- ID
- 2959870
- Banca
- NC-UFPR
- Órgão
- Prefeitura de Curitiba - PR
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Direito da Criança e do Adolescente - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069 de 1990
- Assuntos
Em 2015 foi sancionada a Lei nº 13.146/2015, que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Observa-se que esse Estatuto estabelece mudanças relacionadas à proteção da dignidade da pessoa com deficiência, avançando em muitos aspectos relacionados à garantia de direitos, à cidadania, à educação, à acessibilidade, ao trabalho e ao combate ao preconceito e à discriminação. A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas:
1. O Estatuto garante à pessoa com deficiência direito à igualdade de oportunidades e a não sofrer nenhuma espécie de discriminação, negligência, exploração, violência, tratamento degradante ou desumano e opressão.
2. Outros avanços na legislação contidos no Estatuto referem-se à plena capacidade civil da pessoa com deficiência, garantindo-lhe o direito de constituir família, casar-se, realizar planejamento familiar e decidir sobre o número de filhos.
3. A Lei incube ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis e modalidades.
Assinale a alternativa correta.
As Leis nº 10.639/03 e 11.645/08 estabelecem diretrizes e bases da educação nacional, regulamentando a obrigatoriedade de incluir no currículo oficial o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena em todos os níveis de ensino. Com relação ao assunto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) Essas Leis possibilitam ações educativas que podem ampliar a consciência política, histórica e cidadã dos estudantes, fortalecendo identidades étnico-raciais e culturais de povos indígenas, africanos e afro-brasileiros, ressaltando a diversidade que caracteriza a formação da população brasileira.
( ) As sanções dessas leis determinam como dever restrito aos professores de história incluir conteúdos referentes à cultura e história de africanos, afro-brasileiros e indígenas no currículo oficial de suas disciplinas.
( ) A promulgação dessas Leis contribuiu para ressignificar a pluralidade étnico-racial brasileira, valorizando a cultura afro-brasileira, africana e indígena.
( ) A relevância dessas Leis para a sociedade brasileira está relacionada, principalmente, ao rompimento de imagens negativas ou distorcidas, historicamente construídas, sobre os povos africanos, os afro-brasileiros e os indígenas, e à obrigatoriedade de ações educacionais que combatam quaisquer tipos de preconceito e discriminação.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que determina os conhecimentos e habilidades essenciais que devem garantir o direito à aprendizagem e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes. A respeito do assunto, conforme a última versão desse documento, considere as seguintes afirmativas:
1. A BNCC tem como um de seus marcos legais o Artigo 205 da Constituição Federal de 1988, que reconhece a educação como um direito fundamental de todos e um dever compartilhado entre o Estado, a sociedade e a família.
2. Conforme a BNCC, as decisões pedagógicas devem considerar o desenvolvimento de competências, com indicações claras sobre o que os alunos devem “saber”, e sobre o que eles devem “saber fazer”.
3. A implementação da BNCC deve levar em conta a diversidade cultural, social e econômica dos estados brasileiros, possibilitando que cada instituição de ensino construa o seu currículo de forma independente, e autônoma usando como base somente as necessidades da comunidade local a qual atende.
4. Considerando que a Educação Básica deve propender à formação e ao desenvolvimento humano, a BNCC defende explicitamente o compromisso com a educação integral.
Assinale a alternativa correta.
O aplauso de pé, por Ruy Castro
Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de ________. Voltou ao palco e, ________ tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a ________ a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.
Aplausos, tudo bem – ela diria –, mas ________ de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.
Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars – que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus ________ pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.
Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?
Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/04/o-aplauso-de-pe.shtml)
O aplauso de pé, por Ruy Castro
Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de ________. Voltou ao palco e, ________ tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a ________ a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.
Aplausos, tudo bem – ela diria –, mas ________ de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.
Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars – que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus ________ pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.
Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?
Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/04/o-aplauso-de-pe.shtml)
O aplauso de pé, por Ruy Castro
Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de ________. Voltou ao palco e, ________ tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a ________ a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.
Aplausos, tudo bem – ela diria –, mas ________ de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.
Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars – que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus ________ pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.
Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?
Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/04/o-aplauso-de-pe.shtml)
Com base no texto, considere as seguintes afirmativas:
1. No primeiro parágrafo, “cabeças coroadas” faz menção a diferentes títulos da nobreza.
2. No início do terceiro parágrafo, a expressão “sempre foi assim” retoma a ideia presente em “o aplauso sentado é mais que suficiente”.
3. No terceiro parágrafo, “de saída” significa que ela foi premiada com o Oscar só mais ao final da carreira.
4. No terceiro parágrafo, o autor fez uso de travessão em vez de vírgula para realçar um gesto importante no processo descritivo da personalidade da atriz.
