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Prova FACET Concursos - 2016 - Prefeitura de Marcação - PB - Assistente Social


ID
4153660
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Qual é o foco narrativo do texto?

Alternativas
Comentários
  • Esse texto não tem uma sequencia cronológica, de um assunto pula para o outro, só para confundir a gente.

  • Há marcas de 3º pessoa do singular como referência da narrativa, o texto já introduz o uso dessa pessoa quando fala de "Roland Fryer".

    Gabarito letra E!

  • Qual é o foco narrativo do texto?

    Alternativas

    A

    segunda pessoa do singular

    B

    primeira pessoa do plural

    C

    primeira pessoa do singular

    D

    terceira pessoa do plural

    E

    terceira pessoa do singular


ID
4153663
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Indique a ciência que é evidenciada no texto:

Alternativas
Comentários
  • Interessante, desde já, é fazer bastantes questões dessa banca, ela tem uma pegada diferente. E umas perguntas parecidas demais com as outras. Abraço! (y)

    A resposta é letra b)

    No texto, depreende-se o seguinte:

    "B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 

       Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia."

    Em continuidade ao texto, percebe-se que não há como assinalar outra alternativa, senão alternativa b) linguística.

    Grande abraço! Segue-me os bons!

  • Indique a ciência que é evidenciada no texto:

    Alternativas

    A

    genética

    B

    linguística

    C

    terapia

    D

    fisioterapia

    E

    biologia


ID
4153666
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Se considerarmos uma linha temporal imaginária separando o antes e o depois do que aconteceu na vida do personagem Fryer demarcando sua decisão de mudar de vida, ao ingressar na escolaridade, teremos um(a):

Alternativas
Comentários
  • Não sabia que antônimo de professor é traficante.

  • Se considerarmos uma linha temporal imaginária separando o antes e o depois do que aconteceu na vida do personagem Fryer demarcando sua decisão de mudar de vida, ao ingressar na escolaridade, teremos um(a):

    Alternativas

    A

    marco de inferioridade

    B

    comparativo de igualdade

    C

    paronímia

    D

    antonímia

    E

    sinonímia


ID
4153669
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Marque a opção INCORRETA, de acordo com o texto:

Alternativas
Comentários
  • No final do parágrafo 4 temos: "Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  "

    Alternativa c)

    bYE.

  • Marque a opção INCORRETA, de acordo com o texto:

    Alternativas

    A

    O adequado uso das palavras amplia as perspectivas de sucesso no desenvolvimento da escolaridade das crianças.

    B

    A sensibilidade dialógica das mães para com seus bebês potencializa o desenvolvimento da futura escolaridade da criança.

    C

    Quem não sabe usar corretamente as palavras pensa tão bem quanto quem sabe usá-las.

    D

    A interação precoce da linguagem favorece o desenvolvimento escolar bem sucedido da criança.

    E

    O fator social interfere na ampliação do repertório vocabular das crianças e, como consequência, no sucesso de sua capacidade de comunicação.


ID
4153672
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Marque a opção INCORRETA, no tocante às características dos dois grupos de crianças tratados no texto:

Alternativas
Comentários
  • No parágrafo 4 e 5 temos:

    "B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 

       Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia."

    Matamos com a alternativa letra a) com o início do parágrafo 5.

    bYE.

  • Marque a opção INCORRETA, no tocante às características dos dois grupos de crianças tratados no texto:

    Alternativas

    A

    O desenvolvimento linguístico de ambos os grupos tem plena equivalência e similitude.

    B

    Há clara contraposição de resultados entre os dois grupos.

    C

    O grupo das crianças de classe alta amplia, consideravelmente, seu acervo de palavras.

    D

    A atitude das mães das crianças de classe baixa contribui para a eclosão do perfil sofrível dos filhos na escolaridade.

    E

    Um grupo convive com um universo mais amplo de palavras do que o outro grupo.


