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Prova FACET Concursos - 2018 - Prefeitura de Esperança - PB - Agente Administrativo


ID
2943085
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

Assinale a opção cuja sentença melhor sintetiza o tema central da narrativa:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    O cenário do texto é um lugar pobre, condenado até pelo título "seca", onde é representado pela miséria e também pela fome. Todo momento os personagens descrevem o quanto eles estão famintos e suas famílias também.

    Força, guerreiros(as)!!

  • Atuallidades

  • Assinale a opção cuja sentença melhor sintetiza o tema central da narrativa:

    Alternativas

    A

    O cangaço se faz presente no interior do Nordeste do Brasil, ocasionado pelo flagelo das secas.

    B

    É louvável a caridade dos proprietários das fazendas ao acolher os invasores de suas terras.

    C

    As estatísticas mostram que crescem, assustadoramente, as invasões de terra e os roubos de animais no interior do Brasil.

    D

    O drama da fome, ensejado pela seca, leva retirantes a invadir fazendas e a saquear bens alheios, em busca de comida.

    E

    A desonestidade grassa pelo interior, com desocupados invadindo terras e saqueando animais alheios.


ID
2943088
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o texto:

Alternativas
Comentários
  • Ué, a cabra nâo era do fazendeiro?

  • A cabra era da filha do fazendeiro, logo, a cabra não poderia ser efetivamente do fazendeiro

  •   - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

    acredito que esse trecho justifica o gabarito b, mas, ao meu ver, a alternativa A também está correta.

  • "O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... O Augusto veio olhar também e ficou danado: - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo!"

    O dono da fazenda achava, a princípio, que a cabra era sua, mas, no decorrer do texto, há indícios de que a cabra pertencia a um dos seus trabalhadores.


ID
2943091
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

Marque a opção INCORRETA, de acordo com o texto:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    A questão pede uma alternativa incorreta:

    O fazendeiro compreendeu, de imediato, que se tratava de uma situação insustentável e irremediável.

    >>> pelo contrário, no início o fazendeiro estava furioso, demorou bastante tempo e mesmo assim o fazendeiro resolveu perdoá-los com bastante restrição.

    Força, guerreiros(as)!!

  • Marque a opção INCORRETA, de acordo com o texto:

    Alternativas

    A

    O fazendeiro compreendeu, de imediato, que se tratava de uma situação insustentável e irremediável.

    B

    A família dos retirantes estava arranchada debaixo de um pé de juazeiro.

    C

    Não há nenhum indício textual sugerindo que os retirantes soubessem que a cabra tinha filhotes e estava amamentando-os.

    D

    O primeiro parágrafo traz indicações do cenário de seca que marca a cena.

    E

    Os homens que trabalhavam na fazenda, provavelmente, obedeciam às ordens do velho.


ID
2943094
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

Marque a opção CORRETA, de acordo com o texto:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    Augusto é o dono da fazenda e não é filho de nenhum dos personagens>>> Chico Luís é o capataz, observamos nessa parte: Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. (Augusto deu uma ordem).

    Força, guerreiros(as)!!

  • qual o erro da E???

  • Para responder é preciso utilzar a INFERÊNCIA, dedução

  • a) Augusto não é filho do fazendeiro.

    b) GABARITO (Chico recebe uma ordem em: "Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação.")

    c) Na fazenda não há uma casa de farinha, apenas forneceram da farinha que almoçaram.

    d) O velho não teve seu almoço interrompido, pois estava descansando na rede.

    e) As crianças despertaram compaixão no velho, mas não fala nada sobre polícia, foi evitada uma briga entre os capatazes do velho e os dois homens.

  • Essa questão tem duas alternativa correta, a alternativa B e E.

  • O gabarito da questão, de acordo com banca, está na letra E. Porém, na minha visão, há duas alternativas corretas, B e E.

  • Acredito que deve ser anulada. Tem 2 respostas, veja.

    LETRA "B": "Chico Luís é um capataz do velho fazendeiro."

    Isto infere-se neste trecho: "O feitor [capataz] largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal..."

    feitor = capataz

    LETRA "E": As crianças despertaram compaixão no velho, levando-o a não prestar queixa do ocorrido à polícia.

    A compaixão infere-se neste trecho: "Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora."

    Ou seja, qdo o velho viu as crianças, teve pena (compaixão) e por isso não mandou prender, que implicitamente decorre da queixa na polícia.

  • questão digna de anulação!!!

  • Marque a opção CORRETA, de acordo com o texto:

    Alternativas

    A

    Augusto, filho do velho fazendeiro, ficou impassível com a morte da cabra.

    B

    Chico Luís é um capataz do velho fazendeiro.

    C

    Na casa do velho fazendeiro, despontava uma casa de farinha.

    D

    À chegada dos retirantes, o velho teve seu almoço interrompido, de surpresa.

    E

    As crianças despertaram compaixão no velho, levando-o a não prestar queixa do ocorrido à polícia.


ID
2943097
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

Releia a passagem e, em seguida, responda: “O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera,...”. Indique a construção que pode ser explicativa ou sinonímica da expressão sublinhada:

Alternativas
Comentários
  • cuma!?

  • Oi. ..típica questão que chutaria

  • kkkk deve ser que ele sentou como se senta em um cavalo,,(com as pernas para fora)

  • questão que cobra um aspecto regional .O candidato fica na dúvida entre a letra A e C

  • não mede conhecimento

  • Só não posso esquecer da minha eguinha pocoto , pocoto , pocoto , pocoto ...

  • Dei uma "voada" nessa questão. kkkk

  • Sentou a cavalo quer dizer que ele sentou na rede como se estivesse montado num cavalo. Duas pernas pra fora da rede (que seria o cavalo), uma perna de cada lado. Aqui na minha cidade fala "escanchou", mas da pra entender kkkkk

  • Questão com linguagem regional.

  • Releia a passagem e, em seguida, responda: “O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera,...”. Indique a construção que pode ser explicativa ou sinonímica da expressão sublinhada:

    Alternativas

    A

    se sentou com os pés por dentro da rede

    B

    se deitou

    C

    se sentou com as pernas por fora da rede

    D

    se balançou

    E

    se estendeu


ID
2943100
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

Leia e responda em seguida: “O Augusto veio olhar também e ficou danado”. Encontre um sinônimo para a palavra destacada:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    >>> vamos procurar no texto: observamos no que vem após a palavra em destaque o quanto Augusto estava bravo. No caso foi usado uma linguagem coloquial (brabo).

    O Augusto veio olhar também e ficou danado

    Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

    Força, guerreiros(as)!!

  • Meu sonho que dissessem em que linha aparece no texto

  • Leia e responda em seguida: “O Augusto veio olhar também e ficou danado”. Encontre um sinônimo para a palavra destacada:

    Alternativas

    A

    perplexo

    B

    contemplativo

    C

    curioso

    D

    brabo

    E

    atônito


ID
2943103
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

“O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo.”


