência= qualidade, condição ou característica do que está iminente; ameaça, aproximação, urgência.

    Logo, gabarito letra A.


ID
4868743
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

De acordo com a organização interna do texto, pode-se afirmar que ele se constitui de uma sequência de:

Alternativas
Comentários
  • Vários fatos ocorreram em sequencia durante o texto. Desde a fuga inesperada da galinha, quanto a reação da família ao resgatá-la.

    Nada pode lhe parar!!


ID
4868746
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

A atitude da galinha, que aparentava calma, foi, para a família:

Alternativas
Comentários
  •   Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família.

    Inesperado, imprevisível.

    Gabarito Letra E.


ID
4868749
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

O texto apresenta em vários momentos uma humanização da galinha; assinale a alternativa que indica o parágrafo em que isso fica mais evidente:

Alternativas
Comentários
  • 4° Paragrafo: Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.

    Neste trecho vemos várias caracteristicas humanas utilizadas para a galinha. EX: Sozinha no mundo, sme pai nem mãe, muda, concentrada e etc.

    Desistir jamais !!!


ID
4868752
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

O pronome destacado na passagem "Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida." (7º parágrafo) faz referência a um acontecimento no texto. Quanto a seu papel coesivo, ele apresenta uma função:

Alternativas
Comentários
  • "Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida." (7º parágrafo) 

    O termo anafórico retoma um termo anterior, total ou parcialmente, de modo que, para compreendê-lo dependemos do termo antecedente.

    Deus é Pai !!


ID
4868755
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

Na passagem "O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte (...)" (3º parágrafo), o advérbio em destaque indica uma circunstância de:

Alternativas
Comentários
  • alternativa d: circunstancia de tempo.
  • GABARITO LETRA D

    Esporadicamente é um advérbio que se refere ao que ocorre poucas vezes, raramente ou de modo aleatório, entre um longo espaço de tempo.

    sinônimos de esporadicamente : ocasionalmente, pontualmente, raramente, raro, isoladamente, circunstancialmente, eventualmente, casualmente, fortuitamente, espaçadamente, espalhadamente, dispersamente, esparsamente.

  • Quando ele vai fazer? Esporadicamente.

    Tempo.


ID
4868758
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

Todas as palavras abaixo retiradas do texto apresentam ditongo; a EXCEÇÃO encontra-se na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • letra A- A-in-da - divisão silábica A é hiato- correto.

    B- Ninguém, ditongo decrescente nasal, como em porém e também ( eim)

    C-pei-to

    D-dois monossílabo átono

    E- enquanto ( ua)

  • LETRA A

    Tritongo é 3 vogais na mesma sílaba = paraguai, uruguai

    ditongo = 2 vogais na mesma sílaba

    "A-in-da"=hiato

    "nin-guém"= gu=é dígrafo pq n pronuncia, fica só o ém= ditongo

    "pei-to"= ditongo

    "dois"= n separa

    "en-quan-to"= qu pronuncia, por isso é ditongo crescente

    :)

  • GABARITO: LETRA A

    ____________________________________________________________________________________________________________________

    MONOSSÍLABA = palavras compostas por 1 sílaba. Ex: Sol, Lá, Pá;

    DISSÍLABA = palavras compostas por 2 sílabas. Ex: Blusa, Casa, Creme;

    TRISSÍLABA = palavras compostas por 3 sílabas. Ex: Sorvete, Caneta, Banana;

    POLISSÍLABA = palavras compostas por mais de 3 sílabas. Ex: Bicicleta, Televisão, Mundialmente.

    ____________________________________________________________________________________________________________________

    SEPARAÇÃO SILÁBICA

    A) NÃO SE SEPARAM OS DITONGOS E TRITONGOS:

    AU-LAS = ditongo decrescente oral.

    GUAR-DA = ditongo crescente oral.