Assinale a alternativa correta.
O aplauso de pé, por Ruy Castro
Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de ________. Voltou ao palco e, ________ tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a ________ a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.
Aplausos, tudo bem – ela diria –, mas ________ de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.
Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars – que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus ________ pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.
Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?
Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/04/o-aplauso-de-pe.shtml)
O aplauso de pé, por Ruy Castro
Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de ________. Voltou ao palco e, ________ tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a ________ a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.
Aplausos, tudo bem – ela diria –, mas ________ de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.
Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars – que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus ________ pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.
Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?
Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/04/o-aplauso-de-pe.shtml)
Em entrevista à Revista Veja, Claire Wardle, pesquisadora da Universidade de Harvard que lidera o First Draft, projeto de combate à desinformação na internet, fala sobre notícias falsas que circulam na internet. Quanto a um trecho dessa entrevista, numere a coluna da direita, relacionando as respostas com as respectivas perguntas.
1. Diz a máxima que não existe publicidade ruim. A verificação não pode acabar servindo como divulgação para informações deturpadas?
2. E qual é o ambiente em que essas habilidades deveriam ser ensinadas?
3. A senhora já afirmou que o WhatsApp está sob pressão no Brasil. Como lidar com a questão da poluição informativa na plataforma?
4. Qual foi o ponto de virada que fez o tema da desinformação se tornar tão central?
( ) No Brasil, poderia haver uma telenovela com um enredo sobre isso. Deveríamos falar disso em Hollywood, nas escolas, nas casas de repouso, em todo lugar, porque todo mundo é afetado por isso.
( ) Há muita pesquisa acadêmica que sugere que dar oxigênio a um rumor é danoso. É preciso ter cuidado, porque um rumor sem amplificação não é problemático.
( ) Quando Duterte foi eleito, nas Filipinas, houve um questionamento sobre a desinformação no Facebook, mas poucos pesquisadores estavam examinando a questão de perto. Então Trump foi eleito e as pessoas passaram a se questionar do porquê de um resultado eleitoral tão surpreendente. Começaram a investigar, e encontraram, por exemplo, sites de notícias enganosas feitas por adolescentes macedônios.
( ) Precisamos pensar em um processo de dispersão de baixo para cima, achar influenciadores que tenham participação em muitos grupos de WhatsApp por todo o país. Precisamos mapear o país dessa maneira, de forma mais estratégica.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
O aplauso de pé, por Ruy Castro
Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de ________. Voltou ao palco e, ________ tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a ________ a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.
Aplausos, tudo bem – ela diria –, mas ________ de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.
Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars – que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus ________ pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.
Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?
Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/04/o-aplauso-de-pe.shtml)
Uma espécie comum na fauna das redes sociais é o comentarista que não se conforma com os gastos em ciência que não se revertem diretamente em descobertas classificadas como “úteis”. Por “úteis”, entenda a cura do câncer, a solução para a miséria na África ou algo do tipo. Esse leitor acha que não tem cabimento apontar antenas para o céu em busca de ETs enquanto os hospitais públicos do Rio não têm antibióticos.
Logo de cara, o argumento não é tão ruim assim. Afinal, utilidade prática é um ótimo critério para investir dinheiro público. Pena que ele quase nunca foi adotado. Prova disso é que, de 1940 em diante, os EUA, sozinhos, gastaram pelo menos 5,48 trilhões de dólares em armamento nuclear. Isso foi só 7% do custo total da birra com a União Soviética. Também foi necessário projetar os mísseis e aviões que levariam essas bombas por aí, é claro. Cada unidade do bombardeiro “invisível” B-2 Spirit (que só foi terminado em 1997, anos após a queda do Muro de Berlim) saiu por 2,1 bilhões de dólares. […]
Hoje, na feliz ausência de um conflito armado de grande escala, um dos jeitos mais fáceis de unir pessoas de diferentes especialidades é buscar alienígenas – ou tentar imaginar como eles seriam, uma área de pesquisa conhecida como astrobiologia.
Fomentar um ambiente produtivo assim não é nem de longe tão caro quanto parece. Uma das pedras fundamentais da astrobiologia foi o telescópio Kepler, o caçador de exoplanetas da Nasa – que já encontrou bem mais de 3 mil mundos fora do Sistema Solar, vários com potencial para abrigar vida como a conhecemos (ou vida como não a conhecemos, que é justamente o foco da astrobiologia). Ele custou 550 milhões de dólares – um quarto do valor de um único B-2 Spirit. Questão de prioridades?