ID
4153675
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o texto:

Alternativas
Comentários
  • Na fase de elevado desenvolvimento (nas primeiras idades) é que existe a melhor fase do aprendizado com as palavras. (o que foi experimentado pela pesquisadora no estudo das pessoas com problema de audição).

    Então, Gab: C

  • Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o texto:

    Alternativas

    A

    A pesquisa não falhou em relação aos níveis de aprendizagem entre brancos e negros.

    B

    A interação precoce da linguagem não interfere no futuro desenvolvimento escolar da criança.

    C

    A melhor fase de aprendizado para com as palavras e os seus usos é a do elevado desenvolvimento do cérebro.

    Na fase de elevado desenvolvimento (nas primeiras idades) é que existe a melhor fase do aprendizado com as palavras. (o que foi experimentado pela pesquisadora no estudo das pessoas com problema de audição).

    Então, Gab: C

    D

    Os dois desenvolvimentos linguísticos dos grupos tratados pela pesquisa se aproximam, harmonicamente.

    E

    O desempenho linguístico dos bebês pertencentes às classes alta e baixa é, precisamente, a mesma.


ID
4153678
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

A passagem a seguir servirá de base para a próxima questão.

“Educadores costumam ter faniquitos diante dessa
“mercantilização” da paternidade.”

Identifique o verbo que melhor define a expressão grifada:

Alternativas

ID
4153681
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

A passagem a seguir servirá de base para a próxima questão.

“Educadores costumam ter faniquitos diante dessa
“mercantilização” da paternidade.”

A que se refere a “mercantilização” referenciada?

Alternativas
Comentários
  • A passagem a seguir servirá de base para a próxima questão.

    “Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade.”

    A que se refere a “mercantilização” referenciada?

    Alternativas

    A

    à venda dos resultados auferidos na pesquisa.

    B

    às altas mensalidades cobradas pela escola dos pesquisadores.

    C

    aos elevados padrões de vida social dos pais pertencentes às classes mais elevadas.

    D

    à extorsão dos preços cobrados pelas escolas que auxiliam na correção de distorções linguísticas das crianças com baixo rendimento escolar.

    E

    ao fato de os pais receberem premiação por cumprirem a terapia.


ID
4153684
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Marque a opção CORRETA, de acordo com a pesquisa referenciada pelo texto:

Alternativas

ID
4153687
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Sobre o personagem Roland Fryer, tratado no texto, é INCORRETO afirmar o seguinte:

Alternativas

ID
4153690
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Encontre a sentença ou expressão que melhor traduz o sentido do título do texto:

Alternativas

ID
4153693
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Qual é a frase que melhor assinala a diferença entre as mães ricas e as pobres, de acordo com a pesquisa evidenciada no texto?

Alternativas
Comentários
  • ótimo texto!

  • Gabarito letra E.

  • Qual é a frase que melhor assinala a diferença entre as mães ricas e as pobres, de acordo com a pesquisa evidenciada no texto?

    Alternativas

    A

    Ser filha de mãe rica garante a uma criança um excelente desenvolvimento linguístico.

    B

    As crianças filhas de mães pobres, por serem subnutridas, acabam tendo um fraco desenvolvimento escolar.

    C

    As mães ricas são mais pacienciosas em face do elevado padrão de vida que têm em comparação com as mães pobres.

    D

    As mães ricas têm acesso às melhores escolas, restando para as pobres as escolas precárias.

    E

    As mães ricas interagem melhor com suas crianças, aguçando suas habilidades expressivas desde cedo.


ID
4153696
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Os chamados traços socioemocionais são valorizados pela pesquisa referenciada no texto. Aponte um elemento que integra esses traços:

Alternativas
Comentários
  • Os chamados traços socioemocionais são valorizados pela pesquisa referenciada no texto. Aponte um elemento que integra esses traços:

    Alternativas

    A

    bom repertório lexical

    B

    fragilidade linguística

    C

    baixa estima

    D

    autoconfiança

    E

    veleidades juvenis


ID
4153699
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Todas as sentenças abaixo se referem à dualidade expressa pela oralidade e pela escrita, todavia apenas uma dessas sentenças está CERTA. Identifique essa sentença:

Alternativas

ID
4153702
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do Magnum .357 para Harvard 

     Roland Fryer morava com a avó quando alguns parentes foram presos e condenados por fabricar e distribuir crack. Viu o pai estuprar uma mulher e pagou a sua fiança quando ele foi preso. Aos 15 anos, vendia maconha e não saía de casa sem seu revólver Magnum .357. Dos seus dez parentes mais próximos, oito foram assassinados ou presos. 
     Por pouco não participou de um assalto no qual seus amigos foram presos. Assustou-se e decidiu mudar de vida. Entrou para a Universidade do Texas, formando-se, em economia, em dois anos e meio. Doutorou-se em três anos e meio na Universidade da Pensilvânia. Hoje é professor em Harvard. O homem é irrequieto e curioso. Com dois economistas da Universidade de Chicago, criou uma escola, para aplicar ideias novas que flutuam por aí. 
     B. Hart e T. Risley pesquisaram longamente como os bebês aprendem a falar. Amostra, pesquisa de campo, gravadores e tudo o mais. Grandes surpresas! Ao chegar aos três anos, uma criança de classe alta ouviu 30 milhões de palavras a mais do que uma pobre. Mais ainda, ouviu muitas palavras de encorajamento, enquanto a pobre ouviu mais frases curtas do tipo “cala a boca”, “não mexe nisso” ou “fica quieto”. E tem mais, as mães educadas perguntam e esperam respostas. As pobres, além de falar pouco com as crianças, apenas dão ordens, com pouca interação. 
     Como resultado, o desenvolvimento linguístico dos dois grupos se distancia. Isso afeta a inteligência e a capacidade de aprender na escola, já que as crianças dependem do número de palavras conhecidas e da competência para emendá-las, umas às outras. Como disse Wittgenstein, pensamos com palavras, e quem não as sabe usar corretamente não pode pensar bem.  
     A professora Dana Suskind foi uma das precursoras dos implantes cocleares, na Universidade de Chicago. Essa cirurgia permite que certas crianças nascidas surdas passem a ouvir. Ao longo de seu trabalho, ela notou um fato surpreendente. As crianças submetidas ao procedimento logo ao nascer têm um desenvolvimento normal da fala. Em contraste, nas que somente recebem o implante após alguns anos de vida, a aquisição da fala é morosa ou nula. Ou seja, quem perdeu o bonde de uma interação linguística precoce estará prejudicado para o resto da vida escolar. Na idade de mais prodigioso desenvolvimento do cérebro é que se aprendem as palavras e seus usos.
     O terceiro fato que chamou a atenção dos três economistas foram os estudos de James Heckman que mostram com números a importância do que hoje se chama de traços socioemocionais, tais como a autoconfiança, a persistência e a organização. Sem isso, nada feito.  
     Com esses achados em mãos, eles conseguiram um dinheirinho de uma fundação e criaram uma escola. Seu raciocínio foi simples: se esses são os eixos do sucesso, é preciso enfiá-los na escola. 
     Chama muita atenção no programa a estratégia de educar os pais para que passem mais tempo conversando com os filhos, desde muito jovens. Para que estimulem o diálogo. Para que turbinem sua autoestima e evitem dizer “não pode”. Para que promovam os bons traços do socioemocional. Em linha com experimentos prévios de Fryer, o programa deu prêmios em dinheiro aos pais para que cumprissem a terapia prescrita. Educadores costumam ter faniquitos diante dessa “mercantilização” da paternidade. Mas, na linha da Educação Baseada em Evidência, é experimentar para ver se dá certo. A conversa sobre filosofia fica para depois.  
     Deu certo? No todo, espetacularmente. O programa aumenta o rendimento escolar de forma muito significativa. Com custos baixos, consegue o mesmo que outros programas caríssimos. Mas deu também uma zebra. O programa melhora o aprendizado dos pobres hispânicos e brancos. Em contraste com Vila Sésamo, não melhora em nada o rendimento dos negros, embora Roland Fryer seja negro!  
     Lições? 1. Vivas para um país que consegue pescar talentos no fundo do tacho. 2. A educação evolui nas mãos de gente imaginativa e corajosa, que tenta novas soluções. 3. Mas e os negros? Pesquisa é assim. Acerta aqui, erra acolá. Deve-se consertar o programa, mas sempre com experimentos rigorosos, avançando passo a passo. 