    A-GUEI = tritongo ora

    B) SEPARAM-SE AS VOGAIS DOS HIATOS:

    PI-A-DA (i/a)

    CA-IR (a/i)

    C) NÃO SE SEPARAM OS DÌGRAFOS CH, LH, NH, QU, GU:

    CHO-CA-LHO / CH, LH = dígrafos inseparáveis.

    QUI-NHÃO / QU, NH = dígrafos inseparáveis.

    GUI-SA-DO / GU = dígrafo inseparável.

    D) SEPARAM-SE OS DÍGRAFOS RR, SS, SC, SÇ, XC E XS:

    EX-CES-SO / XC, SS = dígrafos separáveis.

    FLO-RES-CER / SC = dígrafo separável.

    CAR-RO-ÇA / RR = dígrafo separável.

    DES-ÇO / SÇ = dígrafo separável.

    E) A CONSOANTE INICIAL NÃO SEGUIDA DE VOGAL PERMANECE NA SÍLABA QUE A SEGUE:

    CNI-DO-SE | DZE-TA | GNO-MA | MNE-MÙ-NI-CO | PNEU-M·-TI-CO

    F) NO INTERIOR DO VOCÁBULO, SEMPRE SE CONSERVA NA SÍLABA QUE A PRECEDE A CONSOANTE NÃO SEGUIDA DE VOGAL:

    AB-DI-CAR | AC-NE | BET-SA-MI-TA DAF-NE DRAC-MA | ÈT-NI-CO | NUP-CI-AL OB-FIR-MAR

    G) O “S” FORMA SÍLABA COM O PREFIXO ANTECEDENTE QUE PRECEDE CONSOANTES (O “S” NÃO FAZ PARTE DO PREFIXO):

    ABS-TRA-IR | ADS-CRE-VER | INS-CRI-ÇÃO | INS-PE-TOR | INS-TRU-IR | IN-TERS-TÍ-CIO 

    H) PREFIXOS TERMINADOS EM CONSOANTE:

    1) Ligados a palavras iniciadas por consoante, cada uma fica em sílabas diferentes.

    BIS-NE-TO | CIS-PLA-TI-NO | DES-LI-GAR | DIS-TRA-ÇÃO | TRANS-POR-TAR

    2) Ligados a palavras iniciadas por vogal, a consoante do prefixo se liga à vogal da palavra.

    BI-SA-VÔ | CI-SAN-DI-NO | DE-SES-PE-RAR | DI-SEN-TÈ-RI-CO | TRAN-SA-TLÂN-TI-CO

    MEUS RESUMOS DAS AULAS DO PROF. DÉCIO TERROR.

  • NINGUÉM NÃO É TRITONGO? SE O EM É DITONGO NASAL, A LETRA M É UMA SEMIVOGAL!

    NIN GUÉM??

    U>>> SEMIVOGAL

    E>>>VOGAL

    M>>>>SEMIVOGAL

    SÓ EU APRENDI ASSIM?


ID
4868761
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Uma galinha



       Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.
      Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
      Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.
       Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
      Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma.
      Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por um asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.
      Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração tão pequeno num prato solevava e abaixava as penas enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento despregou-se do chão e saiu aos gritos:
        — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!
      Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer.
       Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:  
     — Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!
     — Eu também!, jurou a menina com ardor.
      A mãe, cansada, deu de ombros.
     Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: ―E dizer que a obriguei a correr naquele estado!‖ A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.
      Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.
        Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado a fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.
        Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.



Fonte: Os Cem Melhores Contos do Século.

Em todas as alternativas abaixo estão destacados pronomes, EXCETO na opção:

Alternativas
Comentários
  • B) "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" (13º parágrafo)

    → O que é uma conjunção subordinativa integrante.

    GABARITO. B

  • Gab. ''B''

    Trata-se de uma conjunção integrante e não pronome.

    *E dizer ISSO (''que a obriguei a correr naquele estado!")

    Neste período temos uma oração subordinada substantiva subjetiva.

  • GABARITO B

    Quando trocamos o "que" por "isso" conjunção integrante.

