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Prova Itame - 2015 - Câmara Municipal de Inhumas - GO - Arquivista


ID
1924708
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Assinale a alternativa correta: “A galinha tornara-se a rainha da casa”

Alternativas
Comentários
  • De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

    — Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!


ID
1924711
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Assinale a alternativa em que todas as palavras estão incorretas:

Alternativas
Comentários
  • Letra D

    Cabeleireiro; Xícara; Corrigir; Reivindicar; Exigente.

  • letra c  é a correta na alternativa está escrito a palavra  EXIGENTE com Z, absurdo!

  • O gabarito é letra C

    Cabeleireiro; Xícara; Corrigir; Reivindicar; Exigente.

    Tem algo errado na questão... o gabarito do QC diz q é D rsrs

    Xícara com CH e Exigente com Z rsrs vá entender ...

    CAVEIRA !!

     

     

  • CAVEIRA E LUCIANA GUIMARÃES: A QUESTÃO ESTÁ FALANDO AONDE DAS ALTERNATIVAS ESTÃO TODAS AS PALAVRAS ESCRITAS "ERRADAS". 

  • O ezigente contou qual era a alternativa correta!! kk

  • Galera! Abram o olho. A questão pede a alternativa onde TODAS as palavras estão INCORRETAS.

    É AI QUE A BANCA TE PEGA!

  • cabeleleila leila


ID
1924714
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Marque a alternativa correta, observando a regência estabelecida:

(I) A enfermeira assistiu o homem desde que chegou ao hospital.

(II) Reclamar do atendente grosseiro é um direito que assiste ao cliente.

(III) Assistiram o filme e foram dormir.

(IV) Nós assistimos nas escolas particulares.

Alternativas
Comentários
  • III- Falso 

    assistir ao filme

  • ASSISTIR

    ■No sentido de ver, presenciar — VTI — preposição: A:

    Ele assistiu ao espetáculo.

    Sempre assisto às novelas.

    ■No sentido de ser de direito, caber, pertencer) — VTI — preposição A:

    Férias é um direito que assiste a todos.

    Tal direito assiste aos alunos.

    ■No sentido de morar  — VI — preposição EM (adjunto adverbial de lugar):

    Eles assistem em São Paulo.

    Assistem todos em área de risco.

    ■No sentido de ajudar, auxiliar — VTD — sem preposição:

    O médico assiste o paciente.

    O departamento jurídico assistiu a Comissão de Direitos Humanos.

     

    Fonte: Português Esquematizado - Agnaldo Martino

  • (I) A enfermeira assistiu (ajudou) o homem desde que chegou ao hospital. Assistir, nesse caso, é VTD. Correto

    (II) Reclamar do atendente grosseiro é um direito que assiste (coube) ao cliente. Assistir, nesse caso, é VTI. Correto

    (III) Assistiram (ver) o filme e foram dormir. Assistir, nesse caso, é VTI e deveria estar a preposição "a". Ficaria: Assistir ao filme...

    (IV) Nós assistimos nas escolas particulares. Para está regência estar correta, assistimos tem que ter o significado de morar, residir. Fica esquisito morar na escola particular, a não ser que seja um internato. Correto

     

  • Letra C

    Verbo assistir:

    1) Transitivo direto ou indireto, significando dar assistência, prestar auxílio

    Ex.: O médico assistiu o doente

    O médico assistiu ao doente

    2) Transitivo indireto, significando ver, presenciar.

    Ex.: Ele assistiu ao filme

    3) Transitivo indireto, significando caber, competir.

    Ex.: Não lhe assiste o direito

    4) Intransitivo, significando morar.

    Ex.: Ele assistia em Paris.

     

    Gramática: Português para concursos Renato Aquino.

  • GABARITO C

     

     

    VERBO ASSISTIR – 4 REGENCIAS

     

    O verbo ASSISTIR tem 4 regências ( um prato cheio para as questões de concursos, melhor decorar todas) 

     

    1. Sentido de ajudar (VTD) 

    2. Sentido de ver (VTI) 

    3. Sentido de morar (VI) 

    4. Sentido de pertencer (VTI) 

     


ID
1924717
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Selecione a alternativa que apresenta erros de concordância verbal.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO A

     

    a) SÃO importante as lembranças daquela época

  • FÁCIL.


