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Prova PUC - SP - 2016 - PUC - SP - Vestibular- Primeiro Semestre


ID
2287969
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Em vários grupos animais, a troca de gases respiratórios com o ambiente depende do trabalho conjunto realizado entre sistema respiratório e sistema circulatório.

Enquanto o sistema respiratório se ocupa da aquisição e eliminação de gases realizadas diretamente entre o organismo e o ambiente, o sistema circulatório atua na distribuição desses gases pelo corpo. No entanto, existem animais cujo sistema circulatório é desprovido de funções respiratórias, como, por exemplo,

Alternativas
Comentários
  • LETRA A

    O sistema circulatório dos insetos é o único desprovido de funções respiratórias entre os exemplos citados. Isto porque o sistema respiratório destes animais, o sistema traqueal, conduz o O2 diretamente do ambiente para os tecidos.


ID
2287978
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Foi recomendada uma dieta especial a uma pessoa que precisa reduzir os níveis de ácido úrico no sangue. Nesse caso, é recomendável que essa pessoa reduza o consumo de alimentos como

Alternativas
Comentários
  • LETRA C

    O ácido úrico é um produto nitrogenado resultante do metabolismo cuja origem é o grupo amina dos aminoácidos. Para se reduzir seus níveis, é recomendável diminuir o consumo de alimentos ricos em proteínas, como por exemplo, carne, leite e ovos.


ID
2287981
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

O bicudo (Sphenophorus levis) é um inseto cujas larvas se desenvolvem no interior do rizoma da cana-de-açúcar (Saccharum sp.), onde se alimentam dos tecidos do vegetal e podem provocar sua morte. No controle biológico do bicudo, tem sido utilizado com êxito o nematoide Steinernema brazilense, um verme milimétrico que abriga em seu intestino bactérias do gênero Xenorhabdus. Ao adentrar a larva do inseto por orifícios naturais, o verme libera as bactérias, as quais digerem os tecidos da larva e disponibilizam, assim, alimento para o verme. As relações ecológicas entre bicudo e cana-deaçúcar e entre o nematoide e as bactérias podem ser classificadas, respectivamente, como

Alternativas
Comentários
  • Letra A

     

    O mutualismo é uma relação ecológica onde há a associação de duas espécies, que obtêm para si benefícios. Ocorre entre indivíduos de espécies diferentes, ou seja, é uma relação interespecífica.

    Pode ser classificado como mutualismo facultativo (também chamado e protocooperação) ou como mutualismo obrigatório.

  • ''A relação ecológica entre as larvas do inseto bicudo e a cana-de-açúcar, que se alimentam dos parênquimas da planta, é do tipo parasitismo, no qual a larva parasita a cana. A relação entre as bactérias e o verme é de benefício mútuo, constituindo um caso de mutualismo. Resposta: A''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf


ID
2288017
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Leia:

"O tombamento dos Jardins [modalidade de bairro no município de São Paulo] foi pioneiro na polêmica atitude dos órgãos de preservação de buscar salvaguardar extensos contextos urbanos cuja destruição ocorre em vista das precariedades das legislações de zoneamento. Buscaram-se mecanismos para proteger a 'paisagem urbana' (...)"

(Silvia F. S. WOLFF. Jardim América. São Paulo: Edusp, 2015. p. 23)

Tendo em vista essa intenção de preservar "paisagens urbanas" pode ser dito que

Alternativas

ID
2288020
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

"Enquanto os Estados Unidos e outras nações estão sentindo as dificuldades econômicas causadas pela alta no preço da gasolina, o Brasil garantiu certo nível de autossuficiência graças a décadas de experimentos com etanol, que hoje pode abastecer carros e caminhões (...) esses esforços já beneficiaram e beneficiarão ainda mais o Brasil no futuro."

(SADLIER, Darlene. Brasil Imaginado - de 1500 até o presente. São Paulo: Edusp, 2016. p. 348)

Sobre o fato descrito é certo dizer que

Alternativas
Comentários
  • ''Ainda que atualmente o Brasil seja considerado autossuficiente em petróleo, tendo aumentado sua produção com o início das explorações dos campos da camada Pré-Sal, tem também expandido a utilização de outras fontes de energia, como a eólica, a solar e a biomassa. Há grande destaque para produção de etanol, caracterizado como renovável, menos poluente do que o petróleo e mais barato. Soma-se a essas características o fato de o Brasil possuir extenso território com fatores naturais que possibilitam a produção de biocombustíveis em larga escala. Resposta: D''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf


ID
2288023
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

"Desde as décadas de 1960 e 1970, quando foi criada boa parte das Unidades de Conservação (UCs) do país, principalmente as indicadas para proteção integral, instalaram-se conflitos diversos com as comunidades [humanas] que originalmente ocupavam esses territórios há 200, 300 ou mais anos atrás."