    "E dizer que ( Isso )  a obriguei a correr naquele estado!" (13º parágrafo

  • alguém poderia comentar a letra D? não entendi

  • Me, te , se , nos, vos= Pronome oblíquo átono

    Na letra ''d''

    "Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido. QUEM TEM TEM ALGO OU ALGUMA , o pronome oblíquo átono ''LA'' está na frase como objeto direto , espero ter ajudado Juliana Cordeiro.


ID
4868764
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II


Por não estarem distraídos


     Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

      Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. 


(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

O título do texto – Por não estarem distraídos – expressa a causa do insucesso da relação amorosa apresentada pelo narrador. A passagem do texto que funciona como uma consequência dessa causa contida no título está presente na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • Segundo a banca GAB. D.

    Achei a E certa também.

    Alguém saberia explicar?


ID
4868767
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II


Por não estarem distraídos


     Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

      Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. 


(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

As relações semânticas podem ser estabelecidas entre orações, períodos e parágrafos em um texto. Nesse sentido, o texto clariceano é estrategicamente estruturado em apenas dois parágrafos, que estabelecem entre si uma determinada relação semântica fundamental, a qual está corretamente apontada no item:

Alternativas
Comentários
  • GAB:B

    CONTRAPOSIÇÃO OU A FAMOSA ADVERSIDADE !

    ISSO É VISTO EM ALGUNS TRECHOS DO TEXTO: "...no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. ".

  • Entendi a questão dessa forma: no começo estava tudo bem ( primeiro parágrafo), no segundo parágrafo, brigas. Ideias opostas que não se atraem, oposição, adversidade, ressalva, contraposição, todos esses nomes são sinônimos que podem cair na prova.


ID
4868770
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II


Por não estarem distraídos


     Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

      Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. 


(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

Sobre o emprego dos travessões na passagem

"Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração." (1º parágrafo), assinale a opção INCORRETA:

Alternativas
Comentários
  • travessão [ — ] é um sinal de pontuação usado, maioritariamente, no início das falas no discurso direto. É também usado para substituir a vírgula ou os parênteses em orações intercaladas ou no destaque de alguma parte da frase.

  • GABARITO C

    Segundo a gramatica , Um dos usos de travessões é para isolar orações intercaladas ou inferentes

    ( Elas existem, sim, no sentido de fazer uma advertência, inserir uma opinião, observação ou ressalva )

    É possível a permuta entre travessões , vírgulas , parênteses. Uso não facultativo.

    "Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração."

    ou

    "Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque ( a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras ) e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração."

    ou

    "Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque , a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras , e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração."

    As fontes consultadas foram:

    F. Pestana

    José Maria, pontuação.

    Gramática Normativa, FTD.

    https://www.portugues.com.br/gramatica/oracoes-intercaladas-ou-interferentes.html#:~:text=Demarcada%20tamb%C3%A9m%20pelo%20travess%C3%

    A3o%2C%20a,que%20precisava%20mudar%20de%20opini%C3%A3o.

    ______________________________________________________________-

    Eventuais equívocos ou discussões sobre a questão... comunique-me!

    Bons estudos!!!!

  • Assertiva C INCORRETA:

    foram empregados meramente por questões estilísticas;

  • PS:

    Escorreita é o mesmo que: apurada, perfeita, correta, límpida.


ID
4868773
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II


Por não estarem distraídos


     Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

      Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. 


(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)

Das orações destacadas nas passagens abaixo retiradas do texto, a única com função adjetiva encontra-se na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • Na literal definição de Domingos P. Cegalla, eduzida de sua Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, p.390, as orações subordinadas adjetivas são as que exercem, como os adjetivos, a função de adjunto adnominal.