ID
1924720
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Se na frase “Mesmo que ela cante baixinho, fará sucesso” a porção em negrito fosse substituída por “Mesmo que ela cantasse baixinho”, a continuação correta seria:

Alternativas
Comentários
  • hipótese (modo subjuntivo)

  • Gab D, p os não assinantes!


ID
1924723
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Assinale a alternativa em que a classificação dos substantivos está correta:

Alternativas
Comentários
  • Errei de bobeira, pressa pra fazer a questão quado já fiz várias parecidas :(

  • Comum: representa todos os seres de uma espécie (homem, cidade, bairro...)

    Próprio: representa apenas um ser de uma espécie (Pedro, Salavador, Aeronáutica...)

    Abstrato: reprsenta ações, estados, qualidades... (ódio, beijo, entrada, fé, calor...)

    Concreto: não representa ações, estados, qualidade... (luz, som, chuva, relógio...)

    Coletivo: representa um grupo de seres da mesma espécie (humanidade, formigueiro...)

  • Por que não a letra C?

  • Acredito que a questão foi anulada, pois há duas alternativas corretas: C e D. Na alternativa C (comum = cadeiras; próprio= Pedro).Na alternativa D (abstrato = delicadeza; coletivo = manada e comum = elefante).


ID
1924726
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Na frase: “Essa é a prova mais longa do mundo!”, o adjetivo encontra-se no grau:

Alternativas
Comentários
  • comentario da DUDA BONETT em outra questão:

     

    1. Comparativo: Compara dois seres diferentes. Subdivide-se em:

     

    a) Comparativo de igualdade: Ana é tão alta quanto Bianca.

    b) Comparativo de Superioridade: Ana é mais alta que Bianca.

    c) Comparativo de Inferioridade: Ana é menos alta que Bianca.

     

    2. Superlativo: Compara qualidades de um único ser.

     

    a) Relativo: Qualidade de um ser em relação a um conjunto de seres.

    - Relativo de Superioridade: Ana é a mais alta da turma.

    -Relativo de Inferioridade: Ana é a menos alta da turma.

     

    b) Absoluto: Qualidades de um único ser, absolutamente.

    - Analítico: Uma palavra modifica, intensifica o adjetivo. Ex. "Muito", "bastante", "extremamente", "excessivamente".

    Ex: "Sua casa é muito bonita".

    Sintético: Quando acrescentamos os sufixos "íssimo", "rimo", "imo".

    Ex: " Minha casa é confortabilíssima".

     

    GABARITO ''A''

  • O grau superlativo relativo, geralmente, afirma/ dá alguma certeza sobre alguma qualidade do ser em relação aos outros. Ex.: Luisa é a mais linda da escola - superioridade / Carlos é o menos chato da turma - inferioridade.


ID
1924729
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Selecione qual das alternativas abaixo apresenta um dígrafo vocálico:

Alternativas
Comentários
  • a) aRRoz - dígrafo consonantal

    b) QUerida - dígrafo consonantal

    c) sANto ( sã.to) - dígrafo vocálico 

    d) baNHo - dígrafo consonantal 

     

    Dígrafo vocálico = som de vogal ( - vogal + m/n). Ex: cANto ( cã.to), tANto (tã.to).

  • DÍGRAFO VOCÁLICO :


    sANto = sAN -to ( AN) = sAAANNNto

  • DIGRAFOS CONSONANTAIS:

    --> CH , RR, SS, LH

    DIGRAFOS VOCALICOS:

    ---> AN, EN

  • Pq o "an" de Banho nao pode ser considerado dígrafo vocálico?

  • A questão é de fonologia e quer que identifiquemos qual das alternativas abaixo apresenta um dígrafo vocálico. Vejamos:

     .

