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Prova FCM - 2019 - Prefeitura de Guarani - MG - Técnico em Enfermagem do Programa de Saúde da Família


ID
3021775
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

Todas as interpretações a seguir têm sustentação com base no conto, EXCETO

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → queremos a alternativa incorreta:

    → Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

    → Ela ficou tremendamente chateada, tanto que até os dias atuais tem recordações acerca do seu marido, lembrando de quando alguém vem falar com ela através da tela.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Para mim o gabarito correto seria letra C ("as considerações da narradora demonstram sua visão negativa do mundo").

    O próprio narrador faz consideração sobre a indiferença da mulher:

    "Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles".

  • Pelo que entendi do texto, a mulher não teve reação alguma quando descobriu a traição, foi totalmente indiferente à situação.

    Para mim, o gabarito deveria ser a alternativa C

  • Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. 

    Na minha opinião letra C.

    O narrador comenta que ela não se abalou

  • Apenas uma alternativa NÃO tem sustentação no texto.

    Letra B) RESPOSTA

    Não há sustentação no texto dizendo que a mulher agiu com indiferença em relação ao seu marido.

    Na verdade, o texto dá a entender que ela ficou chateada.

    "Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem."

    "Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha."

    ----------

    Letra C)

    Há sustentação no texto dizendo que a narradora demonstra sua visão negativa do mundo.

    Percebe-se no último parágrafo que a narradora (que também faz parte da história) imaginava que a outra mulher era apática e com sinais de inconsciência.

    Na verdade, a outra mulher, era confiante, positiva, enérgica (...) que é o contrário da visão da negativa da narradora.

    A narradora diz que a outra mulher contava as "desgraças" sem a "menor revolta".

  • Pra mim também é letra C, não entendi

  • Acho que a grande confusão, é que na assertiva c)

    "as considerações da narradora demonstram sua visão negativa do mundo."

    A visão negativa a qual se refere é a da narradora, e não a da outra mulher (a mãe abandonada). No início eu achei que estivesse falando dessa segunda mulher, o que seria incoerente, visto que ela tem uma visão positiva explanada em sua confiança. Já a narradora demonstra sua visão negativa do mundo em diversos trechos, como:

    "Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão."

    "Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo."

    Atenção!!!


ID
3021778
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

A relação entre o que comumente se dissemina sobre o Natal e o que acontece na barca é de

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → temos que fazer inferência nessa questão, o Natal é uma época que todos estão felizes, prontos para festejar com amigos e parentes, porém, na barca ocorre o contrário (CONTRADIÇÃO), é marcada por fatos tristes, a história de uma mãe que perdeu seu filho, seu marido e ainda luta para cuidar do único filho restante.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Oi, tudo bem?

    Gabarito: A

    Bons estudos!

    -Você nunca sai perdendo quando ganha CONHECIMENTO!


ID
3021781
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

“Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.”


Ao personificar as roupas da mulher nesse trecho, a narradora se vale de um recurso comum à função da linguagem denominada

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → “Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.”

    → A função poética é marcada pelo uso de linguagem metafóricas, no caso foi usado a prosopopeia/ personificação, atribuindo característica de seres vivos a objetos inanimados, trazendo um teor emotivo (pobres roupas, tinham caráter...).

    FORÇA, GUERREIROS (AS)!! ☻

  • Gabarito b

    pmgo

    Poética: poemas, provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas em 1º Pessoa...

  • FUNÇÕES LINGUAGEM

    TIPOS I- METALINGUAGEM: Refere diretamente a própria linguagem usana na comunicação Dicionário Centra-se no CÓDIGO

    II- EMOTIVA/EXPRESSIVA: Está na 1ª pessoa Ressaltando assim a SUBJETIVIDADE da linguagem Centra-se no REMETENTE

    III- POÉTICA: Centra-se na MENSAGEM

    IV- FÁTICA: Centra-se no CONTATO ou CANAL

    V- APELATIVA/CONOTATIVA: Destaque no RECEPTOR Marcada pela presença de Verbos no IMPERATIVO 2ª PESSOA + PROVOCAÇÃO

    VI- REFERENCIAL: Transmite uma informação objetiva a realidade Dá prioridade aos dados Concretos Fatos Circunstâncias É a linguagem características Notícias jornal Discurso cientítico Centra-se no CONTEXTO 3ª PESSOA + OBJETIVIDADE

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    Dou consultoria de estuda focada no concurso que estão estudando.


ID
3021784
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

Ali(1) estávamos os quatro, silenciosos como(2) mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo(3), estávamos vivos. E(4) era Natal.”


Todos os valores semânticos dos termos destacados e numerados estão corretos, EXCETO em

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    Ali(1) estávamos os quatro, silenciosos como(2) mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo(3), estávamos vivos. E(4) era Natal.” 

    → ali ↔ adjunto adverbial de lugar;

    → como ↔ conjunção subordinativa comparativa, comparando os passageiros com mortos;

    → contudo → nossa resposta: temos uma conjunção coordenativa adversativa e não explicativa;

    → e ↔ conjunção coordenativa aditiva.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Gab: C

    > Contudo tem valor adversativo.

  • contudo valor adversativo, vcs podem substituir por mas.

  • Letra C

  • Principais conjunções adversativas

    MAS, PORÉM,CONTUDO, TODAVIA, NO ENTANTO, ENTRETANTO, NÃO OBSTANTE (...)

    Bons Estudos.

  • EXCETO, EXCETO,EXCETO...

  • Ali(1) estávamos os quatro, silenciosos como(2) mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo(3), estávamos vivos. E(4) era Natal.”

    Nesta questão temos:

    Ali -> advérbio de lugar

    Como -> conjunção subordinativa comparativa.

    Contudo -> conjunção coordenativa adversativa

    E -> conjunção coordenativa aditiva

    A (1) lugar.

    De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de lugar. São eles: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde...

    B (2) comparação.

    Conjunções subordinativas comparativas: têm valor semântico de comparação, analogia, paralelo...

    São elas: como, assim como, mais... (do) que, menos... (do) que, tão... como (ou quanto), tanto... quanto..., qual ou como (precedidos de tal)... Ex.: Ele dorme como um urso. (dorme)

    C (3) explicação.

    Conjunções coordenativas explicativas: têm valor semântico de explicação, justificativa, motivo, razão ...

    São elas: porque, pois (antes do verbo), porquanto, que... Ex.: Vamos indo, porque já é tarde.

    Conjunções coordenativas adversativas: têm valor semântico de oposição, contraste, adversidade, ressalva ...

    São elas: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim)...

    Ex.: Não estudou muito, contudo passou nas provas.

    D (4) adição.

    Conjunções coordenativas aditivas: têm valor semântico de adição, soma, acréscimo ...

    São elas: e, nem (e não), não só... mas também, mas ainda, como também, ademais, outrossim... Ex.: Estudaram muito e passaram no concurso.

    Gabarito: Letra C

  • GABARITO: LETRA C

    Conjunções coordenativas adversativas:

    Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito anteriormente. São elas: masporémtodaviaentretantono entantosenãonão obstantecontudo, etc. Antes dos nexos adversativos a vírgula é obrigatória.

    Ex: O carro bateu, mas ninguém se feriu.

    FONTE: https://www.infoescola.com/portugues/conjuncao-coordenativa/

  • CONJUNÇÕES ADVERSATIVAS: TOME NO COPO

    1) TODAVIA

    2) MAS

    3) ENTRETANTO

    4) NÃO OBSTANTE

    5) CONTUDO

    6) PORÉM


ID
3021787
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

“A criança agitou-se(1), choramingando. A mulher apertou-a(2) mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se(3) a niná-la(4) com um brando movimento de cadeira de balanço.”


Com relação à colocação pronominal, apenas a ênclise é possível no pronome destacado de número

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    “A criança agitou-se(1), choramingando. A mulher apertou-a(2) mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se(3) a niná-la(4) com um brando movimento de cadeira de balanço.”

    → 1 e 2 → temos um sujeito explícito com núcleo substantivo, dessa forma a colocação é facultativa, próclise ou ênclise (se agitou ou agitou-se);

    → 3 → Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se → conjunção coordenativa aditiva, antes do verbo, sem palavra atrativa é caso de facultatividade; próclise (se pôs) ou ênclise (pôs-se);

    → 4 → nossa resposta → os pronomes oblíquos -lo(s), -la(s) virão sempre em posição enclítica aos infinitivos não flexionados da preposição "a" (em verde), dessa forma não poderia ocorrer a próclise, até mesmo por sinal de lógica, ficaria: e pôs-se a a ninar (sem sentido algum).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • A julgar pela percentagem de erro, acredito que muitos não entenderam plenamente o enunciado, que solicita qual pronome deve ser posto somente na posição enclítica, isto é, após o verbo. O pronome que atende ao pedido do enunciado é o sinalizado pelo número quatro. Em todos os demais, pode-se, indiferentemente, aplicar próclise ou ênclise.

    Letra D

  • Verbos no infinitivo impessoal regidos pela preposição "a" = uso obrigatório de ênclise.

  • CASOS FACULTATIVOS:

    1-Substantivos: O garoto se machucou ou O garoto machucou-se.

    2- Pronomes Pessoais e Demostrativos: Ele me agradou ou Eles agradou-me/ Isto agrada-me ou Isto me agrada.

    3- Conjunções Coordenativa: Falou pouco, mas se casou ou Falou pouco, mas casou-se.

  • vlw Arthur, pela contribuição.

  • Verbos no infinitivo impessoal regidos pela preposição "a" = uso obrigatório de ênclise.

    os pronomes oblíquos -lo(s), -la(s) virão sempre em posição enclítica aos infinitivos IMPESSOAIS(não flexionados) ANTECEDIDOS da preposição "A", dessa forma não poderia ocorrer a próclise, até mesmo por sinal de lógica, ficaria: e pôs-se a a ninar (sem sentido algum).

    Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço.”

  • Boa resposta, Alexandre.

  •  apenas a ênclise 

  • Os POAs ''-lo, -la, -los, -las'' virão sempre enclíticos aos infinitivos não flexionados antecedidos da preposição a.

  • "Pôs-se" é considerado início de uma nova oração, e portanto ênclise obrigatória?

  • Preposição “A” + verbo no infinitivo = uso obrigatório de ênclise.


ID
3021790
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

“Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.”


Esse fragmento é uma sequência textual predominantemente

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    “Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.”

    → observa-se que o narrador usa de uma imagem subjetiva, enxergada por ele, para DESCREVER os passageiros e a lanterna, a marca de uma descrição é, principalmente, os adjetivos.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • GABARITO: A

    TIPOLOGIA DESCRITIVA: Expõe os pormenores de um determinado objeto, pessoa ou situação - a depender do contexto pode-se confundir com a narração.

    TIPOLOGIA EXPOSITIVA: É comum aparecer em matérias jornalísticas, informações sobre um determinado acontecimento são narradas com imparcialidade.

    TIPOLOGIA INFORMATIVA: Atenta-se a somente informar, como no caso de boletim de ocorrência - proibido expor interpretações pessoais.

    TIPOLOGIA ARGUMENTATIVA: Típico debate. Argumentos são expostos visando convencer o leitor a se posicionar contra ou a favor de um determinado tema.

  • GABARITO: A

    “Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.”

    É importante observar que na citação há a presença de adjetivos descrevendo toda a história.

  • Trata-se de uma narração, mas como não temos esta opção no gabarito, obviamente vemos traços de descrição durante toda a narrativa.


ID
3021793
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

“[...] Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…”


Nesse trecho, as reticências indicam

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

    A criança agitou-se, choramingando.

    → a mulher ia continuar contando a história, porém ela foi INTERROMPIDA pela criança que se agitou e começou a chorar.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Essa é a típica questão que é necessário retornar ao texto para entender o contexto da frase. Nesse caso, a continuação do relato foi bem clara, assim como o comentário do Arthur R. Carvalho.

  • Quando a coisa é bem escrita, te prende, é impressionante! Mas na hora da prova não há tempo a perder

  • Que texto bom :D

  • Confundi...pensei que a questão se referia às reticências iniciais [...], e não às finais.

  • Ao menos deveriam indicar o número do parágrafo na alternativa.


ID
3021796
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

Há uma oração que expressa valor semântico de finalidade em

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    A) “A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio.” → oração coordenada aditiva, marcada pela conjunção coordenativa aditiva "e".

    B) “Agachei-me para apanhá-la.” → nosso gabarito, temos uma conjunção subordinativa final "para" (marcando a finalidade que ele agachou) e uma oração subordinada adverbial final.

    C) “Sentei-me e tive vontade de rir.” → conjunção coordenativa aditiva "e", marcando uma oração coordenada aditiva.

    D) “Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio.” → temos uma oração subordinada adjetiva restritiva, restringe o substantivo "nuvens"; restritiva (sem pontuação), explicativa (com pontuação).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • GAB: B

    "Agachei-me para apanha-la"

    > Conjunção subordinativa final (de finalidade) > agachei-me com a finalidade de apanha-la.

  • finalidade: para que, a fim de que, porque, com fim que, por

  • para -> para qual finalidade..

    gab B

  • PARA+INFINITIVO = FINALIDADE

    GABARITO B

  • Oração subordinada adverbial de finalidade

    Para que .. a fim de que..porque.. com fim que.. por..