    Na mais das vezes, são introduzidas por pronomes relativos (que, quanto, quem, cujo, etc.) e se subdividem em dois tipos:

    Restritivas: não apresentam, na escrita, a marcação da pausa e referem-se a um termo antecedente, que pode ser um pronome ou um substantivo. Exs.:

    I – “Era fatal a dor que respondia na cacunda.” (Monteiro Lobato);

    II – É teu tudo quanto aqui existe;

    III – “Foi o cavalo de Mauro que boleou, isto é, caiu para trás.” (Fernando Sabino)

    Explicativas: normalmente, apresentam, na escrita, a marcação da pausa e explicam ou esclarecem o termo antecedente, conferindo-lhes uma característica ou trazendo uma informação. Exs.:

    I – “Olhou a caatinga, que o poente amarelava.” (Graciliano Ramos)

    II – “Vicente, que também rira com Mariinha, notou que a moça tinha uns lindos olhos e uma curiosa graça no riso.” (Raquel de Queirós)

    III – “Mariana sentou-se no catre, ao lado do qual estava o baú de roupas.” (Ana Miranda)

    Inspecionemos os itens:

    a) "(...) eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, (...)" (1º parágrafo)

    Correto. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva, consoante se verifica na explicação acima;

    b) "Andavam por ruas e ruas falando e rindo, (...)" (1º parágrafo)

    Incorreto. Trata-se duas orações subordinadas adverbiais conformativas reduzidas de gerúndio. Desenvolvendo-as, ou seja, inserindo uma conjunção do bloco verbal "falando e rindo", origina-se esta redação: "Andavam por ruas e ruas conforme falavam e riam";

    c) "Como eles admiravam estarem juntos!" (1º parágrafo)

    Incorreto. Trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Desenvolvendo-a, resulta-se esta redação: "Como eles admiravam que estivessem juntos!";

    d) "Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles." (2º parágrafo)

    Incorreto. A oração destacada é subordinada adverbial temporal, ou seja, de advérbio de tempo;

    e) "(...) e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso." (2º parágrafo)

    Incorreto. A oração destacada é subordinada adverbial proporcional, ou seja, confere à estrutura noção de proporcionalidade.

    Letra A

  • Resposta: A -

    Recebe o nome de adjetiva porque exerce função sintática tipicamente exercida por adjetivos.

  • O '' QUE'' na frase, eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, O ar o qual estava a frente, quando o ''que '' puder ser substituído por o qual e flexão se torna um pronome relativo = PR, ganhando OSA= PROSA= Pronome Relativo Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, pois não tem vírgulas.

    RESPOSTA A.


ID
4868782
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Cinco alunos leem 10 livros em 3 semanas. Quantos livros 10 alunos leem em 6 semanas?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO C

    5 A----------------- 10 l ---------------------3 sem

    10 A---------------- X -----------------------6 sem

    ____________________________________

    = 10 X 6 X 10

    -----------------------

    3 X 5

    ________________________

    600

    ------

    15

    600/ 15 = 40

    _________________________

    Bons estudos!


ID
4868788
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Leia a notícia jornalística a seguir, publicada em outubro deste ano, e marque a opção que preenche corretamente a lacuna.

“A atual onda de protestos violentos que atinge o ________ ganhou contornos mais dramáticos neste domingo, quando dois incêndios na capital deixaram ao menos sete mortos. A onda de manifestações e confrontos já se espalhou por diversas partes do país, mesmo após o presidente Sebastián Piñera ter cancelado o aumento nas tarifas de metrô, estopim para a crise atual”.


(Fonte: Folha de São Paulo, 20/10/2019, com adaptações).

Alternativas
Comentários
  • Presidentes:

    a) Brasil - Jair Bolsonaro

    b) Chile - Sebastián Piñera

    c) Mexico - Andrés Manuel López Obrador

    d) Uruguai- Luis Lacalle Pou

    e) Paraguai - Mario Abdo Benítez

    gab: B

  • GAB-B

    CHILE


ID
4868791
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Em setembro deste ano, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sancionou a chamada Lei da Liberdade Econômica. Marque a alternativa que NÃO apresenta uma das medidas propostas nessa lei.

Alternativas
Comentários
  • O objetivo dessa lei é a redução da burocracia nas atividades econômicas e incentivar a criação de novos empregos. Sabendo disso ja daria pra ir por eliminação.