(Adaptado de: https://super.abril.com.br/opiniao/porque-procurar-ets-e-bom-para-a-ciencia-e-a-sociedade/)
O autor emite sua opinião a partir de uma perspectiva:
Uma espécie comum na fauna das redes sociais é o comentarista que não se conforma com os gastos em ciência que não se revertem diretamente em descobertas classificadas como “úteis”. Por “úteis”, entenda a cura do câncer, a solução para a miséria na África ou algo do tipo. Esse leitor acha que não tem cabimento apontar antenas para o céu em busca de ETs enquanto os hospitais públicos do Rio não têm antibióticos.
Logo de cara, o argumento não é tão ruim assim. Afinal, utilidade prática é um ótimo critério para investir dinheiro público. Pena que ele quase nunca foi adotado. Prova disso é que, de 1940 em diante, os EUA, sozinhos, gastaram pelo menos 5,48 trilhões de dólares em armamento nuclear. Isso foi só 7% do custo total da birra com a União Soviética. Também foi necessário projetar os mísseis e aviões que levariam essas bombas por aí, é claro. Cada unidade do bombardeiro “invisível” B-2 Spirit (que só foi terminado em 1997, anos após a queda do Muro de Berlim) saiu por 2,1 bilhões de dólares. […]
Hoje, na feliz ausência de um conflito armado de grande escala, um dos jeitos mais fáceis de unir pessoas de diferentes especialidades é buscar alienígenas – ou tentar imaginar como eles seriam, uma área de pesquisa conhecida como astrobiologia.
Fomentar um ambiente produtivo assim não é nem de longe tão caro quanto parece. Uma das pedras fundamentais da astrobiologia foi o telescópio Kepler, o caçador de exoplanetas da Nasa – que já encontrou bem mais de 3 mil mundos fora do Sistema Solar, vários com potencial para abrigar vida como a conhecemos (ou vida como não a conhecemos, que é justamente o foco da astrobiologia). Ele custou 550 milhões de dólares – um quarto do valor de um único B-2 Spirit. Questão de prioridades?
(Adaptado de: https://super.abril.com.br/opiniao/porque-procurar-ets-e-bom-para-a-ciencia-e-a-sociedade/)
Considere as seguintes estratégias discursivas:
1. demonstrar que o princípio da utilidade não costuma orientar a destinação de recursos econômicos.
2. demonstrar que pesquisas para encontrar alienígenas não só atendem o princípio da utilidade como envolvem menos recursos.
3. demonstrar que a utilidade não deve ser um critério para nortear a destinação de recursos para a pesquisa.
É/São estratégia(s) do autor para debater com os internautas identificados na primeira linha do texto:
Considere o seguinte trecho:
Há quem diga que um dos sonhos das mães que têm filhos homens é poder levá-los ao altar. Dona Zenaide, porém, talvez não __________. Internada na UTI do Hospital Santa Catarina com câncer no pulmão, ela __________ ausente da cerimônia em que o filho, Marcos Zimmermann, __________ a união com Jaqueline Sadzinski.
Mas Marcos não __________ admitir que no dia de seu casamento dona Zenaide não __________ ali.
E foi assim, como o apoio de médicos, enfermeiros, que ele começou a organizar uma logística para que a mãe pudesse participar do matrimônio, que ocorreu na Paróquia São Pedro Apóstolo, no Centro de Gaspar. Deu certo. Mesmo com dificuldades por conta das questões que envolvem a saúde da mulher de 59 anos, ela entrou na igreja empurrada pela filha, e ao lado do noivo, o filho.
(Disponível em:<https://www.nsctotal.com.br/noticias/com-apoio-de-medicos-mae-sai-da-uti-para-ir-ao-casamento-do-filho-em-gaspar>
Considere o seguinte início de um texto adaptado da Folha de S. Paulo (03/2019):
Como tratar o refluxo?
O refluxo acomete entre 10% e 20% da população e costuma estar relacionado a histórico familiar, obesidade, idade, tabagismo e alimentação.
Numere os parênteses a seguir, identificando a ordem das ideias que dão sequência lógica ao trecho acima.
( ) Também deve-se evitar comer e deitar em seguida. O ideal é dormir somente duas ou três horas após a última refeição, segundo Eduardo Antônio André, diretor da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
( ) A doença e seus sintomas, como azia e regurgitação – além de asma, rouquidão, tosse, mau hálito e erosão de dente
em alguns casos –, ocorre quando o líquido do estômago retorna para o esôfago e irrita suas paredes.
( ) Para casos crônicos, podem ser usados medicamentos. A última opção, e somente para alguns casos, é cirúrgica, mas ela tem efeito limitado a longo prazo, além da possibilidade de complicações no pós-operatório.