  • Arthur Carvalho resolva a Questão 1007070 por favor!

  • Achei-me com A FINALIDADE de apanhá-la.

  • Minha contribuição.

    Conjunções / Locuções conjuntivas adverbais finais (Finalidade) => a fim de que, para que, com o objetivo de, com o fito de...

    Ex.: Dedique-se mais para que você obtenha êxito.

    Dica:

    a fim de que (finalidade)

    afim de (afinidade)

    Abraço!!!

  • Gabarito: B

    Oração subordinada adverbial final: para que, a fim de que, porque(=para que).

  • Gab. B

    “Agachei-me para apanhá-la.” - Oração subordinada adverbial de finalidade

    Conjunções subordinativas finais: para que, a fim de que, porque, de modo, maneira, forma, sorte que

  • Para que

    Afim de que, expressa finalidade, substituiu o para pelo afim , deu certo, é essa.

    Agachei-me afim de apanhá-la

    A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou afim o rio


ID
3021799
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em ditongo.


As palavras que representam essa regra são

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    A) bêbado / pálida / diálogo. → todas são proparoxítonas;

    B) puídas / caráter / intocável. → temos, respectivamente: hiato (as vogais tônicas "i" e "u" que formam hiato com a vogal anterior serão acentuadas); paroxítona terminada em -r, paroxítona terminada em -l;

    C) silêncio / artifícios / tábuas. → todas são paroxítonas terminadas em ditongo, temos a nossa resposta.

    D) solidão / embarcação / café. → cuidado, o til "~" não é sinal de acentuação, é somente uma marca de nasalização, "café" é oxítona terminada em -e.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • É sério esta questão?

  • NÃO LEIA O TEXTO. COLOCADO PRA CANSAR.

  • A questão é sobre acentuação e pede para que encontremos a alternativa que todas as palavras são paroxítona terminada em ditongo.

    Essa é a primeira regra que o concurseiro deve aprender quando se diz respeito a matéria de acentuação.

    a) bêbado / pálida / diálogo.

    Incorreta. Todas são proparoxítonas, ou seja, antepenúltima sílaba tônica.

    b) puídas / caráter / intocável

    Incorreta. Temos respectivamente a regra do hiato, as vogais tônicas "i" e "u" que formam hiato com a vogal anterior serão acentuadas, paroxítona terminada em "r" e paroxítona terminada em "l".

    c) si-lên-cio / ar-ti-fí-cios / -buas.

    Correta. Todas são paroxítonas terminas em ditongo conforme pede o enunciado.

    d) solidão / embarcação / café

    Incorreta. As duas primeiras não são acentuadas, apenas levam o "til " que é uma marca de nasalidade e "café" é oxítona terminada em -e

    Gabarito C

  • É o tipo de questão que testa seu nível de experiência e não conhecimento, façam mais provas!

  • Dimas Pereira, seríssimo. Por mais questões assim.

  • única alternativa que tem ditongo!

  • Letra C

  • Diogo Cordeiro, não sei se é tão óbvia assim, visto que agora temos as proparoxítonas aparentes.

  • De cara já deu pra eliminar as letras a, b, d, por não terem ditongos.

    A questão pede "palavras paroxítonas terminadas em ditongo", e nenhuma dessas opções tem terminações em ditongo.

    A letra c tem palavra terminadas em ditongo.

  • Oremos pra uma questão dessa cair na minha prova, amém!

  • Longe de qualquer prepotência ou arrogância, o ruim de questão aparentemente fácil é que nivela os candidatos por baixo.

    Enfim, a queridinha das provas é a paroxítona terminada em ditongo crescente.

  • GABARITO: LETRA C

    ACRESCENTANDO:

    Regra de Acentuação para Monossílabas Tônicas:

    Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s).

    Ex.: má(s), trás, pé(s), mês, só(s), pôs…

    Regra de Acentuação para Oxítonas:

    Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens).

    Ex.: sofá(s), axé(s), bongô(s), vintém(éns)...

     

    Regra de Acentuação para Paroxítonas:

    Acentuam-se as terminadas em ditongo crescente ou decrescente (seguido ou não de s), -ão(s) e -ã(s), tritongo e qualquer outra terminação (l, n, um, r, ns, x, i, is, us, ps), exceto as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens).

    Ex.: história, cáries, jóquei(s); órgão(s), órfã, ímãs; águam; fácil, glúten, fórum, caráter, prótons, tórax, júri, lápis, vírus, fórceps.

     

    Regra de Acentuação para Proparoxítonas:

    Todas são acentuadas .Ex.: álcool, réquiem, máscara, zênite, álibi, plêiade, náufrago, duúnviro, seriíssimo...


    Regra de Acentuação para os Hiatos Tônicos (I e U):

    Acentuam-se com acento agudo as vogais I e U tônicas (segunda vogal do hiato!), isoladas ou seguidas de S na mesma sílaba, quando formam hiatos.

    Ex.: sa-ú-de, sa-í-da, ba-la-ús-tre, fa-ís-ca, ba-ú(s), a-ça-í(s)...

    FONTE: A GRAMÁTICA PARA CONCURSOS PÚBLICOS 3ª EDIÇÃO FERNANDO PESTANA.


ID
3021805
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Tendo em vista as disposições da Constituição Federal de 1988, indique se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma.


( ) A dignidade da pessoa humana e o pluripartidarismo são fundamentos básicos da Carta Constitucional Brasileira.

( ) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária constitui um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.

( ) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

( ) A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina.


De acordo com as afirmações, a sequência correta é

Alternativas
Comentários
  • Mnemônicos pra decorar são ótimos, maaas vai que cai uma dessas do tipo certo e errado.... melhor mesmo é tatuar a norma no cérebro!

    Fundamentos : SOCI /FU/ DIVAPLU

    ART 1º CF

    Soberania

    Cidadania

    Dignidade da pessoa humana

    Valores Sociais do trabalho e da livre iniciativa

    PLURALISMO POLÍTICOS

  • SO-CI-DI-VA-PLU:

    Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

    I - a soberania;

    II - a cidadania

    III - a dignidade da pessoa humana;

    IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;   

    V - o pluralismo político.

    Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

    CON-GA-ERR-PRO:

    Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

    I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

    II - garantir o desenvolvimento nacional;

    III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

    IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

    Mapas Mentais em Blocos --> lei seca 100% esquematizada por palavras-chave:

     

    IG: @serconcursospublicos

    SITE: www.serconcursospublicos.com

  • Gab B.

    Erros.

