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Prova CEV-URCA - 2019 - Prefeitura de Brejo Santo - CE - Nível Médio Comum Aos Cargos com Provas Específicas


ID
4833523
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A paranoia está batendo

(artigo de Arnaldo Jabor; By admin | Abril, 2013) 


    Um dia, há muitos anos, percebi que haviam modificado a caixa grande dos Chicletes Adams (uma cor-de-rosa e outra amarela). Quem se lembra dessas saudosas embalagens? Eram caixas maiores, que tinham uma janelinha de celofane, através da qual se viam os chicletinhos chacoalhando. Assustado, notei que a janela original fora trocada por uma mentirosa abertura, desenhada com os chicletinhos impressos. Algum executivo zeloso, para fazer bonito junto aos patrões, acabara com a visão real das balinhas frescas como a brisa, deixando-nos somente um simulacro. Isso me preocupou. Entendi que se iniciava uma época comercial menos humana (talvez a pós-modernidade), mas, por outro lado, compreendi que detalhes ínfimos podem ser indícios de momentos históricos. Por isso, como vivemos a época de encrencas insolúveis, sem um futuro claro, me ligo em bobagens iluminadoras do presente.

    Por exemplo, que significa a resposta de uma telefonista, se eu lhe agradeço por uma informação e ela replica: “Imagina!…”. Que quer dizer isso? Talvez denote que eu e ela fazemos parte de um “sistema” coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária. É quase uma repreensão, como se meu ‘muito obrigado’ quebrasse a lógica contínua de seu serviço. Daí a resposta: “Imagina! O senhor se acha especial?”. Aliás, “senhor” é uma novidade. Dizia-se sempre “Sr. Fulano, Sr. Sicrano…”.

   Tudo bem, mas agora usam um “senhor” no fim da frase: “Estaremos entregando a encomenda, senhor”… Ou “senhorita”. Alguém já ouviu “senhorita” no dia a dia? Isso deve ser influência do gerúndio na dublagem de filmes americanos: “Miss Williams, we’ll be sending your package soon”. Seria a nefasta influência do imperialismo cultural (esquerda) ou o crescimento de uma linguagem global (liberais). As telefonistas também dizem: “Quem deseja?” ou “O senhor Fulano não se encontra…”. Isso me desorganiza. Tenho ganas de dizer: “Todos desejam, o ser humano deseja! E o senhor Fulano não ‘se encontra’, como? Ele está em crise, perdidaço na vida?”. Nada digo, porque ela responderia: “Eu não saberia lhe informar, senhor…”. 

 Outro fenômeno moderno, ou melhor, “contemporâneo” (aliás, não aguento mais esta palavra ‘contemporâneo’, que tudo absolve e tudo explica: “Isso é uma merda, mas é supercontemporâneo!…”), é o tom dos falantes no celular. Em aeroportos, é comum mulheres discutindo a relação com o marido, falando alto, andando pela sala, até chorando, na linguagem ‘metapsicológica’ dos Big Brothers. Criou-se uma língua BBB, feita de súbitas lágrimas, acusações e queixumes, rancor dosado por perdões simultâneos, deixando escapar propositais intimidades, pontuadas por rápidas olhadas para conferir a reação dos circunstantes. Aliás, por falar em celular, e as musiquinhas? Jingle Bells ou Pour Elise tocam no bolso de um executivo, que imediatamente faz um resumo da situação da empresa aos berros. Por que não fazem um celular que aperte o saco do usuário? Ele daria um grito e gemeria discretamente: “Alô?”.

  E os dedinhos “contemporâneos” que não param nos blackberries e iPhones, com as cabeças baixas, digitando mensagens misteriosas? Isso me traz uma dolorosa solidão, pois ninguém mais presta atenção em ninguém ‘ao vivo’, como se o importante é o que não está ali, o desejo ‘não se encontra’ aqui, mas acolá, talvez na ‘nuvem’. E as notícias? São eivadas de incertezas – se a Grécia quebra ou não quebra – ou de certezas impossíveis como, por exemplo: a taxa de inflação vai ser de 6,3 ou 6,7 ao fim do ano, cai em outubro e sobe em novembro. Como podem saber? Como se mede isso? Por que não tomam medidas essenciais como cortar gastos públicos em vez dessa irritante roleta brasileira de palpites? Claro que os ‘pentelhos’ e seus aliados feudais não deixam.

  Por que as paradas gay têm três milhões e os evangélicos quatro milhões e a marcha contra a corrupção no Rio só 2.500 pessoas? É a medida clara de nossa alienação política. E as queimadas e desmatamentos? O governo fala disso como se referisse a outro país, com um lamento impotente: “O equivalente a mil campos de futebol foram queimados em um mês…”. Por que a medida ‘campos de futebol’? Para deprimir corintianos? Aliás, entristece-me ver os times de futebol com anúncios no peito dos jogadores. Sou um babaca romântico, claro. Mas os times heroicos vendendo Hyundai e Kalunga me doem.

  E os garçons simpáticos? Sempre que eu peço um guaraná, ouço invariavelmente: “Com gelo e laranja?”. Por quê? O meu guaraná indígena não basta? Sempre tenho a esperança de encontrar um “old timer” que me pisque o olho e faça a bela pergunta antiga: “Da Brahma ou da Antártica?”.

  E a demarcação das terras indígenas, e as paisagens condenadas? É politicamente incorreto ser contra 11 mil índios que dispõem de dez mil metros quadrados cada um na ‘Raposa do Sol’, índios de bermuda e relógio. Por quê? Não podemos mais admirar uma paisagem sem que um chato não diga: “Olha bem, que está acabando…”. 

  Repugnam-me células fotoelétricas em bicas de banheiros chiques. Você mete a mão ensaboada debaixo de uma bica dourada e a água não sai. Você tenta de novo, nada; até que o faxineiro te instrui a posição certa, esperando gorjeta, mas a água jorra e para, antes de lavar o sabão cor-de-rosa ou cor de diarreia. E o aparelho de secar mão que uiva como uma boca de hipopótamo? E os cremes de rosto e dentes, com a bisnaga vazia pela metade, para faturar uns reais dos otários? E as giletes turbinadas cujas caixas só têm duas unidades? E o papel higiênico ‘folha fina’, que se esgarça entre as unhas? Abomino e-mails em cascata, com as piadinhas da hora, tenho asco de pequenas besteirinhas como gente dizendo-me “bom descanso” ou “bom trabalho”, pagode careta, casais que se casam e se separam na Caras, e, pasmem, não aguento mais ‘bunda’. Isso, no bom sentido, claro, mas não aguento mais ver ‘melancias, melões e moranguinhos’ em toda parte, outdoors, revistas… A economia de consumo é embalada pelas bundas. Viram? A paranoia está batendo… Santo Deus, que será de mim?

Dado o fragmento: ... deixando-nos somente um simulacro. O termo em destaque pode ser substituído, sem alterar o sentido, por:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO -A

    Simulacro significa - Imagem que imita uma coisa ou pessoa:

    ex: simulacro de uma arma.

  • A questão quer saber por qual das alternativas abaixo podemos substituir o termo em destaque em "... deixando-nos somente um simulacro". Vejamos:

     . 

    Simulacro -> imagem que imita uma coisa ou pessoa; imitação; cópia defeituosa ou malfeita; fantasma; aparição hipotética de uma pessoa já falecida.

     . 

    A) deixando-nos somente uma imitação.

    Certo. Imitação é sinônimo de simulacro. Imitação é sinônimo de modelo, semelhança, impostor, imagem, eco, réplica, roubo, simulação, retrato, reflexo, arremedo, copla, representação, simulacro...

     . 

    B) deixando-nos somente um belo modelo.