(SIMÕES, Eliane et al. Planejamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Ubatumirim. Instrumento de justiça socioambiental. São Paulo: Páginas & Letras, 2016. p. 15)

As políticas de proteção do ambiente, em grande escala, no Brasil, têm um curto período de existência, mas o suficiente para gerar vários conflitos e resistências. Tendo em vista esse cenário e o texto, pode-se afirmar que

Alternativas

ID
2288026
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

"Atualmente, os imigrantes marroquinos são um pouco menos de 700.000 na França. A França não é mais o país de predileção dos marroquinos, que se dirigem principalmente para a Espanha e a Itália. Uma imigração qualificada se desenvolve igualmente em direção aos Estados Unidos e ao Canadá."

(Le monde - Hors-série. L'Atlas de la France et des Français.Paris: Le Monde, 2014. p. 144)

Alguns traços da imigração contemporânea revelam-se nesse texto. A esse respeito pode ser dito que

Alternativas

ID
2288029
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Veja essa notícia:

Grupo desenvolve iniciativas de pesquisa, ensino e extensão para colaborar na proteção de manancial que abastece Presidente Prudente 

"No dia 27 de fevereiro, dezenas de produtores rurais da região de Presidente Prudente (SP) compareceram ao centro comunitário da pequena cidade de Anhumas para apresentação do Programa Produtor de Água. A proposta, entre outras iniciativas, remunera agricultores que realizam serviços ambientais em suas terras."

(Jornal Unesp - Universidade Estadual Paulista, número 309. Abril de 2015. p. 8) 

As ideias de "produção de água" e de serviços são bastante interessantes e inovadoras. Sobre elas é possível afirmar que

Alternativas

ID
2288032
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Leia este trecho de entrevista para responder à questão.

"Nada pode justificar os atentados, mas temos que entender por que esses franceses se tornaram terroristas, para não deixar outros de nossos filhos caírem nessa barbaridade. Estamos colocando R$ 1,5 trilhão na segurança antiterrorista, que é necessária, mas deveríamos investir também nos guetos, que abrigam quase só imigrantes e filhos de imigrantes nascidos na França. Há guetos com quatro mil apartamentos, onde se vive em condições horríveis. Essas construções foram um erro e temos que assumir isso."

(Revista BRASILEIROS. Uma consulesa além dos brioches. São o Paulo: Brasileiros Editora, n 91, fevereiro/2015. p. 38

A entrevista é de uma consulesa da França no Brasil. O tema são os atentados terroristas na França perpetrados por franceses filhos de imigrantes. Sobre esse tema e a inserção dos imigrantes na França é correto dizer que

Alternativas

ID
2288035
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Leia este trecho de entrevista para responder à questão.

"Nada pode justificar os atentados, mas temos que entender por que esses franceses se tornaram terroristas, para não deixar outros de nossos filhos caírem nessa barbaridade. Estamos colocando R$ 1,5 trilhão na segurança antiterrorista, que é necessária, mas deveríamos investir também nos guetos, que abrigam quase só imigrantes e filhos de imigrantes nascidos na França. Há guetos com quatro mil apartamentos, onde se vive em condições horríveis. Essas construções foram um erro e temos que assumir isso."

(Revista BRASILEIROS. Uma consulesa além dos brioches. São o Paulo: Brasileiros Editora, n 91, fevereiro/2015. p. 38

A consulesa também se refere e dá grande importância à questão dos guetos como componente dessa situação na França. Sobre isso pode-se dizer que

Alternativas

ID
2288041
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“Após chegarem, descarregam as mercadorias, dispondo-as em ordem na praia, e depois voltam às suas embarcações e fazem sinais de fumaça. Os nativos veem a fumaça e, aproximando-se do mar, colocam ao lado das mercadorias o ouro que oferecem em troca, retirando-se a seguir. Os fenícios retornam e examinam o que os nativos deixaram. Se julgarem que a quantidade do ouro corresponde ao valor das mercadorias, tomam-no e partem, do contrário regressam aos navios e aguardam.”

Heródoto. História. Brasília: UnB, 1988, p. 274. Adaptado. 

A partir do texto de Heródoto (século V a.C.) e de seus conhecimentos, é correto afirmar que a atividade dos fenícios

Alternativas
Comentários
  • Os feníncios era uma talassocracia, o solo montanhoso não era favorável ao desenvolvimento agrícola e pastoril. Vivendo como que espremido em seu território o povo fenício percebeu a necessidade de se lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do Mediterrâneo.

  • Coerencia passou longe. O nome dessa troca de mercdorias é ESCAMBO.

  • Por terem locação geográfica favorável, os Fenícios tinham uma politica voltada ao mar ( TALASSOCRACIA) , logo o seu comércio era prioritariamente marítimo, quase sem concorrência.