     A dignidade da pessoa humana e o pluripartidarismo são fundamentos básicos da Carta Constitucional Brasileira.

     A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

    Mnemônicos + leitura da lei seca ajuda muito.

  • Pluralismo politico não é o mesmo que pluripardidarismo?

  • Pluralismo político significa que, em nosso país, somos livres para expressarmos idéias políticas, a diversidade dessas idéias é aceita e petrificada pela Constituição. Em outras palavras, você tem o direito de defender a ideologia do socialismo, do comunismo, do capitalismo ou, até, tudo junto se quiser.  

    Pluripartidarismo é a possibilidade de termos vários partidos políticos, cada qual defendendo sua ideologia.

    Ressalta-se que o Pluralismo Político está carimbado em nossa constituição como FUNDAMENTO da Republica Federativa do Brasil.

    Leia mais em Brainly.com.br - https://brainly.com.br/tarefa/18645577#readmore

  • Pluripartidarismo É um sistema político no qual três ou mais partidos políticos podem assumir o controle de um governo, de maneira independente, ou numa coalizão.

    Pluralismo político é a possível e garantida existência de várias opiniões e idéias com o respeito por cada uma delas. O pluralismo político é uma das mais importantes características da  moderna, na qual pequenos partidos políticos também são ouvidos e têm direito a voto.

  • "A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina"

    graças a Deus que não

  • Uma outra forma de lembrar é sabendo que os objetivos são compostos por verbos no infinitivo.

  • Que droga eu lì pluralismo!! Kkk

  • U.R.S.A.L

  • (F)A dignidade da pessoa humana e o pluripartidarismo são fundamentos básicos da Carta Constitucional Brasileira.

    (V) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária constitui um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.

    (V) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

    (F) A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

  • BIZU: Cuidado ao decorar os objetivos, achando sempre que vai cair exatamente a letra da CF, pois a CESP já fez questão modificando o texto. EX.: garantir o desenvolvimento nacional por "A garantia do desenvolvimento nacional" , só para pegar aqueles que acham que os objetivos sempre vão começar com verbo.

  • kkk errei, pluripartidarismo.

  • Pessoal, não achem que o pluripartidarismo está desassociado do pluralismo político. Ele é uma espécie do gênero.

    Nas palavras de Min. do STF Alexandre de Moraes, "o pluralismo político: demonstra a preocupação do legislador constituinte em afirmar-se a ampla e livre participação popular nos destinos políticos do país, garantindo a liberdade de convicção filosófica e política e, TAMBÉM, A POSSIBILIDADE DE ORGANIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO EM PARTIDOS POLÍTICOS." Direito Constitucional, pag. 48 (2001).

  • União das Repúblicas Socialistas da América Latina: URSAL kkkkk

  • GABARITO: B

    Fundamentos da República Federativa do Brasil – Art. 1º da CF/88

    Mnemônico: SoCiDiVaPlu

    So – soberania

    Ci – cidadania

    Di – dignidade da pessoa humana

    Va – valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

    Plu – pluralismo político

    Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil – Art. 3º da CF/88

    Mnemônico: Com Garra Erra Pouco

    Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

    I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; Com

    II – garantir o desenvolvimento nacional; Garra

    III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Erra

    IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Pouco

  • A última lembrei do cabo Dáciolo.

  • Consta q Cabo Daciolo entrou com recurso para o gabarito desta questão;)

  • GLÓRIA A DEUX

  • "A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina" foi f%#a! hehehe!

  • "A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina" foi f%#a! hehehe!

  • (F) A dignidade da pessoa humana e o pluripartidarismo são fundamentos básicos da Carta Constitucional Brasileira.

    Falso. Pluralismo político.

    (V) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária constitui um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.

    Verdadeiro.

    (V) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

    Verdadeiro. Art. 2º.

    (F) A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

    Falso. Até Cabo Daciolo caiu aqui kkkkkkk

  • Daciolo não curtiu isto.

  • GABARITO B

    (F ) A dignidade da pessoa humana e o pluripartidarismo são fundamentos básicos da Carta Constitucional Brasileira.

    ( V) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária constitui um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.

    ( V) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

    (F ) A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

  • A famosa URSAL kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • A questão exige conhecimento sobre a República Federativa do Brasil e pede ao candidato que julgue os itens abaixo. 

    (F) A dignidade da pessoa humana e o pluripartidarismo são fundamentos básicos da Carta Constitucional Brasileira.

    Falso. O pluripartidarismo não é fundamento da República Federativa do Brasil, mas, sim, o pluralismo político, nos termos do art. 1º, III e V, CF:  Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; V - o pluralismo político.

    (V) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária constitui um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.

    Verdadeiro, nos termos do art. 3º, I, CF: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

    (V) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

    Verdadeiro, nos termos do art. 2º, CF: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

    (F) A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

    Falso, A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, nos termos do art. 4º, parágrafo único, CF: Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

    Portanto, a sequência correta é: F, V, V, F.

    Gabarito: B

  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dispõe sobre os princípios fundamentais.

    Análise das assertivas:

    (F) Os fundamentos da República, entre outros, são a dignidade da pessoa humana e o pluralismo político, que representa a diversidade de pensamentos, não o pluripartidarismo político (a multiplicidade de partidos políticos).

    (V) É exatamente o que dispõe o art. 3º da CRFB/88: "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; (...)".

    (V) É exatamente o que dispõe o art. 2º da CRFB/88: "São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário".

    (F) De acordo com o art. 4º, parágrafo único, da Constituição, a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

    Gabarito:

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa B (F-V-V-F).

  • Não confunda!

    PLURALISMO POLÍTICO X PLURALISMO PARTIDÁRIO

  • V/F) A República Federativa do Brasil integra a União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

  • Comentário do Professor Cabo Daciolo:

    "Meus caros, conforme exposto no debate eleitoral de 2018. A URSAL é a união de todos os países da América Latina, tirando as fronteiras, fazendo uma única nação. Pátria grande! Poucos ouviram falar disso e será pouco divulgado isso!"

  • quando a teoria da conspiração chega nas questões de concurso...

  • Se ler rápido, perde a questão!

  • petista erra essa!


ID
3021808
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

A vacância do cargo público NÃO decorrerá de

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: A

    HIPÓTESES DE VACÂNCIA NO SERVIÇO PÚBLICO: ART. 33 LEI 8112/90

    MNEMÔNICO: PEDRA FDP

    P osse em outro cargo inacumulável

    E xoneração

    D emissão

    R eadaptação

    A posentadoria

    F alecimento

    D --

    P romoção

  • GABARITO: LETRA A

    Da Vacância

    Art. 33.  A vacância do cargo público decorrerá de:

    I - exoneração;

    II - demissão;

    III - promoção;

    VI - readaptação;

    VII - aposentadoria;

    VIII - posse em outro cargo inacumulável;

    IX - falecimento.

