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Questões de Funções morfossintáticas da palavra MESMO


ID
283885
Banca
FEPESE
Órgão
Prefeitura de Brusque - SC
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

E nisso que dá
Ditaduras, pelo mundo afora e em qualquer época,
têm os seus próprios usos, costumes e manias. Há dita-
duras, por exemplo, que não gostam de portos, prin-
cipalmente se são grandes. Cidades com quilômetros
de cais de frente para o mar, navios de outros países e
muito entra e sai tendem a ser mais abertas, com uma
circulação maior de gente, de ideias e de novidades;
é mais difícil mantê-las isoladas do resto do mundo,
e ditaduras fcam inquietas com isso. Outras gostam
de avenidas bem largas, onde possam fazer desfles e
levar a passeio seus tanques de guerra — além de tor-
narem mais fácil a movimentação da tropa de choque
da polícia, em caso de protesto público. Há ditaduras
que proíbem a reza do terço, as que determinam quais
roupas ou cortes de cabelo os cidadãos podem usar
e as que só permitem o acesso da população a livros,
flmes, músicas e espetáculos ofcialmente aprovados
pelo governo. Já houve ditaduras que não deixavam
as pessoas ter listas telefônicas, no tempo em que elas
existiam; eram consideradas segredo de estado. Os
estilos podem variar, mas todos os regimes totalitários,
naturalmente, têm coisas essenciais em comum, e
essas não mudam nunca. Uma das que mais prezam é
o culto sistemático à mentira.

J.R. Guzzo, in Veja, 25 nov. 2009, p. 194

Assinale a afrmativa condenável, quanto ao emprego de mesmo(s), mesma(s)

Alternativas
Comentários
  • Devemos retificar a frase para:Aquele advogado acudiu o réu e ofereceu a ele todo o auxílio jurídico possível.

    O problema está em usar "mesmo" no lugar dos pronomes pessoais, sejam do caso reto (principalmente a terceira pessoa: ele/ela) ou do caso oblíquo (o/a, lhe etc.). Isso indica pobreza de linguagem, falta de familiaridade com os pronomes pessoais, desconhecimento da língua, enfim. Algumas vezes, imagino, a pessoa tem insegurança no trato com os pronomes mas ao mesmo tempo sabe que deve evitar a repetição de um determinado substantivo, então tasca-lhe um "mesmo" (ou "mesma", se for feminino) no seu lugar. Observe que nos exemplos 1 e 2 "mesmo" acompanha um substantivo – não o substitui. No exemplo 3 acompanha um pronome. Em 4, acompanha um advérbio. Em 5 e 6, um adjetivo. Em nenhum caso de boa redação a palavra "mesmo" toma a vez do substantivo.
    É mais uma questão de estilo do que de gramaticalidade. Digamos então que fica ruim, ou não convém, escrever da forma abaixo:
    Insatisfeito, foi à diretora e pediu que a mesma lhe concedesse o abono.
    Ontem vi meu ex-chefe e convidei o mesmo para um cafezinho.
    Já que o secretário executivo esteve nos visitando, entregamos ao mesmo a documentação.
    Não importa quem seja o pai do Plano Real, mas quem manteve o mesmo a despeito de toda decisão desastrada do Sr. Itamar.
    Busque as fichas no almoxarifado e verifique se as mesmas estão carimbadas.
    Desejando rever o conteúdo jurídico do projeto, solicito seja o mesmo retirado de pauta.
    Excelente a entrevista. A mesma mostrou que Lula é um homem simples e corajoso”.
    Em bom português você diria assim:
    Insatisfeito, foi à diretora e pediu que ela lhe concedesse o abono.
    Ontem vi meu ex-chefe e o convidei para um cafezinho.
    Já que o secretário executivo esteve nos visitando, entregamos a ele (ou entregamos-lhe) a documentação.
    Não importa quem seja o pai do Plano Real, mas quem o manteve a despeito de toda decisão desastrada do Sr. Itamar.
    Busque as fichas no almoxarifado e verifique se elas estão carimbadas.
    Desejando rever o projeto, solicitou seja ele retirado de pauta.
    Excelente a entrevista. Ela mostrou que Lula é um homem simples e corajoso
  • Não se usa a palavra MESMO como pronome pessoal.
  • Pronome demonstrativo
    MESMO , PRÓPRIO = Os pronomes mesmo ( mesma, mesmos , mesmas ) e próprio ( própria , próprios e próprias ) ligam-se a substantivo ( ou a pronome substantivo ) e com ele concordam em gênero e número . Têm o sentido de "idêntico", "exato", "de fato" , "em pessoa":
    Exemplo = Reencontrou o mesmo quarto , a mesma cama , as mesmas pessoas .

    Obs: Não exercem a função de pronome pessoal

    Aquele advogado acudiu o réu e ofereceu a ele todo o auxílio possível.

    Bons Estudos!

  • Poderia ser "... e lhe ofereceu..."?

  • Alternativa B

     

     

    B - Aquele advogado acudiu o réu e ofereceu ao mesmo todo o auxílio jurídico possível.

     

     

  • "ao mesmo", expresso na letra B, é de uso coloquial, o correto seria:

    "Aquele advogado acudiu o réu e ofereceu a ele todo o auxílio jurídico possível". ou ainda: "Aquele advogado acudiu o réu e ofereceu-lhe todo o auxílio jurídico possível".

    Gabarito letra B!


ID
1242535
Banca
FGV
Órgão
TJ-AM
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Carrocinha de pipoca

        Eu sei que a coisa é séria. Se o Kim Jong -Um disparar mesmo os foguetes que está ameaçando disparar contra bases americanas na Ásia, teremos uma guerra nuclear com dimensões e consequências imprevisíveis. Mas lendo sobre o perigo iminente não pude deixar de pensar na história do homem que foi atropelado por uma carrocinha de pipoca. Era um homem cauteloso, que olhava para os dois lados antes de atravessar a rua e só atravessava no sinal, e que dificilmente um carro pegaria. Mas que um dia não viu que vinha uma carrocinha de pipoca, e paft. Já no ambulatório do hospital, onde lhe deram uns pontos no braço, o homem disse que tinha sido atropelado por um motoboy. Em casa, contou que tinha sido atropelado por um carro e só por sorte escapara da morte. Naquela noite, para os amigos que souberam do acidente e foram visitá-lo, especificou: tinha sido atropelado por um BMW. No dia seguinte disse aos colegas de trabalho que tinha sido atropelado por um caminhão e que não sofrera mais que um corte no braço, por milagre. E quando um dos colegas de trabalho comentou que tinha visto o acidente e vira o homem ser atropelado por uma carrocinha de pipoca, gritou: “Calúnia!”

        Por que me lembrei do homem que tinha vergonha de ter sido atropelado por uma carrocinha de pipoca? Desde o fim da Guerra Fria a possibilidade de um confronto nuclear entre duas potências, os Estados Unidos e a Rússia, diminuiu, mas os estoques de armas nucleares continuaram e sua proliferação também. Israel se segura para não usar seus foguetes para destruir as bombas nucleares que o Irã está ou não está construindo, Índia e Paquistão vivem comparando seus respectivos arsenais nucleares como guris comparam seus pipis, a França e a Inglaterra têm a bomba... Enfim, ainda se vive num frágil equilíbrio de terror possível, exigindo de todos os nucleares um cuidado extremo, um cuidado de atravessar a rua sem serem atropelados pelo imprevisto. E aí aparece o Kim Jong-Um empurrando uma carrocinha de pipoca em alta velocidade...

(Luiz Fernando Veríssimo, O Globo, 11/04/2013)

“Se o Kim Jong-Um disparar mesmo os foguetes que está ameaçando disparar contra bases americanas na Ásia,...”.

No segmento do texto acima, a palavra mesmo tem valor de

Alternativas
Comentários
  • De acordo com o comando o valor da palavra mesmo é Advérbio:

    Mesmo: com exatidãojustamenteprecisamentena verdade.

    A palavra mesmo tem sua origem no latim vulgar metipsimus e pode ser um pronome, um substantivo, um adjetivo, um advérbio ou uma conjunção.

    Exemplos:

    · Nós estudamos na mesma escola. (adjetivo – variável)

    · Continua tudo na mesma. (substantivo – variável)

    · Essa nota é mesmo verdadeira? (advérbio – invariável)

    · Mesmo triste, continuarei sorrindo! (conjunção – invariável)

    Outros exemplos com a palavra mesmo:

    Adj.  (Exprime semelhança, identidade, paridade): “Eles têm o mesmo gosto”.

    O próprio, não outro (colocado imediatamente depois de substantivo ou pronome pessoal): “Ricardo mesmo me abriu a porta; uma poesia de Fernando Pessoa, ele mesmo”.

    Utilizado de modo reflexivo; nominalmente: “na maioria das vezes analisava, criticava-se a si mesmo”.

    Que possui a mesma origem: “nasceram na mesma região”.

     Imediatamente referido: “começou a trabalhar em 2000, e nesse mesmo ano foi expulso de casa”.

     s.m. Que ocorre da mesma forma; a mesma coisa e/ou pessoa: “naquele lugar sempre acontece o mesmo; ela nunca vai mudar, vai sempre ser a mesma”.

    conj. (Apesar de; embora): “mesmo sendo pobre, nunca desistiu de sonhar”.

    adv. De modo ( exato; exatamente, justamente): “pusemos o livro mesmo aqui”.

     De maneira segura; em que há certeza: “sem sombra de dúvida: os pastores tiveram mesmo a visão de Nossa Senhora!”
    Ainda, até: “chegaram mesmo a negar-me o cumprimento”.

     loc. conj. (Mesmo que, ainda que, conquanto): “sairei, mesmo que não queiram”.

    Loc. adv. (Na mesma, sem mudança de situação apesar da ocorrência de fato novo): “sua explicação me deixou na mesma”.

    Pronome demonstrativo de reforço (usada com sentido de próprio, sendo variável, ou seja, sofrendo alteração conforme o sujeito da ação). Em outras situações, a palavra mesmo se mantém invariável.

    Exemplos com mesmo como pronome de reforço variável:

    · Ela mesma resolveu o assunto. (Ela própria)

    · Eles mesmos resolveram o assunto. (Eles próprios)


  • eu tenho o '"se" se ele disparar mesmo... ñ consigo ver o mesmo como certeza.

  • A cara, desculpa mesmo! certeza

    Ele vai disparar mesmo essa arma. certeza

    Se voce disparar mesmo essa arma, eu morro! certeza

  • Disparar de fato, certo. O mesmo na oração indica certeza.

  • "Mesmo" não pode expressar dúvida, pelo menos nunca vi!

    O "mesmo" aplicado na oração tem o mesmo valor de "realmente", "de fato", expressando certeza, confirmação.

    Gabarito letra B!

  • “Se o Kim Jong-Um disparar mesmo (de fato ou realmente) os foguetes que está ameaçando disparar contra bases americanas na Ásia,...”.


ID
1322833
Banca
FUNCAB
Órgão
POLITEC-MT
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O Brasil, em trinta anos, avançou muitíssimo em matéria democrática. Antes, nosso recorde de liberdade democrática eram as duas décadas incompletas entre o fim da ditadura Vargas e o começo do regime militar. De 1982 para cá, mudou bastante coisa. O partido comunista foi legalizado - ele tinha sido proibido ao longo de quase toda a sua história. A inflação, que fazia troça da Política, foi controlada. As políticas sociais, que eram sacrificadas em nome da luta contra a inflação, vieram para ficar. A sociedade brasileira, até 2005, era uma pirâmide, na qual as classes A/B tinham menos gente que a C, que era menor que as D/E. Em 2010, era já um losango, no qual a classe C supera tanto asmais ricas quanto asmais pobres. Cinquenta milhões de pessoas subiram da pobreza para a classe média. Hoje, ninguém concorre ao poder com chances se não tiver um projeto de maior inclusão social. Em três décadas, fomos da ditadura, com má distribuição de renda, para uma democracia que parece consolidada. […]
O auge da vida democrática é o momento do voto.Ademocracia, regime emque amaioria escolhe os governantes, é tambémo regime da igualdade, em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou excluídos. Por isso, tenho sustentado que ela é o regime mais ético que existe. Melhor dizendo, é o único regime que hoje podemos considerar ético. As formas de governo que a teoria antigamente chamava de monarquia ou aristocracia, considerando-as legítimas, atualmente apenas podemser chamadas de ditaduras.Uma ditadura, em nossos dias, é ilegítima. Só a democracia é legítima.

Mas surge um problema sério. Na Ética, operamos como certo e o errado, o beme omal. Não existe uma tabela única do certo e errado “em si”, ou “para Deus”, ou para a humanidade inteira. Divergências ocorrem. Mas, sejam quais forem, concordamos quanto a muitos valores. “Não matarás” é um deles, mesmo que discutamos como defini-lo: esse preceito proíbe a legítima defesa? Inclui a falta de solidariedade com o faminto? Em que pesem essas diferenças, quando falamos em Ética, atribuímos valores, positivos e negativos, às condutas.

Dá para fazer o mesmo na Política? Faz parte da essência democrática o direito à divergência. Mas aplicar o critério do certo e errado à Política pode nos levar a só tolerar um lado, condenando o outro como errado, desonesto, imoral. Isso significa abolir a discordância. Quem pensa assim, se chegar ao poder, é um perigo - porque terá o DNA do ditador. O mínimo, numa democracia, é ter os dois lados opostos, divergentes,mas respeitados. Porém, se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que umlado é o bem, e o outro, omal; e, portanto, tentarei impedir “o mal” até mesmo de concorrer. Assim foi a perseguição ao comunismo, no Brasil, mesmo quando não tínhamos uma ditadura escancarada. Assim foi a perseguição aos partidos liberais nos regimes comunistas.
Há saída? O mais óbvio é: a Ética é um pré-requisito.Queremos, de todos os candidatos, que sejam honestos. Que não sejam antiéticos. E, entre os postulantes decentes, optaremos por critérios políticos. […]

(RIBEIRO, Renato Janine.Rev.Filosofia : nº 74, setembro de 2012, p. 82.)

Em: “[...] mesmo quando não tínhamos uma ditadura escancarada.” (parágrafo 4), a palavra MESMO está empregada com sentido idêntico ao que expressa em:

Alternativas
Comentários
  • Alternativa A

     

    a inclusao

    Revimos toda amatéria,mesmo a já sabida

    b oposiçao

    Mesmo doente e febril, foi trabalhar

    c realmente

    Após tanta luta, estava mesmo muito cansado.

    d proprio

    Era forte,mas ele mesmo não sabia o que fazer.

    e semelhante

    São muito diferentes,mas têm o mesmo gosto.

  • Resposta A

    O texto é de 2012, mas cabe bem pra o que estamos vivendo em 2019.


ID
1383799
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara Municipal de São Carlos - SP
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Brinquedos de meninos

Existem fortes evidências a sugerir que as preferências de meninos e meninas por brinquedos específicos para cada gênero envolvem mais do que preconceitos, estereótipos e a irresponsabilidade social de fabricantes. Ao que tudo indica, existe uma base biológica para as distintas predileções.

Para começar, brincadeiras típicas de machos e fêmeas não são uma exclusividade humana. Em 2010, o primatologista Richard Wrangham, de Harvard, ganhou manchetes ao publicar um estudo descrevendo como fêmeas jovens de chimpanzés brincavam com pedaços de pau como se fossem bonecas. Elas chegavam a construir ninhos na floresta para acomodar os gravetos à noite. Machos da mesma idade por vezes topavam brincar de casinha com elas, mas o uso preferencial que davam aos galhos era o de armas simuladas.

Aparentemente, os níveis de exposição do feto a hormônios respondem ao menos em parte pela predisposição. Em 2009, Bonnie Auyeung e colaboradores mostraram que meninas que estiveram expostas a mais testosterona durante a gravidez tendiam na infância a engajar-se mais em brincadeiras típicas de garotos. No caso de animais não humanos, cientistas foram capazes de mudar o comportamento de jovens manipulando os hormônios fetais.

Estudos com mamíferos revelam que fêmeas preferem cores mais quentes como vermelho e rosa. Em machos não há uma predileção clara. No caso de humanos, esse padrão aparece mesmo quando lidamos com culturas bem distintas, como norte-americanos e chineses.

A biologia talvez não explique todas as diferenças, mas revela que não somos uma tábula rasa de gênero.

(Disponível em: www1.folha.uol.com.br/colunas/ helioschwartsman/2013/05/1286513-brinquedos-de-meninos.shtml. Acesso em: 29.05.2013. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a palavra mesmo, em destaque, foi empregada com a mesma função com que aparece na seguinte frase do texto:

No caso de humanos, esse padrão aparece mesmo quando lidamos com culturas bem distintas, como norte-americanos e chineses.

Alternativas
Comentários
  • letra b

    "No caso de humanos, esse padrão aparece mesmo=(até) quando lidamos com culturas bem distintas, como norte-americanos e chineses"

    "Mesmo=(até) seu melhor amigo lhe virou as costas"

  • Mesmo com função adverbial, ou seja, invariável.

  • Mesmo = ainda que

  • Mesmo até, justamente, ainda, de fato..

  • CORINGA.


ID
1433269
Banca
CEPERJ
Órgão
FSC
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                             A FALÁCIA DA GUERRA PELA ÁGUA

        Internacionalmente, não existem registros de conflitos por disputa de recursos hídricos, apenas algumas tensões políticas ou diplomáticas em alguns casos específicos. A maior parte das 261 bacias internacionais existentes no mundo é gerida por meio de acordos que asseguram o compartilhamento de suas águas.
        É o caso do Tratado de Cooperação da Bacia Amazônica, o Tratado da Bacia do Prata, a Comissão Internacional para Proteção do Rio Danúbio (Europa), a Iniciativa da Bacia do Nilo (África), o Protocolo de Damasco, assegurando o compartilhamento das águas do Rio Eufrates (Oriente Médio), Tratado de Paz entre Israel e Jordânia acerca do compartilhamento do Rio Jordão, entre outros. O mundo já entende que uma bacia hidrográfica deve ser gerida enquanto sistema integrado, independentemente das fronteiras políticas que possa abranger. Observe que, mesmo em áreas onde o recurso hídrico é mais escasso, nunca houve a chamada guerra pela água, nem há perspectiva de que haja, já que as soluções técnicas e de planejamento estão se tornando mais eficientes e mais baratas, sobretudo se comparadas aos custos de uma guerra. Paula Duarte Lopes, em Água no Século XXI: Desafios e oportunidades, afirma: “No que diz respeito à água, a última guerra - no sentido clássico do termo - registrada teve lugar entre duas cidades-Estado na Suméria antiga (Umma e Lagash), em 2500 a.C. Não existe qualquer registro histórico de outra guerra entre entidades políticas autônomas ou explicada por motivos hídricos".
       O especialista turco em hidropolítica Dursun Yildiz converge com essa opinião ao afirmar que, “quando olhamos para os trabalhos acadêmicos, podemos ver claramente que a tese da realização da guerra da água parece quase impossível. Esse conceito é mais publicado em revistas e jornais populares". Afirmar que a água vai acabar, como já vimos, é uma insensatez malthusiana, e atribuir conflitos a uma eventual escassez atende apenas a interesses midiáticos, políticos e ideológicos, pois não se assenta em base científica, mas em uma perspectiva fatalista que talvez tenha maior valor de mercado. 

    Luiz Antonio Bittar Venturi (Extraído de:     
                                                                                           http://www.cartanaescola.com.br/single/show/456

Em “mesmo em áreas onde o recurso hídrico é mais escasso" (2º parágrafo), a palavra “mesmo" é invariável. Essa palavra pode variar em gênero e número em:

Alternativas
Comentários
  • a) Mesmo =próprio, inclusive

    b) mesmo = de fato (serve para dar ênfase)

    c) mesmo = ainda que (concessão)

    d) mesmo = concessão

    e) mesmo = de fato, realmente

    gatarito A

  • Mude o gênero do pronome pessoal "ele" por "ela".



    Fica: " Ela mesma reconheceu a gravidade de seu erro. "



    Ela própria reconheceu a gravidade de seu erro.

  • GABARITO: A   

    Essa palavra pode variar em gênero e número em:  Ela mesma reconheceu a gravidade de seu erro. 


ID
1545499
Banca
FGV
Órgão
DPE-RO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 2 - O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é uma lei bem justa e generosa, ainda largamente ignorada em suas medidas de proteção e promoção. Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo em casos em que isso não se justifica. Os poderes públicos, inclusive o Judiciário, estão em dívida com a sociedade por conta da inobservância do estatuto em sua integralidade.

Reconheço que a punição não é o único remédio para a violência cometida pelos jovens. Evidentemente, políticas sociais, educação, prevenção, assistência social são medidas que, se aplicadas no universo da população jovem, terão o condão, efetivamente, de reduzir a violência. Mas, em determinados casos, é preciso uma punição mais eficaz do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. (Aloysio Nunes Ferreira, Época).

Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo em casos em que isso não se justifica”.

Nesse segmento do texto 2 há duas ocorrências sublinhadas do vocábulo “mesmo”; sobre essas ocorrências, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • "Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto" ---> "Inclusive quanto (...)". O sentido é de que as sanções previstas no estatuto se   incluem como um exemplo de que o ECA é uma lei justa e generosa. Afinal, há penas menos severas antes de aplicar-se privação de liberdade

    "Mesmo em casos em que isso não se justifica" ---> "Inclusive em casos (...)".  A pena de privação de liberdade é aplicada inclusive em casos em que não se justifica, ignorando-se as outras punições. 

  • Essa questão eu resolvi utilizando a lógica matemática, pois é, é estranho, mas achei assim mais fácil. Vou explicar:

    Se só a primeira fosse concessão, a segunda deveria ser inclusão, o que tornaria duas questões "certas", ou seja, A e E. O mesmo ocorreria se só a segunda fosse concessão, a primeira seria inclusão, o que tornaria as outras duas questões, ou seja, C e D. Logo, somente seria possível a primeira opção, que indica que as duas são inclusão. Utilizei o princípio da contradição, no qual somente uma proposição (sentença afirmativa) pode ser verdadeira.
  • Caramba Pedro Moreira, eu resolvi pela mesma lógica sua..rs.. Eu ia marcar que só a segunda é inclusiva, mas reparei que assim a primeira teria que ser obrigatoriamente concessiva, mas não há essa opção. 

  • Pedro Moreira, provavelmente era isso MESMO que a banca estava exigindo do candidato. ESPERTEZA. =)

  • PEDRO MOREIRA, utilizei essa mesma técnica. Uma assertiva contradizia a outra, ai ficou mais fácil resolver.

  • Essa era mais raciocínio lógico...

  • "Mesmo", nesses casos, tem valor de "inclusive". Bons estudos!

  • eu matei a questão ao substituir as duas ocorrências do "mesmo" pelo "até" (que tem o sentido, nesse caso, de inclusão).

  • Letra A.

     

    Comentário:

     

    Veja que a palavra “mesmo” pode ser substituída pelas palavras de inclusão “até” ou “inclusive”:
     

    Até quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como

    a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se

    diretamente à privação de liberdade, até em casos em que isso não se justifica.
    Assim, há uma noção de inclusão nas duas ocorrências e a alternativa correta é a (A).

     

    Note que não há uma ideia de contraste, por isso não conseguimos subentender as palavras “embora” ou “apesar de”.
     

    Gabarito: A

     

    Prof. Décio Terror

  • Que texto ECA....

  • Mesmo = até é inclusivo.


ID
1619317
Banca
VUNESP
Órgão
APMBB
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder às questões de números 71 a 74.

O cimo da montanha


Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade. Entrei a amar Virgília com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe aconteceu a ela. Assim, a presidência não fez mais do que avivar a afeição primitiva; foi a droga com que tornamos mais saboroso o nosso amor, e mais prezado também. Nos primeiros dias, depois daquele incidente, folgávamos de imaginar a dor da separação, se houvesse separação, a tristeza de um e de outro, à proporção que o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre nós; e, semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço das mães, para fugir a uma simples careta, fugíamos do suposto perigo, apertando-nos com abraços.

— Minha boa Virgília!
— Meu amor!
— Tu és minha, não?
— Tua, tua...

    E assim reatamos o fio da aventura, como a sultana Scheherazade* o dos seus contos. Esse foi, cuido eu, o ponto máximo do nosso amor, o cimo da montanha, donde por algum tempo divisamos os vales de leste e de oeste, e por cima de nós o céu tranquilo e azul. Repousado esse tempo, começamos a descer a encosta, com as mãos presas ou soltas, mas a descer, a descer...

*personagem principal das Mil e uma noites, em que é a narradora que conta ao sultão as histórias que vão adiando a sentença de morte dela.

(1998, p. 128-129)

Entrei a amar Virgília com muito mais ardor, depois que estive a pique de a perder, e a mesma coisa lhe aconteceu a ela.

Um termo que expressa ideia de equivalência nessa passagem é:

Alternativas
Comentários
  • Muito/Mais - Intensidade

    Perder - Causa

  • Depois - tempo

  • Mesmo ou mesma - para ela ou para ele

    Equivalente

  • Equivalência = ideia de igualdade

    e a "mesma" coisa lhe aconteceu a ela.


ID
1718683
Banca
Marinha
Órgão
ESCOLA NAVAL
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I
Os celulares

Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois. O que me pergunto é como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como viver hoje sem ele? Uma epidemia neurótica grave atacaria a população? Certamente! Quem não tem seu celular hoje em dia? Crianças, cada vez mais crianças, lidam, e bem, com ele. Apenas uns poucos retrógrados, avessos ao progresso tecnológico. A força consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizações. Me poupem de enumerá-las, pois só sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo. Diria mesmo que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas.
Até que não custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida. Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligações. Nem lembro que ele marca as horas, possui calendário. É verdade, recebi uns torpedos e, com dificuldade, enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conectá-lo à internet, ao Facebook! Não quero passar por um desajustado à vida moderna. Isto não! No computador, por exemplo, além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), é verdade, meus textos, faço lá algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartões de crédito, efetuo pagamentos nas máquinas bancárias e, muito importante, sei de cabeça todas as minhas senhas, que vão se multiplicando. Haja memória!
Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a atenção é que as pessoas parecem não se desgrudar dele, em qualquer situação, ou ligando para alguém, ou entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em que param nos sinais ou em que o trânsito está emperrado. 
Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem causado desconfortos sociais.Comenta a Danuza Leão: "Outro dia fui a um jantar com mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas , descobri depois, trocavam torpedos entre elas." Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de uma mesa, tem alguém, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando estou só com alguém, e esta pessoa fica atendendo ligações continuas, algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? É freqüente um casal se sentar a uma mesa colada à minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garçons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo após o inicio da refeição. Se é um casal de certa idade, podem me argumentar, não devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados há tanto tempo! Porém, vejo também casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de sedução, é que não brotava dali. Talvez, alguém parece ter murmurado em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de não discutirem. Falando com pessoas não presentes ali. A tecnologia a serviço do bom entendimento, de uma refeição em paz.
Mas vivencio sempre outras situações em que o uso do celular me prende a atenção. Entrei em um consultório médico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada. Estava sentado próximo a ela, que falava bem alto. A ligação era para uma  amiga bem intima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, não é por nada não, fiquei sabendo de alguns "probleminhas" da vida desta senhora. Não, não vou aqui devassar a vida dela, nem a própria me deu autorização para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. Não pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava. Para não dizer, no entanto, que não contei nada, também é discrição demais, só um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. 0 homem, não posso afiançar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultório do médico. Não sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. Não deu para vê-la sair pela outra porta. É, os celulares criaram estas situações, propiciando já a formação do que poderá vir a ser chamado de auditeurismo, que ficará, assim, ao lado do antigo voyeurismo.

(UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. Os celulares. In:___ . A vida e o tempo em tom de conversa. Ia ed. Rio de Janeiro: Odisséia, 2013. p. 150-153.)

Considere o uso da palavra "mesmo" nos trechos a seguir:
"Diria mesmo que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas." (1°§)
"A ligação era para uma amiga bem íntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo." (5°§)
Assinale a opção em que os valores morfossintáticos e semânticos das palavras em destaque são idênticos aos das palavras sublinhadas acima, respectivamente.

Alternativas
Comentários
  • "Diria mesmo (adjetivo correspondente a "idêntico") que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas." (1°§)

    "A ligação era para uma amiga bem íntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo.(advérbio correspondente a "de fato")" (5°§) 

     

    a) Ensinei-lhe, e ele fez o mesmo (substantivo corresponde a "a mesma coisa"). / A advogada era mesmo (advérbio correspondente a "de fato") corajosa.

    b) Mesmo (adjetivo correspondente a "próprio") o amigo não quis ajudá-lo. / Você está mesmo (advérbio correspondente a "de fato") falando a verdade?

    c) Amanhã mesmo (advérbio correspondente a "ainda") lhe envio o documento. / O menino mesmo (adjetivo correspondente a "próprio") consertou a bicicleta.

    d)Ele encontrou mesmo (advérbio correspondente a "de fato") o irmão mais novo. / Mesmo ( sentido de: ...ainda que...) atarefado, assumiu o compromisso.

     e) Elas trabalhavam no mesmo país. (adjetivo com sentido de: "... no idêntico país") / Mesmo (funciona como conjunção subordinativa concessiva = embora) antes do nascimento, já amava meu filho.


ID
1732432
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Suzano - SP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder à questão.

Uma conhecida convidou os quatro netos pré-adolescentes para lanchar. Queria passar um tempo com eles, como fazem as avós. Sentaram-se numa lanchonete. Pediram sanduíches e refrigerantes. Daí, os quatro sacaram os celulares. Ficaram todo o tempo trocando mensagens com amigos, rindo e se divertindo. Com cara de mamão murcho, a avó esperou alguma oportunidade de bater papo. Não houve. Agora, ela já prometeu:
– Desisti. Não saio mais com meus netos.
Cada vez mais as pessoas “abandonam" os outros para viver num mundo de relações via celular. Às vezes de maneira assustadora.
Em certos almoços, mesmo de negócios, é impossível tratar do assunto que importa. O interlocutor escolhe o prato com a orelha no celular. Quando desliga, abre para verificar e-mails. Responde. Pacientemente espero. Iniciamos o papo que motivou o almoço. O celular toca novamente. Dá vontade de levantar da mesa e ir embora. Não posso, seria falta de educação. Mas não é pior ficar como espectador enquanto a pessoa resolve suas coisas pelo celular, sem dar continuidade à conversa?
Faço cara de paisagem enquanto a pessoa discute algo que nada tem a ver comigo. Penso: seria melhor, muito melhor, não ter marcado reunião nenhuma. Mais fácil seria, sim, me impor através do celular, porque através dele entro na sala de alguém quando quero, sem marcar hora. O aparelhinho invade até situações íntimas. Se fosse só comigo, estaria traumatizado por me sentir pouco interessante. Mas sei de casos em que, entre um beijo e outro, um dos parceiros atende o celular. Para tudo, sai do clima. Quando termina a ligação, é preciso de um tempo para retomar. Mas aí, pode tocar novamente e... enfim, até nos momentos mais eróticos, o aparelhinho atrapalha.
Ainda sou daquele tempo de ter conversas francas e profundas, de olhar nos olhos. Hoje é quase impossível aprofundar-se nos olhos de alguém. Estão fixados na tela de seu modelo de última geração. Conheço algumas raras pessoas que se recusam (ainda!) a ter celular. Cada vez mais, se rendem. A vida ficou impossível sem ele. Eu descobri uma estratégia que sempre funciona, se quero realmente falar com alguém. Convido para jantar, por exemplo. Ela saca o celular. Pego o meu e envio uma mensagem para ela mesma, em frente a mim. Não falha. Seja quem for, acha divertidíssimo. E assim continuamos até o cafezinho. Sem palavras, mas trocando incríveis mensagens pelo celular. Todo mundo acha divertidíssimo.

(Walcyr Carrasco, Má educação e celular. Revista Época. Disponível em: <http://epoca.globo.com>. Acesso em: 27.01.2015. Adaptado)

Para responder a esta questão, considere a seguinte passagem:

Conheço algumas raras pessoas que se recusam (ainda!) a ter celular. Cada vez mais, se rendem. A vida ficou impossível sem ele.

A alternativa em que o emprego de conjunções expressa, com correção, a adequada relação de sentido entre as orações é:

Alternativas
Comentários
  • Dividindo a passagem em três períodos para facilitar o entendimento:

    1) Conheço algumas raras pessoas que se recusam (ainda!) a ter celular.
    2) Cada vez mais, se rendem.
    3) A vida ficou impossível sem ele.

    A passagem (1) mostra uma ideia de AVERSÃO ao uso do celular, enquanto que a (2) mostra uma ideia de APREÇO, ou seja, o que antes era algo que NÃO AGRADAVA passou a ser algo AGRADÁVEL. Há uma relação clara de OPOSIÇÃO entre (1) e (2) e uma das seguintes conjunções poderiam ser usadas para ligá-las: MAS, PORÉM, CONTUDO, TODAVIA, ENTRETANTO...

    A passagem (3) mostra uma ideia de EXPLICAÇÃO do porquê da mudança ocorrida da passagem (1) para a (2), deste modo, uma conjunção com teor EXPLICATIVO seria facilmente encaixável entre (2) e (3): POIS, PORQUE...

    ALTERNATIVA CORRETA = C.

  • Muito boa esta questão!!!!!!!

  • Alternativa (C)

    Primeiro caso, ADVERSATIVAS:  que ligam dois termos ou duas orações de igual função, acrescentando-lhes, porém, uma ideia de contraste. Exemplos:  mas, porém , todavia,  contudo, no entanto, entretanto.

     

    Segundo caso :  EXPLICATIVA:  ligam as orações, a segunda das quais jusifica a  ideia contida na primeira.  SÃO CONJUNÇÕES :  que, porque, pois, porquanto.

     

  • UMAS DAS MELHORES QUESTÕES QUE JÁ VI SOBRE CONJUNÇÕES !

  • alguém sabe me dizer porque o ENTRETANTO na letra B, não estaria correto já que como a conjunção TODAVIA indica adversidade?

  • Gabarito: C. 

    to·da·vi·a

    conj

    Palavra gramatical que liga dois termos ou duas orações, estabelecendo uma relação de oposição; contudo, entretanto, mas, porém, todavia:“Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa”

    Boa sorte e bons estudos!

  • entretanto pode ser substituido por todavia, porém, não obstante merecendo estar certa a letra b tambem

  • GABARITO C

     

    O erro da B não está na conjunção ENTRETANTO, mas na conjunção subordinativa concessiva EMBORA. O correto é o uso da conjunção explicativa (POIS), como foi usada na alternativa C.

     

    Lembrando que a conjunção POIS:

     

    ANTES do verbo 》》EXPLICATIVA

    DEPOIS do verbo 》》 CONCLUSIVA

     

  • Gabarito C

     

     

    CONJUNÇÕES COORDENATIVAS:

     

    Conclusivas: logo, pois, então, portanto, assim, enfim, por fim, por conseguinte, conseguintemente, consequentemente, donde, por onde, por isso. 

    Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, senão, não obstante, aliás, ainda assim. 

    Aditivas:  e, nem, também, que, não só...mas também, não só...como, tanto...como, assim...como. 

    Explicativa:  isto é, por exemplo, a saber, ou seja, verbi gratia, pois, pois bem, ora, na verdade, depois, além disso, com efeito que, porque, ademais, outrossim, porquanto.

    Alternativa: ou...ou, já...já, seja...seja, quer...quer, ora...ora, agora...agora.

     

     

    CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS:

     

    Temporais: Quando, enquanto, apenas, mal, desde que, logo que, até que, antes que, depois que, assim que, sempre que, senão quando, ao tempo que.

    Proporcionais: quanto mais...tanto mais, ao passo que, à medida que, quanto menos...tanto menos, à proporção que.

    Causais: já que, porque, que, visto que, uma vez que, sendo que, como, pois que, visto como.

    Condicionais: se, salvo se, caso, sem que, a menos que, contanto que, exceto se, a não ser que, com tal que.
    Conformativa: consoante, segundo, conforme, da mesma maneira que, assim como, com que.

    Finais: Para que, a fim de que, que, porque.
    Comparativa: como, tal como, tão como, tanto quanto, mais...(do) que, menos...(do) que, assim como.

    Consecutiva: tanto que, de modo que, de sorte que, tão...que, sem que.
    Concessiva: embora, ainda que, conquanto, dado que, posto que, em que, quando mesmo, mesmo que, por menos que, por pouco que, apesar de que.

     

    Tudo posso Naquele que me fortalece!

  • Vendo pelo contexto gramatical todas estão erradas, mas como pediu o sentido a C sem duvida nenhuma é a que mantém essa correção do sentido

  • "Conheço algumas raras pessoas que se recusam (ainda!) a ter celular. Cada vez mais, se rendem". ( = relação de oposição )

    A vida ficou impossível sem ele. ( = explicação ).

    Então, teríamos que buscar o par adversidade/explicação.

    Letra C, temos exatamente esse par: adversidade (todavia)/explicação (pois). 


ID
1748884
Banca
UFF
Órgão
Prefeitura de São Gonçalo - RJ
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

1       Ponte Vecchio, tesouro arquitetônico e coração turístico de Florença. A multidão ignora a deslumbrante perspectiva das pontes que se sucedem e se refletem no espelho do Rio Arno. Os olhos se voltam para grosseiras imitações de marcas famosas que imigrantes africanos, com os olhos assustados e gestos nervosos dos sem documentos, espalham pelo chão.

2       Um quarteirão adiante, a sede mundial de um dos ícones da moda, instalada em um palácio renascentista, garante a autenticidade de sua marca, símbolo de elegância e nobreza. O palácio é frequentado por poucos. A ponte é um formigueiro humano. Verdadeira ou falsa, todos usam a mesma marca.

3       A publicidade associa uma bolsa a um estilo de vida como se dentro dela viessem a felicidade e o refinamento. Quem não tem acesso ao produto verdadeiro compra na calçada, ao preço do camelô, a ilusão de uma vida que não tem e não terá, mas encena como real. Assim é se lhe parece.

4       Uma celebridade vende a peso de ouro sua imagem para associar seu nome a uma determinada marca. Marcas famosas não precisam produzir beleza ou qualidade. O que elas produzem passa a ser o padrão de beleza e qualidade. Seu valor é simbólico, muito mais do que real. Símbolos cobiçados mesmo sabendo tratar-se de uma contrafação. Mas um dia o feitiço se volta contra o feiticeiro.

5       Anders Breivik, assassino de jovens na Noruega, sinistra celebridade pela carnificina que provocou, ostenta orgulhoso as camisas de renomada marca. No manifesto psicótico que lançou na rede sugere que gente refinada como ele deveria vestir-se assim. Sem arrependimentos, apresenta-se como padrão de elegância. A tentativa da empresa dona da marca de impedi-lo de vestir sua camisa fracassou. Na Noruega, o tratamento dado aos presos, por mais repugnante que tenha sido o crime, é respeitoso. Desastrosa reversão de expectativas, uma anti-propaganda de alcance mundial.

6       Os promotores de marcas famosas sabem − e é a chave do seu sucesso − que as necessidades têm limites, mas os desejos, não. Não previram que assassinos, corruptos, mafiosos, cada vez mais numerosos e milionários, se enfeitariam com suas grifes na tentativa de ascender a uma suposta elite. Agora a publicidade terá que rever suas estratégias e proteger as marcas desvinculando-as de rostos − que ninguém sabe o que farão −, renunciando à sua vocação de vendedora de sonhos e aproximando-se do mundo real, terreno mais seguro e convincente.


                                                 (OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. O Globo: 17/09/2011.)

Na frase: “Símbolos cobiçados mesmo sabendo tratar-se de uma contrafação" (parágrafo 4), a palavra “mesmo" encontra-se empregada com sentido idêntico ao que ela manifesta em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: e

    A palavra mesmo,neste caso, tem valor de adversidade, ou seja, de oposição de ideias. No enunciado, embora soubessem que cobiçar aqueles símbolos eram produtos falsificados, não deixavam de cobiçá-los. O mesmo acontece na alternativa "e", pois mesmo que estivessem cansados, contiuavam com a viagem. Sendo que o comportamento "normal" é de parar devido ao cansaço. 

  • dá para trocar MESMO por EMBORA.

    ENUNCIADO: Símbolos cobiçados mesmo( EMBORA)  sabendo tratar-se de uma contrafação

     e)MESMO ( EMBORA) cansados, prosseguiram a viagem.

     

    GABARITO ''E''

  • Acredito que neste caso o mesmo tem valor de concessão e não de adversidade!

  • FUNÇÃO SINTÁTICA DA PALAVRA MESMO:



    - Não se deve usar a palavra "mesmo" como pronome pessoal. 


    "Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado no andar". 


    ESSA FRASE ACIMA ESTÁ ERRADA.



    - Na verdade, o pronome "mesmo" é demonstrativo. Sua função é retomar uma oração ou reforçar um termo de natureza substantiva.


    "Aos repórteres, o bandeirinha que anulou o gol afirmou conhecer as novas regras e o significado das mesmas". 


    ESSA FRASE ACIMA ESTÁ ERRADA.


    "Aos repórteres, o bandeirinha que anulou o gol afirmou conhecer as novas regras e o significado delas".


    (CORRETO)




    - A palavra "mesmo" pode ser usada com valor reforçativo


    "Ele mesmo recebeu os convidados". 


    "Ela mesma recebeu os convidados".




    - A palavra "mesmo" como adjetivo, com sentido de adequado, conveniente, exato, idêntico etc.: 


    "A leitura é ela mesma infinita."



    - A palavra "mesmo" e o período composto por subordinação ("Mesmo que", "ainda que" e "embora"). Conjunções adverbiais concessivas que exprimem um fato contrário ao da oração principal. 


    "Mesmo ferido no braço, o assaltante voltou para a sala de projeção e assistiu ao fim do filme". 



    - A palavra "mesmo" usada como advérbio


    Nesse caso, a palavra "mesmo" possui sentido de "até", "ainda" etc: 


    "Ele recebeu os primeiros socorros próximo à praia, mas como seu estado de saúde era bom, foi liberado ontem mesmo". 



ID
1775029
Banca
Cursiva
Órgão
CIS - AMOSC - SC
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia este trecho de um poema:


De tudo ao meu amor serei atento

Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

(Vinícius de Moraes)

A palavra mesmo, sublinhada no poema, pode assumir diferentes significados de acordo com o contexto. Assinale a alternativa abaixo em que o sentido de mesmo equivale ao do verso acima:

Alternativas
Comentários
  • Questão incomum em concursos, porém vamos decifrá-la: A pergunta quer que saibamos que a palavra mesmo foi usada como um advérbio, por tal motivo podemos substituí-la pela palavra até/ainda. Basta fazer as adaptações. Vejamos:


    A) Eu não escrevo em português. escrevo eu mesmo. (não pode ser substituída por até/ainda).

    B)Pai, para onde fores, irei também trilhando as mesmas ruas. (não pode ser substituída por até/ainda)

    C) Quando um homem não se encontra a si mesmo, não encontra nada. (não pode ser substituída por até/ainda)

    D) Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito, mesmo/até em doses variáveis.

  • Resolvi colocando 'até' antes do 'mesmo', deu certo.

  • Fiz a leitura de frente p trás:

    "Que"mesmo em doses variáveis, havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito.

    GABARITO D

  • Sentido de contrariedade, o famoso "mas"

  • O sentido é de concessão, não de contrariedade.

  • Acredito que seja concessiva. 


ID
1778389
Banca
FGV
Órgão
TJ-PI
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 3 – TRÂNSITO: SOLUÇÕES
    Em 1997 foram criados os rodízios para diminuir a circulação de veículos em determinados horários na capital paulista. Também foram feitas ciclovias (17,5 km) e campanhas de conscientização. Mas nada disso resolveu o caos no trânsito.
  Também foi incentivado o uso de motocicletas, que ocupam menos espaço no tráfego. Porém, elas poluem mais do que veículos novos e são as principais causadoras de mortes no trânsito. Segundo o “Mapa da Violência 2011", do Instituto Sangari, o número de vítimas fatais no trânsito brasileiro subiu 23,9%, de 1998 a 2008; entre os motociclistas, o aumento foi de 753,8%.
   Por isso, cada vez mais especialistas defendem a mobilidade urbana sustentável. Uma das principais mudanças seria o investimento em transporte coletivo e o desestímulo ao individual.
  Entre as medidas sugeridas – e uma das mais polêmicas – está a cobrança de pedágio urbano. Ele consiste em cobrar uma tarifa dos motoristas que circulem em determinadas áreas da cidade. O modelo foi implantado pela primeira vez em 1975, em Cingapura, e se espalhou por países europeus.
  Em São Paulo, há projetos que tramitam na Câmara para cobrar motoristas que trafeguem na região central. As tarifas variam de R$ 1 a R$ 4, valor que especialistas acham pouco para que a medida dê resultado.
   Há ainda propostas de aumento da malha ferroviária – atualmente, 60% do transporte brasileiro é feito em rodovias. São Paulo, por exemplo, possui apenas 65,3 km de linhas de metrô, enquanto Santiago do Chile (com metade da população paulista) possui 83,2 km e Nova York, 479 km.
  Todos esses pontos são avaliados como soluções para as demais capitais brasileiras e mesmo para cidades de médio porte, que já enfrentam problemas semelhantes.

“Todos esses pontos são avaliados como soluções para as demais capitais brasileiras e mesmo para cidades de médio porte, que já enfrentam problemas semelhantes".
A frase abaixo em que o vocábulo “mesmo" aparece com sentido idêntico ao que possui no trecho acima é:

Alternativas
Comentários
  • mesmo = inclusive

    a) mesmo = apesar de

    b) mesmo = realmente

    c) mesmo = igual

    d) mesmo = inclusive

    e) mesmo = apesar de

  • Gabarito D


    1. Indica igualdade, semelhança ou identidade 
    2. Coisa ou pessoa que já foi mencionada anteriormente 
    3. Usa-se após pronome pessoal ou outras formas de tratamento de modo enfático 
    4. Usa-se após um substantivo para enfatizar o grau de uma qualidade
    5. Com exatidão, exatamente
    6. Inclusivamente; até
    7. Realmente, de verdade
    8. Algo equivalente ou igual 

    http://www.dicionarioinformal.com.br/mesmo/


    Como adjetivo, "mesmo" significa "próprio, igual, idêntico": "esse serviço eu mesmo (isto é, eu próprio) posso fazer"; "fizeram-me duas vezes a mesma pergunta (ou seja, idêntica pergunta)".


    Como advérbio, "mesmo" significa "realmente, de fato": "você precisa mesmo (isto é, de fato) sair agora?"; "ele está mesmo (realmente) falando a verdade?".

    http://revistalingua.com.br/textos/blog-abizzocchi/como-e-mesmo-que-se-usa-mesmo-354418-1.asp

  • a banca gosta de trabalhar com essa palavra, vide questão Q546390.

  • Gab: D


    só trocar a palavra "mesmo" por "também" e verificar o sentido da frase.

    d) as multas são iguais, também para carros menores;


  • Assim como o Claudino, eu fiz a substituição por inclusive

  • Acertei a questão mas fiquei em duvida na letra e, alguém pode explicar qual o erro dessa alternativa ?

  • Pedro a questão pede o sendo inclusivo do termo "mesmo".
    Frase - Todos esses pontos são avaliados como soluções para as demais capitais brasileiras e inclusive para cidades de médio porte, que já enfrentam problemas semelhantes.
    alternativa D:  as multas são iguais, inclusive para carros menores;

    Já na alternativa E o sentido é de EXCLUSÃO (apesar de): 
    andava devagar, apesar do carro potente.





  • Eu respondi com o sentido de inclusive/também.

  • Fiz o mesmo que você, Paulo.

    Vamos na fé.

  • Fiz com o sentido de "até mesmo"

  • Ideia de inclusão.

  • Mesmo para as cidades de médio porte = sentido de inclusive

  • O "mesmo" quando puder colocar o até terá sentido de inclusão.

  • Por vezes, quase sempre, rsrsrsrs na FGV nada faz sentido, avaliei o "Mesmo para" igualmente no comando da questão deu certo =D.

    Gab. D


ID
1921591
Banca
MPE-RS
Órgão
MPE-RS
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale o enunciado que está inteiramente de acordo com as normas da Língua Portuguesa.

Alternativas
Comentários
  • Para os não assinantes:

     

    Gabarito (E) - As folhas que vão apensas ao processo são extremamente importantes. 

     

    Tudo posso naquele que me fortalece!

  • Obrigada Jessy

  • Apenso = anexo, nesse caso variável.

  • As folhas que vão apensas (anexo; que se ligou a) ao processo são extremamente importantes. 

  • Qual o erro da letra D?

     

  • Íris Brandão, o erro está em distinguida. Note que o gênero é masculino, então o correto é distinguido. O Manual de Redação da Presidência da Republica abrange mais esse assunto.

     

    "Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é "Vossa Excelência está atarefado", "Vossa Senhoria deve estar satisfeito"; se for mulher, "Vossa Excelência está atarefada", "Vossa Senhoria deve estar satisfeita"

     

    Senhor Diretor, cumprimento V.Sª por ter sido distinguido com uma menção honrosa. 

  • qual o erro da b?

     

     

  • Letícia Cardoso, na letra B, acredito que o correto seria "um OU outro", ao invés de "um E outro".

  • O erro da letra B é 

    Os dois projetos são bons; um e outro certamente SERÃO aprovadoS,

    NO PLURAL, pois são dois projetos

  •  a) Senhoras e Senhores, felicito-os todos pela qualidade primorosa de vosso trabalho. (Vossos trabalhos)

     b)Os dois projetos são bons; um e outro certamente será aprovado. ("um ou outro" ou "um e outro certamente serão aprovados")

     c)As arquitetas garantem que elas mesmo alterarão a planta da sala. (mesmas)

    d)Senhor Diretor, cumprimento V.Sª por ter sido distinguida com uma menção honrosa. ("distinguido" pois se refere ao masculino Senhor Diretor)

     e)As folhas que vão apensas ao processo são extremamente importantes. CORRETO

  • Isaias TRT.

  • Felipe Pantoja, vc está totalmente equivocado; Senhoras e Senhores, felicito-os todos pela qualidade primorosa de vosso trabalho...não há nenhuma necessidade de ter concordância com o sujeito composto e a flexão plural q vc mencionou; o erro da questão está no FELICITO-OS q não concorda com VOSSO. Se fosse FELICITO-VOS....VOSSO...ESTARIA CORRETO.

  • Para quem ficou na duvida, EXTREMAMENTE ficou invariavel pq é um adverbio de intensidade.


ID
1955323
Banca
IDHTEC
Órgão
Prefeitura de Itaquitinga - PE
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

“A tragédia que iniciou com o rompimento da barragem de rejeitos de minérios em Mariana-MG e se estendeu até o Leste do Espírito Santo, mar adentro, nos faz refletir quais ações poderiam ter sido executadas para evitar esse desastre.
A maioria dos especialistas afirma que rompimentos de barragens são eventos muito lentos, que sinais já haviam sido detectados sobre o problema em Mariana. Todos dizem que houve negligência e consequentemente o desastre; agora, a maioria das informações sobre o que realmente aconteceu não foram ainda disponibilizadas, mesmo após tantos dias.
Ao olharmos para o estado da Bahia, temos vinte e quatro barragens de rejeitos semelhantes à Barragem do Fundão. E com informações de que quatro delas apresentam dano potencial elevado, sendo duas localizadas no município de Jacobina e duas em Santa Luz, estando todas sob constante vigilância da Departamento Nacional de Produção Mineral.”

(http://www.tribunafeirense.com.br/noticias/11162/por-pedroamerico-lopes-e-preciso-aprender-com-os-desastres.html) 

“mesmo após tantos dias”

Em qual das alternativas o vocábulo „mesmo‟ foi empregado no mesmo sentido que no texto? 

Alternativas
Comentários
  • gab: letra C

     

  • Período composto por subordinação - A palavra "mesmo" como conjunções adverbiais concessivas que exprimem um fato contrário ao da oração principal. "Mesmo que", "ainda que" e "embora" são conjunções adverbiais concessivas que exprimem um fato contrário ao da oração principal.

    a maioria das informações sobre o que realmente aconteceu não foram ainda disponibilizadas, mesmo após tantos dias. (Mesmo que, ainda que e embora)

    Fui aprovada mesmo sem estudar. (Mesmo que, ainda que e embora)

    Gabarito C

  • Alternativas da questão:

    a) Foi ela mesmo que me perguntou sobre a reunião. (Ela mesmo= Ela própria)

    b) E quem confirma que foi ele mesmo que cometeu a infração? (Ele mesmo = Ele próprio)

    d) A despeito de tantos anos morando fora podemos afirmar que ele ainda é o mesmo. ( Mesmo= a mesma pessoa)

    e) É mesmo alguém de muita importância aquele que se faz esperar. ( Mesmo= realmente)

  • Olha como A linguagem é um organismo vivo... forçando a atividade de troca por palavras semanticamente equivalentes

  • Estudar conjunções!

    Memorizar conjunções!

  • Senti um deboche do examinador nesse gabarito !

  • mais uma pro resumo

  • mais uma pro resumo

  • Show

  • C

    Fui aprovada mesmo sem estudar.

  • Voce sabe que a letra C é o gabarito, mas que ela nao está certa né?? rsrs. Entendeu?


ID
2031934
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Paulínia - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a opção que apresenta a frase machadiana em que o vocábulo mesmo/mesma/mesmos/mesmas tem valor semântico diferente dos demais.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D 

     

    (a) “Nem tudo é lealdade, nem tudo é resistência na mesma família.” FAMÍLIAS IGUAIS 

     

    (b) “Sem ter passado pelas provas da experiência, é muito raro dizer coisa com coisa a respeito do que apenas se vê em outros que não são da mesma espécie.” ESPECÍES IGUAIS 

     

    (c) “Não é preciso ter as mesmas ideias para dançar a mesma quadrilha.” IDEIAS IGUAIS 

     

    (d) “O acaso é um deus e um diabo ao mesmo tempo.” CONCOMITANTEMENTE 

     

    (e) “Não será difícil achar a semelhança entre uma eleição e uma mágica: destacam-se em ambas as mesmas tramoias.” TRAMOIAS IGUAIS

  • Discordo do comentário do Einstein Concurseiro: "Na mesma família" têm valor semântico de "Famílias iguais".

    No meu entendimento faz sentido dizer que: "nem tudo é lealdade, nem tudo é resistência em uma família (ou seja, em uma única família ou na mesma família como cita a alternativa "A").

     

    O "macete" apresentado pelo professor é bom para resolver esse tipo de questão:

    Mesmo(s)/Mesma(s) podendo ser substituído por "IGUAL" assume valor adjetivo;

    Ex.: "O acaso é um deus e um diabo ao mesmo tempo.” > Fazendo a substituíção teremos: ...um deus e um diabo a igual tempo; (a construção fica estranha, mas preserva o sentido.) 

    Mesmo(s)/Mesma(s) podendo ser substituído por "AQUELE(A)/AQUILO" assume valor pronominal;

    Ex.: "Nem tudo é lealdade, nem tudo é resistência na mesma família." >  Fazendo a substituíção teremos: ...nem tudo é resistência na​quela família;

    Obs.: Alternativas A; B; C; E cabem substituição por "AQUELE(A)/AQUILO", portanto assumem valor pronominal;

  • O "mesmo/mesma", quando puder ser substituído por derivado (aquele/aquela), terá um papel pronominal. Se o "mesmo" for substituído por "igual", ele terá um papel adjetivo.

    A) Valor pronominal

    B) Valor pronominal

    C) Valor pronominal

    D) O acaso é um deus e um diabo, num tempo igual/no mesmo tempo/no tempo exato. Portanto, papel adjetivo.

    E) Valor pronominal

  • Agradeceço pelo ensino, amigo... basta trocar por aquele(s,a,as) que o 'mesmo

    será de valor pronominal ... 

  • mesmo / mesma  =  puder ser substituído por aquele / aquela =    pronominal. 

     

    "mesmo"  =  puder ser substituído por   igual /  semelhante   =  adjetivo.

  • Excelente Questão !

  • Nossa, mil vezes melhor esse professor do que outro que vi antes! Todas as de português deveriam ser com esse!

  • Pelo menos da FGV ne jessica flores, pra deixar afiado pro TJ SC kkkkk

  • Que questão! 

  • Essas questões, a princípio, parecem difíceis, por não saber por qual palavra substituir. Mas vamos tentar facilitar.

    Mesmo, mesma, qual é a classe gramatical? Pronome demonstrativo.

    Então, procure um pronome demonstrativo (ex. próprio (a), aquilo, aquele) e substitua pela palavra sublinhada. Assim, no caso da questão, a única frase que não faz sentido é a letra D.

    Logo, como dito por outros colegas, todas as opções tem valor pronominal, já que foram substituídas igualmente por outros pronomes, exceto a letra D!

  • “O acaso é um deus e um diabo ao mesmo tempo.” (temos um valor de simultaneidade) - valor semântico diferente das outras alternativas.

    Nas outras alternativas, "mesmo" admite sentido de "próprio" - é um pronome demonstrativo.

    Gabarito letra D!

  • Na letra D, "mesmo" tem valor semântico de simultaneidade. O que se opõe, dissona em relação aos demais.

    Gabarito letra D!

  • a,b,c,e --> ideia de adjetivo, passe para o plural e veja que "mesmo" varia junto com o substantivo

    d --> ideia de advérbio: passe para o plural e veja que "mesmo" não varia.

  • O macete que usei nessa questão foi retirar a palavra destacada de todas as alterativas, as alternativas continuaram fazendo sentido, menos a D, então achei a resposta.

    Abs

  • GABARITO D 

     

    (a) “Nem tudo é lealdade, nem tudo é resistência na mesma família.” FAMÍLIAS IGUAIS 

     

    (b) “Sem ter passado pelas provas da experiência, é muito raro dizer coisa com coisa a respeito do que apenas se vê em outros que não são da mesma espécie.” ESPECÍES IGUAIS 

    (c) “Não é preciso ter as mesmas ideias para dançar a mesma quadrilha.” IDEIAS IGUAIS 

     (d) “O acaso é um deus e um diabo ao mesmo tempo.” Simultaneamente

     (e) “Não será difícil achar a semelhança entre uma eleição e uma mágica: destacam-se em ambas as mesmas tramoias.” TRAMOIAS IGUAIS

  • Eu vi aqui outro dia uma dica de um colega. Não lembro sobre o que era exatamente.

    Mas ele dizia pra retirar uma palavra e ver se tinha sentido.

    Retirei a palavra "mesmo" das alternativas, a única que ficou esquisita foi a D.

    Marquei ela.

  • A palavra mesma não existe no Vocabulário da Lingua Portuguesa (VOLP)


ID
2044477
Banca
CONSULPAM
Órgão
Prefeitura de Martinópole - CE
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Completa a frase abaixo com uma das alternativas CORRETAS:

I- A menina ........disse que a amiga estava........chateada.

Alternativas
Comentários
  • MESMO (próprio ou igual) – concorda com o termo a que se refere.

    Eu mesmo preparei o seminário.

    Eu mesma acompanhei seu caso.

    Nós mesmos/as representamos a delegação do Brasil.

    Com tudo isso, eles magoaram a si mesmos.

    Elas mesmas limparam a bagunça que fizeram.

    Estou com a mesma dor de ontem.

     

  • Mesmo - usado no sentido de próprio, é usado como adjetivo, é variável

                - usado no sentido de realmente, exatamente, de fato, é advérbio, não viaria

  • Desculpa aí, mas sem contexto é convardia... 

  • A palavra meio quando se refere a adjetivo é um advérbio, por tanto deve permanecer invariável. Desta forma, o correto é a forma: ela ficou meio cansada depois de estudar a tarde toda.

    Exemplo: Mariana ficou meio cansada depois de passar o dia lendo sobre gramática para o vestibular.

    Mas, quando meio se referir a um substantivo deverá concordar normalmente com ele.

    Exemplo: Bernardo tomou meio litro de leite e depois apenas meia xícara de chá.

    Consultoria:
    – 1001 Dúvidas de Português
    José de Nicola e Ernani Terra
    Editora Saraiva

     

  • Alternativa C

     

    mesmo=realmente / meio=um pouco

  • Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio

    São adjetivos que devem concordar com o substantivo a que se referem.
    Exemplos:

    A fotografia vai anexa ao curriculum.

    Os documentos irão anexos ao relatório.

    Dicas:
    Quando precedido da preposição em, fica invariável.


    Ex.: A fotografia vai em anexo.

    Envio-lhes, inclusas, as certidões./ Incluso segue o documento.

    A professora disse: muito obrigada./ O professor disse: muito obrigado.

    Ele mesmo fará o trabalho./ Ela mesma fará o trabalho.

    Dicas:
    “Mesmo” pode ser advérbio quando significa realmente, de fato. Será, portanto, invariável.

    Exemplos:

    Maria viajará mesmo para os EUA.

    Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própria fará o pedido ao diretor.

     

    Fonte: https://portugues.uol.com.br/gramatica/concordancia-nominal-.html

  • Mas a oração não daria margem para dizer que "A menina REALMENTE (mesmo) disse...?

  • Gabarito: C

  • GABARITO LETRA C.

    "A menina MESMA disse que a amiga estava MEIO chateada".

    Inverta a primeira parte da oração: A mesma menina disse...

    Meio é advérbio, e o advérbio pertence a uma classe gramatical de palavra invariável, logo não tem flexão para gênero (masculino/feminino), número (singular/ plural) e nem grau (aumentativo/diminutivo)

  • Gab. C

    MESMA é pronome demonstrativo com função de reforçar o termo anterior "menina".

    MEIO é advérbio, não se flexiona.

  • Mesmo(a) com sentido de "próprio(a)" é pronome demonstrativo, logo é variável.

    Mesmo com sentido de até, também, exatamente - é advérbio, logo invariável.


ID
2285194
Banca
FGV
Órgão
DPE-RO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 2 - O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é uma lei bem justa e generosa, ainda largamente ignorada em suas medidas de proteção e promoção. Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo em casos em que isso não se justifica. Os poderes públicos, inclusive o Judiciário, estão em dívida com a sociedade por conta da inobservância do estatuto em sua integralidade.

Reconheço que a punição não é o único remédio para a violência cometida pelos jovens. Evidentemente, políticas sociais, educação, prevenção, assistência social são medidas que, se aplicadas no universo da população jovem, terão o condão, efetivamente, de reduzir a violência. Mas, em determinados casos, é preciso uma punição mais eficaz do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. (Aloysio Nunes Ferreira, Época).

Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo em casos em que isso não se justifica”.
Nesse segmento do texto 2 há duas ocorrências sublinhadas do vocábulo “mesmo”; sobre essas ocorrências, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: a) ambas equivalem ao sentido de inclusão.

    Bons estudos!

  • "Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo em casos em que isso não se justifica”.

    OU

    "Mesmo às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo em casos em que isso não se justifica”.

    OU

    "Até às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, até em casos em que isso não se justifica”.

    ASSIM, INCLUSÃO EM AMBAS

  • esse MESMO está me fazendo gastar tudo que eu tenho de energia do cérebro e aínda nem é 12hrs

  • Mesmo vindo à mente o sentido de inclusão, a gente demora pra marcar, porque vocês sabem como é a FGV neh.. rsrsr temos certeza de X, mas quando vai ver é Y, que a gente tinha descartado de cara antes.. felizmente, isso não ocorreu nessa.

  • Se a E (só a segunda indica inclusão) está certa, então a primeira é concessão, portanto a letra B também estaria correta, e vice-versa. Ambas devem ser eliminadas.

    Se a D (só a primeira indica inclusão) está certa, então a segunda indica concessão, portanto a letra C também estaria correta, e vice-versa. Ambas devem ser eliminadas.

    Logo, o gabarito deve ser letra A.

  • Se o mesmo tivesse ideia de concessão, ele deveria contradizer o que foi dito anteriormente (esse é o objetivo de uma conjunção concessiva). Sendo assim, teria de ser possível alterar a palavra mesmo por uma de igual valor, por exemplo: embora, conquanto, ainda que, apesar de que, posto que...

    Vamos fazer essa alteração nas frases:

    Embora quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, posto que em casos em que isso não se justifica

    Note que a frase fica confusa. Não tem sentido colocar uma concessiva ali. Mas se alterarmos para uma conjunção inclusiva (Exemplos: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso), as frases passam a ficar assim:

    Ainda quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, até em casos em que isso não se justifica.

  • “Mesmo (inclusive)quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo (inclusive) em casos em que isso não se justifica”.

  • (1)

    "O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é uma lei bem justa e generosa, ainda largamente ignorada em suas medidas de proteção e promoção. MESMO quanto às sanções previstas no estatuto..."

    Reescrevendo:

    "O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é uma lei bem justa e generosa, ainda largamente ignorada em suas medidas de proteção e promoção. INCLUINDO às sanções previstas no estatuto..."

    (2)

    "... quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, MESMO em casos em que isso não se justifica."

    Reescrevendo:

    "... quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade, INCLUINDO OS casos em que isso não se justifica."


ID
2712685
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                            Texto I


                              O Aleph e o Hipopótamo I

                                                                                             Leandro Karnal


      O tempo é uma grandeza física. Está por todos os lados e em todos os recônditos de nossas vidas. Dizemos que temos tempo de sobra para algumas coisas ou, às vezes, que não temos tempo para nada. Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens. Tal é o tempo da sala de espera para ser atendido no dentista ou pelo gerente do banco, por exemplo.

      Em compensação, há o tempo que corre, voa, falta. Em nosso mundo pautado pelo estresse, por mais compromissos que a agenda comporta, a sensação de que a areia escorre mais rápido pela ampulheta é familiar e amarga. O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que uma hora contém viram uma fração ínfima do tempo de que precisamos.

      Vivemos um presente fugidio. Mal falei, mal agi e o que acabei de fazer virou passado, parafraseando o genial historiador Marc Bloch. Não é incomum querermos que o presente dure mais, se estique, para que uma faísca de felicidade pudesse viver alguns momentos mais longos.

      Se o presente é esse instante impossível de ser estendido, o passado parece um universo em franca expansão. Quanto mais envelhecemos, como indivíduos e como espécie, mais passado existe, mais parece que devemos nos lembrar, não nos esquecer. Criamos estantes com memorabilia, pastas de computador lotadas de fotos, estocamos papéis e contas já pagas, documentos. Criamos museus, parques, tombamos construções, fazemos estátuas e mostras sobre o passado.

      E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… “Pode deixar que amanhã eu entrego tudo o que falta”; “Semana que vem nos encontramos, está combinado”; “Apenas um mês e… férias!”; “Daqui a um ano eu me preocupo com isso”. Um cotidiano voltado para um tempo incerto, mas que arquitetamos como algo sólido. E tudo o que é sólido se desmancha no ar, não é mesmo? Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo, senti-lo nas mãos, calculá-lo de fato! [...]

      Saber sobre tudo que possa vir a ocorrer é um grande desejo. Ele anima as filas em videntes e debates sobre as centúrias de Nostradamus. Infelizmente, pela sua natureza e deficiência, toda profecia deve ser vaga. “Vejo uma viagem no seu futuro”, afirma a mística intérprete das cartas. Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis. Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado.

      Entender o passado em toda a sua vastidão e complexidade, perceber o quanto ele ainda é presente, é o sonho de todos os historiadores, desejo maior de todos os que lotam os consultórios de psicólogos e psicanalistas. [...] Ao narrar o que vi e vivi, dependo da memória. Aquilo de que nos lembramos ou nos esquecemos nem sempre depende de nossa vontade ou escolhas. Quando digo: quero me esquecer disso ou daquilo, efetivamente estou me lembrando da situação. Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória. Escamoteados pelo trauma, ficam ali condicionando nossas ações e não ações no presente. [...]

(Adaptado de https://entrelacosdocoracao.com.br/2018/03/o-aleph -e-o-hipopotamo-i/ - Acesso em 26/03/2018)

Assinale a alternativa em que o termo “mesmo” apresenta o mesmo valor semântico que recebe na frase “[...] Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado.”.

Alternativas
Comentários
  • Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado.”. valor concessivo.. ( Concessivos Embora, conquanto, não
    obstante, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, por mais que, por pior que,
    apesar de que, a despeito de,
    malgrado, em que pese.)... 

     

     b)

    A planta brotará, mesmo que em alguns casos demore um pouco. ( poderia ser substituido por ainda que.. embora.. etc..)

     

  • ...embora uma predição detalhada seria problemática...

    ...embora em alguns casos demore um pouco....

  • Significado de Mesmo

    adjetivo

    Exprime semelhança, identidade, paridade: eles têm o mesmo gosto.O próprio, não outro (colocado imediatamente depois de substantivo ou pronome pessoal): Ricardo mesmo me abriu a porta; uma poesia de Fernando Pessoa, ele mesmo.

    Utilizado de modo reflexivo; nominalmente: na maioria das vezes analisava, criticava-se a si mesmo.

    Que possui a mesma origem: nasceram na mesma região.Imediatamente referido: começou a trabalhar em 2000, e nesse mesmo ano foi expulso de casa.

    substantivo masculino

    Que ocorre da mesma forma; a mesma coisa e/ou pessoa: naquele lugar sempre acontece o mesmo; ela nunca vai mudar, vai sempre ser a mesma.

    conjunção

    Apesar de; embora: mesmo sendo pobre, nunca desistiu de sonhar.

    advérbio

    De modo exato; exatamente, justamente: pusemos o livro mesmo aqui.De maneira segura; em que há certeza: sem sombra de dúvida: os pastores tiveram mesmo a visão de Nossa Senhora!Ainda, até: chegaram mesmo a negar-me o cumprimento.

    .locução conjuntiva

    Mesmo que, ainda que, conquanto: sairei, mesmo que não queiram.

    .locução adverbial

    Na mesma, sem mudança de situação apesar da ocorrência de fato novo: sua explicação me deixou na mesma.

    Fonte:https://www.dicio.com.br/mesmo/

  • Foi utilizada como conjunção concessiva.

  • A palavra "mesmo" é conjunção com o valor concessivo. Correta e facilmente pode ser substituída por "ainda que".

     

    Letra B

  • Concessivas

    Embora, malgrado, conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de que, se bem que.

  • QUANDO VER O "MESMO",       SUBSTITUI POR "ATÉ MESMO"  ,   "PRÓPRIO"    OU       "MESMO" com sentido de mesmo

  • Tem valor concessivo

  • GABARITO B: 

    sentido concesivo/ adversativo; 

    É só efetuar a troca

    b) A planta brotará, mesmo que / AINDA QUE em alguns casos demore um pouco. 

    Claro que mesmo/ AINDA QUE  uma predição detalhada seria problemática, 

     

  • Pessoal, a letra “b” é discutível. Sou formado em letras e achei a questão deveras interessante.

    O camarada que só estuda gramática pra fazer provas, não titubearia em marcar a “b”, pelo valor concessivo que “mesmo” facilmente carrega. Mas esse valor se dá por resquício semântico: “Mesmo pobre, deu esmolas”, isto é, “mesmo que fosse”. Assim também encaixa na frase “... mesmo uma predição detalhada...”

    Não obstante, o fato é que quem analisa a língua, sabe que esse resquício não se dá de forma perfeita nessa frase. Esse “mesmo” teria mais valor de palavra denotativa, como um sinônimo de “também”: “uma predição detalhada também seria problemática”, de sorte que a letra “c” estaria mais conforme com o detalhado. Porém esse “mesmo” de “não é mesmo” tem mais valor expressivo.

    Quanto a mim, anular a questão era a melhor alternativa.

  • A.Ele mesmo se apossou das terras e colocou todos para correr. -Incorreta, pois mesmo, neste caso é um adjetivo de modo reflexivo, não é uma conjunção

    B.A planta brotará, mesmo que em alguns casos demore um pouco.- CORRETA, pois o enunciado tem valor concessivo, assim como ocorre a letra B. MESMO QUE = ainda que =apesar de = embora. Conjunção, portanto, concessiva.

    C.Eu sempre estive ao seu lado, não é mesmo?-Incorreta, pois mesmo, neste caso é um adjetivo.

    D.Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar.- Incorreta, pois o pronome MESMO não pode ser usado para fazer coesão referencial. O certo seria: verifique se ele encontra-se parado (..) para fazer referência ao elevador.

    E.Ele feriu a si mesmo-Incorreta, pois mesmo, neste caso é um adjetivo de modo reflexivo, não é uma conjunção

  • Curioso que se colocar o até , tbm encaixa.

  • A planta brotará, mesmo que em alguns casos demore um pouco.

  • na frase: "Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática"

    existe uma concessão, uma oposição --> é detalhada e mesmo assim é problemática? então "Embora fosse detalhada, seria problemática"

    A alternativa B também traz uma concessão.


ID
2824126
Banca
MPE-GO
Órgão
MPE-GO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

.Assinale a alternativa na qual a palavra mesmo ou mesma está empregada corretamente.

Alternativas
Comentários
  • Quando equivale a próprio, mesmo é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala; As vítimas mesmas reclamaram. Como advérbio significa até, também, de fato, exatamente, e é invariável: Mesmo as amigas a deixaram; Foi mesmo uma boa notícia


    Fonte:http://www.curso-objetivo.br/vestibular/bom_portugues/300403.aspx

  • Gabarito : C

  • Complementando:

    O "mesmo" pode ser pronome demonstrativo, substantivo masculino, advérbio de modo e, ainda, locução conjuncional concessiva "mesmo que".

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  • Ela mesma (pronome)...

    Eles mesmos (pronome)...

    Ambos tem que concordar com os referentes.

  • Quando empregados em função de substantivo ou pronome, flexionam-se, caso relacionem-se com o verbo, são invariáveis.


ID
2934568
Banca
UFTM
Órgão
UFTM
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                 A saúde mental dos jovens brasileiros: Como prevenir?
 
      A ocorrência de vários suicídios de adolescentes em curto espaço de tempo não é um fenômeno restrito à atualidade. No século 18, um famoso livro, Os Sofrimentos do Jovem Werther, tornou-se um marco do Romantismo e uma febre entre os jovens. Nele conta-se a história de um adolescente que vive uma paixão impossível por uma mulher na casa dos trinta anos.

      A estratégia adotada pelo autor do livro, Johann Wolfgang von Goethe – ele deixou para o exame do leitor as cartas trocadas pelo casal de amantes –, fez a narrativa parecer muito crível. Adolescentes passaram a se matar vestidos como nas ilustrações do livro, tendo-o em mãos e usando o mesmo método letal – um tiro de pistola. Ensinado nos cursos de Jornalismo, o Efeito Werther acabou por reforçar o tabu social de evitar o assunto, e nada se publicava sobre suicídio.

      Os tempos mudaram. Nos dias atuais, a internet tornou-se a nova ameaça a angariar jovens para a morte. O suicídio é assunto nas redes sociais virtuais e seriados, caso do 13 ReasonsWhy, que gira em torno do suicídio de uma adolescente. Mas, com certeza, a natureza do suicídio juvenil da atualidade muito se distancia dos suicídios românticos [no quesito literatura] de três séculos atrás. O que estaria acontecendo? Como compreender melhor esse fenômeno? Como evitar que jovens vulneráveis o cometam?

      Precisamos conversar sobre isso, pois a mortalidade por suicídio vem crescendo no Brasil. Diariamente, 32 pessoas tiram a própria vida, segundo estatísticas do Ministério da Saúde. De 2005 a 2016, de acordo com os últimos dados oficiais disponíveis, o suicídio de adolescentes entre 10 e 14 anos aumentou 31%; e entre aqueles que estão na faixa dos 15 aos 19 anos o aumento é de 26%. Na população indígena, há uma tragédia silenciosa: metade do elevado número de suicídios é cometido por adolescentes.

      No espectro do comportamento autoagressivo, o suicídio é a ponta de um iceberg. Estima-se que o número de tentativas de suicídio supere o de suicídios em pelo menos dez vezes. O grau variável da intenção letal é apenas um dos componentes da tentativa de tirar a própria vida. O ato também representa uma comunicação, que pode funcionar como denúncia, grito de socorro, vingança ou a fantasia de renascimento. Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade, como um sinal de alerta a indicar sofrimento e atuação de fenômenos psíquicos e sociais complexos. Não devemos banalizá-las.

      O mundo psíquico de um adolescente está em ebulição, ainda não atingiu a maturidade emocional. Há maior dificuldade para lidar com conflitos interpessoais, término de relacionamentos, vergonha ou humilhação e rejeição pelo grupo social. A tendência ao imediatismo e à impulsividade implica maior dificuldade para lidar com a frustração e digerir a raiva. Perfeccionismo e autocrítica exacerbada, problemas na identidade sexual, bem como bullying, são outros fatores que se combinam para aumentar o risco.

      Um adolescente pode ter centenas de likes na rede social virtual, mas pouquíssimos, ou nenhum, seres humanos reais com quem compartilhar angústias. O mundo adulto, como um ideal cultural alcançável por pequena parcela de vencedores, fragiliza a autoestima e a autoconfiança de quem precisa encontrar o seu lugar em uma sociedade marcada pelo individualismo, pelo exibicionismo estético, pela satisfação imediata e pela fragilidade dos vínculos afetivos.

      Quando dominados por sentimentos de frustração e desamparo, alguns adolescentes veem na autoagressão um recurso para interromper a dor que o psiquismo não consegue processar. Quando o pensar não dá conta de ordenar o mundo interno, o vazio e a falta de sentido fomentam ainda mais o sofrimento, fechando-se assim um círculo vicioso que pode conduzir à morte. Nos suicídios impulsivos, a ação letal se dá antes de haver ideias mais elaboradas capazes de dar outro caminho para a dor psíquica. O ato suicida ocorre no escuro representacional, como um curto-circuito, um ato-dor.

      Há, também, os suicídios que se vinculam a transtornos mentais que incidem na adolescência, como a depressão, o transtorno afetivo bipolar e o abuso de drogas. Diagnóstico tardio, carência de serviços de atenção à saúde mental e inadequação do tratamento agravam a evolução da doença e, em consequência, o risco de suicídio.

      Pensamentos suicidas são frequentes na adolescência, principalmente em épocas de dificuldades diante de um estressor importante. Na maioria das vezes, são passageiros; por si só não indicam psicopatologia ou necessidade de intervenção. No entanto, quando os pensamentos suicidas são intensos e prolongados, o risco de levar a um comportamento suicida aumenta.

      Prevenção do suicídio entre os adolescentes não quer dizer evitar todos os suicídios, e sim uma só morte que possa ser evitada, a do adolescente que está ao seu lado. O que fazer? De modo simplificado, sugerimos três passos. Memorize o acrônimo ROC: Reparar no Risco, Ouvir com atenção, Conduzir para um atendimento.

      A prevenção do suicídio, ainda que não seja tarefa fácil, é possível. Não podemos silenciar sobre a magnitude e o impacto do suicídio de adolescentes em nossa sociedade. Não todas, mas considerável porção de mortes pode ser evitada.  

(BOTEGA, Neury José. A saúde mental dos jovens brasileiros: Como prevenir? -  Adaptado. Disponível em  https://www.sescsp.org.br/online/ artigo/12517_A+SAUDE+MENTAL+DOS+JOVENS+BRASILEIROS . Acessado em 03/01/2019)

Releia o trecho “Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade”, no 5º parágrafo, e assinale a opção em cuja frase se repete o mesmo significado do vocábulo sublinhado:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    >>> Temos que achar uma alternativa que apresenta uma ideia de inclusão.

    “Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas (até aquelas) >>> Mesmo (até, inclusão, a decisão é rápido, mesmo(até) se o caso é difícil) o caso sendo difícil, a decisão foi rápida.

    Força, guerreiros(as)!!

  • Arthur, discordo. Podendo está errado, claro. Mas para mim, há um ideia de concessão. Podendo ser substituído por apesar de/embora.

    Como é o trecho: por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas que parecem 

    Como poderia ficar: por isso, ideias, ameaças e tentativas – embora aquelas que parecem ....

    Na letra a) Mesmo o caso sendo difícil, a decisão foi rápida.

    Como poderia ficar: apesar de/embora o caso sendo difícil, a decisão foi rápida.

    A vida é ex Nunc.

    61 985494084

  • Alternativas b c d são pronomes indefinidos. Alternativa A advérbio

     

  • Jefferson Costa, eu concordo com o Arthur.

    Tem sim idéia de inclusão, pois se fosse concessão a frase ficaria sem sentido.

    Perceba:

    CONCESSÃO - “Por isso, ideias, ameaças e tentativas – apesar de aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade”

    INCLUSÃO - “Por isso, ideias, ameaças e tentativas – inclusive aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade” | "...até mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte...".

  • Mesmo (= concessão) o caso sendo difícil, a decisão foi rápida.

    Não tem nem perigo do item A ter o mesmo ( = semelhante) significado do vocábulo sublinhado do enunciado!!!

    Olha o item D ->

    O empregador decidiu mesmo (= até, inclusive) quem seria demitido.

  • A alternativa correta é a D, que tem valor de "inclusive".

    A alternativa é conjunção concessiva.

  • Também vejo ideia de concessão no exerto e na letra A.

  • A

    Mesmo o caso sendo difícil, a decisão foi rápida


ID
3078292
Banca
FCC
Órgão
SEGEP-MA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      O equilíbrio entre desafio e frustração é crucial no ensino. O problema é que estudantes têm talentos variados e diferentes. A mesma aula pode ser fácil demais e entediar certos alunos e, ao mesmo tempo, parecer intransponível a outros.

      É óbvio que não somos todos iguais, mas custamos a admitir isso. Uma consequência da ideia de que somos todos iguais é que a diferença entre os alunos que terão sucesso na escola e os que não terão não pode ser questão de mais ou menos inteligência, predisposição ou preguiça.

      A diferença entre os que conseguem e os que não, para muitos, reside apenas na capacidade de resistir à frustração.

      Ou seja, os que conseguem são os que não desistem, e não desistem porque não se deixam derrubar pela frustração. Os que não conseguem têm as mesmas habilidades, mas perdem coragem quando frustrados. Consequência: o que é preciso ensinar às crianças é resistência à frustração, que os estudos e a vida em geral necessariamente lhes prometem.

      Não deixa de ser paradoxal: nossa cultura pensa que a chave do sucesso está na capacidade de se frustrar. Sempre tem alguém para se indignar porque seríamos hedonistas e imediatistas. Na verdade, somos uma das culturas menos hedonistas da história do Ocidente: somos apologistas da frustração, que, aliás, tornou-se mérito.

      É raro encontrar pais que não estejam convencidos de que não é bom dar a uma criança o que ela quer. É claro que, se faz manhas para obter algo que está fora do orçamento familiar, é preciso dizer não. E talvez seja bom que ela aprenda, assim, que a realidade resiste ao desejo.

      Mas nossa pedagogia frustradora não depende do orçamento: uma criança de classe média, nem obesa nem pré-diabética, pede um sorvete (valor insignificante). Em regra, a resposta será negativa: agora é tarde ou cedo demais, é muito doce, e por aí vai... Produzir uma frustração é considerado um ato pedagógico, que ajudará a criança a crescer.

      Amadurecer, na nossa cultura, significa aprender a renunciar. Por isso, presume-se que o idoso seja mais sábio que o jovem, porque saberia "naturalmente" que a vida é renúncia.

      Mas e se o essencial da vida forem os sorvetes que não tomamos, todos os pequenos (grandes) prazeres aos quais renunciamos em nome de uma propedêutica à suposta grande frustração da vida? Pior: e se estivermos educando as crianças para que queiram desde pequenas renunciar aos prazeres da vida?

      Obviamente, não é preciso dar à criança tudo o que pede. Mas também não é preciso lhe negar o que ela pede sob pretexto de que estaríamos treinando-a para alguma preciosa sabedoria.

(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Disponível em: folha.uol.com.br, 21/12/2017) 

A diferença entre os que conseguem e os que não, para muitos, reside apenas na capacidade de resistir à frustração. (3° parágrafo)


Sem que se faça nenhuma outra alteração na frase acima, mantém-se a correção substituindo-se frustração por

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    → A diferença entre os que conseguem e os que não, para muitos, reside apenas na capacidade de resistir à frustração. (3° parágrafo)

    → nada deve ser alterado, ou seja, a crase deve continuar:

    A) expectativas frustradas. → resistir a algo (preposição) + artigo definido "as": às expectativas... (seria alterado).

    B) falta de êxito. → resistir a algo (preposição) + artigo definido "a": à falta de êxito (nada mais foi alterado, temos a nossa resposta).

    C) um desapontamento. → resistir a algo (preposição), mas não temos o artigo definido "a" para formar a crase, logo teríamos somente a preposição: a um desapontamento (seria alterado).

    D) fracassos. → resistir a algo (preposição), porém temos um termo masculino e no plural, acompanha o artigo definido "os", ficaria assim: aos fracassos (seria alterado).

    E) uma desilusão. → resistir a algo (preposição), mas não temos o artigo definido "a" para formar a crase (já temos o artigo definido "uma"), logo teríamos somente a preposição: a uma desilusão (seria alterado).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • poxa, eliminei a "b" por considerar que "falta" era verbo. Alguém sabe me dizer a função sintática de "falta de êxito"?

  • "falta" né verbo?

  • Neste caso a expressão "falta de êxito" funciona como Objeto Indireto do verbo "resistir"

  • Resistir a(preposição)+ a(artigo) falta de êxito.

    'Falta' é substantivo devido ao artigo.

  • Apenas para acrescentar à explicação dos colegas:

    Um, uma, uns, umas já são artigos (Artigos Indefinidos)

    Lembre-se que para a formação de crase é necessário a regência da preposição "a" + artigo definido "a". Nas frases em questão o artigo indefinido já está tomando o lugar do artigo definido "a", por isso não tem a possibilidade de se formar a crase. Se não tem a possibilidade de formar a crase a parte final da frase seria alterada "capacidade de resistir à frustração", que é o que o enunciado pede para que não aconteça.

  • Considerando o "à" craseado no singular, precisamos eliminar alternativas com palavras:

    masculinas

    no plural

    artigo indefinido (um, uma)

    Assim, não resta outra alternativa:

    GABARITO: B

  • Era só usar as regras de crases que já matava

  • Letra B

    A diferença entre os que conseguem e os que não, para muitos, reside apenas na capacidade de resistir à frustração.

    Ou seja, os que conseguem são os que não desistem, e não desistem porque não se deixam derrubar pela falta de êxito, ou resistir à falta de...

    Fonte: https://www.tecconcursos.com.br/conteudo/concursos/13813/objetivas/655868

  • Rodrigo, a "falta de êxito" vai ser objeto indireto

    Resiste a alguma coisa.

    Nesse caso, "falta" não vai ser um verbo

  • GAB:B

    expectativas frustradas = SEM CRASE NO SINGULAR ANTES DE PLURAL

    um desapontamento = SEM CRASE ANTES DE PRONOME INDEFINIDO

    fracassos = SEM CRASE NO SINGULAR ANTES DE PLURAL

    uma desilusão = SEM CRASE ANTES DE PRONOME INDEFINIDO

  • GABARITO: LETRA B

    ACRESCENTANDO:

    Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

    I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

    1→ Antes de palavra masculina

    2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

    3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

    4→ Antes de verbos

    5→ Prep. + Palavra plural

    6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

    7→ Nome feminino completo

    8→ Antes de Prep. (*Até)

    9→ Em sujeito

    10→ Obj. Direito

    11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

    12→ Antes pronome pessoalmente

    13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

    14→ Antes pronome indefinido

    15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

    II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

    1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

    2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

    3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

    4→ Topônimos (gosto de/da_____)

    a) Feminino – C/ crase

    b) Neutro – S/ Crase

    c) Neutro Especificado – C/ Crase

    5→ Paralelismo

    6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

    7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

    III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

    1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

    2→ Após Até

    3→ Antes de nome feminino s/ especificador

    IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

    1→ Prep. “A” + Artigo “a”

    2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

    3→ Loc. Adverbiais Feminina

    4→ Antes de horas (pode está subentendida)

    5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

    FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita

  • B

    falta de êxito


ID
3161962
Banca
VUNESP
Órgão
AresPCJ - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão.

Espelhos

    Chega um dia na vida de todo homem em que ele se olha no espelho de manhã e tem uma revelação estarrecedora: sua mulher está dormindo com outro! Depois ele olha melhor e vê que não é outro, é ele mesmo, mas por alguma razão inexplicável ele está com 40 anos. Acabou de entrar naquela terra mítica chamada meia-idade, outrora habitada apenas por pessoas estranhas como os pais da gente.
    O espelho nos mostra o nosso contrário, a nossa esquerda na nossa direita, mas este é o limite máximo da sua dissimulação. Fora isso, ele é de uma franqueza brutal e irrecorrível. Vivemos na era das relações públicas, é inadmissível que a nossa própria imagem nos trate com tanta crueza. É inadmissível que alguém lhe diga: “Você tem 40 anos!” (ou 50, ou 60, ou até, meu Deus, mais!) assim na cara, mesmo que quem diga seja sua própria cara. E de manhã, na hora em que, ainda amarrotado pelo sono e antes de botar o rosto que usará durante o dia, você está mais vulnerável.
(Luis Fernando Veríssimo, As mentiras que os homens contam)

Assinale a alternativa em que se identifica, com correção e respectivamente, o sentido que as expressões destacadas têm nas passagens – Depois ele olha melhor e vê que não é outro, é ele mesmo… / É inadmissível que alguém lhe diga: “Você tem 40 anos!” (ou 50, ou 60, ou até, meu Deus, mais!) assim na cara, mesmo que quem diga seja sua própria cara.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? [...] vê que não é outro, é ele mesmo? / É inadmissível que alguém lhe diga: ?Você tem 40 anos!? (ou 50, ou 60, ou até, meu Deus, mais!) assim na cara, mesmo que quem diga seja sua própria cara.

    ? ele mesmo (adjetivo equivalendo a "próprio"); "mesmo que" é uma conjunção subordinativa concessiva, a conjunção "embora" possui a mesma classificação.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • No trecho, a palavra mesmo é variável. É um pronome demonstrativo e equivale a próprio.

    As conjunções concessivas são: mesmo que, ainda que, conquanto, embora...todas essas têm o mesmo significado.

  • D

    próprio / embora


ID
3455011
Banca
VUNESP
Órgão
ESEF - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O ambiente vai ficar pesado


      Finalmente, o mundo ganhou consciência da necessidade de agir rapidamente para evitar a degradação do ambiente e, por isso, tomou a medida mais drástica que se pode tomar – lançou, contra todos os que recusam reconhecer o problema das alterações climáticas, a força mais exasperante e destruidora da natureza, uma adolescente.

      Sou pai de duas adolescentes e sei que não pode haver adversário político mais irritante, impertinente e respondão. Tenho sofrido muito nas mãos destas políticas engenhosas e implacáveis. Donald Trump não sabe onde se meteu.

      A Greta não precisa convencê-lo de que o mundo caminha para a extinção. Cinco minutos de conversa com ela e não só ele passa a acreditar que o mundo vai mesmo acabar como vai desejar que acabe o mais depressa possível. A única vantagem de Donald Trump é que pode usar a estratégia infantil de tapar os ouvidos e gritar até a Greta ir embora. Mas é muito improvável que ela se canse primeiro do que ele.

      Trump há de querer ir brincar e a Greta não deixa. Nem sequer o velho estratagema de a mandar para a escola para descansar um pouco resulta, porque agora a adolescente pode argumentar que gostaria muito de ir para a escola, mas não pode porque o mundo precisa dela. É xeque-mate.

      Talvez este modelo de ativismo extraordinariamente eficaz possa ser usado para atacar todos os outros problemas do mundo. Sempre que for preciso comparecer a mesas de negociação, os sindicatos enviam um adolescente para discutir com o patronato. Os salários passam a se chamar mesada, e ele consegue um aumento de 50% só para se calar e pôr a música mais baixo.

      Nas câmaras dos deputados, os líderes dos blocos parlamentares dos partidos da oposição passam a ser deputados de 14 anos cheios de vigor, irreverência e acne.

      Conseguem fazer passar vários projetos de lei importantes a troco da promessa de irem almoçar na casa dos avós no domingo sem fazer cara feia e de limparem o quarto.

      Creio que, completamente por acaso, talvez tenhamos descoberto a maneira de tornar o mundo melhor.

(Ricardo Araújo Pereira, Folha de S.Paulo, 29.10.2019. Adaptado.)

Assinale a alternativa em que a palavra “mesmo” está empregada com o sentido que tem na passagem – ... ele passa a acreditar que o mundo vai mesmo acabar.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? [...] ele passa a acreditar que o mundo vai mesmo acabar (=A palavra "mesmo" está sendo usada com valor reforçativo, isso ocorre na letra "d" também: Não tem mesmo nada a dizer?).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Pensei diferente, pensei no mesmo como OBJETO DIRETO,então procurei a alternativa q dissesse isso

  • Para resolver a questão eu substituí "mesmo" por "realmente" e vi que a alternativa em que a substituição se encaixava era a letra D.

  • Substitua a palavra "mesmo" por "realmente".
  • Ambos vocábulos verificam-se imediatamente pospostos a verbo.

  • SUBSTITUI POR DE FATO E ME LASQUEI !

  • Eu analisei de uma forma engraçada - eu tentei ver em qual alternativa a gente poderia realçar a palavra "mesmo". Só deu certo na D ~> "Não tem meeesmo nada a dizer?

  • MESMO = advérbio

    de fato, de verdade; realmente.

    "foi mesmo uma notícia que alegrou a todos"

  • Curioso que depois q a Greta disse que estaríamos no inicio de uma extinção em massa, veio a Covid-19

  • ✅ Letra D

    A palavra MESMO não retoma palavras(substantivos). O MESMO pode ser usado:

    1° - Como pronome demonstrativo para retomar ideias. Ex: Eu ajudo os pobres. Você deveria fazer o mesmo.

    2° - Pode ser usado para dar ênfase(próprio). Ex: Ela mesma resolverá isso.

    3° - Pode ser usado como advérbio (realmente). Ex: Ela resolverá isso mesmo.

    Erros? Só avisar!!!!

  • Dessa prova acertei 13/15 de Português e essa foi 1 das que errei; Substitui o "mesmo" por "com certeza" , nao deu tempo de pensar no "realmente" , Aprendizado que fica !

  • D

    Não tem mesmo nada a dizer?

  • Assinale a alternativa em que a palavra “mesmo” está empregada com o sentido que tem na passagem – ... ele passa a acreditar que o mundo vai mesmo acabar. (realmente acabar - advérbio)

     

    a)Acredito que ele mesmo pode resolver o problema. ADJETIVO

    B)Mesmo ameaçado, o mundo não vai acabar. CONJUNÇÃO CONCESSIVA

    C) Depois de Greta, o mundo não será o mesmo. SUBSTANTIVO

    d) Não tem mesmo nada a dizer? NÃO TEM REALMENTE NADA A DIZER? ADVÉRBIO

    E) Agora mesmo está havendo uma ação danosa ao ambiente. REALCE, NÃO SEI O QUE É

  • Mesmo equivalendo à realmente = partícula de realce.


ID
3989929
Banca
UFPR
Órgão
Prefeitura de Almirante Tamandaré - PR
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa na qual a palavra mesmo ou mesma está empregada corretamente.

Alternativas
Comentários
  • “Mesmo” e “Próprio”, empregados em função de substantivo ou pronome, flexionam-se. Mas podem também ser empregados para o verbo, sendo, neste caso, invariáveis.

    Ela mesma fará o trabalho? (= Ela própria)

    Ela fará mesmo o trabalho? (= Fará de fato)

    Nós mesmos faremos o trabalho. (= Nós próprios)

    Nós faremos mesmo o trabalho. (= Faremos de fato)

  • A) Ela mesma resolveu ceder o lugar a ele. (temos "mesma" como pronome demonstrativo, concordando em gênero e número com o pronome substantivo "ela").

    B) Mesma cansada, vou à festa. (o correto seria "mesmo" pois se trata de palavra invariável, neste caso, conjunção consessiva).

    C) Esta certidão é mesma autêntica? ( o correto seria "mesmo", pois temos um advérbio que pode ser substituído por "realmente").

    D) Eles mesmo retiraram a proposta. (temos um pronome demonstrativo, porém com concordância inadequada, o correto seria "mesmos").

    E) Resolveram cuidar da vida mesma delas. (o correto seria "mesmas" para concordar com "delas").

    Gabarito letra A!

  • Correta, A

    Quando equivale a próprio, mesmo é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala; As vítimas mesmas reclamaram. Como advérbio significa até, também, de fato, exatamente, e é invariável: Mesmo as amigas a deixaram; Foi mesmo uma boa notícia.

    Ela mesma resolveu ceder o lugar a ele - certo.

    Ela própria resolveu ceder o lugar a ela - certo.

  • A questão em tela exige o conhecimento de concordância nominal e problemas da norma culta. Vejamos:

    A concordância a ser feita nesta questão é da palavra "mesma", que quando é adjetivo varia conforme o substantivo que está relacionado e quando advérbio não varia.

    Quando for adjetivo significa próprio.

    Quando for um advérbio significa até, também, de fato, exatamente, e é invariável: 

    a) Ela mesma resolveu ceder o lugar a ele.

    Correta. A palavra é um adjetivo, pois pode ser trocada por "própria". Por isso, está no feminino, para concordar com "ela".

    Ela própria resolveu ceder o lugar a ele.

    b) Mesma cansada, vou à festa.

    Incorreta. A palavra mesma é um advérbio, pois pode ser trocada por "até".

    Até cansada, vou à festa.

    Dessa forma, deveria estar no masculino "mesmo", porque advérbio não varia.

    c) Esta certidão é mesma autêntica?

    Incorreta. A palavra mesma é um advérbio, pois pode ser trocada por "de fato".

    Esta certidão é de fato autêntica?.

    Dessa forma, deveria estar no masculino "mesmo", porque advérbio não varia.

    d) Eles mesmo retiraram a proposta.

    Incorreta. A palavra é um adjetivo, pois pode ser trocada por "próprios". Por isso, deveria estar no masculino plural, para concordar com "eles".

    Eles próprios retiraram a proposta.

    e) Resolveram cuidar da vida mesma delas.

    Incorreta. A palavra é um adjetivo, pois pode ser trocada por "próprias". Por isso, deveria estar no feminino plural, para concordar com "delas".

    Resolveram cuidar das próprias vidas.

    GABARITO: A

  • CUIDADO

    A D é uma interpretação forçada da banca. Você entendeu o que ela pensou, porém perceba que não há impedimento para entender que o mesmo foi usado como um advérbio disposto em hipérbato.

  • MESMO - ADJETIVO - VARIA CONFORME O SUJEITO - PODE SER TROCADO POR "PRÓPRIA(O)"

    MESMO - ADVÉRBIO - INVARIÁVEL - NÃO MEXA NELE DE JEITO NENHUM - PODE SER TROCADO POR "REALMENTE".


ID
4177525
Banca
CCV-UFC
Órgão
UFC
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa em que o vocábulo “mesmo” apresenta o sentido igual ao que se observa no enunciado “Eu insisto em ser feliz, mesmo que minhas condições me testem”. 

Alternativas

ID
4881403
Banca
MS CONCURSOS
Órgão
Prefeitura de Taquaral - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Lavagem de dinheiro: da lenda da Lei Seca à denúncia de Janot
Uma tese imaginosa: crime do qual Cunha e Collor são acusados deveria seu nome a lavanderias literais
Por: Sérgio Rodrigues - 21/08/2015

Lavagem de dinheiro – um dos crimes pelos quais o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ontem o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o senador Fernando Collor de Mello – é uma tradução da expressão inglesa money laundering que começou a circular no Brasil nos anos 1970. Uma história saborosa, mas provavelmente furada, dá conta de que money laundering surgiu nos EUA na época da Lei Seca (1920-1933), quando o comércio clandestino de bebidas alcoólicas, vendidas dose a dose, fazia girar um grande número de moedas. Como forma de legalizar as montanhas de dinheiro metálico, o crime organizado teria então investido em redes de lavanderias, que também trabalhavam com moedas. Ou seja: money laundering seria uma expressão ao mesmo tempo figurada e literal.
Muito interessante. O que a tese das lavanderias nas mãos de criminosos esconde, como costumam fazer as lendas, é justamente o que a desqualifica: o fato de que o primeiro registro da expressão na imprensa americana só ocorreria décadas mais tarde, em 1961, segundo o dicionário etimológico de Douglas Harper. Como explicar tanta demora? A mesma fonte anota que apenas em 1973, com o escândalo de Watergate, money laundering veio a se tornar uma expressão de uso disseminado.
Tudo indica que a origem da lavagem de dinheiro foi apenas figurada mesmo, ligada à ideia de legalizar – ou seja, limpar – o dinheiro ilegal, isto é, sujo. Em Portugal se diz “branqueamento de capitais”, tradução da expressão francesa blanchiment de capitaux, que tem o mesmo sentido.

Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/palavra-da-semana/lavagem-de-dinheiro-da-lenda-da-lei-seca-adenuncia-de-janot/. Acesso em 28/01/2016.  

Tudo indica que a origem da lavagem de dinheiro foi apenas figurada mesmo, ligada à ideia de legalizar Nessa frase, a palavra “mesmo” corresponde ao valor aplicado em qual das seguintes frases?

Alternativas
Comentários
  • "mesmo" no fragmento a ser analisado está sendo utilizado como fator de realce (enfático), de confirmação. Tem valor semântico de "realmente".

    Na letra C, observamos idêntico sentido atribuído a palavra "mesmo". Percebam que sua retirada não prejudica a construção e sentido da oração.

    Gabarito letra C!

  • C

    Apesar do convite para assumir a gerência da loja, o vendedor decidiu permanecer na sua função mesmo


ID
4883515
Banca
ADM&TEC
Órgão
Prefeitura de Cupira - PE
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Pernambuco ultrapassa cinco mil homicídios em 2017, maior índice em dez anos

Com os 456 assassinatos contabilizados em novembro de 2017, o estado de Pernambuco ultrapassou a marca de cinco mil homicídios cometidos em menos de um ano. Ao todo, 5.030 pessoas foram assassinadas no estado entre os meses de janeiro e novembro, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Defesa Social (SDS) na tarde desta sexta-feira (15). A estatística é a maior em uma década de Pacto pela Vida, programa instalado pela administração estadual em 2007 para diminuir o número de mortes violentas no estado.

Em 2016, o estado somou 4.479 homicídios cometidos entre janeiro e dezembro. Em 2017, até novembro, foram 551 assassinatos a mais do que no ano anterior. Em relação aos 3.889 homicídios registrados em 2015, o ano de 2017, mesmo sem ter terminado, já soma 1.141 assassinatos a mais.

Dos 456 homicídios registrados em Pernambuco em novembro de 2017, 60 ocorreram na capital, 126 na Região Metropolitana do Recife e outros 270 no interior, correspondendo a uma média estadual de 15,2 assassinatos por dia. O número total de homicídios em novembro é o maior desde maio deste ano, quando foram contabilizados 457 assassinatos no estado.

Entre os meses de maio e novembro de 2017, foram registrados 2.992 homicídios em Pernambuco. Nesse período, o principal motivo dos assassinatos envolveu drogas e entorpecentes, representando 27,5% desse total. Em segundo lugar, está o "acerto de contas", que representa 21,6% das motivações dos homicídios nesse período.

Até novembro de 2017, a capital pernambucana foi o município que registrou o maior número de homicídios ao longo do ano. Em 11 meses, foram 730 assassinatos. Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, contabilizou 364 no mesmo período. Já as cidades de Caruaru e Petrolina, no Sertão, tiveram 248 e 122 casos de Crimes Violentos Letais Intencionais, respectivamente.

Há, ainda, localidades em que não houve nenhum homicídio em 2017. É o caso das cidades de Cumaru e Salgadinho, no Agreste, e Ingazeira, no Sertão. No arquipélago de Fernando de Noronha, também não houve nenhum registro de homicídio ao longo do ano. 

(Adaptado. Disponível em: g1.globo.com). 

Com base no texto 'Pernambuco ultrapassa cinco mil homicídios em 2017, maior índice em dez anos', leia as afirmativas a seguir:

I. No trecho “Ao todo, 5.030 pessoas foram assassinadas no estado...”, manter-se-ia o mesmo sentido se o verbo “assassinar” assumisse a forma passiva sintética (assassinaram-se), com o reflexivo “se”, e fosse retirada a forma verbal “foram”.
II. No exemplo “Ele mesmo não conseguiu entender as causas de tantos problemas”, a palavra “mesmo” foi usada com o mesmo sentido do fragmento: “... o ano de 2017, mesmo sem ter terminado, já soma 1.141 assassinatos a mais”.

Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • Vou deixa aqui a minha contribuição e se eu estiver errada por favor me corrijam.

    A primeira alternativa só fala em trocar "assassinar " por "assassinaram-se". Desse modo o sentido ia mudar pois antes as pessoas eram assassinadas e agora ,com a reescrita da frase, as pessoas passaram a assassinar elas mesmas. Como a alternativa fala que o sentido ia ser mantido, então o gabarito é errado.

    A segunda alternativa tbm ta errada pois " Ele mesmo não conseguiu entender as causas de tantos problemas" "mesmo" tem apenas a função de dar ênfase, já em " o ano de 2017 , mesmo sem ter terminado" tem sentido concessivo pode ser trocado por "apesar de" . A alternativa 2 tbm ta errada e o gabarito da questão é a letra D

  • D

    As duas afirmativas são falsas.

  • A. A partícula "se" na voz passiva sintética é pronome apassivador (e não reflexivo);

    B. O primeiro mesmo classifica-se morfologicamente como pronome demonstrativo, enquanto o segundo como conjunção concessiva.


ID
4901410
Banca
UFTM
Órgão
UFTM
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A saúde mental dos jovens brasileiros: Como prevenir?

        A ocorrência de vários suicídios de adolescentes em curto espaço de tempo não é um fenômeno restrito à atualidade. No século 18, um famoso livro, Os Sofrimentos do Jovem Werther, tornou-se um marco do Romantismo e uma febre entre os jovens. Nele conta-se a história de um adolescente que vive uma paixão impossível por uma mulher na casa dos trinta anos.
    A estratégia adotada pelo autor do livro, Johann Wolfgang von Goethe – ele deixou para o exame do leitor as cartas trocadas pelo casal de amantes –, fez a narrativa parecer muito crível. Adolescentes passaram a se matar vestidos como nas ilustrações do livro, tendo-o em mãos e usando o mesmo método letal – um tiro de pistola. Ensinado nos cursos de Jornalismo, o Efeito Werther acabou por reforçar o tabu social de evitar o assunto, e nada se publicava sobre suicídio.
        Os tempos mudaram. Nos dias atuais, a internet tornou-se a nova ameaça a angariar jovens para a morte. O suicídio é assunto nas redes sociais virtuais e seriados, caso do 13 ReasonsWhy, que gira em torno do suicídio de uma adolescente. Mas, com certeza, a natureza do suicídio juvenil da atualidade muito se distancia dos suicídios românticos [no quesito literatura] de três séculos atrás. O que estaria acontecendo? Como compreender melhor esse fenômeno? Como evitar que jovens vulneráveis o cometam?
    Precisamos conversar sobre isso, pois a mortalidade por suicídio vem crescendo no Brasil. Diariamente, 32 pessoas tiram a própria vida, segundo estatísticas do Ministério da Saúde. De 2005 a 2016, de acordo com os últimos dados oficiais disponíveis, o suicídio de adolescentes entre 10 e 14 anos aumentou 31%; e entre aqueles que estão na faixa dos 15 aos 19 anos o aumento é de 26%. Na população indígena, há uma tragédia silenciosa: metade do elevado número de suicídios é cometido por adolescentes.
        No espectro do comportamento autoagressivo, o suicídio é a ponta de um iceberg. Estima-se que o número de tentativas de suicídio supere o de suicídios em pelo menos dez vezes. O grau variável da intenção letal é apenas um dos componentes da tentativa de tirar a própria vida. O ato também representa uma comunicação, que pode funcionar como denúncia, grito de socorro, vingança ou a fantasia de renascimento. Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade, como um sinal de alerta a indicar sofrimento e atuação de fenômenos psíquicos e sociais complexos. Não devemos banalizá-las.
        O mundo psíquico de um adolescente está em ebulição, ainda não atingiu a maturidade emocional. Há maior dificuldade para lidar com conflitos interpessoais, término de relacionamentos, vergonha ou humilhação e rejeição pelo grupo social. A tendência ao imediatismo e à impulsividade implica maior dificuldade para lidar com a frustração e digerir a raiva. Perfeccionismo e autocrítica exacerbada, problemas na identidade sexual, bem como bullying, são outros fatores que se combinam para aumentar o risco.
        Um adolescente pode ter centenas de likes na rede social virtual, mas pouquíssimos, ou nenhum, seres humanos reais com quem compartilhar angústias. O mundo adulto, como um ideal cultural alcançável por pequena parcela de vencedores, fragiliza a autoestima e a autoconfiança de quem precisa encontrar o seu lugar em uma sociedade marcada pelo individualismo, pelo exibicionismo estético, pela satisfação imediata e pela fragilidade dos vínculos afetivos.
        Quando dominados por sentimentos de frustração e desamparo, alguns adolescentes veem na autoagressão um recurso para interromper a dor que o psiquismo não consegue processar. Quando o pensar não dá conta de ordenar o mundo interno, o vazio e a falta de sentido fomentam ainda mais o sofrimento, fechando-se assim um círculo vicioso que pode conduzir à morte. Nos suicídios impulsivos, a ação letal se dá antes de haver ideias mais elaboradas capazes de dar outro caminho para a dor psíquica. O ato suicida ocorre no escuro representacional, como um curto-circuito, um ato-dor.
        Há, também, os suicídios que se vinculam a transtornos mentais que incidem na adolescência, como a depressão, o transtorno afetivo bipolar e o abuso de drogas. Diagnóstico tardio, carência de serviços de atenção à saúde mental e inadequação do tratamento agravam a evolução da doença e, em consequência, o risco de suicídio.
     Pensamentos suicidas são frequentes na adolescência, principalmente em épocas de dificuldades diante de um estressor importante. Na maioria das vezes, são passageiros; por si só não indicam psicopatologia ou necessidade de intervenção. No entanto, quando os pensamentos suicidas são intensos e prolongados, o risco de levar a um comportamento suicida aumenta.
        Prevenção do suicídio entre os adolescentes não quer dizer evitar todos os suicídios, e sim uma só morte que possa ser evitada, a do adolescente que está ao seu lado. O que fazer? De modo simplificado, sugerimos três passos. Memorize o acrônimo ROC: Reparar no Risco, Ouvir com atenção, Conduzir para um atendimento.
        A prevenção do suicídio, ainda que não seja tarefa fácil, é possível. Não podemos silenciar sobre a magnitude e o impacto do suicídio de adolescentes em nossa sociedade. Não todas, mas considerável porção de mortes pode ser evitada.

(BOTEGA, Neury José. A saúde mental dos jovens brasileiros: Como prevenir? - Adaptado. Disponível em https://www.sescsp.org.br/online/artigo/12517_A+SAUDE+MENTAL+DOS+JOVENS+BRASILEIROS . Acessado em 03/01/2019)

Releia o trecho “Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade”, no 5º parágrafo, e assinale a opção em cuja frase se repete o mesmo significado do vocábulo sublinhado:

Alternativas
Comentários
  • "Mesmo" com valor concessivo!

    Letra A) valor concessivo;

    Letra B) valor de igualdade;

    Letra C) valor de "próprio"

    Letra D) valor de "realmente - reforço intensificador ou realce"

    Gabarito letra A!

  • Me parece que o mesmo da questão tem valor de "inclusive".

  •  “Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade” [EMBORA] Concessão

    Mesmo o caso sendo difícil, a decisão foi rápida. [EMBORA] Concessão

  • Ainda que a questão centre sua solicitação no fator semântico das construções, a delimitação das classes morfológicas é mister para o bom entendimento.

    “Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade”

    No enunciado encontramos o termo empregado como conjunção concessiva, introduzindo construção que apresenta uma concessão ao exposto na primeira passagem.

    A) Mesmo o caso sendo difícil, a decisão foi rápida.

    Conjunção concessiva - O termo é empregado em função (e sentido) idêntica à encontrada no enunciado, introduzindo oração subordinada adverbial concessiva deslocada.

    B) A mesma resolução foi citada em outros casos.

    Adjetivo - O termo está diretamente ligado ao substantivo "resolução", ao qual caracteriza. Importante não incidir o candidato em comum erro, classificando o presente termo como "substantivo" unicamente baseado na existência do artigo que o antecede. Tal termo, o artigo, não tem, aqui, força para substantivar o adjetivo.

    C) Os juízes mesmos decidiram imediatamente a questão.

    Pronome demonstrativo - Um dos usos mais comuns do termo "mesmo", serve como forma de reforçar o termo ao qual se refere.

    D) O empregador decidiu mesmo quem seria demitido.

    Adverbio - Empregado como modificador do verbo, poderia facilmente ser substituído por forma adverbial similar.

    Gabarito na alternativa A

  • A

    Mesmo o caso sendo difícil, a decisão foi rápida.


ID
4942693
Banca
CETRO
Órgão
TCM-SP
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo para responder à questão.


    Algo que se nota claramente nos alunos, ao se iniciarem nos cursos universitários, é a inconsciência da diferença entre o seu próprio discurso e o discurso dos outros. Tudo se passa como se a pluralidade de discursos se resumisse a um continuum, no qual houvesse um acordo maior, um ponto de vista comum, uma continuidade entre o que eu falo e penso, de um lado, e o que todos os outros falam e pensam, de outro lado. A própria forma do falar deve ser igual. Nada deve nem pode prejudicar essa harmonia. E por isso a atividade de desenvolver um trabalho científico, em que se utilizem citações, referências a outros textos e comentários, torna-se em geral tão árdua, cansativa e dolorosa para os alunos, mesmo no último ano do curso: não há consciência da diferença entre o eu falar e os outros falarem, não há consciência da diferença de grau entre o meu discurso e o discurso dos outros, nem mesmo entre a diversidade dos discursos dos outros – por isso as técnicas de citações, notas de rodapé, referências bibliográficas etc. não fazem sentido, parecem apenas “frescuras” de acadêmicos, e é necessário um longo aprendizado para compreender sua verdadeira função. Estabelecer um diálogo entre diferentes pontos de vista: em geral, os alunos não conseguem compreender que esta é uma das funções do texto. E reproduzem discursos alheios, crentes que eles próprios estejam a falar. Por isso mesmo, neste livro insistimos nas notas de rodapé, referências, citações: para que muitos falem.

MATTAR, João. Filosofia e ética na administração. SPaulo: Saraiva, 2004.

Sobre o quinto período do texto acima, levando-se em consideração as recomendações da gramática normativa tradicional, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Parênteses =/= Aspas

  • ...torna-se em geral tão árdua, cansativa e dolorosa para os alunos, mesmo no último ano do curso...

    gabarito D

  • >o  termo “frescuras” foi utilizado entre parênteses...<

    O termo foi utilizado entre aspas e não entre parênteses.

  • Qual o erro da "A" ?

  • texto confuso


ID
5433322
Banca
PM-MG
Órgão
PM-MG
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mesmo?


    Há alguns anos, namorei um professor de Direito e procurador-geral da União (do tipo com mestrado, doutorado, pós-doutorado e mil especializações) cujo apreço pela língua portuguesa chegava a ser irritante até para mim. Não sei se por implicância ou por exibicionismo, esse homem, nos nossos momentos de brigas (que não eram poucos; afinal, éramos mais possessivos do que todos os pronomes possessivos juntos), tentava, de todas as formas, mostrar que dominava a última flor do Lácio, vulgo língua portuguesa, mais do que eu. E o que acontecia? Eu ficava tão irritada com a situação que sempre perdia no quesito argumentação.

    Certa vez, após almoçarmos em uma tarde de sábado, ele foi para a minha casa. Enquanto esperávamos pelo elevador, eu comentei:

    — Ainda chegará o dia em que todas essas placas de aviso de elevadores serão corrigidas. Aff!

    — Oi?

    — Você nunca reparou? “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar. ”

    — E daí?

    — E daí que a palavra “mesmo” não pode retomar outra palavra, como elevador.

    — Claro que pode! “Mesmo” é um pronome demonstrativo. Está demonstrando onde devemos ou não entrar.

    — Realmente, “mesmo” pode atuar como pronome demonstrativo, mas ele retoma uma oração, não uma palavra, Maurício.

      — Exemplo?

    — Eu sou uma namorada fiel; por isso espero que o meu namorado faça o mesmo. Viu? Recupera-se, aí, a oração sobre fidelidade.

    — Isso é uma indireta, Cíntia?

    — Não, é direta mesmo.

    — E esse “mesmo” de agora?

    — É um advérbio com valor reforçativo, Maurício. Ele reforça quão galinha você é. O elevador chegou. Vamos.

    — Mesmo? Hahaha...

     — Não fuja do assunto. Estou cansada das suas ciscadas por aí.

    Chegando, eu retirei as minhas roupas e coloquei um roupão. Ele tirou os sapatos, como quem mostra que vai ficar, mas recebeu um telefonema sei lá de quem e prontamente respondeu:

     — Claro que vou. Em dez minutos estarei aí.

     — Oi??? Você vai me deixar aqui mesmo?

     — E esse “mesmo”?

     — Equivale à palavra “realmente” e ao provável término do nosso namoro se você sair daqui.

    Perguntei para ele de quem se tratava, mas Maurício desconversou. Disse que eu não conhecia a pessoa em questão, que ele precisava “dar uma passada” no tal lugar, que eu não iria gostar do barzinho, blá-blá-blá... E começou a ladainha linguisticamente ortodoxa comum aos discursos que ele ensaiava nas nossas brigas:

    — Cíntia, eu sou um homem de conduta ilibada, de quem você não pode duvidar. E você é a mulher pela qual sou apaixonado. Você tem tudo quanto quer de mim e ainda assim sempre duvida dos lugares onde digo que estou.

    — É mesmo? Fiquei lisonjeada...

    — Esse “mesmo” foi irônico. Não admito ironias sobre a minha fidelidade.

    — Maurício, você não me engana. Eu ouvi voz de mulher. Quem está lá? Quantas mulheres são? De onde é esse amigo misterioso do qual eu nunca ouvi falar? Aposto que é aniversário de mulher, por isso você não quer me levar. Não é? Você já estava distante na hora do almoço. Eu senti!

    — Não me venha, Cíntia Chagas (ele sempre me chamava de Cíntia Chagas durante as brigas), com o seu discurso falacioso! Sou um namorado de cuja fidelidade você não pode duvidar. Quer saber? Vou embora. Passar bem. E saiu correndo do meu apartamento.

    E eu saí correndo atrás dele, afinal de contas, ele tinha de me ouvir. Mas o caso é que eu estava de roupão e não me lembrei desse detalhe. Pois bem: vi-me de roupão, no meio da rua, brigando com o Senhor Sabe-Tudo. Cena de novela: atirei-me na frente do carro dele e disse:

    — Daqui você não sai.

    Ele, frio como um iceberg, respondeu:

    — Só se você me disser que “mesmo” substitui palavra, que estou certo.

    — Maurício, não me irrite! Já expliquei que “mesmo” não substitui palavra e ponto final.

    — Ele, divertindo-se com a situação, disse:

    — Então, como ficaria a placa do elevador, Rainha da Língua Portuguesa?

    — “Antes de entrar no elevador, verifique se este se encontra parado neste andar”. Pronto, Maurício. Agora saia do carro. Os vizinhos já estão olhando. Não vê que estou de roupão?

    — É mesmo? Coitadinha... Isso é para você aprender a não desconfiar de mim.

    Deu ré e foi embora.

    Então eu fiquei ali, na rua, de roupão, sem a chave do portão do prédio, à espera de um vizinho com quem eu pudesse contar.

    E você, leitor, neste momento pergunta a si mesmo: mesmo? De roupão na rua?

    Mesmo...

CHAGAS, Cíntia. Sou péssimo em português: chega de sofrimento! Aprenda as principais regras de português dando boas risadas. 1 ed. Rio de Janeiro: HarperColllins, 2018.

Assinale a opção CORRETA. A situação que dá origem aos acontecimentos (conflito) no conto “Mesmo?” é:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO - B

    Lendo a texto podemos perceber que a palavra "mesmo" inicia todo o conflito.

    -E daí que a palavra “mesmo” não pode retomar outra palavra, como elevador.

    Resposta dada pela banca CRS - O texto em lide trata-se de um conto. Como tal é uma narrativa curta que apresenta os mesmos elementos do romance: narrador, personagens, enredo, espaço e tempo. Diferencia-se do romance pela sua concisão, linearidade e unidade: o conto deve construir uma história focada em um conflito básico e apresentar o desenvolvimento e a resolução desse conflito. No conto “Mesmo?” o conflito se inicia quando os personagens, em uma tarde de sábado, após almoçarem e enquanto aguardavam pelo elevador a personagem protagonista comentou sobre uma placa de aviso de elevadores na qual estava escrito: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar.”, ou seja, o emprego inadequado da palavra “mesmo” na placa de aviso do elevador.

    https://www.policiamilitar.mg.gov.br/conteudoportal/uploadFCK/crs/22092021213725367.pdf

  • Belo texto, mas não sabia que fazia tanta analogia com meu relacionamento kkkkk....

  • A questão requer compreensão textual e conhecimentos sobre coesão referencial.

    Alternativa (A) incorreta - No primeiro parágrafo, a narrada até afirma que eles são possessivos, motivo de eles brigarem muito. Entretanto, não é isso que dá origem ao conflito no conto “Mesmo?".

    Alternativa (B) correta - O que dá origem ao conflito neste conto é o emprego inadequado da palavra “mesmo" na placa de aviso do elevador, pois, a partir disso, a narradora começa a “jogar indireta" sobre seu relacionamento com o personagem Maurício, e este não admite estar errado em relação ao seu conhecimento sobre o uso de “mesmo" na placa de aviso do elevador.


    Alternativa (C) incorreta - Isso até aborrece a narradora, mas não chega ser o fato o qual dá origem ao conflito.

    Alternativa (D) incorreta - A frase do elevador não está conforme a norma culta da Língua Portuguesa, uma vez que a palavra “mesmo" não pode se referir a uma palavra anteriormente mencionada, ela só pode retomar uma ação mencionada.
     

    Gabarito da professora: Letra B.

  • "TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE"

    #PMMG

    B

    O conflito não inicia por causa dos dois serem possessivos "nos nossos momentos de brigas (que não eram poucos; afinal, éramos mais possessivos do que todos os pronomes possessivos juntos)", mas inicia-se pelo emprego do "mesmo" na placa do elevador"Ainda chegará o dia em que todas essas placas de aviso de elevadores serão corrigidas. Aff! "


ID
5433337
Banca
PM-MG
Órgão
PM-MG
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Analise os períodos abaixo quanto ao emprego da (s) palavra (s) em destaque:


I. A discussão foi vista pelos vizinhos, e os mesmos ficaram espantados.

II. Cíntia Chagas estava mesmo de roupão na rua.

III. De fato, foi Maurício mesmo quem começou a discussão.

IV. É isso mesmo!


De acordo com a gramática tradicional, o emprego da (s) palavra (s) destacada (s) está CORRETO em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO - D

    O texto explica que a palavra "mesmo" não pode retomar algo anteriormente dito.

    Logo a única errada é a "I", pois não poder ser usado para retomar o termo "vizinhos".

    Logo só sobra a assertiva D como correta.

    Essa eu errei na prova! affs :-/

  • A questão requer conhecimento sobre a classe gramatical da palavra “mesmo".

    I. A discussão foi vista pelos vizinhos, e os mesmos ficaram espantados. Incorreto. É inadequado usar a palavra “mesmo" como coesão referencial retomando um termo, porém não se torna inadequado quando retoma uma oração. Por exemplo: “Meu pai serviu o Exército e espera que eu faça mesmo. (mesmo = servir o Exército – substituição de toda uma oração).

    II. Cíntia Chagas estava mesmo de roupão na rua. Correto. A palavra “mesmo", nesta frase, é advérbio de afirmação significando “de fato", “realmente" e, sendo advérbio, não deve se flexionar.


    III. De fato, foi Maurício mesmo quem começou a discussão. Correto. A palavra “mesmo", nesta frase, é advérbio de afirmação significando “realmente" e, sendo advérbio, não deve se flexionar.
     

    IV. É isso mesmo! Correto. A palavra “mesmo", nesta frase, é advérbio de afirmação significando “de fato", “realmente" e, sendo advérbio, não deve se flexionar.

    Sendo assim, o emprego da palavra “mesmo" está correto em II, III e IV.


    Gabarito da professora: Letra D.

  • Logo eu tbm errei essa na prova kkk

ID
5455849
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Observando-se a estrutura morfossintática do período, a expressão destacada na passagem – Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade? – tem equivalente em:

Alternativas
Comentários
  • Esta é uma questão sobre as funções morfossintáticas da palavra mesmoNo enunciado, a palavra mesmo relaciona-se ao verbo e é empregada com sentido de realmente, de fato. Será realmente que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Por estar associada ao verbo, a palavra foi empregada como advérbio e exerce a função sintática de adjunto adverbial de afirmação.

    A) Então ele falou com você usando o mesmo tom de deboche usado comigo?
    Incorreto. Além de advérbio, a palavra mesmo também pode ser empregada como adjetivo quando for equivalente a exato, semelhante ou de igual valor. Nesse caso, vemos que a palavra é empregada modificando o substantivo tom. Então ele falou com você usando o exato tom de deboche usado comigo? Como ela não é empregada como advérbio, pode ser descartada.

    B) Seu sucesso vai mesmo assombrar a todos.
    Correto. Se substituirmos mesmo por realmente, vemos que o sentido da frase fica preservado, demonstrando dessa forma que se trata de um advérbio. Seu sucesso vai realmente assombrar a todos. O termo é empregado modificando o verbo assombrar.

    C) Ele vai ser generoso comigo como foi consigo mesmo?
    Incorreto. Aqui, o termo foi empregado como palavra denotativa, acrescentando sentido de inclusão. É sinônimo de até ou inclusive. Ele vai ser generoso comigo como foi consigo inclusive?

    D) Está sozinho; mesmo os que se diziam amigos se afastaram dele.
    Incorreto. Nessa alternativa, a palavra foi empregada também como palavra denotativa. O termo acrescenta apenas o sentido de inclusão, não está associado ao verbo e não possui função sintática. Se substituirmos por até ou inclusive, veremos que o seu sentido permanece inalterado: Está sozinho; inclusive / até os que se diziam amigos se afastaram dele. 

    E) Hoje mesmo teremos os resultados da auditoria.
    Incorreto. Novamente, o termo mesmo foi empregado como palavra denotativa de inclusão. Hoje inclusive teremos os resultados da auditoria. 

    Além de advérbio, adjetivo e palavra denotativa de inclusão, o termo mesmo também pode ser empregada como:
    - pronome demonstrativo: Equivalente a próprio. Acompanha o pronome reto ou um substantivo. É utilizado como reforço e exerce a função sintática de adjunto adnominal. Ela mesmo fez as considerações finais.

    - conjunção: São empregadas em orações subordinadas com sentido de concessão. É equivalente a embora. Mesmo saindo cedo, chegou tarde ao local de trabalho. 

    - substantivo: Equivalente a mesma coisa ou a mesma pessoa. Em geral, é precedido de artigo como os demais substantivos. Depois do acidente, ele nunca mais foi o mesmo.

    Gabarito da Professora: Letra B

ID
5504308
Banca
SELECON
Órgão
Prefeitura de Campo Grande - MS
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I


    Cheio de gargalhadas. Coisa de um ano atrás. Impossível não notar. Ele estava no jardim do clube, os antebraços fincados na grama bem tratada, e as pernas atléticas, eretas, apontando para o céu azul, sem nenhuma nuvem, “uma posição invertida de ioga”, conforme explicou quando se juntou a mim na piscina. “O sangue faz uma espécie de roto-rooter nos nossos vasos sanguíneos”, disse ele, entre dois breves mergulhos, “... bota fora um montão de coisas podres”.