    Errado. Belo modelo não é sinônimo de simulacro. Modelo é sinônimo de amostra, exemplar, padrão, protótipo, paradigma, molde, exemplo, norma, formulário...

     . 

    C) deixando-nos somente um símbolo.

    Errado. Símbolo não é sinônimo de simulacro. Símbolo é sinônimo de distintivo, emblema, insígnia, marca, comparação, alegoria, metáfora...

     . 

    D) deixando-nos somente uma alegoria.

    Errado. Alegoria não é sinônimo de simulacro. Alegoria é sinônimo de imagem, metáfora, símbolo, representação, parábola...

     . 

    E) deixando-nos somente um desejo maior.

    Errado. Desejo maior não é sinônimo de simulacro. Desejo é sinônimo de propósito, anseio, sofreguidão, libido, ambição, avidez, cobiça, sede, objetivo...

     . 

    Gabarito: Letra A

  • nunca imaginei que estudando o estatuto do desarmamento iria acertar questão de português.

  • A) um imitação = tentar passar ideia que uma coisa real, algo a partir de suas semelhanças / simulação = simulacro Ela vem do Latim SIMULACRUM, “semelhança, cópia, de mesmo aspecto, de SIMILIS, “semelhante”.

    B) "um belo modelo" / modelo = referência para algo. como forma de bolo como sapatos na linha de produção que necessariamente saem iguais ao modelo.

    C) Símbolo e uma representação que não pode ser tomada como modelo. ex: Bandeira do país , logos de empresas, brasões.

    La Broma es

    pensar imitação é igual a símbolo.

    GAB A


ID
4833526
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A paranoia está batendo

(artigo de Arnaldo Jabor; By admin | Abril, 2013) 


    Um dia, há muitos anos, percebi que haviam modificado a caixa grande dos Chicletes Adams (uma cor-de-rosa e outra amarela). Quem se lembra dessas saudosas embalagens? Eram caixas maiores, que tinham uma janelinha de celofane, através da qual se viam os chicletinhos chacoalhando. Assustado, notei que a janela original fora trocada por uma mentirosa abertura, desenhada com os chicletinhos impressos. Algum executivo zeloso, para fazer bonito junto aos patrões, acabara com a visão real das balinhas frescas como a brisa, deixando-nos somente um simulacro. Isso me preocupou. Entendi que se iniciava uma época comercial menos humana (talvez a pós-modernidade), mas, por outro lado, compreendi que detalhes ínfimos podem ser indícios de momentos históricos. Por isso, como vivemos a época de encrencas insolúveis, sem um futuro claro, me ligo em bobagens iluminadoras do presente.

    Por exemplo, que significa a resposta de uma telefonista, se eu lhe agradeço por uma informação e ela replica: “Imagina!…”. Que quer dizer isso? Talvez denote que eu e ela fazemos parte de um “sistema” coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária. É quase uma repreensão, como se meu ‘muito obrigado’ quebrasse a lógica contínua de seu serviço. Daí a resposta: “Imagina! O senhor se acha especial?”. Aliás, “senhor” é uma novidade. Dizia-se sempre “Sr. Fulano, Sr. Sicrano…”.

   Tudo bem, mas agora usam um “senhor” no fim da frase: “Estaremos entregando a encomenda, senhor”… Ou “senhorita”. Alguém já ouviu “senhorita” no dia a dia? Isso deve ser influência do gerúndio na dublagem de filmes americanos: “Miss Williams, we’ll be sending your package soon”. Seria a nefasta influência do imperialismo cultural (esquerda) ou o crescimento de uma linguagem global (liberais). As telefonistas também dizem: “Quem deseja?” ou “O senhor Fulano não se encontra…”. Isso me desorganiza. Tenho ganas de dizer: “Todos desejam, o ser humano deseja! E o senhor Fulano não ‘se encontra’, como? Ele está em crise, perdidaço na vida?”. Nada digo, porque ela responderia: “Eu não saberia lhe informar, senhor…”. 

 Outro fenômeno moderno, ou melhor, “contemporâneo” (aliás, não aguento mais esta palavra ‘contemporâneo’, que tudo absolve e tudo explica: “Isso é uma merda, mas é supercontemporâneo!…”), é o tom dos falantes no celular. Em aeroportos, é comum mulheres discutindo a relação com o marido, falando alto, andando pela sala, até chorando, na linguagem ‘metapsicológica’ dos Big Brothers. Criou-se uma língua BBB, feita de súbitas lágrimas, acusações e queixumes, rancor dosado por perdões simultâneos, deixando escapar propositais intimidades, pontuadas por rápidas olhadas para conferir a reação dos circunstantes. Aliás, por falar em celular, e as musiquinhas? Jingle Bells ou Pour Elise tocam no bolso de um executivo, que imediatamente faz um resumo da situação da empresa aos berros. Por que não fazem um celular que aperte o saco do usuário? Ele daria um grito e gemeria discretamente: “Alô?”.

  E os dedinhos “contemporâneos” que não param nos blackberries e iPhones, com as cabeças baixas, digitando mensagens misteriosas? Isso me traz uma dolorosa solidão, pois ninguém mais presta atenção em ninguém ‘ao vivo’, como se o importante é o que não está ali, o desejo ‘não se encontra’ aqui, mas acolá, talvez na ‘nuvem’. E as notícias? São eivadas de incertezas – se a Grécia quebra ou não quebra – ou de certezas impossíveis como, por exemplo: a taxa de inflação vai ser de 6,3 ou 6,7 ao fim do ano, cai em outubro e sobe em novembro. Como podem saber? Como se mede isso? Por que não tomam medidas essenciais como cortar gastos públicos em vez dessa irritante roleta brasileira de palpites? Claro que os ‘pentelhos’ e seus aliados feudais não deixam.

  Por que as paradas gay têm três milhões e os evangélicos quatro milhões e a marcha contra a corrupção no Rio só 2.500 pessoas? É a medida clara de nossa alienação política. E as queimadas e desmatamentos? O governo fala disso como se referisse a outro país, com um lamento impotente: “O equivalente a mil campos de futebol foram queimados em um mês…”. Por que a medida ‘campos de futebol’? Para deprimir corintianos? Aliás, entristece-me ver os times de futebol com anúncios no peito dos jogadores. Sou um babaca romântico, claro. Mas os times heroicos vendendo Hyundai e Kalunga me doem.

  E os garçons simpáticos? Sempre que eu peço um guaraná, ouço invariavelmente: “Com gelo e laranja?”. Por quê? O meu guaraná indígena não basta? Sempre tenho a esperança de encontrar um “old timer” que me pisque o olho e faça a bela pergunta antiga: “Da Brahma ou da Antártica?”.

  E a demarcação das terras indígenas, e as paisagens condenadas? É politicamente incorreto ser contra 11 mil índios que dispõem de dez mil metros quadrados cada um na ‘Raposa do Sol’, índios de bermuda e relógio. Por quê? Não podemos mais admirar uma paisagem sem que um chato não diga: “Olha bem, que está acabando…”. 

  Repugnam-me células fotoelétricas em bicas de banheiros chiques. Você mete a mão ensaboada debaixo de uma bica dourada e a água não sai. Você tenta de novo, nada; até que o faxineiro te instrui a posição certa, esperando gorjeta, mas a água jorra e para, antes de lavar o sabão cor-de-rosa ou cor de diarreia. E o aparelho de secar mão que uiva como uma boca de hipopótamo? E os cremes de rosto e dentes, com a bisnaga vazia pela metade, para faturar uns reais dos otários? E as giletes turbinadas cujas caixas só têm duas unidades? E o papel higiênico ‘folha fina’, que se esgarça entre as unhas? Abomino e-mails em cascata, com as piadinhas da hora, tenho asco de pequenas besteirinhas como gente dizendo-me “bom descanso” ou “bom trabalho”, pagode careta, casais que se casam e se separam na Caras, e, pasmem, não aguento mais ‘bunda’. Isso, no bom sentido, claro, mas não aguento mais ver ‘melancias, melões e moranguinhos’ em toda parte, outdoors, revistas… A economia de consumo é embalada pelas bundas. Viram? A paranoia está batendo… Santo Deus, que será de mim?