De acordo com as normas vigentes no sistema ortográfico da língua portuguesa, as palavras grifadas, respectivamente, apresentam:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    Vamos analisar cada uma das palavras:

    >>> VELHO --- LH é um dígrafo consonantal (duas consoantes com um só som).

    >>> CABRA --- BR é um encontro consonantal perfeito (mesma sílaba), imperfeito é sílabas diferentes: caSCa.

    >>> SEQUER --- QU tem somente um som: seKer, logo temos um dígrafo.

    Força, guerreiros(as)!!

  • a) dígrafo / encontro consonantal / dígrafo.

     

     

    Dígrafo - é o emprego de duas letras para a representação gráfica de um só fonema (som).

     

    Exemplos: passo; chá; manhã; palha; enviar; mandar; velho e sequer.

     

     

    Encontro consonantal – é o seguimento imediato de duas ou mais consoantes de um mesmo vocábulo. Há encontros consonânticos pertencentes a uma sílaba, ou a sílabas diferentes. (ambas são pronunciadas).

     

    Exemplos: livro; blusa; prosa; clamor; ritmo; pacto; afta e admitir.

     

     

    FONTE: BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

  • velho= DÍGRAFO CONSONANTAL

    cabra= ENCONTRO CONSONANTAL PERFEITO

    sequer= pronuncia-se se.ker. logo DÍGRAFO CONSONANTAL

    Bons estudos.

  • VELHO----> VE-LYO ( DIGRAFO)

    CABRA---> CA-BRA ( ENCONTRO DE CONSOANTE)

    SEQUER---> SE-QER ( DIGRAFO)

    GABARITO LETRA A

  • Velho - Digrafo LH - 

    Cabra - Encontro consonaltal Perfeito BR

    Sequer - Digrafo QU

    Sempre que tem H tem digrafo

    o ''U'' se sequer não tem fonética , não se dis SEKUER, e sim SEKER

  • velho = dígrafo

    cabra = encontro consonantal

    sequer = dígrafo

  • INDO MAIS ALÉM...

    Por serem parecidos, o dígrafo e o encontro consonantal podem ser confundidos. Para que isso não aconteça, é necessário prestar atenção em alguns detalhes. 

    No dígrafo, as duas letras ficam juntas, mas possuem o som de uma letra só. Já no encontro consonantal, duas consoantes ficam juntas, mas cada uma produz o seu próprio som. Ao ser pronunciada a palavra, é possível compreender o som das duas letras. 

    Os encontros consonantais podem ser classificados ainda como perfeitos e imperfeitos. Veja a diferença:

    Encontro consonantal perfeito: acontece quando o encontro das duas consoantes permanece na mesma sílaba após a  da palavra. Além disso, eles possuem uma consoante seguida de L ou R na mesma sílaba.

    Exemplos:

    - Flores: flo-res;

    - Claro: cla-ro;

    - Soprar: so-prar;

    - Livro: li-vro;

    - Blusa: blu-as;

    - Planta: plan-ta.

    Encontro consonantal imperfeito: acontece quando as duas consoantes da palavra se separam quando acontece a separação de sílabas.

    Exemplos:

    - Forte: for-te;

    - Curto: cur-to;

    - Torta: tor-ta;

    - Objeto: ob-je-to;

    - Advogado: ad-vo-ga-do;

    - Absoluto: ab-so-lu-to.

    Existem ainda os encontros consonantais que não se separam quando estão no início da frase, porque não existe uma sílaba sem uma vogal.

    Exemplos:

    - Gnomo: gno-mo;

    - Psicólogo: psi-có-lo-go;

    - Psicológico: psi-co-ló-gi-co.

    FONTE: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/digrafo


ID
2943106
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

“O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo.”


Considerando o contexto e a variação linguística das expressões, indique os sinônimos respectivos de “fazer o malfeito”, “recebe o favor” e “abana o rabo” 

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    roubar (roubaram a cabra) / ser perdoado (o homem não quis puni-los, resolveu fazer um "favor") / agradecer (perdoou-lhes do ato e ainda deu-lhes farinha).

    Força, guerreiros(as)!!


ID
2943109
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

Compare as palavras grifadas nas passagens: “– cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo.”  /  “Ainda o dono da cabra que baixou os seus:...”. Do ponto de vista ortográfico, essas palavras são classificadas como:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO C

    Homônimos são palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas da mesma forma, como cem e sem.

    Parônimos são também palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas da forma parecida, como comprimento e cumprimento.

  • GABARITO: LETRA C

    cabra (modo de se referir a um homem) desgraçado ---- dono da cabra (animal).

    >>> Estamos diante de: Homônimos perfeitos são palavras que possuem a mesma grafia e o mesmo som, mas que apresentam significados diferentes.

    >>> homógrafas (grafia parecida), homófonas (fon -- som parecido e grafia diferente).

    Força, guerreiros(as)!!

  • GABARITO C

    Chamamos de homônimas as palavras que apresentam a mesma fonética, mas semântica diferenciada. Vejamos: Homófonas (homo: mesmo; fono: som) - pronúncias iguais, grafias diferentes. Homógrafas (homo: mesmo; grafia: escrita) - escritas iguais, sons diferentes.

    Os parônimos são palavras de sentido diferente e forma semelhante, que provocam, com alguma frequência, confusão. Essas palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados diferentes. Os parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma. ex.: CAVALEIRO e CAVALHEIRO; COMPRIMENTO e CUMPRIMENTO; TRÁFEGO e TRÁFICO.

    bons estudos

  • Gabarito C

    POLISSEMIA/HOMÔNIMOS/PARÔNIMOS/ANTÔNIMOS/SINÔNIMOS

    Polissemia mesma grafia – muda o sentido – mesma classe gramatical;

    Homonímia significados diferentes – classe gramatical diferente;

    ·       Homônimo homófono – mesmo som, grafia diferente;

    ·       Homônimo homográfico – mesma grafia, som diferente;

    ·       Homônimos Perfeito – mesma grafia + mesmo som.

    parônimo parecido na grafia ou na pronuncia, significado diferente.

    Antônimo palavra com significado oposto.

    Sinônimo palavra com mesmo significado.

  • 1) Parônimo – palavra cujos fonemas podem se confundir com os de outra(s), por razões etimológicas ou simplesmente tônicas.

    Ex.: deferir (atender ao solicitado) e diferir (discordar)

    cavalheiro (educado, gentil) e cavaleiro (que cavalga)

     Homônimos - palavras com a grafia e/ou com a pronúncia iguais. a) homógrafos – mesma grafia Ex.: almoço (substantivo) e almoço (verbo)

    b) homófonos – mesma pronúncia Ex.: conserto e concerto (substantivos ou verbos)

    c) perfeitos – mesma grafia e pronúncia Ex.: manga (parte da roupa) e manga (fruta)

    GAB- Resposta:C

    Fonte: Profª. Isabel Vega

  • Igual "manga":

    -da camisa;

    -fruta

  • homônimo perfeito: grafia e pronúncia idênticas.