( ) “Doença do refluxo é doença boa para saúde”, diz André, brincando por conta do problema exigir hábitos saudáveis para o seu controle. “Não pode comer muito, não pode deitar depois de comer, precisa perder peso”.
( ) A primeira medida para cuidar do problema são alterações no estilo de vida, com controle na ingestão de café, álcool e gorduras, alimentos que podem facilitar o refluxo. Não é necessário cortar alimentos, mas vale evitar comê-los como se não houvesse amanhã.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta dos parênteses, de cima para baixo.
Considere o seguinte texto:
Quantos anos você tem (de acordo com seu intestino)?
O número de voltas que a Terra deu ao redor do Sol desde que você nasceu é apenas uma das formas de medir a sua idade.
O envelhecimento, afinal, é uma medida de quanto o seu organismo já se desenvolveu – e, depois de uma certa fase, de quanto
ele já se deteriorou.
Há quem envelheça num ritmo muito mais rápido que o normal, e quem mantenha um corpinho relativamente jovem, apesar de sua data de nascimento. Para calcular essa idade biológica, a ciência conta com truques como medir, por exemplo, as pontinhas dos cromossomos, chamados telômeros. Quanto mais curtos, em geral, maior o nível de envelhecimento celular de alguém. Agora, porém, cientistas acreditam que encontraram outra medida importante – no intestino. Usando inteligência artificial, eles descobriram que a coleção de bactérias que vive no intestino de cada pessoa (o microbioma) sofre variações típicas para cada faixa etária. Desse padrão, emerge também o fato de que algumas pessoas têm a “idade intestinal” incompatível com a data de nascimento – o microbioma pode estar numa fase mais “velha” ou mais “jovem” que o esperado para a idade do indivíduo.
Essas descobertas são essenciais para cientistas que estudam a longevidade. Ao entender as características (inclusive microbióticas das pessoas que envelhecem melhor, eles podem investigar como melhorar a velhice de todo mundo.
(Revista Superinteressante, ed. 400, março 2019)
Com base no texto, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) O autor menciona 3 maneiras de calcular a idade de uma pessoa.
( ) A nova forma de medir a idade das pessoas encontradas pelos cientistas vai permitir retardar a velhice.
( ) Nenhum dos modos de medir a idade mencionados elimina a possibilidade de discrepância entre as condições físicas apresentadas e a idade biológica efetiva.
Assinale a alternativa correta que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
As gramáticas costumam atribuir aos conectores, particularmente às conjunções, um sentido, a partir do qual se pode reconhecer o tipo de relação estabelecida (relação de causa, de tempo, de oposição, de adição, entre outras). __________, a identificação desse sentido das conjunções e locuções tem servido, praticamente, somente para se chegar a uma classificação dessas conjunções e das respectivas orações em que aparecem. __________, a atenção dada ao sentido das conjunções acaba por servir apenas de pretexto para as classificações sintáticas de orações e períodos. Mesmo quando, para essas classificações, se toma como referência um texto.
__________, o estudo dos conectores, nas gramáticas e nos livros didáticos, em geral, não ultrapassa muito um olhar predominantemente classificatório.
__________, a propósito das conjunções, por exemplo, a abordagem desses manuais, com algumas exceções, privilegia a
apresentação do quadro das conjunções e de suas subdivisões.
As gramáticas costumam atribuir aos conectores, particularmente às conjunções, um sentido, a partir do qual se pode reconhecer o tipo de relação estabelecida (relação de causa, de tempo, de oposição, de adição, entre outras). __________, a identificação desse sentido das conjunções e locuções tem servido, praticamente, somente para se chegar a uma classificação dessas conjunções e das respectivas orações em que aparecem. __________, a atenção dada ao sentido das conjunções acaba por servir apenas de pretexto para as classificações sintáticas de orações e períodos. Mesmo quando, para essas classificações, se toma como referência um texto.
__________, o estudo dos conectores, nas gramáticas e nos livros didáticos, em geral, não ultrapassa muito um olhar predominantemente classificatório.
__________, a propósito das conjunções, por exemplo, a abordagem desses manuais, com algumas exceções, privilegia a
apresentação do quadro das conjunções e de suas subdivisões.
A respeito do assunto abordado no texto, considere as seguintes afirmativas:
1. O posicionamento da autora explicita uma crítica ao ensino de língua pautado na gramática normativa em detrimento de uma gramática descritiva.
2. Para a autora, não basta a utilização de um texto para mudar o foco do ensino de língua na gramática.
3. A autora não é favorável ao ensino da gramática nos livros didáticos quando é abordada de forma classificatória.
4. Para a autora, é preciso ir além da identificação do sentido das relações estabelecidas pelo uso de conectores no ensino da língua ao ensinar as conjunções.