O fragmento que melhor exemplifica a ideia central do texto, é:

Alternativas
Comentários
  • Por isso, como vivemos a época de encrencas insolúveis, sem um futuro claro, me ligo em bobagens iluminadoras do presente.

    Acredito que o termo "bobagens iluminadoras do presente" serve para sintetizar as angústias do eu lírico sobre fatos contemporâneos.

  • Sambódromo composição por hibridismo/ Amazônica derivação regressiva


ID
4833529
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A paranoia está batendo

(artigo de Arnaldo Jabor; By admin | Abril, 2013) 


    Um dia, há muitos anos, percebi que haviam modificado a caixa grande dos Chicletes Adams (uma cor-de-rosa e outra amarela). Quem se lembra dessas saudosas embalagens? Eram caixas maiores, que tinham uma janelinha de celofane, através da qual se viam os chicletinhos chacoalhando. Assustado, notei que a janela original fora trocada por uma mentirosa abertura, desenhada com os chicletinhos impressos. Algum executivo zeloso, para fazer bonito junto aos patrões, acabara com a visão real das balinhas frescas como a brisa, deixando-nos somente um simulacro. Isso me preocupou. Entendi que se iniciava uma época comercial menos humana (talvez a pós-modernidade), mas, por outro lado, compreendi que detalhes ínfimos podem ser indícios de momentos históricos. Por isso, como vivemos a época de encrencas insolúveis, sem um futuro claro, me ligo em bobagens iluminadoras do presente.

    Por exemplo, que significa a resposta de uma telefonista, se eu lhe agradeço por uma informação e ela replica: “Imagina!…”. Que quer dizer isso? Talvez denote que eu e ela fazemos parte de um “sistema” coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária. É quase uma repreensão, como se meu ‘muito obrigado’ quebrasse a lógica contínua de seu serviço. Daí a resposta: “Imagina! O senhor se acha especial?”. Aliás, “senhor” é uma novidade. Dizia-se sempre “Sr. Fulano, Sr. Sicrano…”.

   Tudo bem, mas agora usam um “senhor” no fim da frase: “Estaremos entregando a encomenda, senhor”… Ou “senhorita”. Alguém já ouviu “senhorita” no dia a dia? Isso deve ser influência do gerúndio na dublagem de filmes americanos: “Miss Williams, we’ll be sending your package soon”. Seria a nefasta influência do imperialismo cultural (esquerda) ou o crescimento de uma linguagem global (liberais). As telefonistas também dizem: “Quem deseja?” ou “O senhor Fulano não se encontra…”. Isso me desorganiza. Tenho ganas de dizer: “Todos desejam, o ser humano deseja! E o senhor Fulano não ‘se encontra’, como? Ele está em crise, perdidaço na vida?”. Nada digo, porque ela responderia: “Eu não saberia lhe informar, senhor…”. 

 Outro fenômeno moderno, ou melhor, “contemporâneo” (aliás, não aguento mais esta palavra ‘contemporâneo’, que tudo absolve e tudo explica: “Isso é uma merda, mas é supercontemporâneo!…”), é o tom dos falantes no celular. Em aeroportos, é comum mulheres discutindo a relação com o marido, falando alto, andando pela sala, até chorando, na linguagem ‘metapsicológica’ dos Big Brothers. Criou-se uma língua BBB, feita de súbitas lágrimas, acusações e queixumes, rancor dosado por perdões simultâneos, deixando escapar propositais intimidades, pontuadas por rápidas olhadas para conferir a reação dos circunstantes. Aliás, por falar em celular, e as musiquinhas? Jingle Bells ou Pour Elise tocam no bolso de um executivo, que imediatamente faz um resumo da situação da empresa aos berros. Por que não fazem um celular que aperte o saco do usuário? Ele daria um grito e gemeria discretamente: “Alô?”.

  E os dedinhos “contemporâneos” que não param nos blackberries e iPhones, com as cabeças baixas, digitando mensagens misteriosas? Isso me traz uma dolorosa solidão, pois ninguém mais presta atenção em ninguém ‘ao vivo’, como se o importante é o que não está ali, o desejo ‘não se encontra’ aqui, mas acolá, talvez na ‘nuvem’. E as notícias? São eivadas de incertezas – se a Grécia quebra ou não quebra – ou de certezas impossíveis como, por exemplo: a taxa de inflação vai ser de 6,3 ou 6,7 ao fim do ano, cai em outubro e sobe em novembro. Como podem saber? Como se mede isso? Por que não tomam medidas essenciais como cortar gastos públicos em vez dessa irritante roleta brasileira de palpites? Claro que os ‘pentelhos’ e seus aliados feudais não deixam.

  Por que as paradas gay têm três milhões e os evangélicos quatro milhões e a marcha contra a corrupção no Rio só 2.500 pessoas? É a medida clara de nossa alienação política. E as queimadas e desmatamentos? O governo fala disso como se referisse a outro país, com um lamento impotente: “O equivalente a mil campos de futebol foram queimados em um mês…”. Por que a medida ‘campos de futebol’? Para deprimir corintianos? Aliás, entristece-me ver os times de futebol com anúncios no peito dos jogadores. Sou um babaca romântico, claro. Mas os times heroicos vendendo Hyundai e Kalunga me doem.

  E os garçons simpáticos? Sempre que eu peço um guaraná, ouço invariavelmente: “Com gelo e laranja?”. Por quê? O meu guaraná indígena não basta? Sempre tenho a esperança de encontrar um “old timer” que me pisque o olho e faça a bela pergunta antiga: “Da Brahma ou da Antártica?”.

  E a demarcação das terras indígenas, e as paisagens condenadas? É politicamente incorreto ser contra 11 mil índios que dispõem de dez mil metros quadrados cada um na ‘Raposa do Sol’, índios de bermuda e relógio. Por quê? Não podemos mais admirar uma paisagem sem que um chato não diga: “Olha bem, que está acabando…”. 

  Repugnam-me células fotoelétricas em bicas de banheiros chiques. Você mete a mão ensaboada debaixo de uma bica dourada e a água não sai. Você tenta de novo, nada; até que o faxineiro te instrui a posição certa, esperando gorjeta, mas a água jorra e para, antes de lavar o sabão cor-de-rosa ou cor de diarreia. E o aparelho de secar mão que uiva como uma boca de hipopótamo? E os cremes de rosto e dentes, com a bisnaga vazia pela metade, para faturar uns reais dos otários? E as giletes turbinadas cujas caixas só têm duas unidades? E o papel higiênico ‘folha fina’, que se esgarça entre as unhas? Abomino e-mails em cascata, com as piadinhas da hora, tenho asco de pequenas besteirinhas como gente dizendo-me “bom descanso” ou “bom trabalho”, pagode careta, casais que se casam e se separam na Caras, e, pasmem, não aguento mais ‘bunda’. Isso, no bom sentido, claro, mas não aguento mais ver ‘melancias, melões e moranguinhos’ em toda parte, outdoors, revistas… A economia de consumo é embalada pelas bundas. Viram? A paranoia está batendo… Santo Deus, que será de mim?

Marque a alternativa em que o uso da vírgula se justifica pela mesma regra do fragmento a seguir:

São eivadas de incertezas – se a Grécia quebra ou não quebra – ou de certezas impossíveis como, por exemplo: a taxa de inflação vai ser de 6,3 ou 6,7 ao fim do ano...