     

  • GABARITO LETRA C

    cabra (modo de se referir a um homem) desgraçado

    dono da cabra (animal).

  • A palavra “cabra”, na primeira ocorrência, possui o sentido de “homem” e, na segunda ocorrência, nomeia o animal.

    “cabra” possui a mesma grafia e a mesma pronúncia, mas sentidos diferentes. Portanto, são palavras homônimas.

    LETRA C


ID
2943112
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Seca   

                                                       (Rachel de Queiroz)
 
       Era a hora do almoço dos trabalhadores. Enquanto os homens comiam lá dentro, o fazendeiro velho sentava-se na rede do alpendre, à frente de casa espiando o sol no céu, que tinia como vidro, procurando desviar os olhos da água do açude, lá além, que dentro de mais um mês estaria virada em lama. 

      Os dois cabras se aproximaram sem que ele pressentisse. Eram um alto e um baixo; o baixo grosso e escuro, vestido numa camisa de algodãozinho encardido. O alto era alourado, e não se podia dizer que estivesse vestido de coisa nenhuma, porque era farrapo só. O grosso na mão trazia um couro de cabra, ainda pingando sangue, esfolado que fora fazia pouco. E nem tirou o caco de chapéu da cabeça, nem salvou ao menos. 

      O velho até se assustou e bruscamente se pôs a cavalo na rede, a escutar a voz grossa e áspera, tal e qual quem falava: 

      - Cidadão, vim lhe vender este couro de bode. 

      Aquele “cidadão”, assim desabrido, já dizia tudo. Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.  Assim, o fazendeiro achou melhor fingir que não ouvira – e foi se pondo em pé. 

      - O Quê? Que é que você quer? 

      O homem escuro botou o couro em cima do parapeito e o sangue escorreu num fio pela cal da parede. 

      - Estou arranchado com minha família debaixo daquele juazeiro grande, ali. Essa cabra passou perto – não sei de quem era. Matei, e a mulher está cozinhando a carne para se comer. Agora, o couro – o senhor ou me dá dinheiro por ele, ou me dá farinha. 

      - E de quem é essa cabra? É minha? Quem lhe deu ordem para matar? 

      O velho estava tão furioso que o dedo dele, espetado no ar, tremia. E o loureba esfarrapado chegou perto dele e deu a sua risadinha: 

      - Ninguém perguntou a ela o nome do dono... 

      Mas o outro, sempre sério, olhou o velho na cara: 

      - Matei com ordem da fome. O senhor quer ordem melhor? 

      Nesse meio tempo, os homens que almoçavam lá dentro escutaram as vozes alteradas e vieram ver o que havia. Eram uns doze – foram aparecendo pelo oitão da casa, de um em um e se abriram em redor dos estranhos no terreiro.

      Aí o velho, se vendo garantido, começou a gritar: 

      - Na minha terra só eu dou ordem! Vocês são muito é atrevidos – me matarem o bicho e ainda trazerem o couro pra vender, por desaforo! Chico Luís, veja aí de quem é o sinal dessa criação. 

      O feitor largou a foice no chão, puxou as orelhas do couro, e virou-se achando graça para um dos companheiros: era a sua cabrinha, não era mesmo, compadre Augusto? Está aqui o sinal... 

      O Augusto veio olhar também e ficou danado: 

      - Seus perversos, a cabra era da minha menina beber leite, estava de cabrito novo! 

      Mas o olho do homem escuro era feio e, se ele se assustara vendo-se cercado pelos cabras da fazenda, não deu parecença. O loureba é que virava a cara dum lado para outro, procurando saída; ainda levou a mão ao quadril, tateou o rabo da faca – mas cada um dos homens tinha uma foice, um terçado, um ferro na mão. 

      Nesse pé, o fazendeiro, para acabar a história, resolveu mostrar bom coração; e gritou para o corredor: 

      - Menina! Manda aí uma cuia com um bocado de farinha! 

      Depois, retornando ao homem: 

      - Eu podia mandar prender vocês, para aprenderem a não matar bicho alheio! Mas têm crianças, não é? Tenho pena das crianças! Leve essa farinha, comam e tratem de ir embora. Daqui a uma hora quero o pé de juazeiro limpo e vocês na estrada. Podem ir! 

      O homem recebeu a cuia, não disse nada, saiu sem olhar para trás. O outro o acompanhou, meio temeroso, tirou ainda o chapéu em despedida e pegou no passo do companheiro. O velho reclamava em voz alta – cabra desgraçado, além de fazer o malfeito, recebe o favor e nem sequer abana o rabo. 

      Os trabalhadores, calados, acompanhavam com os olhos os dois estranhos que marchavam um atrás do outro, na direção do juazeiro, do qual só se avistava a copa alta dali do terreiro. Ninguém sabe o que pensavam; o dono da cabra deu de mão no couro e foi com ele para trás da casa. 

      Aí a sineta bateu e os homens saíram para o serviço. Passando pelo juazeiro, lá viram a família ao redor do fogo, os meninos procurando pescar pedaços da carne que fervia numa lata. Mas o homem escuro, encostado ao tronco, via-os passar, de braços cruzados, sem baixar os olhos. Ainda foi o dono da cabra que baixou os seus; explicou depois que não gostava de briga.

MORALIDADE: Este caso aconteceu mesmo. Faz mais de trinta anos escrevi uma história de cabra morta por retirante, mas era diferente. Então, o homem sentia dor de consciência, e até se humilhou quando o dono do bicho morto o chamou de ladrão. Agora não é mais assim. Agora eles sabem que a fome dá um direito que passa por cima de qualquer direito dos outros. A moralidade da história é mesmo esta: tudo mudou, mudou muito.
 
Elenco de cronistas modernos [por] Carlos Drummond de Andrade [e outros] – 21ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2005

Releia o trecho e responda, em seguida: “Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.” A expressão sublinhada significa:

Alternativas
Comentários
  • (B)

    “Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.”

    “Ninguém chega
    bem-intencionado em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.”


    #FAVOR MANTER A VERSÃO ANTIGA DO SITE#

  • Apesar de inusual, "tenção" é substantivo que tem como sinônimo propósito, intenção. Portanto, alguém de boa tenção é bem-intencionado.

    Letra B

  • Releia o trecho e responda, em seguida: “Ninguém chega de boa tenção em terreiro alheio sem dar bom-dia, e tratando o dono da casa de cidadão.” A expressão sublinhada significa:

    Alternativas

    A

    bem-vocacionado

    B

    bem-intencionado

    C

    com boa atenção

    D

    de boa pretensão

    E

    de boa presunção


ID
2943115
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Dadas as proposições:

I. se k é um número par, então k2 é um número par.

II. se k é um número ímpar, então k2 é ímpar.

III. se k ϵ Z e k2 é par, então k é par.

IV. se k ϵ Z e k2 é ímpar, então k é ímpar.

Podemos afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • OBS1: nessa questão, necessita usar de um conhecimento básico das propriedades matemáticas para julgar as proposições simples.