Assinale a alternativa correta.
A peça teatral Entre Quatro Paredes, do francês Jean-Paul Sartre, conta a história de três personagens que morrem e descobrem que o inferno não é uma fornalha lúgubre, mas um quarto fechado no qual terão de passar a eternidade. O cômodo não tem espelhos; para verem a si próprios, cada um precisa procurar sua imagem nos olhos dos outros. Contudo, a convivência logo se torna insuportável. E então Garcin, um dos confinados, cunha a célebre frase: “O inferno são os outros”.
A máxima de Sartre parece fazer sentido num mundo marcado pelo conflito. O outro pode ser o estrangeiro. O refugiado que ameaça a tranquilidade da Europa. Mas também pode estar mais perto e ser o petista ou o tucano. O fiel de outra religião. O homossexual. O nordestino. O pobre. O negro. O jovem para o idoso. O idoso para o jovem. Ou simplesmente aquele que pensa diferente. O inferno, enfim, é o diferente na concepção de Sartre – e de muitas pessoas.
Mas, se a danação é isso, o paraíso por certo seria a ausência do outro e da diferença. Seria um quarto com uma única pessoa dentro para não haver briga. As paredes seriam de espelhos, para que quem lá estivesse não precisasse procurar sua imagem nos olhos do outro. E, quando se cansasse de seus pensamentos e de contemplar o próprio reflexo, poderia sair. Haveria uma porta – afinal, o céu não prevê a punição do confinamento.
Porém, para manter a perfeição, não haveria ninguém lá fora. Apenas espelhos por todos os lados – a cada esquina que se dobra, a cada rumo que se toma – para lembrar quem é o dono de tudo.
Seria, no entanto, um paraíso vazio. Solitário. Um imenso labirinto de espelhos, sem saídas, em que a cada passo que se dá tudo o que se vê à frente é sempre a própria imagem. Seria a perdição. Um inferno mais terrível que o quarto da peça de Sartre.
O outro é e sempre será nossa fronteira. Ele impõe limites à nossa liberdade. Mas ignorá-lo ou afastá-lo, a pretexto de cessar os conflitos e os dissabores, é o caminho para um mundo estático, sem progresso. Só aprendemos quando nossas convicções se chocam com a realidade do outro, com a diferença. É o outro que nos ensina a dor de ser machucado. Mas também a alegria de gostar. Não é o céu. Tampouco o inferno.
(Fernando Martins, “O labirinto de espelhos”, jornal Gazeta do Povo, edição impressa de 16 de setembro de 2015. Adaptado.)
A peça teatral Entre Quatro Paredes, do francês Jean-Paul Sartre, conta a história de três personagens que morrem e descobrem que o inferno não é uma fornalha lúgubre, mas um quarto fechado no qual terão de passar a eternidade. O cômodo não tem espelhos; para verem a si próprios, cada um precisa procurar sua imagem nos olhos dos outros. Contudo, a convivência logo se torna insuportável. E então Garcin, um dos confinados, cunha a célebre frase: “O inferno são os outros”.
A máxima de Sartre parece fazer sentido num mundo marcado pelo conflito. O outro pode ser o estrangeiro. O refugiado que ameaça a tranquilidade da Europa. Mas também pode estar mais perto e ser o petista ou o tucano. O fiel de outra religião. O homossexual. O nordestino. O pobre. O negro. O jovem para o idoso. O idoso para o jovem. Ou simplesmente aquele que pensa diferente. O inferno, enfim, é o diferente na concepção de Sartre – e de muitas pessoas.
Mas, se a danação é isso, o paraíso por certo seria a ausência do outro e da diferença. Seria um quarto com uma única pessoa dentro para não haver briga. As paredes seriam de espelhos, para que quem lá estivesse não precisasse procurar sua imagem nos olhos do outro. E, quando se cansasse de seus pensamentos e de contemplar o próprio reflexo, poderia sair. Haveria uma porta – afinal, o céu não prevê a punição do confinamento.
Porém, para manter a perfeição, não haveria ninguém lá fora. Apenas espelhos por todos os lados – a cada esquina que se dobra, a cada rumo que se toma – para lembrar quem é o dono de tudo.
Seria, no entanto, um paraíso vazio. Solitário. Um imenso labirinto de espelhos, sem saídas, em que a cada passo que se dá tudo o que se vê à frente é sempre a própria imagem. Seria a perdição. Um inferno mais terrível que o quarto da peça de Sartre.