    Dígrafo é o grupo de duas letras representando um só fonema (som). Na palavra "chave", por exemplo, que se pronuncia "xávi", ocorre o dígrafo "ch". 

    Dígrafos consonantais: (dígrafos que representam consoantes) lh, ch, nh, rr, ss, qu, gu, sc, sç, xc, xs. 

    Dígrafos vocálicos: (dígrafos que representam vogais nasais) am, em, im, om, um, an, en, in, on, un.

     .

    A) Arroz

    Errado. Em "ar-roz" há o dígrafo consonantal "rr".

     .

    B) Querida

    Errado. Em "que-ri-da" há o dígrafo consonantal "qu".

    Obs.: "gu" e "qu" só são dígrafos quando seguidos das vogais "e" ou "i", representando os fonemas /g/ e /k/: guitarra, quilo; nesse caso, a letra 'u' não representa nenhum fonema. NÃO há dígrafos quando são seguidos de "a" ou "o": quase, averiguo.

     .

    C) Santo

    Certo. Em "san-to" há o dígrafo vocálico "an".

     .

    D) Banho

    Errado. Em "ba-nho" há o dígrafo consonantal "nh".

     .

    Gabarito: Letra C


ID
1924732
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

Aponte qual das interjeições ou locuções interjetivas está corretamente associada ao seu valor semântico:

Alternativas
Comentários
  • D

  • GABARITO LETRA D.

     

    CLASSIFICAÇÃO DAS INTERJEIÇÕES

     

    As interjeições expressam sentido de:

     

    (GABARITO) ESPANTO, ADMIRAÇÃO, SURPRESA Oh!, Ah!, Uai!, PUXA!, Céus!, Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!

    AdvertênciaCuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta!

    AfugentamentoFora!, Passa!, Rua!, Xô!

    Alegria ou SatisfaçãoOh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!

    AlívioArre!, Uf!, Ufa! Ah!

    Animação ou EstímuloVamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!

    Aplauso ou AprovaçãoBravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!

    ConcordânciaClaro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!

    Repulsa ou DesaprovaçãoCredo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!

    Desejo ou IntençãoOh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!

    DesculpaPerdão!

    Dor ou TristezaAi!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!

    Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!Impaciência ou ContrariedadeHum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!

    Pedido de AuxílioSocorro!, Aqui!, Piedade!

    SaudaçãoChamamento ou InvocaçãoSalve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!

    SilêncioPsiu!, Bico!, Silêncio!

    Terror ou MedoCredo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!

     

    Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf90.php [ADAPTADO]

  • A) Advertência

    B) Desejo

    C) Repulsa

    D) Surpresa

  • romulo andre, acho que voce se confundiu com a responda.

    gabarito D, mas sua explicação foi ótima. 

  • GB D

    PMGO

  • Interjeições são estruturas linguística simples que não possuem função sintática e podem ser compreendidas isoladamente. São invariáveis e são formadas, principalmente, por sons vocálicos e palavras soltas.

    Interjeições formadas por sons vocálicos:

    Ui!, Ah!, Uf!, Oh!, Ih!,…

    Interjeições formadas por palavras soltas:

    Credo!, Cruzes!, Atenção!, Bravo!, Rua!,…

    Quando a interjeição é formada por um conjunto de palavras, é chamada de locução interjetiva: Ora bolas!, Ai de mim!, Quem me dera!,…

    Através de interjeições é possível exprimir emoções, sensações, estados de espírito,... São utilizadas maioritariamente em frases exclamativas e apelativas.

    Sozinha, uma interjeição consegue transmitir o sentido de uma frase completa. O significado de uma interjeição depende do contexto onde ela é utilizada, bem como da entonação do falante.

    Fonte: www.normaculta.com.br/interjeicao

  • GABARITO: LETRA D

    Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas.

    FONTE: WWW.SÓPORTUGUÊS.COM.BR

  • Essas bancas são sacanas mesmo.Põe um texto desse tamanho e nem do mesmo é preciso pra responder a questão.


ID
1924735
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        Uma Galinha – Conto de Clarice Lispector

“Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã.

Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado.

Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. 

Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 

Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! Ela quer o nosso bem!

Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão:

— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida!

— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: “E dizer que a obriguei a correr naquele estado!” A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a de apatia e a do sobressalto.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.”

                                                                “Uma Galinha” Clarice Lispector, 1960

No que se refere ao uso da vírgula, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • o erro da letra A é a virgula depois do EU

  • a)Maria, Catarina, e eu, estivemos no parque hoje. Não sujeito de verbo. 

     b)Para o lanche da tarde, fiz um bolo delicioso. Termo deslocado OK

     c)A menina colheu, flores no jardim.  Não se separar verbo de objeto. 

     d)José, não queria ir, na casa dela.  Não se separar sujeito de verbo. 


ID
1924738
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Dos inscritos de um concurso, 1/5 se inscreveram para o cargo de almoxarife; 1/5 para arquivista; 1/6 para auxiliar de serviços gerais; 1/5 para motorista; 1/6 para recepcionista e 35 para vigilante.

Qual é a quantidade de inscritos nesse concurso?

Alternativas
Comentários
  • 525/5=105 _e_ 525/6=87,5

    105*3=315 _e_ 87,5*2=175

    # 315+175 = 525 #

  • X=TOTAL DE INSCRITOS

    Então:

    X= X/5 + X/5 + X/6 + X/5 + X/6 +35 

    X = (6X +6X + 5X + 6X + 5X +1050) / 30

    30X = 28X + 1080

    2X = 1050

    X=525

  • Diego boa noite,  obrigado pela resposta mais continuo sem entender nada parte do cálculo,  você  juntou todos,  até  aí beleza. A parte que está entre parênteses , pra frente nao entendi,  se importaria em explicar mais detalhadamente  ? Desde já agradeço. 

     

     

     

  • 1/5+1/5+1/6+1/5+1/6+35

    soma-se as frações retirando o mínimo alcançando o valor de 28/30 + 35 logo 35 equivale a 2/30 do total

    2/30 de qual valor equivale a 35? resposta 525.

  • 1/5 ------- 1/6

    1/5 ------- 1/6

    1/5

    525 / 5 = 105 -------- 525 / 6 = 87,5

    105 x 3 = 315 --------- 87,5 x 2 = 175

    315 + 175 = 490 + 35 = 525


ID
1924741
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Para transportar os 262 funcionários da empresa A para empresa B, a empresa utilizou vans com capacidade de 14 pessoas cada uma. Necessariamente, ela precisou de quantas vans?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D

     

    262/18= 18 e sobra resto 10

     

    Ou seja vai ser preciso 18 vans com 14 pessoa e mais uma van com 10 pessoas!   (19)

  • A questão não menciona que um dos funcionários, para cada Van, será o condutor. Mesmo assim, se considerarmos que haverá um motorista para cada Van, dividiríamos 262/13. Este resultado é aproximadamente 20,15, o que daria a necessidade de 21 Vans. Ainda bem que não tem no gabarito. Então conclui-se que a resposta é 19 mesmo. Obs: Não sei se a banca pensou nisso.

  • Eu fiz assim

    se

    1van --------- 14 pessoas

    Xvan -----------262

    X= 262/4

    X= 18,71 aproximadamente então respondi a letra D por arredondamento!!!!!


ID
1924744
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um departamento dispõe de 2 funcionários para executar o mesmo serviço. Considere que, o primeiro funcionário executa o serviço em 8 horas, e o segundo funcionário em 6 horas. Assim sendo, se juntos eles executassem o mesmo serviço, o serviço estaria pronto em quanto tempo, aproximadamente?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO A

     

    Princípio da regra das torneiras

     

    6x8/6+8=   48/14= 3 horas e 25 minutos


ID
1924747
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

O terreno da câmara tem 100 metros de comprimento e está representado numa planta por 3 centímetros. Então sua escala é:

Alternativas
Comentários
  • E= d/D
    d= 0,03 m
    D= 100m


    0,03/100 = 3/10000 ~> 3 : 10 000

  • 1m ------------------- 100 cm

    100m ----------------   X

    X = 100 . 100

    X = 10000cm  >>>  3cm : 10000cm

  • Exemplo de questão no Youtube, na aula abaixo:

     

    TST / Quebrando a Banca FCC: Raciocínio Lógico e Matemática Parte 1
    https://www.youtube.com/watch?v=s32b1DRYjiI

  • 3 cm ---- 100 m 

    3 cm ----- 100 m = 10.000 cm 

    3: 10.000 

     


ID
1924750
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Dois funcionários da câmara, trabalhando simultaneamente, protocolaram 27 processos. Se um deles protocolou 3 processos a mais que o outro, a razão entre o número de processos protocolados por cada funcionário pode ser expressa pela fração:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO C

     

    a+b=27

    a=b+3

     

    b+3+b=27

    b=12

    a=b+3

    a=15

     

    Razão= 12/15 ou seja 4/5

  • Trabalhador (A) ---- 12 processos

    Trabalhador (B) ---- 15 processos

    Simplificando por 3:

    12/15 = 4/5

  • Para quem sabe, nao fique bravo com os detalhes, lembre quando vc começou a estudar.

    Dois funcionarios faz juntos 27 processos: Otimo temos A + B = 27

    Um deles fez 3 processos a mais do que o outro: A=B+3

    Se sabemos que é A = b+3 vamos substituir na primeiro equação.

    A+B=27

    --------------------------

    b+3+B=27

    Vamos separar letras de numeros;

    3 ta positivo passa para outro lado negativo;

    B+B=27-3

    2b=24

    2 ta multiplicando passa para outro lado dividindo;

    B=24/2 = 12

    Achamos o B.

    Vamos achar o A, sabemos que A=B+3 então A=12+3:

    A = 15.

    Achamos:

    A= 15

    B= 12

    Porem não existe gabarito; o que vamos fazer, olha para nossos resultado e ver um numero que divido pelos dois resultado e der exato a conta LOGO temos o 3.

    3/15= 5 e 3/12= 4 achamos nosso gabarito.


ID
1924753
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um concurso aprovou 7% dos candidatos inscritos. Sabe-se que 1.023 foram reprovados. Determine o número de candidatos inscritos neste concurso.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO A

     

    1.023 ------- 93%

          x ------ 100%

     

    x= 1.100

  • Para analisar de outra forma:

    7% de 1000 = 70

    7% de 100 = 7

    --------------------------------

    77

    so jogar nas alternativas.


ID
1924759
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Num grupo de professores há 15 que falam inglês, 12 falam espanhol, 4 falam os dois idiomas e 6 não falam nenhum dos dois idiomas. Quantos professores há nesse grupo?

Alternativas
Comentários
  • Considerando o valor 4 como a inteseção, 8 falam espanhol, e 11 falam inglês. ( 8 + 4 = 12 que falam espanhol ) e ( 11 + 4 = 15 que falam inglês)
    4 falam os dois, por isso é a interseção. Somando com os 6 que não falam nenhum desses idiomas.

    11 + 4 + 8 + 6 = 29 Professores!

  • total = 15+ 12 -4  +8  =  29

    Fé!!


ID
1924762
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A que taxa mensal se deve aplicar a quantia de R$ 9.000,00, durante um ano, para se obter R$ 540,00 de juros simples

Alternativas
Comentários
  • GABARITO A

     

    j=c.i.t

    540=9.000.i/100.12

    540=1080i

    i=0.5%

  • 540 = cti/100

    540 = 9000.12.i/100

    540 = 108.000i/100

    540 = 1080i

    540/1080 = i

    i = 0,5

  • 1 ano tem 12 meses

ID
1924765
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Quantos algarismos são usados para numerar de 1 a 131 todas as páginas de um livro?