    I. se k é um número par, então k^2 é um número par.

    II. se k é um número ímpar, então k^2 é ímpar.

    Perceba que, em ambas as proposições compostas I e II, a 1ª proposição simples "amarra" a segunda segundo conhecimentos básicos de matemática: o quadrado de um numero par é sempre par e um quadrado de numero impar é sempre impar.

    Logo, as únicas combinações possíveis tanto na I quanto na II é V -> V = V ou F -> F = V. E o resultado de ambas da "Verdadeiro" para a proposição composta formada pelo "se...então", segundo a "tabuada lógica".

    Apenas sabendo disso já dava pra responder, pois apenas a letra "E" considera mais de uma das proposições I,II,III e IV como correta.

    Mas continuando mesmo assim:

    III. se k ϵ Z e k^2 é par, então k é par.

    IV. se k ϵ Z e k^2 é ímpar, então k é ímpar. 

    Nessas proposições compostas, perceba que existe a mesma "amarra" da primeira parte segundo os mesmos conhecimentos matemáticos - se k^2 for par então k é par ou se k^2 for impar k é impar. Vamos reescrever as proposições para facilitar:

    III. (A ^ B) -> C

    IV. (D ^ E) -> F

    Na III, B está "amarrada" em C, ou seja, se B for verdadeira a C também será, e vice-versa, assim como se a B for falsa a C também será e vice-versa. O mesmo acontece entre a E e a F da IV. Assim posto, as combinações possíveis ficam assim:

    III. (A ^ B) -> C

    (V ^ V) -> V = V -> V = Verdadeiro

    (F ^ V) -> V = F -> V = Verdadeiro

    (V ^ F) -> F = F -> F = Verdadeiro

    IV. (D ^ E) -> F

    (V ^ V) -> V = V -> V = Verdadeiro

    (F ^ V) -> V = F -> V = Verdadeiro

    (V ^ F) -> F = F -> F = Verdadeiro

    OBS2: perceba que é impossível a configuração V -> F, que é o que torna a proposição composta formada pelo "se...então" falsa.

    E assim, concluímos que todas as proposições compostas I,II,III e IV são verdadeiras.


ID
2943118
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Em janeiro, a produção da indústria onde Egídio trabalha foi de 1 586 unidades. Em fevereiro, houve uma redução de 138 unidades em relação a janeiro, e em março houve um aumento de 207 unidades em relação a fevereiro. Qual a produção de março nessa indústria?

Alternativas
Comentários
  • JAN 1586

    FEV 1586 - 138 = 1448

    MAR 1448 + 207 = 1655

    OU

    -138 +207 = +69

    1586 + 69 = 1655

  • Era so somar a diferença entre 207 e 138 com 1586. Da 1655


ID
2943121
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Distribuiu-se certa quantidade de balas entre quatro crianças. A primeira recebeu 2/5 mais 6 balas; a segunda 1/4 mais 5; a terceira, 2/8 mais 9 e a quarta, 20 balas. Quantas balas foram distribuídas a cada uma das três primeiras, respectivamente?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO C.

    2/5x + 6 + 1/4x + 5 + 2/8x +9 + 20 = x         (mmc 40)

    16x + 240+ 10x + 200 + 10x + 360 + 800= 40x

    1600= 40x-36x

    1600/4=x

    x=400

    primeira= 2/5  de 400 + 6= 166

    segunda= 1/4 de 400 + 5 = 105

    terceira= 2/8 de 400+ 9=  109

  • 2/5 +6+1/4+5+2/8+9+20 = ?

    MMC 5 , 4 , 8= 40

    36/40

    SOBRAM 4/40 dito isso, 1 parte é igual a 10

    10x40 = 400 (todas as partes)

    1° criança= 2/5

    400 : 5 = 80 x 2 =160 + 6 balas= 166

    2° criança 1/4

    1 parte de 400 é 100, + 5 balas =105

    ..............continuem

    se voces pegarem as balas foras das frações e somarem 6+5+9+20=40

    na fração deu 36/40 logo as outas 4 partes para completar é 40 e assim cada 1 parte vale 10. vlw flw


ID
2943124
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Não definido

Seja x o maior número inteiro de quatro algarismos que é divisível por 13 e y o menor número inteiro positivo de quatro algarismos que é divisível por 17. A diferença x – y é um número:

Alternativas
Comentários
  • o maior 769 de 13 e o menor é 1=768
  • múltiplo de6

ID
2943127
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um lojista no ramo automotivo na tentativa de aumentar suas vendas e de chamar a atenção de sua clientela, deu aumento de 25% na frota de veículos e depois anunciou 20% de desconto. Podemos disso concluir que:

Alternativas
Comentários
  • vamos dizer que o valor é = 100 reais

    aumentou 25% passou a ser 125 reais

    deve um desconto de 20% passou a ser 100 reais novamente.

    RESPOSTA LETRA : E

  • Considere o valor inicial como R$100,00

    Para o aumento, multiplique o valor por 1,25 (=100% + 25%) = X

    Para o desconto, pegue o X e multiplique por 0,80 (=100% - 20%)

    Letra E.

  • Aumento 25% e Desconto 20%

    +25%. -20%. (Soma) = +5%

    +2,5. -2,0. (Volta e multiplica) =-5%

    +5 e -5=0. (Manteve o mesmo)

  • Aumento 25% e Desconto 20%

    +25%. -20%. (Soma) = +5%

    +2,5. -2,0. (Volta e multiplica) =-5%

    +5 e -5=0. (Manteve o mesmo)

  • Suponhamos que o Valor iniciar seja 100,00 reais

    100 x 25/100 = 25 ou seja, o valor passa a ser 125,00

    agora menos 20%

    20 x 125/100 = 25 ou seja, o valor passou a ser 100,00 novamente

    GABARITO / E

  • Usei fatores de aumento/diminuição sucessivos para resolver.

    Aumento de 25%

    100% + 25% = 125% = 1,25

    Diminuição de 20%

    100% - 20% = 80% = 0,80.

    Como são fatores, devem ser multiplicados:

    0,8*1,25 = 1

    Mas o 1 está em valor unitário, devendo-se multiplicar por 100 para assumir a forma percentual, portanto 1x100 = 100%.

    O resultado final deve ser subtraído por 100:

    100%-100%: 0 - letra "E", não houve alteração dos valores.

  • Black Friday!!!!!!!!

  • 100 100%

    X 25%

    100x=2500/100

    X=25+100=125(com o aumento passou a ser 125.