    Pra quem quer ler os pontos principais, segue o link da matéria:

    https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/20/entenda-o-que-muda-com-a-lei-da-liberdade-economica.ghtml

    gabarito C

  • Que legal..


ID
4868794
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Considere a descrição a seguir, a respeito de uma importante personalidade da literatura brasileira, e assinale a alternativa que indica de quem se trata.

“Foi um dos mais importantes escritores brasileiros do século XX. Teve vários livros adaptados ao cinema e à televisão, alguns mais de uma vez, como „Gabriela‟, ' Dona Flor e Seus Dois Maridos' e „Tieta do Agreste‟. Natural da Bahia, testemunhou desde jovem a injustiça social, bem como o folclore da região”.

(Fonte: Correio da Manhã, 16/08/2019, com adaptações).

Alternativas
Comentários
  • Pode-se dizer que Jorge Amado é o escritor com mais adaptações pro cinema, televisão. A globo, por exemplo, adora as obras dele.

    gabarito C

  • Gabarito: B

  • "Jorge Leal Amado de Faria (1912-2001) foi o mais importante escritor brasileiro do século XX. Teve vários livros adaptados ao cinema e à televisão, alguns mais de uma vez, como ‘Gabriela’, ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, ‘Tereza Batista Cansada de Guerra’ ou ‘Tieta do Agreste’. Natural da Baía, testemunhou desde jovem a injustiça social, bem como o folclore da região. Em 1935 formou-se em Direito na Universidade do Rio de Janeiro, onde também aderiu ao comunismo, que propagandeou em livros como ‘Capitães de Areia’, ‘Os Subterrâneos da Liberdade’ e ‘O Cavaleiro da Esperança’, biografia romanceada do histórico líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes."

    Fonte: Correio da Manhã - Jorge Amado: do comunismo ao erotismo <https://www.cmjornal.pt/mais-cm/domingo/detalhe/jorge-amado-do-comunismo-ao-erotismo>

    GABARITO: ALTERNATIVA "B"


ID
4868797
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Em relação ao conceito de "desenvolvimento sustentável ", assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas

ID
4984459
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

O esmalte do dente é constituído de um material muito pouco solúvel em água e cujo principal componente é a hidroxiapatita - Ca5(PO4 )3OH, um composto iônico formado por íons Ca2+, PO4 3– e OH– . Em um processo direto, chamado desmineralização, uma quantidade muito pequena de hidroxiapatita pode se dissolver, em um processo descrito pela equação abaixo:

Ca5(PO4 )3OH(s)
5Ca2+ (aq) + 3 PO4 3– (aq) + OH– (aq)

Esse processo é normal e ocorre naturalmente. O processo inverso, a mineralização, também é normal.

Roberto R. da Silva, et al. A química e a conservação dos dentes, Quím. Nov. na Esc.; N° 13, maio 2001.

Sobre a reversibilidade do equilíbrio, representado pela equação, através dos processos direto e inverso. Podemos concluir que esse equilíbrio é:

Alternativas
Comentários
  • O equilíbrio químico é dinâmico, ele não encontra-se parado. Apenas a velocidade direta e inversa da reação se igualaram e a concentração dos reagentes e produtos se tornaram constantes, mas ainda há reagentes se transformando em produtos e produtos em reagentes.

    GAB: E

  • Gab. E

    O equilíbrio químico é dinâmico! O Estado de Equilíbrio não é estático, mas sim dinâmico, pois reagentes e produtos estão sendo formados ao mesmo tempo.


ID
4984462
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Em relação ao pH de uma solução é correto afirmar

Alternativas
Comentários
  • A) Pode apresentar valores negativos. CERTO. Apesar da escala convencional ser de 0 a 14, algumas soluções podem ter pH menor que 0.

    B) Apresenta valores apenas entre 0 e 14. ERRADA. Vide explicação da A)

    C) Apresenta valores apenas entre 1 e 14.ERRADA. Vide explicação da A)

    D) Soluções alcalinas apresentam valores próximos a 1 na escala de pH. ERRADA. Soluções alcalinas tem caráter básico, pH > 7.