    FONTE:  LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990.  

  • Gabarito: A

  • A Vacância do cargo público decorrerá de:

    I - exoneração

    II - demissão

    III - promoção

    IV - revogado

    V - revogado

    VI - readaptação

    VII - Aposentadoria

    VIII - posse em outro cargo inacumulável

    IX - Falecimento

  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa que NÃO represente um caso de vacância de cargo público. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca dos agentes públicos, em especial acerca da Lei 8.112/1990. Vejamos:

    Art. 33, Lei 8.112/90. A vacância do cargo público decorrerá de:

    I - exoneração;

    II - demissão;

    III - promoção;

    VI - readaptação;

    VII - aposentadoria;

    VIII - posse em outro cargo inacumulável;

    IX - falecimento.

    Dito isso:

    A. CERTO. Férias.

    B. ERRADO. Falecimento.

    C. ERRADO. Exoneração.

    D. ERRADO. Aposentadoria.

    GABARITO: ALTERNATIVA A.


ID
3021811
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

Sobre o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Município de Guarani, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • O funcionário não pode mudar de uma carreira para outra dentro do quadro de servidores. Alguém pode comentar?

  • Oi!

    Gabarito: C

    Bons estudos!

    -Você nunca sai perdendo quando ganha CONHECIMENTO!


ID
3021814
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Legislação Municipal

Sobre a Lei Orgânica do Município de Guarani, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Irmão, não é bem por aí...

    Art. 3º A consulta sobre a existência de conflito de interesses e o pedido de autorização para o exercício de atividade privada deverão ser formulados mediante petição eletrônica e conter no mínimo os seguintes elementos:

    (..)

    Parágrafo único. Não será apreciada a consulta ou o pedido

    de autorização formulado em tese ou com referência a fato genérico.


ID
3021817
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Sobre os direitos políticos previstos na Constituição Federal Brasileira de 1988, analise as afirmações abaixo.


I. Em caso de resultado final com mais de cinquenta por cento de votos nulos, anula-se a eleição e se impõe novo pleito com outros candidatos.

II. É vedada a reeleição para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República.

III. A idade mínima de dezoito anos é uma condição de elegibilidade para o cargo de Vereador.

IV. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.


Está correto apenas o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • I. Errado. Não existe tal previsão na CF/88.

    II. Errado. A CF/88 foi alterada para permitir a reeleição dos titulares do Poder Executivo. Art. 14, § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. 

    III. Certo. CF/88. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

     3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) VI - a idade mínima de:

    a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

    b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

    c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

    d) dezoito anos para Vereador.

    IV. Certo. CF/88. Art. 14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

    Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm

  • GABARITO D

    ITENS III E IV CORRETOS

    AFIRMATIVAS

    I. Em caso de resultado final com mais de cinquenta por cento de votos nulos, anula-se a eleição e se impõe novo pleito com outros candidatos. NÃO HÁ ESSA PREVISÃO LEGAL.

    II. É vedada a reeleição para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República. É PERMITIDO UMA ÚNICA VEZ.

    III. A idade mínima de dezoito anos é uma condição de elegibilidade para o cargo de Vereador. CORRETA CONFORME ART. 14, §3º, VI, d - CF/88

    IV. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. CORRETA CONFORME ART. 14, §4º- CF/88

  • GAB: LETRA D

    Sobre a alternativa I:

    Segundo o TSE, a ideia de que, se mais de 50% dos votos forem nulos, a eleição é anulada, é falsa porque como apenas os votos válidos são considerados na contagem final, se a maioria dos eleitores votar nulo, todos esses votos serão descartados e ganhará o candidato com o maior número de votos válidos.

    Ou seja, mesmo se mais de 50% dos eleitores votarem nulo, a eleição não é anulada. A confusão ocorre devido a uma interpretação errada do artigo 224 do Código Eleitoral.

    A "nulidade" a que a legislação se refere diz respeito a votos tornados nulos por decisão judicial (devido à prática de abuso de poder político, por exemplo).

  • Letra D

    CF/88

    Art. 14º, 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

    VI–a idade mínima de:

    a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

    b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

    c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

    d) dezoito anos para Vereador

     4o São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos

  • GABA d)

    IV. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Logo, o LULA não é analfabeto. rsrs

  • GAB [D].

    #NÃOÀREFORMAADMINISTRATIVA !!

    #ESTABILIDADESIM !!!

    #FORATRAINEE !!!

  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dispõe sobre direitos políticos.

    Análise das assertivas:

    Assertiva I - Incorreta. Não há tal previsão na CRFB/88. Art. 77, § 2º, CRFB/88: "Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos".

    Assertiva II - Incorreta. A reeleição é permitida para um período subsequente. Art. 14, § 5º, CRFB/88: "O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente". 

    Assertiva III - Correta! É o que dispõe o art. 14, § 3º, CRFB/88: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) VI - a idade mínima de: (...) d) dezoito anos para Vereador".

    Assertiva IV - Correta! É o que dispõe o art. 14, § 4º, CRFB/88: "São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos".

    Gabarito:

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa D (III e IV).

  • Olá, pessoal!

    Temos aqui uma questão de análise de assertivas a fim de encontrar as compatíveis com os direitos políticos previstos na Constituição de 88. 

    Vejamos:

    I - ERRADA, não há previsão constitucional para tal fato;

    II - ERRADA, conforme art. 14, § 5º, poderão ser reeleitos uma para um único período subsequente;

    III - CORRETA, art. 14, § 3º, inciso VI, alínea d), a idade mínima para vereador é de 18 anos;

    IV - CORRETA, art. 14, § 4º.

    Somente se encontram corretas as assertivas III e IV.

    GABARITO LETRA D.
  • Olá pessoal!

    Temos aqui uma questão de análise de assertivas a fim de encontrar as compatíveis com os direitos políticos previstos na Constituição de 88. 

    Vejamos:

    I - ERRADA, não há previsão constitucional para tal fato;

    II - ERRADA, conforme art. 14, § 5º, poderão ser reeleitos uma para um único período subsequente;

    III - CORRETA, art. 14, § 3º, inciso VI, alínea d), a idade mínima para vereador é de 18 anos;

    IV - CORRETA, art. 14, § 4º.

    Somente se encontram corretas as assertivas III e IV.

    GABARITO LETRA D.















  • Conforme o Código Eleitoral, em seu art. 224, “se a nulidade atingir mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 a 40 dias”. Em resumo, se ficar comprovado que determinado candidato eleito com mais de 50% dos votos nas eleições majoritárias cometeu uma das irregularidades citadas, a Justiça Eleitoral deverá anular o pleito e determinar um novo.