Artigo escrito por Cláudio de Moura Castro, publicado na
revista Veja, edição 2468, ano 49 – número 10, de 09
de março de 2016. 

Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas

ID
4153705
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social

Acerca dos Benefícios previstos pela Previdência Social Brasileira, conforme o Ministério do Trabalho e Previdência Social, NÃO é correto afirmar que:

Alternativas

ID
4153708
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

O Ministério do Trabalho e Previdência Social prevê o Benefício de Prestação Continuada à pessoa idosa ou deficiente, conforme requisitos preestabelecidos. Acerca desse benefício NÃO é correto afirmar que:

Alternativas

ID
4153711
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

O atual Código de Ética dos Assistentes Sociais - de 1993 - em seu Capítulo V dispõe sobre o Sigilo Profissional. Constitui-se como um direito do Assistente Social e deve proteger:

Alternativas

ID
4153714
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Conforme o atual Código de Ética dos Assistentes Sociais - de 1993 - constituem penalidades decorrentes de infrações disciplinares preestabelecidas, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Art. 24 As penalidades aplicáveis são as seguintes:

    a- multa; b- advertência reservada; c- advertência pública; d- suspensão do exercício profissional; e- cassação do registro profissional. 


ID
4153717
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Conforme acentua Iamamoto (2000), o Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação como especialização do trabalho. Contemporaneamente, a questão social é apreendida como:

Alternativas
Comentários
  • O enunciado da questão é um fragmento do texto de Iamamoto, no livro O Serviço Social na Contemporaneidade: Trabalho e formação profissional.

    QUESTÃO SOCIAL APREEENDIDA COMO " O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade." página 27

    GABARITO: A

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ID
4153720
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Conforme apreende Iamamoto (2000), apoiando-se em Marx, todo processo de trabalho implica uma matéria-prima ou objeto sobre o qual incide a ação; meios ou instrumentos de trabalho que potencializam a ação do sujeito e do objeto; e a própria atividade, ou seja, o trabalho direcionado a um fim, que resulta em um produto. Tendo por base o pensamento da autora, faça a correlação e assinale a alternativa correta.

I- Objeto de trabalho do Serviço Social;
II- Os meios de trabalho do Assistente Social;
III- O trabalho do Assistente Social;
IV- O produto do trabalho do Assistente Social;

( ) Está na reprodução material da força de trabalho e no processo de reprodução sociopolítica ou ideopolítica dos indivíduos sociais;
( ) É parte de um trabalho combinado ou de um trabalhador coletivo;
( ) É a Questão Social ou as expressões desta;
( ) Para além do “arsenal de técnicas”, também o conhecimento, capaz de imprimir de iluminar a leitura da realidade, imprimindo rumos a ação;

Alternativas
Comentários
  • ( IV) Está na reprodução material da força de trabalho e no processo de reprodução sociopolítica ou ideopolítica dos indivíduos sociais;

    ( III) É parte de um trabalho combinado ou de um trabalhador coletivo;

    ( I) É a Questão Social ou as expressões desta;

    (II ) Para além do “arsenal de técnicas”, também o conhecimento, capaz de imprimir de iluminar a leitura da realidade, imprimindo rumos a ação;