Alternativas
Comentários
  • GABARITO -D

    Usamos vírgulas para separar palavras ou expressões explicativas ou retificativas como: Ou melhor, isto é, além disso....

    (556)

    E o caso da questão: São eivadas de incertezas – se a Grécia quebra ou não quebra – ou de certezas impossíveis como, por exemplo:

    a) Tome suas decisões, mas seja responsável por elas.

    Usamos vírgulas antes de conjunções adversativas

    -----------------------------------------------------

    b) Estudou muito durante o semestre, logo conseguiu uma vaga no concurso público.

    Usamos vírgulas antes de conjunções conclusivas.

    --------------------------------------------------------

    c) Saiu do trabalho, fechou a porta e foi-se para sempre.

    Usamos vírgulas entes de orações coordenadas assindéticas. ( sem conjunção )

    -----------------------------------------------------------

    d) A caridade, isto é, a maior das virtudes deve reger nossas atitudes.

    Usamos vírgulas para separar palavras ou expressões explicativas ou retificativas como: Ou melhor, isto é, além disso....(556 )

    -----------------------------------------------------------

    e) Emprego, fortuna, ciência não são suficientes par trazer felicidade.

    Usamos vírgulas diante de termos em enumeração ou da mesma função sintática.

    Detalhe: É possível substituir o "e" pela vírgula.

    Emprego, fortuna e ciência não são suficientes....

    Emprego, fortuna, ciência não são suficientes...

    -------------------------------------------------------------------

    Fonte: Pashoalin & Spadoto, 556, casos de vírgula.

  • Matheus, uma dúvida aqui camarada; Tu fica lendo livros de 'doutrinadores' da lingua portuguesa?

    um abraço!rs

  • Os sinais de pontuação desempenham portentoso papel na frase, tendo em vista que facilitam a compreensão do discurso escrito, além de contribuir significativamente para a clareza do texto. Há uma miríade deles, dentre os quais se destacam: vírgula, pontos de exclamação e interrogação, dois-pontos, ponto e vírgula, aspas, travessão e parêntesis.

    Nesta questão, é preciso inspecionar o uso da vírgula no trecho a seguir e identificar a mesma justificativa em alguma alternativa:

    Inspecionemos o trecho:

    "São eivadas de incertezas – se a Grécia quebra ou não quebra – ou de certezas impossíveis como, por exemplo (...)"

    Deve-se usar a vírgula para separar os elementos ou locuções explicativas ou corretivas, como isto é, a saber, ou seja, por assim, a propósito, por exemplo, ou melhor, digo, ou antes, etc. A lição se aplica à estrutura acima.

    a) Tome suas decisões, mas seja responsável por elas.

    Incorreto. A vírgula foi usada por motivo distinto: para separar uma oração coordenada sindética aditiva;

    b) Estudou muito durante o semestre, logo conseguiu uma vaga no concurso público.

    Incorreto. A vírgula foi usada por motivo distinto: para separar uma oração coordenada sindética conclusiva;

    c) Saiu do trabalho, fechou a porta e foi-se para sempre.

    Incorreto. A vírgula foi usada por motivo distinto: para separar duas orações justapostas (ou assindéticas);

    d) A caridade, isto é, a maior das virtudes deve reger nossas atitudes.

    Correto. As vírgulas foram usadas por idêntica razão à do enunciado;

    e) Emprego, fortuna, ciência não são suficientes par trazer felicidade.

    Incorreto. As vírgulas foram usadas por motivo distinto: para separar elementos de mesma função.

    Letra D

  • Expressões explicativas.


ID
4833532
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A paranoia está batendo

(artigo de Arnaldo Jabor; By admin | Abril, 2013) 


    Um dia, há muitos anos, percebi que haviam modificado a caixa grande dos Chicletes Adams (uma cor-de-rosa e outra amarela). Quem se lembra dessas saudosas embalagens? Eram caixas maiores, que tinham uma janelinha de celofane, através da qual se viam os chicletinhos chacoalhando. Assustado, notei que a janela original fora trocada por uma mentirosa abertura, desenhada com os chicletinhos impressos. Algum executivo zeloso, para fazer bonito junto aos patrões, acabara com a visão real das balinhas frescas como a brisa, deixando-nos somente um simulacro. Isso me preocupou. Entendi que se iniciava uma época comercial menos humana (talvez a pós-modernidade), mas, por outro lado, compreendi que detalhes ínfimos podem ser indícios de momentos históricos. Por isso, como vivemos a época de encrencas insolúveis, sem um futuro claro, me ligo em bobagens iluminadoras do presente.

    Por exemplo, que significa a resposta de uma telefonista, se eu lhe agradeço por uma informação e ela replica: “Imagina!…”. Que quer dizer isso? Talvez denote que eu e ela fazemos parte de um “sistema” coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária. É quase uma repreensão, como se meu ‘muito obrigado’ quebrasse a lógica contínua de seu serviço. Daí a resposta: “Imagina! O senhor se acha especial?”. Aliás, “senhor” é uma novidade. Dizia-se sempre “Sr. Fulano, Sr. Sicrano…”.

   Tudo bem, mas agora usam um “senhor” no fim da frase: “Estaremos entregando a encomenda, senhor”… Ou “senhorita”. Alguém já ouviu “senhorita” no dia a dia? Isso deve ser influência do gerúndio na dublagem de filmes americanos: “Miss Williams, we’ll be sending your package soon”. Seria a nefasta influência do imperialismo cultural (esquerda) ou o crescimento de uma linguagem global (liberais). As telefonistas também dizem: “Quem deseja?” ou “O senhor Fulano não se encontra…”. Isso me desorganiza. Tenho ganas de dizer: “Todos desejam, o ser humano deseja! E o senhor Fulano não ‘se encontra’, como? Ele está em crise, perdidaço na vida?”. Nada digo, porque ela responderia: “Eu não saberia lhe informar, senhor…”. 

 Outro fenômeno moderno, ou melhor, “contemporâneo” (aliás, não aguento mais esta palavra ‘contemporâneo’, que tudo absolve e tudo explica: “Isso é uma merda, mas é supercontemporâneo!…”), é o tom dos falantes no celular. Em aeroportos, é comum mulheres discutindo a relação com o marido, falando alto, andando pela sala, até chorando, na linguagem ‘metapsicológica’ dos Big Brothers. Criou-se uma língua BBB, feita de súbitas lágrimas, acusações e queixumes, rancor dosado por perdões simultâneos, deixando escapar propositais intimidades, pontuadas por rápidas olhadas para conferir a reação dos circunstantes. Aliás, por falar em celular, e as musiquinhas? Jingle Bells ou Pour Elise tocam no bolso de um executivo, que imediatamente faz um resumo da situação da empresa aos berros. Por que não fazem um celular que aperte o saco do usuário? Ele daria um grito e gemeria discretamente: “Alô?”.

  E os dedinhos “contemporâneos” que não param nos blackberries e iPhones, com as cabeças baixas, digitando mensagens misteriosas? Isso me traz uma dolorosa solidão, pois ninguém mais presta atenção em ninguém ‘ao vivo’, como se o importante é o que não está ali, o desejo ‘não se encontra’ aqui, mas acolá, talvez na ‘nuvem’. E as notícias? São eivadas de incertezas – se a Grécia quebra ou não quebra – ou de certezas impossíveis como, por exemplo: a taxa de inflação vai ser de 6,3 ou 6,7 ao fim do ano, cai em outubro e sobe em novembro. Como podem saber? Como se mede isso? Por que não tomam medidas essenciais como cortar gastos públicos em vez dessa irritante roleta brasileira de palpites? Claro que os ‘pentelhos’ e seus aliados feudais não deixam.