    E) É determinado através do log[H3O + ]. ERRADA. O correto seria -log[H3O+]

    GAB: A

  • Vi pelas estatísticas que muitos erraram essa. A questão é simples: pH=-log[H+], portanto para o pH ser negativo basta que a concentração de [H+] seja maior do que 1mol/L.

ID
4984468
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Isosteros clássicos, segundo Grimm, 1925, são grupos que possuem o mesmo número de elétrons de valência, podendo ou não apresentar número diferente de átomos.

Professor Adriano, D. A; Ciências Físicas e Biomoleculares, USP-IFSC, Modulo_19.pdf.

Marque a alternativa que contém um par de Isosteros.

Considere: C (Z=6); N (Z=7); H (Z=1); O (Z=8); P (Z=15); R= substituinte qualquer.

Alternativas

ID
4984471
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Um forno de padaria consome, aproximadamente, uma tonelada de carvão vegetal para assar 50kg de pães. Considerando que para cada 12g de carvão é formado 44g de CO2. Qual a quantidade de calor, em kcal, aproximadamente, liberada quando 2,0 toneladas de CO2 forem liberadas, através da reação de combustão do carvão? Considere calor de combustão do carvão 1,0. 103 kcal/kg carvão.

Alternativas

ID
4984480
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Um adulto de 790N de peso desce em um tobogã de 22,5 metros de altura, sabe-se que ao final da decida apenas 90% da energia potencial é transformada em energia cinética. A velocidade do adulto no final da descida, em m/s é de aproximadamente: Considere g=10m/s2 .

Alternativas
Comentários
  • Ep = mgh

    Ep = 79*10*22,5

    Ep = 17.775 N

    Apenas 90% da energia foi utilizada.

    90% de 17775 = 15.997,5

    Ec = (mv²)/2

    15.997,5 = (79v²)/2

    31.995/79 = v²

    405 = v²

    v ≅ 20 m/s

  • Cálculo do estopô!

  • Nesse caso podemos desconsiderar a massa para o cálculo ficar mais fácil.

    A questão disse que 90% da Ep foi transformada em Ec. Assim:

    0,9*Ep=Ec

    0,9*m*g*h = m*v²/2 (passa o 2 que está dividindo para o outro lado multiplicando)

    2*0,9*m*g*h = m*v² (note que tem m dos dois lados, basta cortar)

    2*0,9*10*22,5 = v²

    V = √405

    V ≅ 20 m/s

  • simplesmente impossível fazer esse cálculo na prova

ID
4984483
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A proveta é uma vidraria muito utilizada em laboratórios para medir volumes de líquidos com precisão. Um estudante de ciências interessado em descobrir o volume de um objeto, adicionou 300mL de água destilada e 150mL de álcool etílico em uma proveta, em seguida, mergulhou o objeto. O estudante verificou que o volume final do sistema marcado na proveta era de exatamente 500mL. Considerando que a adição de álcool etílico na água produz uma redução de 3% no volume da mistura. O volume do objeto em cm3 é de:

Alternativas
Comentários
  • Volume da mistura: 450

    3% que o álcool reduz do volume da mistura: 13,50

    450-13,50: 436,50

    Volume final do sistema marcado na proveta:500- 436,50: 63,5.


ID
4984486
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

A massa de uma formiga é de aproximadamente 3,0mg e a de um elefante adulto, em média, 5,7 toneladas. O módulo da força de atração gravitacional, em N, entre os dois animais separados por 10cm de distância é de aproximadamente: considere
G = 6,67.10-11N.m2 .kg -2

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A

    F=(G.m1.m2)/r²

    Só substituir os valores, lembrando de colocar todos nas unidades corretas. O resultado está longe de "aproximado" hahahhaa.

  • Uma aproximação grotesca.