O outro é e sempre será nossa fronteira. Ele impõe limites à nossa liberdade. Mas ignorá-lo ou afastá-lo, a pretexto de cessar os conflitos e os dissabores, é o caminho para um mundo estático, sem progresso. Só aprendemos quando nossas convicções se chocam com a realidade do outro, com a diferença. É o outro que nos ensina a dor de ser machucado. Mas também a alegria de gostar. Não é o céu. Tampouco o inferno.
(Fernando Martins, “O labirinto de espelhos”, jornal Gazeta do Povo, edição impressa de 16 de setembro de 2015. Adaptado.)
A peça teatral Entre Quatro Paredes, do francês Jean-Paul Sartre, conta a história de três personagens que morrem e descobrem que o inferno não é uma fornalha lúgubre, mas um quarto fechado no qual terão de passar a eternidade. O cômodo não tem espelhos; para verem a si próprios, cada um precisa procurar sua imagem nos olhos dos outros. Contudo, a convivência logo se torna insuportável. E então Garcin, um dos confinados, cunha a célebre frase: “O inferno são os outros”.
A máxima de Sartre parece fazer sentido num mundo marcado pelo conflito. O outro pode ser o estrangeiro. O refugiado que ameaça a tranquilidade da Europa. Mas também pode estar mais perto e ser o petista ou o tucano. O fiel de outra religião. O homossexual. O nordestino. O pobre. O negro. O jovem para o idoso. O idoso para o jovem. Ou simplesmente aquele que pensa diferente. O inferno, enfim, é o diferente na concepção de Sartre – e de muitas pessoas.
Mas, se a danação é isso, o paraíso por certo seria a ausência do outro e da diferença. Seria um quarto com uma única pessoa dentro para não haver briga. As paredes seriam de espelhos, para que quem lá estivesse não precisasse procurar sua imagem nos olhos do outro. E, quando se cansasse de seus pensamentos e de contemplar o próprio reflexo, poderia sair. Haveria uma porta – afinal, o céu não prevê a punição do confinamento.
Porém, para manter a perfeição, não haveria ninguém lá fora. Apenas espelhos por todos os lados – a cada esquina que se dobra, a cada rumo que se toma – para lembrar quem é o dono de tudo.
Seria, no entanto, um paraíso vazio. Solitário. Um imenso labirinto de espelhos, sem saídas, em que a cada passo que se dá tudo o que se vê à frente é sempre a própria imagem. Seria a perdição. Um inferno mais terrível que o quarto da peça de Sartre.
O outro é e sempre será nossa fronteira. Ele impõe limites à nossa liberdade. Mas ignorá-lo ou afastá-lo, a pretexto de cessar os conflitos e os dissabores, é o caminho para um mundo estático, sem progresso. Só aprendemos quando nossas convicções se chocam com a realidade do outro, com a diferença. É o outro que nos ensina a dor de ser machucado. Mas também a alegria de gostar. Não é o céu. Tampouco o inferno.
(Fernando Martins, “O labirinto de espelhos”, jornal Gazeta do Povo, edição impressa de 16 de setembro de 2015. Adaptado.)
Do ponto de vista do ensino de língua portuguesa, esse texto é rico em elementos para se explorar, em atividades epilinguísticas:
1. a estrutura textual de uma resenha teatral.
2. as características do discurso irônico.
3. as marcas de subjetividade num texto.
Assinale a alternativa correta.
A peça teatral Entre Quatro Paredes, do francês Jean-Paul Sartre, conta a história de três personagens que morrem e descobrem que o inferno não é uma fornalha lúgubre, mas um quarto fechado no qual terão de passar a eternidade. O cômodo não tem espelhos; para verem a si próprios, cada um precisa procurar sua imagem nos olhos dos outros. Contudo, a convivência logo se torna insuportável. E então Garcin, um dos confinados, cunha a célebre frase: “O inferno são os outros”.
A máxima de Sartre parece fazer sentido num mundo marcado pelo conflito. O outro pode ser o estrangeiro. O refugiado que ameaça a tranquilidade da Europa. Mas também pode estar mais perto e ser o petista ou o tucano. O fiel de outra religião. O homossexual. O nordestino. O pobre. O negro. O jovem para o idoso. O idoso para o jovem. Ou simplesmente aquele que pensa diferente. O inferno, enfim, é o diferente na concepção de Sartre – e de muitas pessoas.
Mas, se a danação é isso, o paraíso por certo seria a ausência do outro e da diferença. Seria um quarto com uma única pessoa dentro para não haver briga. As paredes seriam de espelhos, para que quem lá estivesse não precisasse procurar sua imagem nos olhos do outro. E, quando se cansasse de seus pensamentos e de contemplar o próprio reflexo, poderia sair. Haveria uma porta – afinal, o céu não prevê a punição do confinamento.