Alternativas
Comentários
  • "C "

    # Contagem c/ um algarismo

    1 à 9 =    9 – 1 + 1  =  9     (faz a subt. e soma um)   O resultado multp. por um ( representando um alg.)  9. 1 = 9

     

    # Contagem c/ dois algarismos

    10 à 99  =  99 – 10 + 1 = 90                    90 . 2 = 180  

     

    # Contagem c/ três algarismos ( 131 encontra-se no intervalo de três algarismos, logo será o nosso limite para o cálculo subtração)

    100 à 131 =  131 – 100 + 1 = 32           32 . 3 = 96     

     

    96 + 180 + 9 = 285

  • Quantos algarismos são usados para numerar de 1 a 131:

     

    QA = (131 + 1) x 3 - 111

    QA = 132 x 3 - 111

    QA = 396 - 111

    QA = 285

  • 1 a 9 --> 9 alg.

    10 a 99 -->180 alg. (já que 2*(99 - 10 +1) = 2*90 = 180)

    100 a 131 --> 96 alg. (já que 3*(131 - 100 +1) = 3*32 = 96)

     

    9 + 180 + 96 = 285


ID
1924768
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Arquivologia
Assuntos

Princípio básico da arquivologia, fixa a identidade do documento relativamente a seu produtor; por esse princípio, os arquivos originários de uma pessoa devem manter a individualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados, no arquivo, a outros de origem distinta. O conceito refere-se ao:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D: uando o arquivista trata de documentos, ele obedece ao princípio básico da Arquivologia chamado proveniência dos arquivos (ou respect des fonds ou provenance: o arquivo produzido por uma entidade não deve ser misturado aos de outras entidades geradoras.
    O princípio da proveniência deve ser observado na organização dos arquivos correntes, intermediários e permanentes (ele é considerado a base da arquivística).
    Obs.:
    1a) Fundo – Conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Um fundo pode ser aberto ou fechado. Fundo aberto recebe novos documentos, pois a entidade produtora continua em atividade. Fundo fechado não pode receber acréscimo de documentos, porque a entidade produtora não se encontra mais em atividade.

  • O Princípio da PROVENIÊNCIA também pode aparecer na prova como princípio da procedência ou de respeito aos fundos (respect des fonds). Segundo Duchein, o respeito aos fundos consiste em manter os arquivos agrupados, sem misturá-los aos outrosprovenientes de uma administração, instituição ou de uma pessoa física ou jurídica. É fundamental o respeito à origem dos documentos.
     

     

    Prof. Ronaldo Fonseca

     

     

    Gabarito: letra D.

  • Origem é palavra chave no Princípio da Proveniência.


ID
1924771
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Situado as margens da Estrada Real, estrada que levava a cidade de Goiás, então capital da província, Inhumas surgia com o nome de __________, por ser ponto de descanso para tropeiros, o que mais tarde se tornou uma fazenda de gado.

Alternativas
Comentários
  • Letra C: Goiabeira

  • curralinho era chamada a cidade de Itaberai

  • Situado as margens da Estrada Real, estrada que levava a cidade de Goiás, então capital da província, Inhumas surgia com o nome Goiabeira. Por ser ponto de descanso para tropeiros, o vilarejo surgiu a partir da referência de um extenso goiabal, o que mais tarde se tornou uma fazenda de gado. Devolutas, as terras no interior goiano, eram apropriadas sem nenhum rigor da lei. Assim, foram sendo utilizadas em Inhumas duas forças de trabalho: a do agregado e a do posseiro. No entanto poucos posseiros requeriam em Goiás as concessões de terras ou sesmarias. Em Goiabeira (Inhumas), esse aspecto seria conseqüência das condições impostas aos requerentes, os quais, ao receberem a concessão, deveriam cultivar a área recebida em dois anos.

     

    Fonte: http://www.inhumas.go.gov.br/sobre-o-municipio/historia-de-inhumas/

  • GABARITO

    c) Goiabeira (Inhumas)

    a) Cafezal

    b) Curralinho (Itaberai)

    d) Terra Roxa

  • Fui fazer um chute por associação e me quebrei. kkk. porque no Rio Grande do Norte tem uma cidade que era ponto de descanso para os vaqueiros, no período colonial, aí colocaram o nome de Currais Novos. Não colou o meu chute. kkkk

  • GB C ?