ID
4153723
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Na obra “Renovação e Conservadorismo no Serviço Social”, Iamamoto (2004) tece algumas críticas acerca do “Serviço Social Alternativo”, objeto de debate, especialmente no final da década de 1980. Suas apreensões ponderam que o referido debate efetivava-se em virtude da preocupação da categoria em atribuir uma “nova qualidade à prática profissional”. Tendo como referência o enunciado é CORRETO afirmar que:

I. Tratava-se de buscar atribuir uma “nova qualidade à prática profissional”, no âmbito da recriação do exercício profissional cotidiano, ao que se defendia uma prática coesa ao pensamento conservador.
II. Tratava-se de buscar atribuir uma “nova qualidade à prática profissional” seja no âmbito da análise teórica da profissão, seja no âmbito da recriação do exercício profissional cotidiano.
III. Almejava-se a ruptura com a herança conservadora de que o Serviço Social é caudatário. Herança traduzida nos veios positivistas e irracionalistas que atravessam historicamente a análise da profissão.
IV. Almejava-se a ruptura com a herança traduzida também nas ações paternalistas e tutelares que selavam o fazer profissional, inscrito no horizonte dos interesses sociais e culturais dominantes da sociedade.

Alternativas
Comentários
  • I. Tratava-se de buscar atribuir uma “nova qualidade à prática profissional”, no âmbito da recriação do exercício profissional cotidiano, ao que se defendia uma prática coesa ao pensamento conservador. 

  • Segunda vez errando essa questão. Aff... Alguém me explica, por favor?


ID
4153726
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

A Política Nacional de Assistência Social - PNAS 2004 - assinala que a Constituição Federal de 1988 traz uma nova concepção para a Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da Seguridade Social e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS - como política social pública, a assistência social inicia um novo percurso, que segue em direção:

Alternativas

ID
4153729
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Em conformidade com a Política Nacional de Assistência Social - PNAS 2004 - a Assistência Social e as Proteções Afiançadas dividem-se em:

Alternativas

ID
4153732
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Conforme a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social -NOB/SUAS 2005 - no que concernem às Funções da Política Pública de Assistência Social para a Extensão da Proteção Social Brasileira, NÃO é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito C.

    Ao contrario, a PNAS aborda a proteção social de forma articulada com outras políticas do campo social.


ID
4153735
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

O processo de Reforma Sanitária Brasileira (RSB), consolidado na década de 80, foi um movimento desencadeado em atenção à saúde pública brasileira. Esse processo contou com a participação de diversos atores sociais que tencionaram a discussão acerca das condições de vida da população brasileira e das propostas governamentais apresentadas para o setor, contribuindo para um amplo debate que permeou toda a sociedade civil. Acerca das principais propostas da RSB, NÃO é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Acredito que o erro da alternativa esteja no não estatais.


ID
4153738
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

A Lei nº 8.662/1993 define, entre outras, como competência do Assistente Social, a assessoria e o apoio aos movimentos sociais, em matéria relacionada às políticas sociais. Analise as afirmativas que tratam da atuação do assistente social junto aos movimentos sociais e instâncias de controle público e assinale a alternativa correta.

I. A assessoria e o apoio aos movimentos sociais, previstos na lei que regulamenta a profissão do assistente social, diz respeito ao exercício em defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;
II. As instâncias públicas de controle democrático, articuladas aos movimentos sociais são espaços de trabalho em que os assistentes sociais podem contribuir para o fortalecimento dos sujeitos políticos, na perspectiva da garantia e/ou ampliação dos direitos sociais, tendo no horizonte a emancipação humana.
III. A literatura clássica do Serviço Social ressalta a importância dos assistentes sociais nos conselhos e nos movimentos sociais, como forma de reassumir o trabalho de base, de educação, de mobilização e organização popular.
IV. O trabalho junto aos movimentos sociais predispõe o assistente social a efetivação de uma contra-hegemonia democrática, à medida que atua enquanto líder comunitário, num cenário de revolução social, embasado no militarismo e no “messianismo” profissional.