    “Quando isso ocorre, todos os votos que foram dados àqueles candidatos são anulados. Esses votos anulados não correspondem àqueles votos nulos, quando o eleitor erra a votação [na urna]. São votos válidos que posteriormente são anulados porque houve uma irregularidade na eleição, e aí quando a quantidade de votos anulados chega a mais de 50% é que se faz uma nova eleição”, esclarece o ministro Henrique Neves.

    Além disso, aquele candidato que deu causa à anulação do pleito e à consequente necessidade de realização de nova votação não pode participar dessa nova eleição. O ministro lembra que a Advocacia-Geral da União (AGU) vem cobrando desses candidatos o custo da realização de novos pleitos."

    Fonte: www.tse.jus.br

  • 35 - 30 - 21 - 18

  • Estou aqui em 2022 pra dizer que a alternativa I foi uma Fake News que se espalhou amplamente em formato de " hoax" (boatos) nas eleições de 2018 para Presidente. A Banca sabendo que poderia derrubar muitos meteu-lha aí !!!!!!

ID
3021820
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Complete corretamente as lacunas do texto.


No Windows 7, para desinstalar um programa, abra o __________, clique em __________ e depois em__________. Selecione o programa que será desinstalado e clique em Desinstalar/Alterar.


A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é

Alternativas
Comentários
  • DESINSTALAR PROGRAMA É NO PAINEL DE CONTROLE

    GAB B

  • GABARITO: LETRA B

    → Para acessar o Painel de Controle pelo Windows 7, basta acessar o Menu Iniciar, e clicar na opção Painel de Controle. → Após, na categoria Programas, clique na opção Desinstalar um programa. → Neste próximo passo, basta você selecionar o programa desejado, clicar na opção Desinstalar, e avançar nas janelas que irão aparecer.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Sem delongas, letra B.

    Toda pessoa que usa um computador sabe que a desinstalação é no PAINEL DE CONTROLE.

    Ex Nunc.

  • Essa eu fiquei na dúvida, pq não acreditei hehe

  • Letra B sem dúvidas.

  • Arthur Carvalho gratidão a Deus por sua existência. Obrigada por compartilhar conosco tanto conhecimento.


ID
3021823
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Uma pessoa, trabalhando em um documento texto do Microsoft Word 2013, selecionou a guia Revisão e clicou no botão Contar Palavras. A janela que será aberta, ao executar estas ações, exibe algumas informações sobre o documento texto.


Dentre estas informações está a quantidade de

Alternativas
Comentários
  • Guia: Revisão , botão : contar palavras

    As opções que aparecem são:

    Páginas

    Palavras

    Caracteres ( com espaço)

    Caracteres (sem espaço)

    Parágrafos

    Linhas

    Gab B)

  • GABARITO: LETRA B

    Guia Revisão – ao clicar na Guia Revisão, novos painéis são exibidos logo abaixo com inúmeros botões e opções com finalidades específicas, distribuídos em seus respectivos Grupos.

    A opção Contar Palavras permite saber o número de palavras, caracteres, parágrafos, páginas e linhas no documento. Você também encontra a contagem de palavras na barra de status, na parte inferior da janela.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Enunciado confuso...

  • Não tem necessidade uma Questão Dessa !

  • Leon D' Jackson, não há necessidade, mas quase a metade errou. =D

  • lembrando que no word/13 para se chegar a este comando, há possibilidade através das teclas de atalho: CTRL +SHIFT +G.

ID
3021826
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Os arquivos salvos pelo Microsoft Word 2013 e pelo Microsoft Excel 2013, em suas configurações-padrão, possuem, respectivamente, as extensões

Alternativas
Comentários
  • Microsoft Word 2013: extensão: .docx

    Microsoft Excel 2013: extensão .xlsx

    .txt --> bloco de notas

    .rtf --> wordpad

    .pdf --> arquivo em pdf

    .pptx --> Power point

  • GABARITO: LETRA D

    → Word ↔ Documento → .docx; Documento habilitado para macro → .docm; Modelo → .dotx; Modelo habilitado para macro → .dotm.

    → Excel ↔ Pasta de trabalho →.xlsx; Pasta de trabalho habilitada para macro → .xlsm; Modelo → .xltx; Modelo habilitado para macro →.xltm; Pasta de trabalho binária não XML → .xlsb; Complemento ativado para macros → .xlam.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Resposta alternativa: D

    Pois o Documento excel é salvo em xlsx., e no documento word é salvo em docx.

  • GABARITO: D

    Formatos suportados pelo Excel: .xlsx .xlsm .xlsb .xltx .xltm .xls .xlt .xml .xlam .xla .xlw .xlr .prn .txt .csv .dif .slk .dbf .ods .pdf .xps

    A maioria dos formatos possuem a letra X e L de Excel.

    "Não pare até que tenha terminado aquilo que começou." - Baltasar Gracián.

    -Tu não pode desistir.

  • -----------------------Padrão------------------ MODELO

     

    WORD------------ .DOCX--------------------- .DOTX

     

    WRITER------------- .ODT -------------------- .OTT

     

    EXCEL------------------ .XLSX---------------- .XLTX

     

    CALC-----------------.ODS---------------- .OTS

     

    PPT-------------------- .PPTX -----------------------.POTX

     

    IMPRESS -------------.ODP-------------------- .OTP


ID
3021829
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Suponha que em uma planilha do Microsoft Excel 2013, as células A1, A2 e A3 contenham os números 1, 2 e 3, respectivamente.


Caso, na célula B1, seja digitada a função =SOMA(A1:A3) , o resultado exibido será

Alternativas
Comentários
  • A fórmula SOMA irá somar todas as células de um determinado intervalo, logo:

    =SOMA(A1:A3) irá somar as células de A1 até A3:

    1+ 2+ 3 = 6 , resultado da fórmula.

    obs: : --> quer dizer até

    ; ---> equivale a "e"

  • GABARITO: LETRA B

    → A1 (1); A2 (2); A3 (3).

    =SOMA(A1:A3) → soma do intervalo A1 (até) A3 = 1 + 2 + 3= 6.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Questão que chega a dar medo de marcar!

  • Pessoal acha fácil, mas é, pra quem estuda.

    : soma tudo.

  • Essas questões fáceis são um terror psicológico na hora da prova kkk

  • GABARITO: B

    Cuidado para não confundir dois pontos (:) com ponto e vírgula (;).

    Para não errar esse tipo de questão, eu associo o ponto e vírgula (;), como se fosse a letra 'e'.