    CBM-GO

  • GB C ?

    CBM-GO

  • INHUMAS - GOIABEIRA


ID
1924774
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Câmara adia votação de projeto de repatriação de recursos do exterior. O governo Federal teve uma derrota na última semana de outubro, na Câmara. O projeto de autoria do Executivo foi retirado da pauta. Ele tramita em regime de urgência constitucional. Os partidos contrários ao projeto argumentaram que a matéria é muito complexa e polêmica para ser votada de forma rápida. O texto enviado à Câmara pelo Palácio do Planalto permitia a legalização de dinheiro remetido para o exterior, desde que ele fosse decorrente de sonegação fiscal, evasão de divisas ou lavagem de dinheiro relacionado ao envio desses valores. O objetivo era arrecadar cerca de R$ 11 bilhões com o pagamento de Imposto de Renda e multar quem obteve o dinheiro ilegalmente no Brasil, mas tentou escondê-lo do Leão. O projeto que regulariza recursos enviados por brasileiros ao exterior é

Alternativas
Comentários
  • Tão fácil que jurava ser pegadinha!!! huahuahuah

  • Sabera responder com as seguntes definições:

    Repatriação: de recursos?

    A lei  nº 13.254, sancionada em 13 de janeiro de 2016, pela ex-presidenta Dilma Rousseff, institui o Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT) e pretende incentivar o envio dos valores, obtidos de forma lícita, de volta ao país. Ela se aplica aos residentes ou domiciliados no país em 31 de dezembro de 2014 que tenham sido ou ainda sejam proprietários ou titulares de ativos, bens ou direitos em períodos anteriores a 31 de dezembro de 2014.

    Compensação Financeira: pela Utilização de Recursos Hídricos? 

    Instituída pela Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 3.739, de 31 de janeiro de 2001 e pela Resolução ANEEL nº 67, de 22 de fevereiro de 2001, a Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos é paga mensalmente a estados e municípios que tiveram áreas alagadas, ou foram afetados pelos reservatórios das usinas hidrelétricas instaladas na região.

    Integração financeirainternacional?

    A defesa de um desenho institucional para as economias domésticas que permita a livre circulação de capitais entre as fronteiras é fundamentada por modelos teóricos que sublinham um conjunto de canais por meio dos quais a Integração Financeira Internacional levaria à melhoria na eficiência da alocação de recursos, estimulando o crescimento econômico de longo prazo dos países.

    viabilidade econômica: e financeira?

    A análise de viabilidade econômica e financeira é um estudo que visa a medir ou analisar se um determinado investimento é viável ou não. Em outras palavras, a análise de viabilidade econômica e financeira irá comparar os retornos que poderão ser obtidos com os investimentos demandados, para decidir se vale a pena ou não investir.


ID
1924777
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Regimento Interno
Assuntos

De acordo com o Regimento Interno as Sessões Ordinárias, realizadas às terças e quintas-feiras, terão a duração de:

Alternativas

ID
1924780
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Eleitoral
Assuntos

De acordo com a Lei Orgânica são condições de elegibilidade para o mandato de Vereador, na forma da Lei Federal:

1. Ter ensino fundamental completo

2. Nacionalidade brasileira

3. Pleno exercício dos direitos políticos

4. Alistamento eleitoral

5. Domicílio eleitoral na circunscrição

6. Filiação partidária

7. Idade mínima de 16

Estão corretos apenas os itens:

Alternativas
Comentários
  • Para ser candidato ao cargo de vereador é preciso ter o domicílio eleitoral no município que pretende concorrer desde um ano antes da eleição e estar filiado a um partido político seis meses antes do pleito. Além disso, é necessário obedecer os seguintes requisitos:

    Ter nacionalidade brasileira (ser brasileiro nato ou naturalizado);

    Possuir pleno exercício dos direitos políticos;

    Ser alfabetizado (saber ler e escrever);

    Estar em dia com a Justiça Eleitoral;

    Ter 18 anos de idade na data-limite do registro de candidatura;

    Certificado de reservista (apenas para pessoas do sexo masculino).