Alternativas

ID
4153741
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Historicamente, os assistentes sociais dedicaram-se à implementação de políticas públicas, localizando-se na linha de frente das relações entre população e instituição ou, nos termos de Netto (1992), sendo “executores terminais de políticas sociais”. Acerca da atuação do assistente social, as mudanças na sociedade contemporânea, sobretudo, nas políticas sociais públicas, emergem acompanhadas de novas exigências de qualificação. São exemplos dessas novas exigências, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • COMENTÁRIO: O ENUNCIADO pediu a alternativa ERRADA e o único que foge do contexto é a letra B

    O Assistente Social não tem o domínio dos estudos geopolíticos.

    “ A Geopolítica estuda como a conquista de um território afeta as relações de poder político e econômico dos Estados (recursos minerais, demografia, etc.).”

    GABARITO: B

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ID
4153744
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

O planejamento é muitas vezes confundido com plano, programa ou projeto. Esses são apenas os meios pelos quais o planejamento se expressa. Assim sendo, faça a correlação e assinale a alternativa correta.

I. PLANO
II. PROGRAMA
III. PROJETO

( ) É o documento que indica um conjunto de projetos cujos resultados permitem alcançar o objetivo maior de uma política pública.
( ) É o documento mais abrangente e geral, que contém estudos, análises situacionais ou diagnósticos necessários à identificação dos pontos a serem atacados; dos programas e projetos necessários; dos objetivos, estratégias e metas de um governo, de um Ministério, de uma Secretaria ou de uma Unidade.
( ) É a menor unidade do processo de planejamento. Trata-se de um instrumento técnico-administrativo de execução de empreendimentos específicos, direcionados para as mais variadas atividades interventivas e de pesquisa no espaço público e no espaço privado.
( ) Consiste num documento que prevê ações com início e fim previamente definidos, além de conter maior detalhamento das operações a serem executadas.

Alternativas

ID
4153747
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

A pesquisa-ação consiste numa análise interpretativa que abarca um processo metodológico empírico. Acerca das suas principais características, assinale a alternativa ERRADA:

Alternativas

ID
4153750
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Constituem espaços de ocupação do assistente social, EXCETO:

Alternativas

ID
4153753
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Para Faleiros (1999) a construção e a desconstrução de mediações, no processo de fragilização e fortalecimento do poder, implicam um instrumental operativo para captar as relações e elaborar estratégias que constituem o campo de uma profissão de intervenção social na constante relação teoria/prática. Tendo por base o exposto indique a alternativa que NÃO corresponde a uma característica da categoria mediação no Serviço Social:

Alternativas
Comentários
  • Passagem o imediato para o mediato, já que a categoria central da instrumentalidade é a mediação.


ID
4153756
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

De acordo com o CFESS (2007), a Assistência Social, legalmente reconhecida como direito social e dever do Estado pela Constituição de 1988 e pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), foi regulamentada pelo Governo Federal, com a aprovação pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), da Política Nacional de Assistência Social (2004) e do Sistema Único de Assistência Social (2005). O objetivo desse processo é consolidar a Assistência Social como política de Estado para:

Alternativas

ID
4153759
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

No Brasil, as primeiras instituições de assistência surgem após o fim da Primeira Guerra Mundial e já possuem uma diferenciação face às atividades tradicionais de caridade típicas da ação social da igreja católica. A importância dessas instituições consiste no fato de terem sido a base para a expansão da Ação Social e para o surgimento das primeiras escolas de Serviço Social. Sobre essa temática, conforme os registros históricos, NÃO é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • No período de 1932surgiu o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) de São Paulo, com a finalidade de transmitir maior rendimento e eficácia às iniciativas e obras promovidas pela filantropia das classes dominantes paulistas que contavam com patrocínio da igreja.

    A Primeira Semana de Ação Social do Rio de Janeiro, em 1936, é considerada marco para a introdução do Serviço Social, tendo como objetivo dinamizar a Ação Social e o apostolado laico.