ID
4984489
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Uma bolha de ar com volume de 10,0cm3 está no fundo de um lago a 45,0m de profundidade, onde a temperatura é 5,0°C. A bolha sobe até a superfície, que está na temperatura de 40,0 °C. Podemos julgar como verdadeiro a afirmativa:

Alternativas
Comentários
  • A - O volume da bolha é maior no fundo do lago.

    Falsa. No fundo do lago a bolha sofre maior compressão.

    B - O volume da bolha é maior na superfície, devido ao aumento de massa do gás.

    Falsa. A massa de gás no interior da bolha não se altera.

    C - A pressão exercida sob a bolha no fundo do lago é menor

    Falsa. A pressão exercida é proporcional à profundidade.

    D - A temperatura da água não influência no volume da bolha, apenas a pressão do líquido.

    Falsa. A energia cinética das partículas do gás é proporcional à temperatura e, sendo assim, tanto o volume quanto a pressão podem ser influenciados por ela.

    E - A quantidade de moléculas do gás permanece constante

    nice


ID
4984492
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Biologia

São funções do tecido epitelial, EXCETO:

Alternativas

ID
4984495
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

São funções do esqueleto, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Minerais são absorvidos pelo organismo

    C

  • O esqueleto armazena triglicerideeos?

  • O tecido ósseo e o sistema esquelético realizam várias funções básicas:

    1 - Suporte - sustentação para os tecidos moles

    2 - Proteção - protege muitos órgãos internos contra lesão

    3 - Assistência ao movimento - em conjunto, ossos e músculos produzem movimento

    4 - Homeostasia mineral - libera minerais no sangue para manter o equilíbrio

    5 - Produção de eritrócitos - processo chamado de HEMOPOESE (Produção de células sanguíneas)

    6 - Armazenamento de triglicerídeos - medula óssea amarela... reserva potencial de energia química.

    GAB.: C

    RESUMO:

    (O corpo humano, TORTORA, 10° edição)

  • A medula óssea amarela armazena gordura ;)

  • O CORPO HUMANO NÃO PRODUZ SAIS MINEIRAIS


ID
4984498
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

"Os aminoácidos e os monossacarídeos são transportados ativamente, e aqueles que não são aproveitados no próprio enterócito vão para a corrente sanguínea e são levados para o fígado pela veia porta. Os monoglicerídeos, os ácidos graxos e o glicerol entram nas células por difusão passiva ou com auxílio de proteínas transportadoras. Os ácidos graxos de cadeias curtas (C<12) e o glicerol vão para a corrente sanguínea e então para o fígado, onde são processados. Os monoglicerídeos e os ácidos graxos de cadeias longas são esterificados em triglicerídeos no retículo endoplasmático liso. No Golgi, eles se ligam a proteínas, constituindo os quilomícrons."
Tatiana Montanari, ufrgs.br/livrodehisto/pdfs.

O texto refere-se mais especificamente ao sistema:

Alternativas

ID
4984501
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

As células de Leyding no sistema reprodutor masculino produzem:

Alternativas
Comentários
  • Espermatozoide sao as células de Sertolli

  • As células de Leydig são uma das células localizadas nos testículos. Essas células produzem testosterona, que é o hormônio sexual mais importante no homem. Sua produção é desencadeada por um estímulo da glândula pituitária, o LH ( hormônio luteinizante ), que, ao se ligar ao seu receptor de membrana nas células de Leydig, provoca um aumento na concentração de cAMP no citoplasma, o que como consequência produz a expressão de genes para proteínas, que são as enzimas que catalisam reações do colesterol à testosterona.


ID
4984507
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

O Plano Nacional de Educação (PNE) LEI nº 13.005/2014 composto por 20 metas são acompanhadas de um delineamento de prazos específicos para cada uma delas. No que se refere a PNE marque a alterna INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • PARABÉNS AO EXAMINADOR, EXTREMAMENTE EDIFICANTE, SERVE AO PROPÓSITO DE SELECIONAR OS CANDIDATOS MELHOR QUALIFICADOS.