Porém, para manter a perfeição, não haveria ninguém lá fora. Apenas espelhos por todos os lados – a cada esquina que se dobra, a cada rumo que se toma – para lembrar quem é o dono de tudo.
Seria, no entanto, um paraíso vazio. Solitário. Um imenso labirinto de espelhos, sem saídas, em que a cada passo que se dá tudo o que se vê à frente é sempre a própria imagem. Seria a perdição. Um inferno mais terrível que o quarto da peça de Sartre.
O outro é e sempre será nossa fronteira. Ele impõe limites à nossa liberdade. Mas ignorá-lo ou afastá-lo, a pretexto de cessar os conflitos e os dissabores, é o caminho para um mundo estático, sem progresso. Só aprendemos quando nossas convicções se chocam com a realidade do outro, com a diferença. É o outro que nos ensina a dor de ser machucado. Mas também a alegria de gostar. Não é o céu. Tampouco o inferno.
(Fernando Martins, “O labirinto de espelhos”, jornal Gazeta do Povo, edição impressa de 16 de setembro de 2015. Adaptado.)
Considere o seguinte descritor:
Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e explicativas em um período composto.
Assinale a alternativa que apresenta um caso em que esse descritor pode ser tematizado.
De acordo com Voloshinov, “as relações sociais evoluem (em função das infraestruturas), depois a comunicação e a interação verbais evoluem no quadro das relações sociais, as formas dos atos de fala evoluem em consequência da interação verbal, e o processo de evolução reflete-se, enfim, na mudança das formas da língua”. O autor diz também que a ordem metodológica para o estudo da língua deve obedecer a essa mesma ordem. Nesse sentido, numere os parênteses abaixo, indicando a ordem metodológica para o estudo da língua conforme Volochinov:
( ) Exame das formas da língua na sua interpretação linguística habitual.
( ) As formas e os tipos de interação verbal em ligação com as condições concretas em que se realiza.
( ) As formas das distintas enunciações, dos atos de fala isolados, em ligação estreita com a interação de que constituem os elementos, isto é, as categorias de atos de fala na vida e na criação ideológica que se prestam a uma determinação pela interação verbal.
Assinale a alternativa que apresenta sequência correta, de cima para baixo.
Teoricamente, existem três modelos básicos de leitura em nível de cognição: modelo ascendente, modelo descendente e modelo interativo, sendo este último uma combinação dos dois primeiros. Com base nesse pressuposto, considere a seguinte proposição de atividade de leitura:
Em uma turma de 9º ano do Ensino Fundamental, a professora de Língua Portuguesa trabalha a leitura de uma carta de leitor por etapas. Em primeiro lugar, ela pede que os alunos estejam atentos ao nome do autor e ao título da referida carta e façam previsões sobre o conteúdo a ser abordado ao longo do texto. Na sequência, pede que os alunos façam uma leitura pausada, atenta e silenciosa da carta, e que grifem todas as palavras cujos significados desconhecem. Por fim, a professora pede que eles, com base em seu conhecimento prévio sobre o tema e nas atividades realizadas anteriormente, confirmem, refutem ou reformulem as hipóteses já feitas e busquem um sentido para o texto.
Com base nessa situação de sala de aula e nas teorias de leitura no ensino da língua materna, os modelos de leitura adotados pelo professor em sua sala de aula foram, respectivamente:
Segundo Travaglia (2003), o ensino de língua portuguesa nas escolas brasileiras foi, durante muito tempo, baseado na concepção de aplicação das normas ditadas pela gramática da língua culta e amparado nos renomados autores de textos literários. Após a publicação dos PCNs de Língua Portuguesa, no entanto, constatou-se a existência de outras “gramáticas”, que começaram a ser adotadas nas salas de aula de Português. Partindo dessa constatação, numere a coluna da direita, relacionando o tipo de gramática à definição correspondente elaborada por Travaglia (2003).
1. Gramática de uso.
2. Gramática reflexiva.
3. Gramática teórica.
4. Gramática normativa.
( ) É explícita e expõe uma sistematização a respeito da língua.
( ) É de bom uso da língua, para falar e escrever bem.
( ) É não consciente, implícita e liga-se à gramática internalizada do falante.
( ) É de explicitação e surge com base no conhecimento intuitivo dos mecanismos da língua.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
Com relação ao ensino de português pautado na concepção interacionista da linguagem, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) As práticas de ensino da língua que a vinculam às circunstâncias concretas e variadas de sua atualização são evidenciadas no estudo das regularidades de seu uso, na produção e interpretação dos discursos.