    Em 1936, a partir dos esforços desenvolvidos por esse grupo e do apoio da Igreja, é fundado a Escola de Serviço Social de São Paulo.

  • Por eliminação dar para saber a incorreta. O serviço social surge no Brasil em 1930 a letra B coloca 1999 como a introdução do serviço social, portanto é a errada.


ID
4153762
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

A citação abaixo corresponde à atuação do assistente social em suas protoformas. Com base no recorte do texto, assinale a alternativa que corresponde a corrente filosófica caracterizadora do período.

As péssimas condições de vida do proletariado se devem ao desapego ao lar, a falta de formação doméstica da mulher etc. Logo, é necessário começar pela reforma do homem, para tanto, a necessidade de campanhas educativas e do aumento da fiscalização sanitária. A ignorância e a pobreza são as duas causas principais da subnutrição no Brasil (IAMAMOTO, 1983).

Alternativas
Comentários
  • Alguém poderia falar o porquê que a resposta correta é funcionalista? Não entendi.

  • O funcionalismo “[...] busca a integração do homem ao meio e tem como base o equilíbrio das tensões na unificação social de todos os papéis.” (FALEIROS, 1983, p. 22). No referencial funcionalista, o sistema deve funcionar na mais perfeita ordem, caso contrário as disfunções precisam ser corrigidas.

    SUGIRO LER ESTE ARTIGO.

    http://www.abepss.org.br/arquivos/anexos/perspectivas-do-funcionalismo-e-seus-desdobramentos-no-servico-social-jose-lucena-dantas-201609020229441433100.pdf


ID
4153765
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

O Serviço Social iniciou seu embasamento teórico com a influência norte-americana dos modelos de caso, grupo e comunidade, sob a influência do pensamento de Mary Elly Richmond. Acerca dessa tríade metodológica NÃO é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Seria interessante comentário de professores de serviço social nas questões.

  • Não entendi foi nadaaaaa. Pedido de comentário do professor solicitado. Questão tem mais de 50% de respostas erradas.

  • gente, eu compreendi que o SS de Caso, grupo e comunidades é baseado na teoria de mary Richmond mas a questão diz que é baseado na ordem "ecumênica", remetendo a uma ideia de bases da igreja. por isso se torna um íntem errado. e tbm a teoria da mary transforma o seso um pouco mais tecnificado

ID
4153768
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Sobre o surgimento do Serviço Social no Brasil, conforme Iamamoto (1983), NÃO é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Em suas protoformas, o Serviço Social brasileiro tinha como influência a corrente dialética e como principal objetivo, catequizar o indivíduo para a vida em sociedade.

  • Apesar que o serviço social surge como profissão e não como uma ação voluntária como diz a alternativa B, a profissão surge com a influência conservadora, mas não deixa de surgir como profissão.

  • O Serviço Social brasileiro, em suas protoformas, não recebia influência da corrente dialética.


ID
4153771
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Sobre a corrente filosófica positivista-funcionalista, que marcou o Serviço Social brasileiro em suas origens, é CORRETO afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Tinha uma concepção abstrata de sociedade, equilibrada e harmônica, regida por uma ordem funcional, na qual cada membro deve contribuir para seu funcionamento social;

  • Nos anos 1940 e 1950 o Serviço Social brasileiro recebe influência norte-americana. Marcado pelo tecnicismo, bebe na fonte da psicanálise, bem como da sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica. Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial.Nesse período há o início das práticas de Organização e Desenvolvimento de Comunidade, além do desenvolvimento das peculiares abordagens individuais e grupais. Com supervalorização da técnica, considerada autônoma e como um fim em si mesma, e com base na defesa da neutralidade científica, a profissão se desenvolve através do “Serviço Social de Caso”, “Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social de Comunidade”. Ou seja, a intervenção do/da assistente social se pautava pelo ajuste dos sujeitos para conservar a ordem, do entendimento da questão social enquanto algo natural –o sujeito pobre deveria se conformar com a sua condição, pois está no sujeito o problema da pobreza e o potencial de saída dessa condição.

