Observe o parágrafo abaixo:
“O ex-prefeito de Juiz de Fora Carlos Alberto
Bejani é mesmo um fenômeno. Em pleno Brasil do
ano de 2008, onde tão pouca gente chega a se meter
em algum problema mais sério, de verdade, por
cometer atos de delinqüência na vida pública, ele
conseguiu ser preso duas vezes seguidas, entre abril
e junho. Para começar, deixou-se pegar em
flagrante, naquele tipo de cena que hoje em dia se
tornou um clássico da nossa política: recebendo
pacotes de dinheiro vivo, em valor um pouco acima
de 1,1 milhão de reais, numa gravação com imagem
e som. Ficou catorze dias na cadeia e foi solto, como
acontece sempre: e, como acontece sempre, tudo
deveria ir acabando por aí. Neste caso, porém, nem
mesmo a incomparável proteção que as leis e a
justiça brasileira oferecem a gente como o exprefeito foi suficiente para mantê-lo solto. O
documento que ele apresentou para justificar a
origem do dinheiro – a já tradicional venda de uma
‘fazenda’, variante da venda de bois, cavalos etc. –
foi considerado falso. Diante de sua absoluta falta de
cuidado com o que dizia enquanto era gravado,
ficou claro que o dinheiro lhe fora entregue em troca
da concessão de diversos aumentos no preço das
passagens municipais de ônibus. Contra todas as
expectativas, o homem teve de voltar ao presídio.”
(GUZZO, J. R. Agravo x embargo. Veja, São Paulo,
25 jun. 2008. Seções, p. 140)
O autor utiliza um recurso de repetição no meio do parágrafo (como acontece sempre) que enfatiza um aspecto importante para o reforço da idéia a ser desenvolvida. Isso demonstra, na seqüência, que ele: