(...) Nos países com
processo de barganha centralizado, os sindicatos tendem a internalizar os
custos gerados pelo excesso de demandas salariais; essa seria, supostamente,
a origem da moderação salarial e dos elevados níveis de emprego.
Esses são países em que, por razões semelhantes, o grau de dispersão salarial
é especialmente baixo. Nos países em que o processo de barganha é
fragmentado, as políticas de demanda tendem a ser eficazes, ou seja, são
países em que o papel disciplinador do mercado gera bons resultados no
que se refere aos índices de desemprego e inflação. Por outro lado, tendem
a ter elevadas taxas de dispersão salarial.
Nos países em que o grau de centralização do movimento sindical é
intermediário (Itália, Espanha e França), não há muito espaço para acordos
voluntários nem para políticas de mercado. Daí porque o grau de moderação
salarial é tão baixo, e, segundo a interpretação predominante entre os
estudos pesquisados, as taxas de desemprego são tão elevadas. Esta é a tese
segundo a qual há uma curva em forma de U invertido relacionando o salário
real e o grau de centralização das organizações sindicais e dos processos de
barganha salarial.
Fonte: Desemprego: teorias e evidências sobre a experiência
recente na OECD (11)*
Edward J. Amadeo**