    Agora o desconto:

    125 100%

    X 20%

    100x=2500/100

    X=25-125=100 (o preço voltou a ser o mesmo)

  • KDE e GNOME pra mim eram interfaces gráficas e não versões no Linux


ID
2943130
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Três sócios repartiram o lucro mensal da empresa da seguinte forma:
 

Jorge ficou com 40% do total. 

Marcos ficou com 80% da quantia de Jorge. 

Lucas ficou com R$ 4 200,00.
 


Qual foi o lucro da empresa nesse mês?

Alternativas
Comentários
  • vamos passar para a forma decimal:

    jorge = 40% ///// 0,4

    marcos= 80% da quantia de jorge /////0,8

    lucas= 4200

    0,4X + 0,8 . 0,4 X + 4200 = X

    0,4 + 0,32 X + 4200 = X

    4200= X - 0,4 X - 0,32 X

    4200 = X - 0,72 X

    4200= 0,28 X

    4200 / 0,28X

    X= 15.000

    RESPOSTA LETRA : D

  • Jorge possui 40% do Total

    Marcos possui 80% dos 40 % de Jorge*, isso é igual a: 32% do Total.

    *É só multiplicar 80 por 40 e andar 2 casas para esquerda.

    Ora, 40%+32% = 72% , restam 28% que é exatamente a parte do Lucas.

    Se 28% ------------- R$4.200

    72% ------------------ X

    x=R$10.800 + R$4.200 = R$15.000

  • Três sócios repartiram o lucro mensal da empresa da seguinte forma:

    • Jorge ficou com 40% do total.

    • Marcos ficou com 80% da quantia de Jorge.

    • Lucas ficou com R$ 4 200,00.

    resposta:

    testando os valores das respostas....

    >Analisando a resposta da letra D= 15000,00...

    15.0000 * 40%(valor total de Jorge) = 6000

    >sendo que, Marcos ficou com 80% da quantia de Jorge, então,

    6000* 80% = 4800

    >Lucas ficou com 4200

    fazendo a soma dos três valores, temos:

    6000+4800+4200 = 15000


ID
2943133
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Em uma pequena comunidade constatou-se que, de cada cinco crianças, duas possuem olhos azuis. Qual a razão entre o número de crianças que não possuem olhos azuis e o número total de crianças?

Alternativas
Comentários
  • SE A CADA 5 CRIANÇAS, DUAS POSSUEM OLHOS AZUIS, SIGNIFICA DIZER QUE O RESTANTE NAO POSSUE, OU SEJA, 3. PORTANTO 3/5.

  • 5/5 (todo) - 2/5 = 3/5

  • A questão pede a razão entre o número de crianças que não possuem olhos azuis e o total de crianças.

    Se a cada 5, 2 possuem olhoso azuis, significaque 3 não possuem, e se a fração representada foi de 2/5, significa que 5 é o total. Juntando as duas informações: a resposta é 3/5.


ID
2943139
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Uma roda com 40 dentes engrena com outra de 30 dentes. Sabendo que a primeira deu 450 voltas. Qual o número de voltas da segunda?

Alternativas
Comentários
  • acredito que o recurso foi porque na física quanto menor o diâmetro maior seria a velocidade e não menor

ID
2943142
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Numa fazenda, o número de carneiros é 1/6 do número de vacas, e o de porcos é 1/5 do de carneiros. Sabendo-se que o total é de 720 animais, pergunta-se: quantos são os carneiros, as vacas e os porcos, respectivamente?

Alternativas
Comentários
  • Aquele momento em que você percebe que é só fazer a soma dos valores das alternativas e que apenas 1 dá 720 e está correta enquanto vc estava se matando pra tentar resolver a questão. kkkkk

  • ah num que isso kkkkkkk

  • Como diria o professor André Arruda do Alfacon !

    Enquanto o maluco do Internacional passa uma hora quebrando cabeça tentando resolver essa questão,

    o gurizinho do Grêmio bate o olho e ja ve que é somar os valores das alternativas !

    kkkkkkkkkk

    GABARITO / A

  • A.... vai te toma no ... rapá

  • pqp nao acredito que levei 10 minutos

  • eu sabia com laranjas kkk

  • Temos:

    V--> Vacas

    C--> Carneiros

    P--> Porcos

    C=V/6 e P=1/5*V/6=V/30

    V+V/6+V/30=720 V+6V+30V/30=720

    36V=720*30

    36V=21600

    V=21600/36

    V=600

    C=600/6=100

    P=1/5*100=20

    V=600

    C=100

    P=20

    Bons estudos!

  • 1/5 de 100 é 20 logo a letra A está correta

  • RESOLVI PELAS QUESTÕES

    1/6 DE 600 = 100

    1/5 DE 100 = 20

    RESPOSTA LETRA A


ID
2943145
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Atualmente, a Coreia do Norte está aparecendo frequentemente nos telejornais. Sobre este país, julgue V para Verdadeiro e F para Falso:
 
(    )  A Coreia do Norte se localiza no Oriente Médio.

(    )  A Coreia do Norte possui o maior armamento nuclear do continente em que este se encontra. 

(    )  A Coreia do Norte e a Coreia do Sul assinaram tratados para se unificarem em 2019.
 
A sequência correta é a letra:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: E

    ''A Coreia do Norte se localiza no Oriente Médio.''

    A Coreia do Norte se localiza na ÁSIA

    ''A Coreia do Norte possui o maior armamento nuclear do continente em que este se encontra.''

     A Coréia do Norte é comunista, pobre, estagnada e possui um governo totalitário e opressor. 

    ''A Coreia do Norte e a Coreia do Sul assinaram tratados para se unificarem em 2019. ''

    Os tratados foram assinados em 2018.

  • ''A Coreia do Norte possui o maior armamento nuclear do continente em que este se encontra.''

    ERRADO -

    CHINA


ID
2943148
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Cuidar da casa, lavar a roupa e cozinhar são tarefas frequentemente exercidas pelas mulheres ao longo do tempo. Porém, esta realidade vem se alterando nos dias de hoje, sendo comum em muitos lares, os homens já exercerem estas funções. Há um movimento que luta pela igualdade de gênero entre homens e mulheres. Este movimento é chamado de:

Alternativas
Comentários
  • O feminismo é um movimento social que, segundo os historiadores, surgiu após a  e que se fortaleceu na Inglaterra, durante o século XIX, e depois nos Estados Unidos, no começo do século XX. Esse movimento luta pela igualdade de condições entre homens e mulheres, no sentido de que ambos tenham os mesmos direitos e as mesmas oportunidades.

    Fonte: brasil escola

  • nazismo claro


ID
2943151
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Ao definirmos que uma determinada região possui uma “baixa amplitude térmica”, estamos afirmando que:

Alternativas
Comentários
  • Letra B - Na região, a diferença de temperatura entre a mínima e a máxima é pequena.

  • Letra B - Alô você !!!

  • Amplitude Térmica é a diferença entre as temperaturas máximas e mínimas dentro de um período previamente estabelecido. Pode ser feito em diária, mensal e anual

    Letra B

  • Máxima e a mínima temperatura de um lugar

  • Letra B

    amplitude térmica é a diferença entre a máxima e a mínima temperatura de algum local e num determinado período de tempo.

    Quando essa diferença é grande dizemos que a amplitude térmica é alta.

    Por outro lado, se a diferença entre a mínima e a máxima é pequena, dizemos que a amplitude térmica é baixa.

  • Um bizu - amplitude alta no Brasil - clima SUBTROPICAL e SEMIARIDO

  • Amplitude térmica :

    Baixa > Lugares que ficam próximos a rios e mares, sendo, portanto, chamados de maritimidade.

    a diferença entre as temperaturas máximas e mínimas é pequena.

    Por exemplo, a Bahia apresenta 30 graus durante a tarde e a noite 28 graus.

    Alta> Lugares afastados de rios e mares , esse lugares são chamados de continentalidade

    Por exemplo, Brasília apresenta durante a tarde 30 graus e a noite 10 graus.

    Letra B

    PM/BA 2020

  • CLIMAS DO BRASIL

    2 Climas com BAIXA amplitude térmica: equatorial, tropical litorâneo.

    4 Climas com ALTA amplitude térmica: semiárido, tropical de altitude, tropical típico e subtropical.


ID
2943154
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Sobre a poluição atmosférica, marque V para Verdadeiro e F para Falso:

( ) Um dos maiores gases poluidores do mundo é o metano, provindo em boa parte das vacas e bois.

( ) As queimadas das florestas não emitem gás carbônico, apenas os automóveis e as indústrias.

( ) O gás metano é emitido principalmente pelos automóveis.

( ) A camada de ozônio funciona como um protetor natural, sem sua existência, não existiria vida na terra.

A alternativa com a sequência correta é a letra:

Alternativas
Comentários
  • Errei a primeira alternativa. Quer dizer que as vacas e os bois, por emitirem metano, são responsáveis por boa parte da poluição no planeta. Isso pode Arnaldo kkk?

    Fé em Deus e rumo a nossa vitória, guerreiros.

  • "Pode parecer brincadeira, mas a produção de carne bovina - em especial, a flatulência das vacas - tem responsabilidade maior na emissão de gases do efeito estufa do que a quantidade de gás emitida pelos automóveis. A digestão dos bovinos faz com que seja lançado gás metano (CH4) na atmosfera. Assim como o gás carbônico (CO2), resultado da queima de combustíveis fósseis, o metano acelera o processo do efeito estufa, o que faz com que a temperatura no planeta aumente a cada ano."

     

    FONTE: https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/pum-de-vaca-polui-mais-do-que-carros-03092015

  • na terra primitiva não tinha uma camada de oxônio, mas existia vida na sua forma mais basilar no oceano. Afirmar que não existiria vida se essa camada acabar é equivoco pq a vida unicelular cresceu nessa calamidade eventual.

  • Resposta: D


ID
2943157
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Assinado em 1750, este Tratado praticamente instituiu os limites territoriais do Brasil para além dos acordos estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. Qual Tratado estamos caracterizando?

Alternativas
Comentários
  • Letra E

    A) Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa.

    B) Tratado de Lisboa é um documento com acordo e termos elaborados pelos países-membros da União Europeia que pretende reformar ou alterar determinadas características legislativas do bloco. Após seis anos de debate, o tratado foi concluído em 2007, quando foi assinado pela maioria dos países europeus e entrou em vigor a partir de 2009.

    C) foi um Tratado de paz entre o Reino de Portugal e o Reino de Castela assinado em 31 de outubro de 1411 em Ayllón.

    D) O Tratado sobre a tolerância é uma obra que François Marie Arouet, dit Voltaire escreveu no Castelo de Ferney-Voltaire e publicou em 1763 depois da morte de Jean Calas, injustamente acusado e executado a 10 de Março de 1762 pela morte do seu filho, que se havia convertido ao catolicismo.

    E) Tratado de Madrid (1750) O Tratado de Madrid foi um tratado firmado na capital espanhola entre os reis João V de Portugal e Fernando VI de Espanha, em 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim assim às disputas.

  • GABARITO E

    Tratado de Madrid foi um tratado firmado na capital espanhola entre os reis João V de Portugal e Fernando VI de Espanha, em 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim assim às disputas.

    PMSP

  • A) O Tratado de Versalhes (1919) foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial, sendo que a Alemanha o classificou como diktat.

  • GABARITO: E

    Em 1492 Espanha descobre a america e Portugual descobre o que vem a ser o brasil em 1500.

     

    Criou-se um conflito diplomático entre Espanha e Portugal pala posse das terras conquistadas e a conquistar. Com isso o papa (que por sinal era espanhou e amigo do rei castelhano) expediu a bula inter coetera. Os termos desagradaram à Coroa Portuguesa. Para solucionar esse impasse, foi negociado o Tratado de Tordesilhas (1494), que estabeleceu um novo meridiano a 370 léguas das referidas ilhas.

     

    Em 1580 o tratado de tordesilhas não era mais necessario pois Espanha e portugal tinham o mesmo rei, o espanhou Filipe ll, (UNIÃO IBÉRICA) e isso fez com que o Brasil fosse tomando as proporções que tem hoje, Portugal havia ocupado a Amazônia com a exploração das drogas do sertão e fundado a colônia de sacramento.

     

    Em 1640 Portugal consegue se libertar do dominio espanhou dando fim a união ibérica.

     

    Em 1750 Portugal e Espanha assinaram o tratado de madri, pelo qual ficou estabelecido que a Espanha ficaria com a posse de Sacramento, enquanto Portugal ficaria com a Amazônia e o centro-oeste. Montanhas e rios serviram como indicadores das demarcações de limites, a partir de uma espécie de delimitação por fronteiras naturais. Além disso, o princípio romano do uti possidetis, que pode ser traduzido pela ideia de que “o território é de quem nele habita” foi utilizado pelos portugueses para reivindicar aqueles espaços.

     

     

     

  • Para quem já leu a obra O Uraguay de Basílio da Gama tirou de letra essa questão.


ID
2943160
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

No sistema operacional Microsoft Windows, é possível visualizar os processos em execução no sistema, bem como o consumo de recursos de cada processo, através de uma aplicação dedicada a este propósito conhecida como:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: B

     

    O “Gerenciador de Tarefas” do Windows 10 é uma poderosa ferramenta que monitora o desempenho de vários recursos do PC, como memória, uso do espaço de armazenamento, CPU, entre outros elementos de hardware.