    QUEM NÃO TEM CAPACIDADE PARA PASSAR NUM BOM CONCURSO, VAI TRABALHAR NAS BANCAS ELABORANDO QUESTÕES ASSIM COMO ESSA.


ID
4984510
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

. De acordo com o que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional os conteúdos curriculares da educação básica observarão as seguintes diretrizes abaixo listadas, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • kkkk eu sabia que alguém ia comentar isso, mas FALA SIM, sabe onde a questão fala isso?? NA PRÓPRIA PERGUNTA, NA FORMA EM QUE FOI FEITA A PERGUNTA, ela pergunta DE QUANTOS MODOS DISTINTOS SE PODE ESCOLHER AS CORES, portanto as duas cores das pedras GRANDES não mudam se permutadas, ou seja, se eu permuto as cores das pedras grandes eu NÃO GERO uma forma distinta de ESCOLHER as cores para o cordão. Eu tinha certeza de que alguém perguntaria isso. kkkkkkkk

    por exemplo:

    Pedra Grande 1 = vermelha

    Pedra Grande 2 = Verde

    Pedras pequenas = petras

    se eu permuto as cores das pedras grandes:

    Pedra grande 1 = verde

    Pedra grande 2 = vermelha

    Pedras pequenas = pretas

    perceba que, ao fazer isso, eu NÃO gero um modo distinto de ESCOLHER as cores do cordão. Sacou? as cores continuam sendo VERMELHO, VERDE e PRETO. Não houve alteração.

    ____________

    se a questão perguntasse, porém, de quantas formas distintas eu POSSO MONTAR O CORDÃO , aí sim a posição das cores teria relevância, assim, um cordão com a sequência PRETO-VERMELHO-VERDE-PRETO seria DIFERENTE de um cordão com a sequência PRETO-VERDE-VERMELHO-PRETO. Porém NÃO FOI essa a pergunta da banca, a banca pergunta simplesmente QUAIS SÃO AS CORES , QUAIS AS COMBINAÇÕES POSSÍVEIS DE CORES. Sacou, amigão?


ID
4984513
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro, publicada pelo Ministério da Educação, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), expressa a política e o planejamento educacional do país. Essas diretrizes são fundamentadas em relação à Constituição Federal, cujo Art. 206 define que o ensino será ministrado com base nos princípios abaixo listado, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Lei 9.394/96 LDB

    Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

    I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

    II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

    III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

    IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

    V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

    VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

    VII - valorização do profissional da educação escolar;

    VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;

    IX - garantia de padrão de qualidade;

    X - valorização da experiência extra-escolar;

    XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

    XII - consideração com a diversidade étnico-racial.            

    XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.             

    Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

  • não é singularismo, mas sim pluralismo das ideias e de concepções pedagógicas.

  • Para responder a esta questão, exige-se conhecimento sobre os princípios sobre a educação conforme a Constituição Federal de 1988. O candidato deve indicar a assertiva incorreta. Vejamos:

    a) Correta.

    "Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

    I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

    II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; (...)"

    b) Incorreta.

    O erro foi ter falado singularismo de ideia, quando o correto é pluralismo

    "Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (...) III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; (...)"

    c) *Correta.

    "Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

    IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

    V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (...)"

    Em 2016 foi mudado o texto acrescentando a exigência de ser "aos das redes públicas" como destaquei na redação acima. Portanto, considero esta assertiva errada, mas a banca examinadora não ver dessa forma.

    d) Correta.

    "Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:(...) VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; (...)"

    e) Correta.

    "Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (...) VII - garantia de padrão de qualidade."

    Gabarito: B

    Gabarito do monitor: Nulo por haver duas respostas.


ID
5126680
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

São competências gerais da educação básica, EXCETO:

Alternativas

ID
5126692
Banca
CONTEMAX
Órgão
Prefeitura de Orobó - PE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Marque a alternativa CORRETA diante da afirmação ―A demanda cognitiva das atividades de leitura deve aumentar progressivamente desde os anos iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio‖. Esta complexidade se expressa pela articulação:

Alternativas