  Por que as paradas gay têm três milhões e os evangélicos quatro milhões e a marcha contra a corrupção no Rio só 2.500 pessoas? É a medida clara de nossa alienação política. E as queimadas e desmatamentos? O governo fala disso como se referisse a outro país, com um lamento impotente: “O equivalente a mil campos de futebol foram queimados em um mês…”. Por que a medida ‘campos de futebol’? Para deprimir corintianos? Aliás, entristece-me ver os times de futebol com anúncios no peito dos jogadores. Sou um babaca romântico, claro. Mas os times heroicos vendendo Hyundai e Kalunga me doem.

  E os garçons simpáticos? Sempre que eu peço um guaraná, ouço invariavelmente: “Com gelo e laranja?”. Por quê? O meu guaraná indígena não basta? Sempre tenho a esperança de encontrar um “old timer” que me pisque o olho e faça a bela pergunta antiga: “Da Brahma ou da Antártica?”.

  E a demarcação das terras indígenas, e as paisagens condenadas? É politicamente incorreto ser contra 11 mil índios que dispõem de dez mil metros quadrados cada um na ‘Raposa do Sol’, índios de bermuda e relógio. Por quê? Não podemos mais admirar uma paisagem sem que um chato não diga: “Olha bem, que está acabando…”. 

  Repugnam-me células fotoelétricas em bicas de banheiros chiques. Você mete a mão ensaboada debaixo de uma bica dourada e a água não sai. Você tenta de novo, nada; até que o faxineiro te instrui a posição certa, esperando gorjeta, mas a água jorra e para, antes de lavar o sabão cor-de-rosa ou cor de diarreia. E o aparelho de secar mão que uiva como uma boca de hipopótamo? E os cremes de rosto e dentes, com a bisnaga vazia pela metade, para faturar uns reais dos otários? E as giletes turbinadas cujas caixas só têm duas unidades? E o papel higiênico ‘folha fina’, que se esgarça entre as unhas? Abomino e-mails em cascata, com as piadinhas da hora, tenho asco de pequenas besteirinhas como gente dizendo-me “bom descanso” ou “bom trabalho”, pagode careta, casais que se casam e se separam na Caras, e, pasmem, não aguento mais ‘bunda’. Isso, no bom sentido, claro, mas não aguento mais ver ‘melancias, melões e moranguinhos’ em toda parte, outdoors, revistas… A economia de consumo é embalada pelas bundas. Viram? A paranoia está batendo… Santo Deus, que será de mim?

...rancor dosado por perdões simultâneos... Dadas as palavras a seguir, marque a alternativa em que o plural siga a mesma regra:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO -E

    A) Pagão;

    Pagãos

    Seguem a mesma regra: cidadão, cristão, pagão e artesão.

    ---------------------------

    B) Sacristão;

    Plural: sacristães ou sacristãos.

    ( Segundo o dicionário )

    ( https://dicionario.priberam.org/sacrist%C3%A3o#:~:text=Pessoa%20que%20tem%20a%20seu,Plural

    %3A%20sacrist%C3%A3es%20ou%20sacrist%C3%A3os.&text=Plural%3A%20sacrist%C3%A3es%20ou

    %20sacrist%C3%A3os.,-sacrist%C3%A3%2C%20sacristania%2C%20mansion%C3%A1rio )

    -----------------------------

    C) Tabelião;

    Tabeliães.

    ---------------------------

    D) Órfão;

    Órfãos

    -------------------------

    E) Casarão.

    Casarões

  • Só eu que li "Rebelião" ? x D kkkkk
  • A questão é sobre plural dos substantivos e quer saber qual das palavras abaixo apresenta a mesma regra do plural de "perdão". Vejamos:

     . 

    Os substantivos terminados em "ão" formam o plural de três formas diferentes: "ões, ãos, ães". Para se fazer esse plural, não há uma regra específica a ser seguida, já que pode variar entre os três e dependerá unicamente da origem da palavra. No entanto, "ÕES" é a forma mais comum de formação de plural de palavras terminadas em "ão". Usa-se o plural "ões" para a grande parte dos substantivos concretos e todos os substantivos abstratos terminados em "ção", "são" e "ão". Substantivos paroxítonos terminados em "ão", como "bênção", e alguns substantivos oxítonos e monossílabos tônicos, como "cidadão e mão", formam o plural com a terminação "ÃOS".

    Referência: CELSO CUNHA e Lindley Cintra, em sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, 5.ª edição, página 195 a 197.

     . 

    Perdão -> plural: perdões.

     . 

    A) Pagão;

    Errado. O plural de pagão é pagãos.

    B) Sacristão;

    Errado. O plural de sacristão é sacristães ou sacristãos.

     . 

    C) Tabelião;

    Errado. O plural de tabelião é tabeliães.

     . 

    D) Órfão;

    Errado. O plural de órfão é órfãos.

     . 

    E) Casarão.

    Certo. O plural de casarão é casarões.

     . 

    Gabarito: Letra E


ID
4833535
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A paranoia está batendo

(artigo de Arnaldo Jabor; By admin | Abril, 2013) 


    Um dia, há muitos anos, percebi que haviam modificado a caixa grande dos Chicletes Adams (uma cor-de-rosa e outra amarela). Quem se lembra dessas saudosas embalagens? Eram caixas maiores, que tinham uma janelinha de celofane, através da qual se viam os chicletinhos chacoalhando. Assustado, notei que a janela original fora trocada por uma mentirosa abertura, desenhada com os chicletinhos impressos. Algum executivo zeloso, para fazer bonito junto aos patrões, acabara com a visão real das balinhas frescas como a brisa, deixando-nos somente um simulacro. Isso me preocupou. Entendi que se iniciava uma época comercial menos humana (talvez a pós-modernidade), mas, por outro lado, compreendi que detalhes ínfimos podem ser indícios de momentos históricos. Por isso, como vivemos a época de encrencas insolúveis, sem um futuro claro, me ligo em bobagens iluminadoras do presente.

    Por exemplo, que significa a resposta de uma telefonista, se eu lhe agradeço por uma informação e ela replica: “Imagina!…”. Que quer dizer isso? Talvez denote que eu e ela fazemos parte de um “sistema” coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária. É quase uma repreensão, como se meu ‘muito obrigado’ quebrasse a lógica contínua de seu serviço. Daí a resposta: “Imagina! O senhor se acha especial?”. Aliás, “senhor” é uma novidade. Dizia-se sempre “Sr. Fulano, Sr. Sicrano…”.

   Tudo bem, mas agora usam um “senhor” no fim da frase: “Estaremos entregando a encomenda, senhor”… Ou “senhorita”. Alguém já ouviu “senhorita” no dia a dia? Isso deve ser influência do gerúndio na dublagem de filmes americanos: “Miss Williams, we’ll be sending your package soon”. Seria a nefasta influência do imperialismo cultural (esquerda) ou o crescimento de uma linguagem global (liberais). As telefonistas também dizem: “Quem deseja?” ou “O senhor Fulano não se encontra…”. Isso me desorganiza. Tenho ganas de dizer: “Todos desejam, o ser humano deseja! E o senhor Fulano não ‘se encontra’, como? Ele está em crise, perdidaço na vida?”. Nada digo, porque ela responderia: “Eu não saberia lhe informar, senhor…”. 

 Outro fenômeno moderno, ou melhor, “contemporâneo” (aliás, não aguento mais esta palavra ‘contemporâneo’, que tudo absolve e tudo explica: “Isso é uma merda, mas é supercontemporâneo!…”), é o tom dos falantes no celular. Em aeroportos, é comum mulheres discutindo a relação com o marido, falando alto, andando pela sala, até chorando, na linguagem ‘metapsicológica’ dos Big Brothers. Criou-se uma língua BBB, feita de súbitas lágrimas, acusações e queixumes, rancor dosado por perdões simultâneos, deixando escapar propositais intimidades, pontuadas por rápidas olhadas para conferir a reação dos circunstantes. Aliás, por falar em celular, e as musiquinhas? Jingle Bells ou Pour Elise tocam no bolso de um executivo, que imediatamente faz um resumo da situação da empresa aos berros. Por que não fazem um celular que aperte o saco do usuário? Ele daria um grito e gemeria discretamente: “Alô?”.

  E os dedinhos “contemporâneos” que não param nos blackberries e iPhones, com as cabeças baixas, digitando mensagens misteriosas? Isso me traz uma dolorosa solidão, pois ninguém mais presta atenção em ninguém ‘ao vivo’, como se o importante é o que não está ali, o desejo ‘não se encontra’ aqui, mas acolá, talvez na ‘nuvem’. E as notícias? São eivadas de incertezas – se a Grécia quebra ou não quebra – ou de certezas impossíveis como, por exemplo: a taxa de inflação vai ser de 6,3 ou 6,7 ao fim do ano, cai em outubro e sobe em novembro. Como podem saber? Como se mede isso? Por que não tomam medidas essenciais como cortar gastos públicos em vez dessa irritante roleta brasileira de palpites? Claro que os ‘pentelhos’ e seus aliados feudais não deixam.

  Por que as paradas gay têm três milhões e os evangélicos quatro milhões e a marcha contra a corrupção no Rio só 2.500 pessoas? É a medida clara de nossa alienação política. E as queimadas e desmatamentos? O governo fala disso como se referisse a outro país, com um lamento impotente: “O equivalente a mil campos de futebol foram queimados em um mês…”. Por que a medida ‘campos de futebol’? Para deprimir corintianos? Aliás, entristece-me ver os times de futebol com anúncios no peito dos jogadores. Sou um babaca romântico, claro. Mas os times heroicos vendendo Hyundai e Kalunga me doem.

  E os garçons simpáticos? Sempre que eu peço um guaraná, ouço invariavelmente: “Com gelo e laranja?”. Por quê? O meu guaraná indígena não basta? Sempre tenho a esperança de encontrar um “old timer” que me pisque o olho e faça a bela pergunta antiga: “Da Brahma ou da Antártica?”.

  E a demarcação das terras indígenas, e as paisagens condenadas? É politicamente incorreto ser contra 11 mil índios que dispõem de dez mil metros quadrados cada um na ‘Raposa do Sol’, índios de bermuda e relógio. Por quê? Não podemos mais admirar uma paisagem sem que um chato não diga: “Olha bem, que está acabando…”. 

  Repugnam-me células fotoelétricas em bicas de banheiros chiques. Você mete a mão ensaboada debaixo de uma bica dourada e a água não sai. Você tenta de novo, nada; até que o faxineiro te instrui a posição certa, esperando gorjeta, mas a água jorra e para, antes de lavar o sabão cor-de-rosa ou cor de diarreia. E o aparelho de secar mão que uiva como uma boca de hipopótamo? E os cremes de rosto e dentes, com a bisnaga vazia pela metade, para faturar uns reais dos otários? E as giletes turbinadas cujas caixas só têm duas unidades? E o papel higiênico ‘folha fina’, que se esgarça entre as unhas? Abomino e-mails em cascata, com as piadinhas da hora, tenho asco de pequenas besteirinhas como gente dizendo-me “bom descanso” ou “bom trabalho”, pagode careta, casais que se casam e se separam na Caras, e, pasmem, não aguento mais ‘bunda’. Isso, no bom sentido, claro, mas não aguento mais ver ‘melancias, melões e moranguinhos’ em toda parte, outdoors, revistas… A economia de consumo é embalada pelas bundas. Viram? A paranoia está batendo… Santo Deus, que será de mim?

“Isso é uma merda, mas é supercontemporâneo!…”. O Novo Acordo Ortográfico trouxe algumas dificuldades para aqueles que se aventuram na língua escrita. O termo destacado acima é exemplo disso. Das palavras abaixo, indique a que aparece em desacordo com a norma culta:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO -A

    A regrinha é simplória, mas salva a sua pele...

    " Os iguais se repelem e os diferentes se atraem ".

    a) Arqui- inimigo;

    b) Semicírculo;

    c) Extraoficial;

    d) Anti-inflamatório;

    e) Minissaia.

    Quando o primeiro elemento termina com vogal e o segundo inicia com " r " ou "s " = duplicamos o R ou S.

    Mini + saia = Minissaia.

  • Isso em 2013... imagina como está a realidade de 2020... imagina daqui a 05 anos...

    Obs: O texto é grandinho, mas leiam, vale muito a pena.

  • O emprego do hífen está intimamente atrelado à ortografia, ou seja, a escrita correta das palavras. O enunciado fez explícita menção ao Novo Acordo Ortográfico, obrigatoriamente em voga no Brasil desde 2016. Dessa forma, faz-se imprescindível que o temos em conta.

    Inspecionemos a fim de encontrar incorreta palavra sob a óptica do Acordo:

    a) Arquiinimigo;

    Incorreto. O prefixo "aqui-" termina em vogal (i) idêntica à que inicia o elemento seguinte (inimigo), de modo que o hífen se torna elemento indispensável. Correção: "Arqui-inimigo".

    b) Semicírculo;

    Correto. O prefixo "semi-" termina em vogal (i) e o elemento seguinte se inicia com consoante diferente de "h", portanto a união é legítima;

    c) Extraoficial;

    Correto. O prefixo "extra-" termina em vogal (a) e o elemento seguinte se inicia com uma diferente, portanto a união é legítima;

    d) Anti-inflamatório;

    Correto. Consoante visto no início do comentário, esse prefixo deve ser separado por hífen do elemento seguinte se este iniciar-se com vogal "i";

    e) Minissaia.

    Correto. Em geral, se o prefixo terminar em vogal e o elemento seguinte iniciar-se com "s" ou "r", estas duas consoantes são dobradas (p.ex.: pseudossábio, suprarrelacionado).

    Letra A

  • GABA - Arquiinimigo;

    Arqui - inimigo-------- correto

  • O Vai - Vai( vogal + vogal igual, se separa)

  • Pilares do hífen: Regra Geral = palavra-base inicia com H tem hífen

    Vogais = diferentes ⇒ palavras aglutinadas/juntas. iguais ⇒ com hífen.

    Consoantes = mesma regra.

  • Eu até tava lendo o texto, mas é difícil aturar gente que se acha a filósofa contemporânea perdida no que juga ser as piadas do século.

  • Os opostos se atraem ou seja ( Os diferentes se atraem, logo os iguais se repelem ou seja há hífen nos iguais e não há hífen nos diferentes)

  • Os iguais de repelem , os diferentes se atraem

  • Vogal igual Hifen é legal!

  • Matheus Oliveira....Vc e uma fera..Obrigado vc ta praticamente em todos as questões com comentários sensacionais...Obrigado,......


ID
4833538
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

O valor da expressão numérica 3,5 + 3,43 : 0,7 + 1,1 é

Alternativas
Comentários
  • 3,5+3,43:0,7+1,1=

    343/100 : 7/10

    343/100 x 10/7 = 3430/700 = 4,9

    4,9+3,5+1,1 = 9,5

  • GABARITO - B

    3,5 + 3,43 : 0,7 + 1,1 

    Resolvemos primeiro a divisão:

    3, 43 : 0,7 = 4,9

    3,5 + 4,9 + 1,1 = 9, 5.

    Bons estudos!

  • 35+342/7+11 = 9,5

    Retire as vírgulas e ponha num saquinho, então inicie pela divisão. Quando terminar não esqueça de colocar a vírgula no lugar.

  • 3,5 + 3,43/0,7 + 1,1

    1º IGUALA AS CASAS DECIMAIS COM ZEROS APOS A VIRGULA

    3,43/0,70

    2º RETIRA AS VIRGULAS

    343/70 = 49

    3º COLOCA A VIRGULA NO RESULTADO

    4,9

    4º SOMA TUDO

    3,5 + 4,9 + 1,1 = 9,5

  • A questão em tela versa sobre a disciplina de Matemática e o assunto inerente à expressão matemática.

    Frisa-se que a ordem padrão das operações matemáticas é a seguinte:

    1 - Parênteses.

    2 - Expoente.

    3 - Multiplicação e Divisão.

    4 - Adição e Subtração.

    Tal questão apresenta a seguinte expressão matemática, desejando que seja assinalado o resultado desta:

    3,5 + 3,43 : 0,7 + 1,1.

    Resolvendo a questão

    Resolvendo a expressão matemática acima, tem-se o seguinte:

    3,5 + 3,43 : 0,7 + 1,1 =

    3,5 + 4,9 + 1,1 =

    8,4 + 1,1 =

    9,5.

    Gabarito: letra "b".


ID
4833541
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Sabendo-se que o determinante de uma matriz A de ordem 2 é igual a 7, encontre det( 4A )

Alternativas
Comentários
  • Se M é uma matriz quadrada de ordem n, com determinante k e c uma constante, então o determinante de c*(M) é (c^n)*k

  • Se uma matriz A, quadrada de ordem n, for multiplicada por um número real k qualquer, então seu determinante será multiplicado por k^n.

    det (k . A) = k^n . det A

    Na questão, o número real é 4 e a matriz é de ordem 2 com determinante 7. Logo:

    det(4A) = 4^2 . 7

    det(4A) = 16 . 7

    det(4A) = 112

    Gabarito: letra C.

  • Não tentem fazer pelo sistema q vcs vão só se enrolar.

    Pega a fórmula que é K elevado à ordem multiplicado pelo determinante.

    Na questão isso ficaria Det (4.a) = 4².7

    Ah e o K da fórmula é esse número antes do a, que é o 4 ali.

    Bem mais fácil assim e ainda economiza muito o tempo de vcs no dia da prova.


ID
4833544
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

As raízes da equação do 2º grau x2 - kx + 6=0 são x12 + x22 =37, ache o valor de k,k>0.

Alternativas
Comentários
  •  x² - kx + 6=0

    a=1 b=-k c=6

     x1²+ x2² =37

    Fórmula da soma = - b / a = k / 1

    _____ + ______ =

    Fórmula do produto = c / a

    _____ . ______ = 6

     x1²+ x2² =37 a questão cita que a soma dos quadrados das raízes é igual 37

    _____² + ______ ² = 37

    Quais número multiplicados vão dar 6 e a soma do quadrado deles vai dar 37

    6 . 1 = 6

    6² + 1² = 37

    Portanto, x' =6 e x'' = 1

     o valor de k,k>0. = 6 , 1 = 7

  • Temos: x² -kx +6 = 0, a=1, b=-K e c= 6.

    Xi² + Xii² = 37, k>0

    (Xi + Xii)² - 2. Xi . Xii = 37

    -> Soma (Xi + Xii) = -b/a, - (-K)/1 = K; Produto (Xi . Xii) = c/a, 6/1 = 6

    Substitui: K² - 2.6 = 37

    K² -12 = 37, K² = 37 + 12 = 49 -> K = 7

  • x² - kx + 6=0

    a = 1

    b = - k

    c = 6

    P (produto) = c/a = 6/1 = 6 → x₁ × x₂ = 6 → 6 × 1 = 6

    x₁² + x₂² =37 → 6² + 1² = 36 + 1 = 37

    6,1>0 = 7

    gaba. A


ID
4833547
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Considere a função f:(0,+ ∞ ) → (0, + ∞) dada por f(x) = log7x. Qual o valor de log9 f(343)?

Alternativas
Comentários
  • f (343) = log 7 (343) = 3

    Log 9 (3) = A

    3 ^ 2A= 3;

    2A = 1

    A= 1/2

    GABARITO: D

  • Passo 1:

    f (x) = log 7 (x)

    f (343) = log 7 (343)

    encontramos log 7 (343) no passo 2, então:

    f (343) = 3

    Passo 2:

    log 7 (343) = x

    343 = 7 ^ x

    7 ^3 = 7 ^ x

    x = 3

    Passo 3:

    log 9 f (343) = ?

    encontramos o valor de f (343) no passo 1, então:

    log 9 (3)

    log 3^2 (3)

    log 3^2 (3) = 1/2 . log 3 (3)

    log 3^2 (3) = 1/2 . 1

    log 3^2 (3) = 1/2

    GABARITO: D


ID
4833553
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

"Estou há 28 anos no tribunal e nunca vi uma decisão dessas de retirar reportagem. Pela nossa Constituição, todos temos direito à informação, presta informação, direito à livre expressão. [...] o que houve foi um ato imediato, do ministro Alexandre, tirando do ar o que estava no sítio da Crusoé. Para mim, ressoa como uma verdadeira censura e é inconcebível", completou.” G1/ 2019. (Adaptado). A declaração feita pelo ministro Marco Aurélio Mello busca apoio na Constituição Brasileira de 1988, que completou 30 anos em 2018. Essa Constituição é conhecida como:

Alternativas
Comentários
  • A Constituição de 1988 é o texto-base que determina os direitos e os deveres dos entes políticos e dos cidadãos do nosso país. Foi escrita durante o processo de redemocratização do Brasil após o fim da Ditadura Militar, sendo conhecida por isso como Constituição Cidadã.

    Alternativa "D"!


ID
4833556
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

“O Museu Nacional foi parcialmente destruído por um incêndio na noite deste domingo. Localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, o local abriga um dos maiores acervos de antropologia e história natural do país, é mais antigo museu e uma das instituições científicas mais importantes do Brasil. Fundado por Dom João 6º no dia 6 de agosto de 1818, o museu acabou de completar 200 anos. Muitas peças do acervo de 20 milhões de itens são exemplares únicos - de esqueletos de dinossauros a múmias egípcias, passando por milhares de utensílios produzidos por civilizações antigas.” BBC News Brasil; setembro/2018. (Adaptado). Sobre o Museu Nacional que sofreu um incêndio em 2018, marque a opção correta:

Alternativas
Comentários
  • O Museu Nacional, instituição vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a mais antiga instituição científica do Brasil que, até setembro de 2018, era um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Localiza-se no interior do parque da Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro. É instalado no Palácio de São Cristóvão.

    O palácio serviu de residência à família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889 e foi a sede onde foi elaborada a primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892, pouco tempo depois do início do período republicano.

    Sofreu um incêndio devastador na noite de 2 de setembro de 2018, que destruiu quase a totalidade do acervo histórico e científico construído ao longo de duzentos anos. Ou seja, cerca de vinte milhões de itens catalogados. No presente momento passa por reconstrução financiada em grande parte por instituições estrangeiras.

    Uma das alternativas apresenta uma afirmativa correta acerca do museu. 

    A) INCORRETA - O museu não se localiza em São Paulo mas no Rio de Janeiro. 

    B) INCORRETA - O Palácio de São Cristóvão, onde está abrigado o museu, é anterior à proclamação da república e, antes de ser museu, foi residência de famílias reais do Brasil de D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II. 

    C) INCORRETA - O museu era residência da família imperial antes de ser museu.  Deixou de ser residência quando da proclamação da República e, mais tarde tornou- se museu.  

    D) CORRETA- O museu era de tremenda importância para a história do Brasil, por conta da qualidade e quantidade de seu acervo. O incêndio significou uma perda incalculável para a comunidade científica brasileira e internacional.

    E) INCORRETA- A tragédia com o museu poderia ter sido evitada. Havia denúncias acerca da problemas variados, como problemas elétricos. 


    Gabarito do Professor: Letra  D.
  • A - encontra-se no RJ; errado

    B - foi criado no periodo joanino (1808), bem antes da proclamação da república; errado

    C - Idem B. Além disso, D. Pedro I era filho de D. João 6;

    D - Gabarito

    E - não foi imprevisível. O governo local sabia da más condições do museu. Sabia que precisava de reformas. Isso é tão evidente que, quem foi no museu, viu que tinha parede que estava em estado de calamidade com rachaduras. errado


ID
4833559
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

“O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (31), por 61 votos favoráveis e 20 contrários, o impeachment de Dilma Rousseff. A presidente afastada foi condenada sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas "pedaladas fiscais" no Plano Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional, mas não foi punida com a inabilitação para funções públicas. Com isso, ela poderá se candidatar para cargos eletivos e também exercer outras funções na administração pública.” G1 08/2016.” Sobre processos de impeachment ocorridos no Brasil marque a opção correta:

Alternativas
Comentários
  • C)Com o impeachment sofrido pela ex-Presidente Dilma Rousseff, o Brasil passou a ter 4 Presidentes da República retirados do poder pelo Congresso Nacional. Além dela, também foram afastados Fernando Collor (1992), Carlos Luz e Café Filho (ambos em 1955).

  • As acusações versaram sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente,.  Além disso foram lançadas suspeitas de envolvimento da mesma em atos de corrupção na Petrobras, que eram objeto de investigação pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato. 
    Havia, no entanto, juristas que contestavam a denúncia dos três advogados, afirmando que as chamadas "pedaladas fiscais" não caracterizaram improbidade administrativa e, que não existia qualquer prova de envolvimento da presidente em crime doloso, que pudesse justificar o impeachment. 
    Uma das alternativas mostra uma afirmativa correta acerca de processos de impeachment ocorridos no Brasil. 
    A) INCORRETA- O caso de Dilma Roussef não foi o primeiro. Anteriormente houve a aprovação de um processo de impeachment contra o presidente Fernando Collor de Mello. 
    B) INCORRETA- O vice presidente de Dilma Roussef era Michel Temer, também do MDB 
    C) CORRETA- Café Filho foi afastado do poder por problemas de saúde e Carlos Luz por tentativa de golpe contra JK , já eleito presidente mas ainda não empossado. Collor de Mello foi o outro presidente que sofreu impeachment. 
    D) INCORRETA- Nos últimos 10 anos o processo de impeachment foi recorrente, principalmente em nível municipal. Mas, mesmo com direitos eleitorais cassados e processos na Justiça, os impedidos nunca deixaram a vida política. No entanto, o impeachment, no Brasil, é marcado por diferenças. Nenhum caso é igual ao outro. 
    E) INCORRETA- Collor de Mello foi sucedido por Itamar Franco, que era o vice-presidente. 
    Gabarito do Professor: Letra C.
  • Fernando Collor não foi sucedido por josé sarney e sim POR ITAMAR FRANCO QUE ERA SEU VICE.


ID
4833562
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

São Estados da Região Nordeste:

Alternativas
Comentários
  • A)Alagoas, Bahia, Maranhão.

  • Os nove estados da Região Nordeste e suas capitais são:

    •  (MA) - São Luís
    •  (PI) - Teresina
    •  (CE) - Fortaleza
    •  (RN) - Natal
    •  (PB) - João Pessoa
    •  (PE) - Recife
    •  (AL) - Maceió
    •  (SE) - Aracaju
    •  (BA) - Salvador

  • Gabarito A.

    Erros das demais:

    B) Pará;

    C) Acre;

    D) Goiás;

    E) Amapá.


ID
4833565
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

“Assim como a (favela) Levanta Saia, a favela do Piolho acompanha a margem da Roberto Marinho, avenida que leva à Marginal do Rio Pinheiros, uma das principais vias da cidade. Pequenas favelas se encaixam nos terrenos ainda não tomados pela forte demanda imobiliária sobre o bairro. Em uma cidade bastante desigual, esse é um bairro privilegiado: são vários os equipamentos de saúde, educação e transporte na região.” El País – Brasil, nov. 2017 (Adaptado).


Sobre o desenvolvimento urbano brasileiro marque a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • A banca considerou:

    B) A maior concentração de habitantes na região sudeste reflete a centralização das atividades econômicas nessa região.

  • O desenvolvimento urbano do Brasil é extremamente irregular. Inicialmente, quando do tempo da dominação portuguesa, as cidades foram construídas na faixa litorânea, por defesa, ponto de administração e corredores de exportação. Desta época há duas exceções: as cidades de mineração da área do atual estado de Minas Gerais, as chamadas cidades históricas e, a cidade de São Paulo, fundada em área de planalto, como forma de abrir caminho para o sul, região estratégica por conta do estuário do Prata. A permanência do modelo de economia agro-exportadora mantém a construção de corredores de exportação.
    A interiorização do desenvolvimento urbano deu-se por conta de novas regiões econômicas, primordialmente no século XIX. No entanto, são poucas cidades que tem um crescimento razoavelmente planejado. Na maioria das vezes mostram, fisicamente, a concentração de renda e a desigualdade social que são características da sociedade brasileira. 
    Uma das alternativas apresenta uma afirmativa correta acerca do desenvolvimento urbano no Brasil. 
    A) INCORRETA- As regiões norte e centro-oeste tem baixa densidade demográfica . 
    B) CORRETA- A maior área de concentração urbana é no Sudeste, em função das atividades econômicas da região. 
    C) INCORRETA- A distribuição de população brasileira não é homogênea mas difusa e irregular, assim como dentro das cidades. 
    D) INCORRETA- Os movimentos sociais em pról da reforma agrária acontecem primordialmente em áreas de grandes propriedades. 
    E) INCORRETA- A concentração urbana em áreas específicas tem aumentado mas não em todo o país.
    Gabarito do Professor: Letra B.
  • poderia ser a alternativa D se ela não estivesse incompleta


ID
4833568
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Sobre os aspectos religiosos do Município de Brejo Santo é correto afirmar:

Alternativas

ID
4833571
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Uma das maiores comemorações de Brejo Santo é a Festa do Padroeiro São José, que ocorre a 19 de março, e também padroeiro do Estado do Ceará.

Alternativas
Comentários
  • Gab: E

  • Fonte da Questão: Mãe Diná.


ID
4833574
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Dia do aniversário do Município de Brejo Santo – CE:

Alternativas
Comentários
  • 26 de agosto


ID
4833577
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

De acordo com a relação entre o número de habitantes proporcionado para o número de vereadores, Brejo Santo apresenta um total de vagas para vereadores para:

Alternativas
Comentários
  • Brejo Santo tem -50mil habitantes. segundo alinea c); V; Art. 29 CF/88. 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;...

  • senso afirma 49.842habitantes em 2020

    A questão versa sobre CAPITULO IV - Dos municípios.

    Art. 29º;

    IV/14 - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:

    c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;              

    (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)


ID
4833580
Banca
CEV-URCA
Órgão
Prefeitura de Brejo Santo - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Municípios que fazem limites com Brejo Santo – CE:

Alternativas
Comentários
  • D)Norte: Missão Velha, Abaiara e Milagres;

    Sul:  Jati  e  Estado  de  Pernambuco;  

    Leste: Mauriti;

    Oeste: Porteiras.