    Exemplo: =SOMA(A1;A3) -----> "Soma A1 e A3".

    Por outro lado, os dois pontos eu associo como se fosse a palavra "tudo".

    Exemplo: =SOMA(A1:A3) -----> "Soma tudo de A1 até A3".

    "Não pare até que tenha terminado aquilo que começou." - Baltasar Gracián.

    -Tu não pode desistir.

  • E o medo de errar de tão fácil? imagina isso na hora da prova kkkkk

  • Jura?????? :o

  • A questão aborda conhecimentos acerca da funcionalidade da função “SOMA”, bem como das formas de referenciação de um intervalo de células. 

     

     

    Antes de analisarmos a expressões apresentada, vale destacar as formas de referenciação de um intervalo de células, bem como a funcionalidade da função “SOMA” 

     

    A referenciação de um intervalo de células pode ser feita por dois pontos ou ponto e vírgula, sendo a diferença entre eles a seguinte:    

    Os dois pontos (:) são utilizados para fazer referência a um intervalo contínuo de células, ou seja, de uma célula a outra. Para exemplificar, caso um usuário faça a referência “A1:B2”, as células entre A1 a B2 estarão inclusas, logo as células A1, A2, B1 e B2 estão inclusas no intervalo.     

    O ponto e vírgula (;) é utilizado para fazer a referência entre células intercaladas, ou seja, uma célula e outra. Para exemplificar, caso um usuário faça a referência “A1;B2;C3”, apenas as células A1, B2 e C3 serão incluídas no intervalo.    

     

    Função “SOMA” – Realiza a soma dos valores contidos em um intervalo de células. Essa função possui a seguinte estrutura: “=SOMA(intervalo de células)”. Portanto, a função “=SOMA(A1:A3)”, apresentada no enunciado, somará os valores das células A1, A2 e A3, resultando no valor 6. 

     

    Gabarito – Alternativa B.


ID
3021832
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Noções de Informática

O sistema que permite gerenciar e armazenar arquivos em nuvem é o

Alternativas
Comentários
  • GABA D

    SPAN: é o termo usado para referir-se aos e-mails não solicitados, que geralmente são enviados para um grande número de pessoas

    FIREWALL (PAREDE DE FOGO) : é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem ser executadas.

    ANTIVÍRUS: programa de proteção do computador que detecta e elimina os vírus (certos programas danosos) nele existentes, assim como impede sua instalação e propagação.

  • GABARITO: LETRA D

    → O Google Drive é um lugar seguro para você armazenar todos os seus arquivos e acessá-los em qualquer smartphone, tablet ou computador. Os arquivos do Drive, como seus vídeos, fotos e documentos, são armazenados em backup com segurança para você não perdê-los (NA NUVEM). É possível convidar outras pessoas facilmente para ver, editar ou comentar qualquer arquivo ou pasta.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Gabarito: D

    SPAM: Termo usado para se referir aos e-mails não solicitados geralmente enviados para um grande número de pessoas com finalidade comercial.

    FIREWALL: é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem ser executadas. "Parede de fogo", a tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

    ANTIVÍRUS: É uma ferramenta para remoção de vírus existentes no computador e combater a infecção por novos vírus. A solução ideal é a prevenção, no entanto os antivírus também agem corretivamente. Algumas vezes o antivírus coloca o arquivo maligno em quarentena - uma área virtual onde o antivírus armazena arquivos identificados como possíveis vírus enquanto ele aguarda uma confirmação de identificação. Os principais do mercado são: Avast, McAfee, Bitdefender, Kaspersky, AVG, Norton, Avira e outros.

    GOOGLE DRIVE: Google Drive é um serviço de armazenamento e sincronização de arquivos que foi apresentado pela Google em 24 de abril de 2012. Google Drive abriga agora o Google Docs, um leque de aplicações de produtividade, que oferece a edição de documentos, folhas de cálculo, apresentações, e muito mais.

  • Gabarito''D''.

    Google Drive=> é um serviço de armazenamento e sincronização de arquivos e gerenciar e armazenar arquivos em nuvem .

    Estudar é o caminho para o sucesso.

  • LETRA D.

    GOOGLE DRIVE: Google Drive é um serviço de armazenamento e sincronização de arquivos que foi apresentado pela Google em 24 de abril de 2012. Google Drive abriga agora o Google Docs, um leque de aplicações de produtividade, que oferece a edição de documentos, folhas de cálculo, apresentações, e muito mais.


ID
4868632
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Avalie as afirmações sobre o acolhimento à demanda espontânea na unidade básica.


I. As rotinas e os fluxos do serviço podem contribuir para que os usuários retornem mais vezes à unidade básica, causando a ideia de que se trata de um usuário “hiperutilizador”.


II. As queixas apresentadas pelos usuários frequentes do serviço podem estar associadas à sua ocupação, sendo importante a interação com serviços de saúde do trabalhador.


III. A frequência aumentada de usuários específicos na unidade básica precisa ser notada e questionada de forma solidária e propositiva para estabelecer escuta acolhedora e produtiva.


IV. A demanda por cuidados deve ser analisada no ato da chegada das famílias à unidade básica, sendo o planejamento de cuidados e a abordagem realizados de forma individual e pontual.


V. As prioridades, as necessidades de saúde e as demandas por cuidados de determinado território são definidas pela equipe de saúde juntamente com a alta gestão e, posteriormente, comunicadas à comunidade.


Está correto apenas o que se afirma em

Alternativas

ID
4868635
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

O preenchimento e a notificação de violência contra crianças, adolescentes, mulheres e/ou idosos são obrigatórios apenas pelo fato de

Alternativas

ID
4868638
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma sobre o cuidado com as doenças crônicas.


(..) Necessitam de atenção aos períodos de agudização.

(..) Envolvem o estímulo do usuário às práticas de autocuidado.

(..) Enfocam a atenção centrada no médico e de cunho curativo.

(..) Exigem a formatação do cuidado previamente à abordagem do usuário.

(..) Estimulam ações de promoção da saúde e de prevenção das condições crônicas.



De acordo com as afirmações, a sequência correta é

Alternativas

ID
4868641
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Preencha corretamente as lacunas do texto a seguir quanto à retirada de pontos.


A retirada de pontos deve ser realizada utilizando-se __________ e tesoura. O corte será realizado no(a) __________ do fio. Em caso de deiscência, os pontos de ancoragem precisam ser __________.


A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é

Alternativas

ID
4868644
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Avalie o que se afirma fazer parte dos primeiros socorros em caso de desmaio.