  • Seria ótimo se esses políticos tivessem ao menos o fundamental, isso pra não falar em ensino superior! ¬¬

     

    Gab: E

  • Qual a real utilidade deste item (7)?

     

    At.te, CW.

  • Inacreditável!!! Já vimos bizarrices, agora uma alternativa no enunciado que nem ao menos é utilizada kkkk

  • É concurso de prefeitura gente.Pra quem tá estudando pra tribunal lógico que terá outra visão a respeito da questão.

    As vezes eles colocam constituição que as pessoas mal leem pra prova.

  • As condições de elegibilidade constitucionalmente previstas são: nacionalidade brasileira, pleno gozo dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio na circunscrição, filiação partidária e idade mínima de 18 anos (letra D está correta).

     

    Resposta: D

  • 2, 3, 4, 5 e 6

  • De acordo com a Lei Orgânica são condições de elegibilidade para o mandato de Vereador, na forma da Lei Federal:

    1. Ter ensino fundamental completo

    2. Nacionalidade brasileira

    3. Pleno exercício dos direitos políticos

    4. Alistamento eleitoral

    5. Domicílio eleitoral na circunscrição

    6. Filiação partidária

    7. Idade mínima de 16

  • 1) Enunciado da questão

    A questão exige conhecimento sobre condições de elegibilidade para vereador.

     

    2) Base constitucional (CF de 1988)

    Art. 14. [...].

    § 3º. São condições de elegibilidade, na forma da lei:

    I) a nacionalidade brasileira;

    II) o pleno exercício dos direitos políticos;

    III) o alistamento eleitoral;

    IV) o domicílio eleitoral na circunscrição;

    V) a filiação partidária;

    VI) a idade mínima de:

    d) dezoito anos para Vereador.

     

    3) Exame da questão e identificação da resposta

    1. Errado. Ter ensino fundamental completo, por ausência de previsão constitucional e legal, não é condição de elegibilidade para vereador;

    2. Nacionalidade brasileira é condição de elegibilidade para vereador (CF, art. 14, § 3.º, inc. I);

    3. Pleno exercício dos direitos políticos é condição de elegibilidade para vereador (CF, art. 14, § 3.º, inc. II);

    4. Alistamento eleitoral é condição de elegibilidade para vereador (CF, art. 14, § 3.º, inc. III);

    5. Domicílio eleitoral na circunscrição é condição de elegibilidade para vereador (CF, art. 14, § 3.º, inc. IV);

    6. Filiação partidária é condição de elegibilidade para vereador (CF, art. 14, § 3.º, inc. V);

    7. Idade mínima de 18 anos (e não de 16 anos) é condição de elegibilidade para vereador (CF, art. 14, § 3.º, inc. VI, alínea “d").



    Resposta: D. Estão certos os itens 2 a 6.

  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dispõe sobre condições de elegibilidade.

    1. Incorreta - Não há tal exigência. Só não pode ser analfabeto, pois o analfabeto, embora possa votar, não pode ser votado. Art. 14, CRFB/88: "(...) § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: (...) II - facultativos para: a) os analfabetos; (...) § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos".

    2. Correta - É o que dispõe a Constituição em seu art. 14, § 3º: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; (...)".

    3. Correta - É o que dispõe a Constituição em seu art. 14, § 3º: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) II - o pleno exercício dos direitos políticos;(...)".

    4. Correta - É o que dispõe a Constituição em seu art. 14, § 3º: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) III - o alistamento eleitoral;(...)".

    5. Correta - É o que dispõe a Constituição em seu art. 14, § 3º: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;(...)".

    6. Correta - É o que dispõe a Constituição em seu art. 14, § 3º: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) V - a filiação partidária;(...)".

    7. Incorreta - A idade mínima de 18 anos, não 16. Art. 14, § 3º, CRFB/88: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador".

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa D (2,3,4,5 e 6).