     

    Atalho direto: Ctrl + Shift + Esc

    Atalho indireto: Ctrl + Alt + Del

     

    Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2017/02/como-usar-o-gerenciador-de-tarefas-no-windows-10.html

  • Quando pressionamos CTRL + SHIFT + ESC o Gerenciador de Tarefas é aberto, mostrando os programas em execução. Nele podemos, inclusive, fechar um programa que esteja travado ou algo do tipo, através do botão "finalizar tarefa".

    Na janela do gerenciador de tarefa, temos a opção "Mais detalhes" que mostra o consumo dos programas em execução.

  • GABARITO: B.

    Gerenciador de tarefas.

    Quando pressionamos CTRL + SHIFT + ESC o Gerenciador de Tarefas é aberto, mostrando os programas em execução. Nele podemos, inclusive, fechar um programa que esteja travado ou algo do tipo, através do botão "finalizar tarefa".

    Na janela do gerenciador de tarefa, temos a opção "Mais detalhes" que mostra o consumo dos programas em execução.


ID
2943163
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Diversos programas possuem atalhos do teclado para executar certos comandos sem a necessidade de usar o mouse. No processador de texto Microsoft Word, qual o atalho do teclado para salvar o documento atual?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: A

     

    A) Ctrl + B = Salvar

     

    B) Alt + S = Seleciona a guia "Referências"

     

    C) Alt + B = Sem função

     

    D) Ctrl + S = Sublinhado

     

    E) Ctrl + C = Copiar

     

    OBS: No Writer, o atalho para salvar um documento é Ctrl + S.

  • Letra A.

    Ctrl + B em outros aplicativos é para negritar e no Word é para salvar.

  • GABARITO B

    CTRL + B = salvar ; lembro de box, caixa, onde guardamos as coisas.

    Bons estudos


ID
2943166
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Considere os seguintes softwares:

I. Mozilla Thunderbird

II. Opera

III. Microsoft Edge

IV. Mozilla Firefox

V. Chromium

Quais destes softwares são navegadores web?

Alternativas
Comentários
  • GAB : D

    Thunderbird é um aplicativo de e-mail gratuito.

  • Chromium é um projeto de navegador de código aberto do Google que tem como objetivo construir um software mais seguro, mais rápido e mais estável para todos os usuários de Internet. O código do Chromium serve de base pro Google Chrome.

    Fonte: Elias Praciano/2015: diferenças entre google chromium e google chrome.

  • GAB: D

    Mozilla Thunderbird é um software cliente e  da , mesma criadora do . 

  • Por eliminação, pois não sabia desse CHROMIUM.

  • Por eliminação, D

    Esse último já foi pro meu caderninho.

  •   se souber o que e Mozilla Thunderbird ja acerta a questao

  • Sabendo que o Thunderbird é um cliente de e-mail, já mata a questão.

  • Rapais... Thunderbird é um software livre. Eu não prestei atenção e errei. rsrs

  • Chromium é sacanagem... Acho que queriam dizer CHROME.

  • GAB: D

    Mozilla Thunderbird é um software cliente e  da , mesma criadora do.

    Chromium é um projeto de navegador da Web.

  • Chromium é o nome técnico dado ao navegador que conhecemos pelo nome fantasia.

  • Era so lembrar que I é email

  • Chromium é um projeto de navegador web de código aberto desenvolvido pela Google, no qual o Google Chrome baseia o seu código-fonte. Os navegadores compartilham a maior parte do código-fonte e recursos, mas há algumas diferenças menores em recursos e ambos possuem licenças distintas

  • Lembrei do seu "Creissu"...

    Rs...

  • Eles eram na escrita crhomiun chrome*

  • Quais são as diferenças entre o Chrome e o Chromium? Qual deles você deve escolher?

    Para que possa proteger a marca "Chrome" ao mesmo tempo em que devolve benefícios para a comunidade de software livre, o Google oferece o Chromium, que nada mais é que uma versão do Chrome com código aberto. Por ter seu código-fonte aberto (diferente do Chrome tradicional, que é gratuito mas tem porções de código proprietário), o Chromium está disponível em uma enorme quantidade de distribuições do sistema operacional Linux e também pode ser baixado para Windows, Mac e outras plataformas.

    Assim sendo, muitas das novidades que são anunciadas para o Chrome aparecem primeiro no Chromium, já que o navegador faz parte do Projeto Chromium, que funciona como base de desenvolvimento do Chrome e de tecnologias relacionadas. O Chromium funciona como se fosse uma versão beta do Chrome, recebendo novos recursos antes da versão comercial, porém estável o bastante para ser utilizado no dia-a-dia na maioria das vezes.

    Na prática, não faz tanta diferença optar por uma ou outra versão do navegador do Google. Se você deseja receber antecipadamente recursos e novidades que o Google e a comunidade desenvolvem para o Chrome, pode instalar o Chromium sem problemas. Caso contrário, pode optar por instalar a versão tradicional.

    Fonte: https://canaltech.com.br/mercado/chromium-x-chrome-afinal-qual-e-a-diferenca-entre-os-dois-navegadores/

  • Chromium é um projeto de navegador web de código aberto desenvolvido pela Google, no qual o Google Chrome baseia o seu código-fonte.

    Mozilla Thunderbird é um software cliente de e-mails

    Assertiva - D


ID
2943169
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Uma rede de computadores permite que diversos dispositivos se comuniquem entre si e troquem informações. Considerando uma rede cabeada no padrão Ethernet , analise as assertivas a seguir, identificando com verdadeiro (V) ou falso (F):

I. Um dispositivo na rede pode acessar qualquer informação em todos os outros dispositivos conectados, não sendo necessário realizar nenhuma configuração em qualquer um deles.

II. É necessário que todos os dispositivos estejam configurados com um endereço IP , configuração esta que pode ser feita manualmente, em cada dispositivo, ou automaticamente, através do protocolo DHCP .

III. É possível que um dispositivo seja configurado para expor dados específicos com outros dispositivos conectados na mesma rede, através de uma técnica chamada compartilhamento .

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo:

Alternativas
Comentários
  • ALTERNATIVA A

  • Protocolo DHCP. Do inglês Dynamic Host Configuration Protocol (que ficaria, em português, algo como Protocolo de Configuração Dinâmica de Endereços de Rede), é um protocolo utilizado em redes de computadores que permite às máquinas obterem um endereço IP automaticamente.

    Um protocolo de serviço TCP/IP que oferece configuração dinâmica de terminais, com concessão de endereços IP de host, máscara de sub-rede, default gateway (gateway padrão), número IP de um ou mais servidores DNS.