    file:///C:/Users/patri/AppData/Local/Temp/23292-Texto%20do%20artigo-67435-1-10-20190120-1.pdf


ID
4153774
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

A realização do 1º Seminário de Teorização do Serviço Social foi, no Brasil, uma tentativa significativa, de maneira conjunta e intencional, de estudar e teorizar a Metodologia do Serviço Social. Era, segundo Aguiar (1982), ao mesmo tempo a presença do desenvolvimentismo e o início de uma nova fase: da reconceituação que se fez necessária, para que pudesse adequar o Serviço Social ao contexto econômico, político e social da sociedade nacional. Como ficou conhecido o documento resultante desse evento?

Alternativas
Comentários
  • Documento de Araxá;

    • O Documento de Araxá foi composto durante o I Seminário de Teorização do Serviço Social, em Minas Gerais (Araxá) de 19 a 26 de março de 1967 e posteriormente publicados pela CBISS.
    • Participaram da elaboração do Documento de Araxá 38 assistentes sociais. Afirmando: “Como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela ação junto a indivíduos com desajustamento familiares e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais inadequadas” (CBCISS, 1986, p. 24).
    • Todo os discurso profissional arranca desta tensão entre o “tradicional” e o “moderno”, com a urgência de romper com a atuação de uso exclusivo dos métodos de Caso, Grupo e Comunidade, que não respondem mais a realidade.
    • O Escopo do Documento de Araxá vai na direção do “rompimento” com a exclusividade do tradicionalismo; porém, não há essa ruptura: há a captura do “tradicional” sobre novas bases. 
  • GAB. D

    De acordo com Aguiar (2011, p. 146), o Movimento de Reconceituação no Brasil tem como marco inicial o Encontro de Araxá, realizado em 1967, onde aconteceu o Seminário de Teorização do Serviço Social que: É ao mesmo tempo a presença do desenvolvimentismo e o início de uma nova fase: da Reconceituação que se fez necessária, para que pudesse adequar o Serviço Social ao contexto econômico, político e social da sociedade nacional.

     Segundo com Aguiar (2011, p. 147) “a realização do 1° Seminário de Teorização do Serviço Social foi, no Brasil, uma tentativa significativa, de maneira conjunta e internacional, de estudar e teorizar a Metodologia do Serviço Social”.

  •  - Modernização Conservadora

    Seminário de Araxá em 1967 (teorização)

    Seminário de Teresópolia em 1970 (metodologia)

    Teorias do positivismo e funcionalismo

    Serviço Social de caso, grupo e comunidade

    Ideal desenvolvimentista

    - Reatualização do Conservadorismo

    Seminário de Sumaré em 1978 (cientificidade)

    Seminário do Alto da Boa Vista em 1984 (retomada dos documentos anteriores)

    Teorias da fenomenologia: psicologizante, individualizada, subjetiva

    Volta das bases tradicionais + anacronismo

    - Intenção de Ruptura

    Método BH na primeira metade de 1970

    Critica ao tradicionalismo e a neutralidade

    Noção de classe oprimida

    Postura militante e messiânica

    Marxismo vulgar


ID
4153777
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Marcação - PB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Quanto ao exercício profissional, recentemente os Assistentes Sociais adquiriram o direito a uma jornada de trabalho de 30 horas semanais. Acerca do dispositivo legal que estabelece essa jornada é CORRETO afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Gab: C

    A Lei 8.662/1993 - que dispõe sobre a profissão de Assistente Social - foi alterada pela Lei 12.317/2010, passando a estabelecer que a duração do trabalho do Assistente Social é de 30 (trintahoras semanais.

     Art. 2 Aos profissionais com contrato de trabalho em vigor na data de publicação desta Lei é garantida a adequação da jornada de trabalho, vedada a redução do salário.