( ) O trabalho didático com os gêneros textuais de diferentes esferas de circulação implica o reconhecimento do papel central do texto como instrumento de trabalho na sala de aula.
( ) O estudo dos recursos linguísticos nessa concepção é realizado por meio de questões metalinguísticas de definição e classificação, para que o aluno reconheça as unidades da língua.
( ) As práticas discursivas vão sendo desenvolvidas ao longo do ensino e aprendizagem da língua a partir de uma distribuição e complexidade gradativas do estudo dos gêneros textuais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
A repetição é um recurso textual significativo usado tanto em textos orais quanto escritos, informais ou formais. Seu uso em textos de alunos, no entanto, costuma ser feito de forma não intencional, ou seja, costuma revelar uma escrita oralizada, exigindo do professor uma intervenção constante para que passem a utilizá-la como recurso reiterativo necessário para a própria coerência textual. Com relação a esse recurso, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A repetição é usada com a finalidade estilística de reforçar uma ideia, conduzindo, por exemplo, a uma gradação de sentido. Pode também ser usada no texto como diáfora: uso de repetição da mesma palavra, mas com sentido diferente. ( ) Por conta de seu teor expressivo, a repetição é usada com frequência em textos publicitários e em textos mais formais, como editoriais de jornais ou revistas, gêneros textuais que podem ser utilizados em sala de aula para exemplificar seu uso.
( ) Uma função da repetição é marcar a continuidade do tema que está em foco, que é uma das condições para a coesão textual, dessa forma é natural usar a mesma palavra no texto, preservando a coerência com o seu tema.
( ) Fatores como o gênero textual, as intenções pretendidas ou o tema tratado determinam o número de repetições de determinada palavra no texto, de modo que não se pode simplesmente afirmar ao aluno que ele não deve repetir palavras em seu texto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Considere o seguinte trecho retirado do texto “Discurso na vida e discurso na arte”, de Bakhtin e Voloshinov (1926):
Na vida, o discurso verbal é claramente não autossuficiente. […] A espécie de caracterizações e avaliações de enunciados pragmáticos, concretos, que comumente fazemos são expressões tais como “isto é mentira”, “isto é verdade”, “isto é arriscado dizer”, “você não pode dizer isto” etc. Todas essas avaliações e outras similares, qualquer que seja o critério que as rege (ético, cognitivo, político ou outro), levam em consideração muito mais do que aquilo que está incluído dentro dos fatores estritamente verbais (linguísticos) do enunciado. […] O discurso verbal em si, tomado isoladamente como um fenômeno puramente linguístico, não pode, naturalmente, ser verdadeiro ou falso, ousado ou tímido. Como o discurso verbal na vida se relaciona com a situação extraverbal que o engendra?
(Texto traduzido por C. A. Faraco e Cristóvão Tezza para fins didáticos, tendo como base a tradução inglesa de I. R. Titunik.)
Com base nesse fragmento, é correto afirmar:
Leia o poema abaixo:
Orfandade
Meu Deus,
me dá cinco anos.
Me dá um pé de fedegoso com formiga preta,
me dá um Natal e sua véspera,
o ressonar das pessoas no quartinho.
Me dá a negrinha Fia pra eu brincar,
me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe.
Me dá minha mãe, alegria sã e medo remediável,
me dá a mão, me cura de ser grande,
ó meu Deus, meu pai,
meu pai.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986. p. 22.)
A construção “Me dá”, reiterada no poema de Adélia Prado:
1. remete a um uso pragmaticamente definido: a forma como as crianças pedem as coisas.
2. pode ser trocado pela construção “Dá-me” sem prejuízo de sentido.
3. é também uma variação diafásica ou de registro.
4. falantes letrados e não letrados a utilizam no Português do Brasil.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Os PCN+ (2002) defendem que “[...] a competência textual não pode prescindir do estabelecimento de relações entre os recursos expressivos presentes em um texto e os efeitos de sentido que provocam no leitor. Considerando-se que os recursos expressivos utilizados por um autor provêm das escolhas que opera nos elementos oferecidos pela língua, pode-se propor, como procedimento de leitura, intrinsecamente ligado aos mecanismos gramaticais, que se avalie a propriedade do uso de recursos semânticos na estratégia argumentativa do autor”.
Qual das habilidades da BNCC Língua Portuguesa Ensino Fundamental seria contemplada em um trabalho que priorizasse o trecho grifado no excerto dos PCN+?
O aplauso de pé, por Ruy Castro
Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de ________. Voltou ao palco e, ________ tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a ________ a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.
Aplausos, tudo bem – ela diria –, mas ________ de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.
Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars – que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus ________ pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.
Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?
Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/04/o-aplauso-de-pe.shtml)