  • MNEMÔNICO: DHCP

    HCiP

  • Uma rede de computadores permite que diversos dispositivos se comuniquem entre si e troquem informações. Considerando uma rede cabeada no padrão Ethernet, analise as assertivas a seguir, identificando com verdadeiro (V) ou falso (F): 

    I. Um dispositivo na rede pode acessar qualquer informação em todos os outros dispositivos conectados, não sendo necessário realizar nenhuma configuração em qualquer um deles. (FALSO)

    II. É necessário que todos os dispositivos estejam configurados com um endereço IP , configuração esta que pode ser feita manualmente, em cada dispositivo, ou automaticamente, através do protocolo DHCP . (VERDADEIRO)

    III. É possível que um dispositivo seja configurado para expor dados específicos com outros dispositivos conectados na mesma rede, através de uma técnica chamada compartilhamento . (VERDADEIRO)

    Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo:

    A ) F, V, V

    B ) V, F, V

    C ) F, F, V

    D ) F, V, F

    E ) V, V, F

    TÉCNICA: Por eliminação, podemos descartar as alternativas D e E, visto que a assertiva III é autoexplicativa para quem já configurou a internet, naquele padrão, em casa. A técnica da questão também facilita com itens conflitantes em I e II, que são excludentes não podendo ser as duas FALSAS. Assim, eliminamos a C. Agora, o conhecimento para a análise, fica pautado apenas nas alternativas A e B. É notório que se você já fez ou tentou configurar sua internet, no padrão ethernet, vai de cara descartar a assertiva I.

    GABARITO LETRA ( A )


ID
2943172
Banca
FACET Concursos
Órgão
Prefeitura de Esperança - PB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Recentemente tem surgido um novo tipo de praga virtual que criptografa todos os arquivos de um computador, tornando-os inacessíveis, enquanto exibe uma mensagem cobrando um resgate para que os arquivos sejam descriptografados. Esta praga virtual é conhecida como:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: B

     

    Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessíveis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usando criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para restabelecer o acesso ao usuário.

     

    O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins.

     

    ransomware pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns sejam:

     

    * através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que induzam o usuário a seguir um link;

    * explorando vulnerabilidades em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de segurança.

     

    Fonte: https://cartilha.cert.br/ransomware/

  • Vírus: É um programa ou parte de um programa de computador, normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mesmo e se tornando parte de outros programas e arquivos.

    Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é preciso que um programa já infectado seja executado.

    Spyware é um programa projetado para monitorar as atividades de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.

    Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, dependendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as informações coletadas.

    Worm é um programa capaz de se propagar automaticamente pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador.

    Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclusão de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração automática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em computadores.

    Fonte Cartilha Cert

    Adware é o nome que se dá a programas criados para exibir anúncios no computador, redirecionar suas pesquisas para sites de anunciantes e coletar seus dados para fins de marketing. Por exemplo, eles rastreiam o tipo de sites que você costuma acessar para exibir anúncios personalizados.

    O adware, que coleta dados com seu consentimento, não deve ser confundido com programas de spyware do tipo , que coletam informações sem a sua permissão. Se o adware não avisar que está coletando informações, será considerado malicioso. Por exemplo, um malware com comportamento Trojan-Spy.

    Fonte: https://www.kaspersky.com.br/resource-center/threats/adware

  • O ransomware é um tipo de malware que sequestra o computador da vítima e cobra um valor em dinheiro pelo resgate, geralmente usando a , que torna quase impossível rastrear o criminoso que pode vir a receber o valor. Este tipo de "vírus sequestrador" age codificando os dados do sistema operacional de forma com que o usuário não tenham mais acesso.

  • GABARITO B

    Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessíveis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usando criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para restabelecer o acesso ao usuário. 

    Ransomware é um tipo de malware que restringe o acesso ao sistema ou certos arquivos e cobra um valor de “resgate” para que o acesso possa ser restabelecido.

    As mensagens de e-mail de sites que se fingem legítimos ou de empresas confiáveis que contêm anexos em formatos como .docx, .doc, .pdf, .jpg, etc. podem estar infetadas. Um sério sinal de alarme do ataque ransomware ao abrir anexos de e-mail é o requerimento de ativação de Macros.

    Além destes e-mails spam, os usuários podem baixar malware através de websites JavaScript infetados, falsas atualizações de software ou aplicações maliciosas distribuídas em websites ilegais.

     

     complementando...

     

    O pagamento do resgate dos dados, na maioria das vezes, só podem ser feitos em Bitcoin, uma moeda digital descentralizada, que não é emitida por nenhum governo e é transferida diretamente de uma pessoa para outra sem intermédio de nenhum banco ou sistema de transferência online, uma conta Bitcoin não pode ser cancelada e não existe requisitos de abertura nem limite de crédito.

    Essa moeda é facilmente adquirida em sites de compra de Bitcoins, necessitando apenas um cadastro com e-mail, após isso qualquer pessoa pode transformar moedas como Real ou Dólar em Bitcoin. O diferencial dessa moeda virtual é a transação não rastreável, que permite o anonimato dos usuários, sendo assim, pessoas mal intencionadas utilizam esta tecnologia para praticar atividades criminosas como venda ilegal de armas e drogas, serviços de matadores de aluguel e crimes virtuais.

    Em razão da alta segurança da moeda Bitcoin, os criminosos que espalham o ransomware dificilmente serão encontrados e punidos, aumentando a incidência do sequestro de dados. 

     

    fontes:

    https://am3solucoes.com.br/blog/ransomware-o-malware-que-sequestra-dados/

    https://www.baboo.com.br/seguranca/novo-ransomware-zenis-criptografa-arquivos-e-apaga-backups/

    bons estudos

  • Ransomware-é uma subcategoria do trojan horse. Sequestro por criptografia

    fonte;Rezende Alfacon

  • Gab: B

    O Ransomware é o que faz "extorsão mediante sequestro"

  • RANSMWARE: Sequestro para cobrar REsgate

  • Um pouco de inglês pode ajudar. Ransom singinifica= RESGATE. O que faz apenas ter uma resposta possível.

  • Um pouco de inglês pode ajudar. Ransom singinifica= RESGATE. O que faz apenas ter uma resposta possível.

  • Explique: "Recentemente..."

    Gaba B, é um tipo de resgate que os marginais fazem, sequestrando seus dados pedindo uma recompensa por estes. Geralmente, pelo menos há algum tempo atrás, tais resgates eram pagos por meio da moeda digital, a famigerada "bitcoin".

  • III - TROJAN (CAVALO DE TRÓIA): COMO FUNCIONA? Qlqr tipo de um programação maliciosa CAMUFLADA

    TIPOS TROJAN: I - RANSOMWARE: CONCEITO: Criptografa arquivos e depois pede o resgate

    TIPOS: I- RANSOMWARE LOCKER: Impede q vc acesse equip infectado

    II- RANSOMWARE CRYPTO: Impede q vc acesse dados armazenados no equip infectado geralmente usando criptografia

    BIZU: RansomwarE = ResgatE

    CARACT: I- Pode ver senhas em cache

    II- Ñ é um vírus

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    Dou consultoria de estudos focada no concurso que estão estudando.

  • Ransomware

  • Assertiva B

     Esta praga virtual é conhecida como Ransomware