     Meu trabalho era lidar com afiadas lanças de ódio e imensos volumes de ignorância. Se eu me virasse de cabeça para baixo, pensei, vomitaria arsenais nucleares e arame farpado.

    – Do que você está rindo? – perguntou ele.

    Eu não estava rindo. Minha fotofobia, aumentada pela falta de óculos de sol, me deixava com aquele simulacro de sorriso pregado no rosto.

    Ele se chamava Amir e vivia no meu mundo, era advogado como eu, mais velho que eu, divorciado, e agora eu descobria que éramos sócios do mesmo clube recreativo do bairro de Pinheiros.

    No fórum, muitas vezes eu assistira ao seu desempenho na acusação de criminosos anônimos, com uma oratória sólida, impactante. Notável.

    Ali na água, sem o terno nem os assassinos que destruía e apesar dos dentes que poderiam ser melhores, ele me pareceu ainda mais sedutor. Na verdade sob aquela luz radiante, o que eu via era um tipo bem insólito: promotor iogue, com tese de doutorado em Wittgenstein, e capacidade para plantar bananeira semelhante à de um acrobata de circo.

    Meia hora de conversa, e eu já me sentia à vontade.

    Depois de nadarmos, continuamos nosso papo, falamos sobre seus criminosos, e a filosofia que o interessava especialmente. Contei sobre minha tentativa de ler Investigações lógicas.

     – Desisti bem rápido – expliquei –, logo depois de topar com uma divagação sobre o que seria a representação de um não-gato sobre a mesa. Ou de um gato que esteve na mesa.

    – Isso deve ser Husserl – afirmou ele, rindo.

    Logo fomos envolvidos por uma atmosfera bem-humorada. Rir juntos é um afrodisíaco poderoso. Eu disse:

    – Fico pensando se essa sua paixão por esse tipo de filósofo não foi o que acabou enfiando a promotoria pública na sua vida. Você parece gostar de coisas complicadas.

     – Tenho que tomar cuidado com você – respondeu ele. – Mulher inteligente não é fácil.

    O que ele estava me dizendo, naquele momento, é que de forma geral as mulheres são burras. Mas claro que, sob o efeito da sedução e envenenada pelos meus próprios hormônios, não me dei conta disso. Pior: inverti os sinais, transformei o negativo em positivo. Ele tinha uma tática eficiente de se transformar em protagonista, que consistia em usar a própria língua como um martelo para botar abaixo tudo ao redor.

Patrícia Melo

(Adaptado de Mulheres empilhadas. São Paulo: LeYa, 2019.)

A palavra “mesmo” é considerada invariável em:

Alternativas
Comentários
  • todas as alternativas aceitam a palavra MESMO no SINGULAR e no PLURAL , menos a letra C. segui essa logica.

    DEUS É CONTIGO

  • “Mesmo” pode ser advérbio quando significa realmente, de fato. Será, portanto, invariável.

  • Quando a palavra mesmo é invariável?

    Quando equivale a próprio, mesmo é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala; As vítimas mesmas reclamaram. Como advérbio significa até, também, de fato, exatamente, e é invariávelMesmo as amigas a deixaram; Foi mesmo uma boa notícia.

    Não há mesmo condições de reduzir os esforços no combate à doença.

  • Para responder esta questão, exige-se conhecimento sobre a morfologia da palavra "mesmo". O candidato deve indicar quando essa palavra não pode variar em género ou número. Vejamos.

    DICA: Para acertar esta questão sem muitos problemas, basta saber que "mesmo" não irá variar quando for advérbio e puder ser trocado pela palavra "realmente". Analisemos:

    a) Incorreta.

    O mesmo representante deve se apresentar ao setor/ O realmente representante deve apresentar ao setor. (Não tem como substituir por "realmente".), assim, pode ser pluralizada.

    Os mesmos representantes devem se apresentar ao setor.

    b) Incorreta.

    A aplicação da vacina será realizada pelo mesmo profissional/ A aplicação da vacina será realizada pelo realmente profissional.(Não tem como substituir por "realmente".), assim, pode ser pluralizada.

    A aplicação da vacina será realizada pelos mesmos profissionais.

    c) Correta.

    Não há mesmo condições de reduzir os esforços no combate à doença./ Não há realmente condições de reduzir os esforços no combate à doença.

    Aqui a palavra "mesmo" funciona como advérbio de afirmação e está se relacionando com o verbo, diferente das outras assertivas que se relaciona com o substantivo. A substituição pode ser feita tranquilamente pelo advérbio "realmente" e , por isso, não pode variar.

    Não existem mesmo condições de reduzir os esforços no combate à doença. (Coloquei um verbo pessoal e passei para o plural e ainda assim a palavra continua no singular

    d) Incorreta.

    Todos os estudos em análise foram conduzidos pelo mesmo laboratório/ Todos os estudos em análise foram conduzidos pelo realmente laboratório.(Não tem como substituir por "realmente".), assim, pode ser pluralizada.

    Todos os estudos em análise foram conduzidos pelos mesmos laboratórios.

    Gabarito: C

  • Joga para o plural e veja se é possível flexionar a palavra.

  • Todo advérbio é invariável, então quando ele concorda com o verbo ele é invariável. Seguindo a lógica, quando é concordado com o substantivo ele é variável, sendo um adjetivo, portanto ele é invariável na letra C.
  • Dica de ouro: "mesmo" não é um termo anafórico. Ex: Joaquim foi preso em flagrante, o mesmo informou que é inocente.

  • Dica: Substituir pelo feminino e ver se o termo "mesmo" concorda.

  • SO LEMBRARV QUE (

    O ADVERBIO E INVARIAVEL

    MESMO) COMO ADVERBIO

    GABARITO C

  • Se alguém quiser TROCAR redações, afim de ter alguém pra opinar sobre o seu texto, basta me mandar msg no privado do QC

  • joga para o plural e se der liga tá certo.

  • Pra quem está recomeçando eis uma regra básica de concordância!

    Adjetivo concorda com substantivo

    AdverBio concorda com adverbio adjetivo e verbo !

    AD(verbo)

    Mesmo adjetivo = variavel ! concorda com substantivo

    mesmo adverbio(invariavel) = concorda com verbo- adjetivo e adverbio.

    a)usada como substantivo varia!

    b)usada concordando com substantivo ( como adjetivo ) = varia!

    c)Nao varia. Aqui o mesmo está sendo usada como Adverbio pois concorda com substantivo Ha( existe)

    d) aqui pode variar ex: todos os estudos em analise foram conduzidas pela mesma pessoa. Poderia!

  • A questão requer conhecimento sobre o emprego da palavra “mesmo".

    A palavra “mesmo" pode ser: pronome demonstrativo (equivale a exato, idêntico, em pessoa), substantivo masculino (equivale a mesma coisa, a mesma pessoa), advérbio de afirmação (equivale a realmente, de fato), preposição acidental com valor concessivo (equivale a mesmo que, ainda que, embora) e palavra denotativa de inclusão (equivale a inclusive).


    Alternativa (A) incorreta - É pronome demonstrativo, portanto concorda com o substantivo o qual acompanha.

    Alternativa (B) incorreta - É pronome demonstrativo, portanto concorda com o substantivo o qual acompanha.

    Alternativa (C) correta - É advérbio de afirmação, portanto é invariável.


    Advérbio - classe gramatical invariável que modifica verbo, adjetivo, advérbio e até uma oração inteira trazendo-lhes uma circunstância.

    Alternativa (D) incorreta - É pronome demonstrativo, portanto concorda com o substantivo o qual acompanha.


    Gabarito da Professora: Letra C.

  • Não há mesmo condições de reduzir os esforços no combate à doença.

    NÃO HÁ (REALMENTE) condições de reduzir os esforços no combate à doença.

    MESMO NESTE CASO SERÁ ADVÉRBIO, PORTANTO, SERÁ INVARIÁVEL.

  • Gabarito: Letra C.

    A palavra “mesmo" pode ser: pronome demonstrativo (equivale a exato, idêntico, em pessoa), substantivo masculino (equivale a mesma coisa, a mesma pessoa), advérbio de afirmação (equivale a realmente, de fato), preposição acidental com valor concessivo (equivale a mesmo que, ainda que, embora) e palavra denotativa de inclusão (equivale a inclusive).

    Alternativa (C) correta - É advérbio de afirmação, portanto é invariável.

    1. Não há condições de reduzir os esforços no combate à doença.
    • fui pela opção de não precisar usar palavra mesmo
  • Qdo ''mesmo'' puder ser trocado por ''próprio'' será variável. Qdo tiver sentido de ''ainda que/de fato'' será invariável.

  • a própria alternativa dá a resposta kkkk

  • Ta aí uma questão que não precisa ler o textão.

  • Não há mesmo condições de reduzir os esforços no combate à doença./ Não há realmente condições de reduzir os esforços no combate à doença. letra c

  • Macetão Bom.

    A palavra “mesmo” é considerada invariável em: Substitua o (mesmo) pelo próprio, vejamos bem:

    A

    O mesmo (o próprio) representante deve se apresentar ao setor.

    B

    A aplicação da vacina será realizada pelo mesmo (próprio) profissional.

    C

    Não há mesmo (próprio) condições de reduzir os esforços no combate à doença.

    D

    Todos os estudos em análise foram conduzidos pelo mesmo (próprio) laboratório. 

    Percebam que na alternativa C, A frase perde totalmente o sentido quando fizemos a substituição do termo tornando assim, por derradeiro o (mesmo) invariável!

    @jorgeanvilla

    Pertenceremos!!!!

  • MANO PAREM DE VENDER CURSO QUE VCS TIRAM DAQUI POW...

  • Advérbio é invariável .

  • singularisa o mesmo


ID
5591707
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Paulínia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Na escrita, frequentemente confundimos os vocábulos mesmo e igual, redigindo de forma inadequada.


Assinale a opção que indica a frase em que o vocábulo mesmo está bem empregado.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: A

    a) O cliente assistiu ao mesmo filme de ontem. → Correto. Eu posso ir ao cinema, sentar na cadeira e assistir ao mesmo filme de ontem? Sim. O filme, os atores, tudo no filme será o mesmo. Nada mudará. Portanto o emprego do "mesmo" está correto.

     

    b) O freguês tomava o mesmo chope de sempre. → Errado. Tem como você tomar a mesma coisa que você toma sempre? Não. Você pode tomar um chope semelhante. O mesminho, com todas as características, não.

     

    c) A menina comeu o mesmo prato de dois dias atrás. → Errado. Mesma ideia da anterior: você pode comer um prato semelhante, parecido com o de dois dias atrás; o mesminho, não.

     

    d) Todos os dias o funcionário matava os mesmos insetos. → Errado. Como ele vai matar os mesmos insetos? Não tem como. Ele pode matar os insetos da mesma espécie, semelhantes entre si, mas eles não serão os mesmos indíviduos.

     

    e) A secretária sempre colhia o mesmo cravo pela manhã. → Errado. Acho que você já pegou rsrs. Não tem como colher o mesmo cravo que você colheu ontem. Um semelhante, da mesma espécie, sim. O mesminho, não.

     

    ➥ O segredo é ir perguntando e tentando imaginar. Veja dois exemplos:

    1. Li o mesmo livro do mês passado → Eu posso ir na prateleira e ler o mesmo livro do mês passado? O mesminho? Posso. Não haverá diferenças. Tudo será o mesmo. O emprego do "mesmo" aqui está correto.
    2. Eu comi o mesmo pudim do ano passado → Aqui já há um erro. Você comerá um semelhante, mas o mesmo, não.

      

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • tá ótimo, Lucas

  • G-A

    O examinador que avaliar a capacidade interpretativa do candidato. É incoerente dizer que comeu o mesmo prato de ontem, pois pode até repetir a escolha pelos alimentos do dia anterior, mas não são os literalmente ingeridos no dia anterior.

    Ao adotar essa forma de interpretação, é possível observar que a única opção a qual, de fato, pode ser repetida é a letra A.

  • Em algum lugar, nem tão metafísico assim, existe um ser iluminado que intercede por nós, chamado pela alcunha de Lucas. Aquele que nos guia rumo à batalha contra o grande carrasco, contra o ser de coração peludo, que nos acusa e maltrata dia após dias: Fundação Getúlio Vargas.

  • Obrigada pela explicação! Excelente.

  • A pessoa não pode comer a mesma comida e nem beber a mesma bebida que ingeriu no dia anterior. Nem colher o que já foi colhido ou matar o que já foi morto.

  • Começando pega as manhas da FGV ;-)
  • Questão nula! não é português. Poderia ser certa se fosse raciocínio lógico! o shopp e o prato podem se referir respectivamente à tipo de comida e a marca da bebida!

  • A FGV gosta desse lance de mesmo, é a terceira questão que pego com o mesmo (kkkk) tema

  • Rapaz, esse Lucas deve ser professor de português, letrado, filólogo da língua portuguesa. Só pode! Excelente explicação!

  • O filme é o mesmo, mas o chope, o prato, os insetos e o cravo não têm como ser.

    (Se vc comeu um prato ontem, o de hoje será outro, ainda que do mesmo cardápio...)

  • lucas, um ser incrível capaz de entender a FGV

  • MESMO: um só, não tem outro. Para a questão é o seguinte: não tem como matar o mesmo inseto duas vezes e não tem como tomar o mesmo chope, já que se você bebeu um hoje o de amanhã não será o mesmo. No caso do filme tem como ser o mesmo assistido.

    IGUAL: Outro idêntico, outra situação ou coisa idêntica mas que não é repetida e nem a mesma.

  • A FGV AMA esse tema
  • Todas as alternativas dizem respeito a fazer algo SEMELHANTE ao que foi feito no passado:

    • Não dá pra tomar um chope que ja foi tomado
    • Não da pra matar um inseto que já foi morto
    • Não da pra comer um prato que já foi comido
    • Não da pra colher um cravo que ja foi colhido

    Das ações apresentadas a única que é atemporal é assistir o filme pois ele já foi produzido e portanto é imutável.

    Lucas, obrigado por nos trazer luz nessa escuridão da FGV!!!

  • Olha a FGV rindo de vc! kkkkkkkkkkk

  • " Ninguém entra duas vezes no mesmo rio"

    (Heráclito)

  • (matar o que já foi matado) kkkk

  • O emprego correto do mesmo, vem do sentido de exatamente o mesmo!. Exemplo: o chop por exemplo não era bem o mesmo, o prato também não (eram semelhantes). Porém o filme sim!

  • Só entendi a questão depois que li os comentários.

  • acho que estou começando a compreender a loucura dessa banca, ein!

  • o ruim de responder questões de português da fgv é que, vc passa muita raiva. o bom é que vc fica bem mais esperto nas interpretações. gabarito A
  • será que tô pegando a manha depois de tanta porrada?!

  • Professor Arenildo ainda Existe?? alguém sabe dizer

  • Resposta: Letra A. O cliente assistiu ao mesmo filme de ontem.

    Apenas o filme era exatamente o mesmo..

  • CHEGUEI AGORA E ESTOU COM VONTADE DE DESISTIR KSKSKS.

  • na hora da prova vou colocar um nariz de palhaço..como forma de manifestaçao...kkk
  • sujeitos simples e advérbios de tempo, todas frases têm. a dica era atentar para o sentido mesmo.

  • A

    AO cliente assistiu ao mesmo filme de ontem. SIM, TEM COMO VER O MESMO FILME, INCLUSIVE VÁRIAS VEZES

    BO freguês tomava o mesmo chope de sempre. NÃO TEM COMO BEBER O MESMO CHOPE ( já bebeu kkk)

    CA menina comeu o mesmo prato de dois dias atrás. NÃO TEM COMO COMER A MESMA COMIDA ( já engoliu)

    DTodos os dias o funcionário matava os mesmos insetos. Ñ TEM COMO MATAR O MESMO INSETO (já morreu)

    EA secretária sempre colhia o mesmo cravo pela manhã. Ñ TEM COMO COLHER O MESMO CRAVO TODO DIA

  • Essas questões de português da FGV são surreais, fala sério !

  • Alternativa A é a única que pode se repetir literalmente. Todas as demais indicam generalização.
  • Português da FGV é surreal....

  • Gab "A"

    Essa é claramente uma questão de ambiguidade que da pra misturar com raciocínio logico.

    Observe que as alternativas B,C,D,E

    da a entender 2 significados.

    B) o MESMO chope de sempre ele pode tomar a mesma espécie/marca de chope ou ele pode tomar esse mesmo copo de chope.

    C) ela pode ter feito o mesmo pedido no restaurante ou ela pode ter comida as sobras da comida de dois dias atrás.

    D) as mesmas espécies de insetos/ ou os insetos que ele sempre matou . Essa esta bem ambígua.

    E) mesma espécie de cravo ou 1 cravo só que ela ia lá e sempre colhia ele?

    na letra A só existe um significado que o cliente via filme que ele ja tinha visto antes.

  • alguma coisa só é igual a ela mesma.

    Exemplo: Minha caneta pode ser semelhante a sua, mas não são as mesmas

  • ``Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio... pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!``

    HERÁCLITO DE ÉFESO

  • Mas no enunciado ele diz que se usar o mesmo como sendo igual, ta errado! Entendi que ele queria o que nao fosse Identico. Alguem me explica por favor

  • GABARITO A

    a) O cliente assistiu ao mesmo filme de ontem.

    É perfeitamente possível assistir a um filme diversas vezes, por vários dias, meses e anos (Eu assistindo "Pablo El Patrón Del Mal kkkkk).

    b) O freguês tomava o mesmo chope de sempre.

    Aqui dá ideia de que o freguês toma sempre o mesmo chope e isso é impossíivel. Se ele tomou um chope hoje, amanhã terá, necessariamente, que ser outro.

    c) A menina comeu o mesmo prato de dois dias atrás.

    É possível comer a mesma comida de dois dias atrás, mas o mesmo prato não, até porque ninguém come o prato.

    d) Todos os dias o funcionário matava os mesmos insetos.

    Não há como matar os mesmos insetos que matou no dia anterior, por exemplo.

    e) A secretária sempre colhia o mesmo cravo pela manhã. 

    A secretária pode colher outro cravo, mas não o mesmo que já foi colhido anteriormente.

  • Chutei (com critério) e acertei. O único "mesmo" sucedido de VTI.