I. Afrouxar a roupa da vítima.

II. Manter o ambiente arejado.

III. Realizar manobra para abrir as vias áreas em caso de vômito.

IV. Tentar manter a vítima de pé com auxílio de outras pessoas.

V. Colocar a cabeça e os ombros em posição mais baixa do que a dos pés.


Está correto apenas o que se afirma em

Alternativas

ID
4868647
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Acerca da Política Nacional de Atenção Básica, NÃO é sua característica

Alternativas
Comentários
  • enfocar a atenção nas doenças


ID
4868650
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma sobre a Saúde na Escola.


(..) Prevê atividades eventuais e esporádicas no âmbito da escola.

(..) Propõe a integração e a articulação entre a saúde e a educação.

(..) Defende a escola como um espaço privilegiado para ações que abrangem a saúde.

(..) Estimula o conhecimento científico em detrimento dos conhecimentos culturais próprios.

(..) Enfatiza o direcionamento exclusivo das atividades da Equipe de Saúde da Família aos estudantes.



De acordo com as afirmações, a sequência correta é

Alternativas

ID
4868653
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A respeito da dengue, associe corretamente o tipo de sinal à sua respectiva característica.


Tipos de sinais

1. Alarme
2. Choque


Características

(..) Hipotensão arterial.
(..) Hipotensão postural.
(..) Pulso rápido e fino.
(..) Enchimento capilar < 2 segundos.
(..) Vômitos persistentes.


A sequência correta dessa associação é

Alternativas
Comentários
  • Erro de digitação na questão "<" (MENOR). Tem que ser enchimento ">" MAIOR que 2 segundos.


ID
4868656
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Os dois tipos de resíduos gerados diariamente na sala de vacinação são do

Alternativas

ID
4868659
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Avalie as afirmações sobre o registro de uma vacina administrada.


I. A data (dia, mês e ano) do aprazamento deve ser anotada a lápis.

II. O vacinador deve rubricar no cartão do usuário após a administração da vacina.

III. A data, o lote e a unidade de saúde onde ocorreu a vacinação precisam ser escritos a lápis.

IV. Os dados pessoais de identificação precisam ser confirmados por um documento de identidade.

V. A equipe deve manter, na unidade, o controle exato da vacina administrada, anotando todas as suas informações em um “cartão espelho” ou “cartão controle”.


Está correto apenas o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • Não sabia dessa do documento com foto kkkk. Deve ser porque moro em currutela, e todo mundo me conhece kkkkkkkkkkk.


ID
4868662
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A vacina contra a difteria e o tétano (dT) é indicada para

Alternativas

ID
4868665
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

O quadro clínico da diarreia aguda é caracterizado pela alteração das fezes e pelo aumento do número de evacuações de

Alternativas

ID
4868668
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A quantidade de líquido a ser administrado/ingerido após cada episódio de evacuação, no caso de diarreia aguda, é de

Alternativas
Comentários
  • Menores de 1 ano: 50-100ml

    1 a 10 anos: 100-200ml

    Maiores de 10 anos: quantidade que o paciente aceitar. 

    Referência: Cartaz Ministério da Saúde. Manejo Paciente com Diarreia. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf


ID
4868671
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, a atuação do técnico de enfermagem na realização de curativos abrange feridas em estágio(s)

Alternativas
Comentários
  • I e II.

  • PARECER COREN - BA 009/2016

    ETA BAHIA PORRETA,ETA BAHIA IA IA RSRS

    BORA MINHA BAHIA,MINHA POURRINHAAAA

    Tem por objetivo geral da competência do Enfermeiro no cuidado às feridas: realizar curativos, coordenar e supervisionar a equipe de enfermagem na prevenção e cuidados às feridas e Específicas:

    Item D) Realizar curativos de feridas em estágio III e IV.

    Item E) Os curativos de feridas em estágio III, após sua avaliação, poderão ser delegados ao técnico de enfermagem.

    Item L) Executar os cuidados de enfermagem para os procedimentos de maior complexidade técnica e aqueles que exijam tomadas de decisão imediata.

    Item O) Prescrever cuidados de enfermagem aos técnicos e auxiliares de enfermagem, observadas as disposições legais da profissão.

    Atuação do técnico de enfermagem em feridas:

    Item A) Realizar curativos das feridas em estágio I e II.

    Item B) Auxiliar o Enfermeiro nos curativos de feridas em estágio III e IV.

    Item C) Realizar os curativos nas feridas estágio III, quando delegado pelo enfermeiro.

    Item F) Executar as ações prescritas pelo Enfermeiro.

    3. Conclusão:

    Diante do exposto, e considerando a legislação vigente concluímos que:

    – É privativo ao Enfermeiro os cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas.

    – Cabe ao Enfermeiro executar os curativos para o tratamento de lesões agudas ou crônica de maior complexidade, conforme descrito na legislação do exercício profissional de Enfermagem.

    – É de responsabilidade legal do Enfermeiro, avaliar a pessoa com lesão e/ou ferida, prescrever, delegar e supervisionar a realização do curativo pelo técnico de enfermagem, e realizar curativos quando as condições clínicas determinam uma complexidade do paciente.

    – A delegação de realização dos curativos deverá ser realizada pelo Enfermeiro, após avaliação do paciente e da lesão, levando em consideração a gravidade do paciente e a complexidade da lesão.

    – Quanto aos Técnicos de enfermagem os mesmos poderão realizar os curativos nas feridas de estágio I e II e, realizar os curativos nas feridas de estágio III quando delegado pelo Enfermeiro e auxiliar os Enfermeiros nos curativos de estágio III e IV.


ID
4868674
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Avalie as informações que devem ser registradas no prontuário no caso da coleta de material para o teste do pezinho, de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).



I. O motivo para realização da coleta.


II. As orientações realizadas e repassadas ao responsável.


III. A data e a hora em que a coleta foi realizada.


IV. As alterações apresentadas no local de punção.

V. A reação que a mãe apresentou durante a realização da coleta.


Está correto apenas o que se afirma em

Alternativas

ID
4868677
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A atenção à saúde do idoso, no contexto da Atenção Básica, envolve

Alternativas

ID
4868680
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Preencha corretamente as lacunas do texto a seguir quanto à diarreia aguda.


A diarreia pode ser transmitida de forma direta e indireta. A transmissão direta é ___________________ e a indireta é ___________________. Uma das formas de preveni-la é mediante a administração de ___________________.


A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é

Alternativas

ID
4868683
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A região recomendada para se realizar injeção subcutânea é

Alternativas

ID
4868686
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

O tamanho da seringa e o calibre da agulha para aplicação da injeção subcutânea são, respectivamente,

Alternativas

ID
4868689
Banca
FCM
Órgão
Prefeitura de Guarani - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

A aferição da respiração exige que

Alternativas