    LETRA B

    APMBB


ID
2288044
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“No ano de 590, quando a peste e a fome devastam a Gália, um enxame de moscas faz enlouquecer um camponês de Berry enquanto este cortava lenha na floresta. Ele se transforma em pregador itinerante, vestindo peles de animais, acompanhado de uma mulher a quem chama de Maria, enquanto ele mesmo se faz passar por Cristo. Ele anuncia o futuro, cura os doentes. Segue-o uma multidão de camponeses, pobres e até mesmo padres. Sua atitude ganha logo um aspecto revolucionário. [...] O bispo do Puy manda assassiná-lo e, torturando a pobre Maria, consegue as confissões desejadas.”

Jacques Le Goff. Por uma outra Idade Média. Petrópolis: Vozes, 2013, p. 181-182

O relato expõe traços de uma mentalidade que caracterizou o Ocidente medieval. Entre esses traços, pode-se mencionar:

Alternativas

ID
2288047
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Leia o texto abaixo para responder à questão.

“O Descobrimento da América, no quadro da expansão marítima europeia, deu lugar à unificação microbiana do mundo. No troca-troca de vírus, bactérias e bacilos com a Europa, África e Ásia, os nativos da América levaram a pior. Dentre as doenças que maior mortandade causaram nos ameríndios estão as 'bexigas', isto é, a varíola, a varicela e a rubéola (vindas da Europa), a febre amarela (da África) e os tipos mais letais de malária (da Europa mediterrânica e da África). Já a América estava infectada pela hepatite, certos tipos de tuberculose, encefalite e pólio. Mas o melhor 'troco' patogênico que os ameríndios deram nos europeus foi a sífilis venérea, verdadeira vingança que os vencidos da América injetaram no sangue dos conquistadores. Traços do trauma provocado por essas doenças parecem ter-se cristalizado na mitologia indígena. Quatro entidades maléficas se destacavam na religião tupi no final do Quinhentos: Taguaigba ('Fantasma ruim'), Macacheira ou Mocácher ('O que faz a gente se perder'), Anhanga ('O que encesta a gente') e Curupira ('O coberto de pústulas'). É razoável supor que o curupira tenha surgido no imaginário tupi após o choque microbiano das primeiras décadas da descoberta.”

Luiz Felipe de Alencastro. “Índios perderam a guerra bacteriológica”. Folha de S. Paulo, 12.10.1991, p. 7. Adaptado.

O texto expõe uma das características mais importantes da expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI,

Alternativas
Comentários
  • ''A alternativa escolhida, embora não seja confirmada diretamente pelo texto transcrito, refere-se ao período citado (séculos XV e XVI), ao mencionar a mais importante consequência da Expansão Marítima Europeia: a ampliação em nível global das transações comerciais e, por consequência, a maior circulação de pessoas e de mercadorias. Resposta: C''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf

  • O texto fala das Grandes Navegações que ocorreram nos séculos XV e XVI iniciando a "globalização". Esse novo contato entre civilizações gerou trocas no âmbito econômico e cultural.Entretanto gerou também uma guerra de bactérias entre os Europeus e os nativos, sendo os nativos aqueles que mais sofreram com as doenças.


ID
2288050
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Leia o texto abaixo para responder à questão.

“O Descobrimento da América, no quadro da expansão marítima europeia, deu lugar à unificação microbiana do mundo. No troca-troca de vírus, bactérias e bacilos com a Europa, África e Ásia, os nativos da América levaram a pior. Dentre as doenças que maior mortandade causaram nos ameríndios estão as 'bexigas', isto é, a varíola, a varicela e a rubéola (vindas da Europa), a febre amarela (da África) e os tipos mais letais de malária (da Europa mediterrânica e da África). Já a América estava infectada pela hepatite, certos tipos de tuberculose, encefalite e pólio. Mas o melhor 'troco' patogênico que os ameríndios deram nos europeus foi a sífilis venérea, verdadeira vingança que os vencidos da América injetaram no sangue dos conquistadores. Traços do trauma provocado por essas doenças parecem ter-se cristalizado na mitologia indígena. Quatro entidades maléficas se destacavam na religião tupi no final do Quinhentos: Taguaigba ('Fantasma ruim'), Macacheira ou Mocácher ('O que faz a gente se perder'), Anhanga ('O que encesta a gente') e Curupira ('O coberto de pústulas'). É razoável supor que o curupira tenha surgido no imaginário tupi após o choque microbiano das primeiras décadas da descoberta.”

Luiz Felipe de Alencastro. “Índios perderam a guerra bacteriológica”. Folha de S. Paulo, 12.10.1991, p. 7. Adaptado.

O texto sugere que o surgimento do Curupira, no imaginário tupi do final do século XVI, pode ser explicado como uma

Alternativas

ID
2288053
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

A presença africana está de tal maneira mesclada a formas de ser, fazer e viver europeias e ameríndias, que é difícil distinguir o que é puramente africano. O que é certo é que os nossos antepassados africanos trouxeram para o Brasil os conhecimentos e as técnicas que desenvolveram ao longo dos séculos.

Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 154-155.

Entre os conhecimentos citados no texto, é correto citar:

Alternativas

ID
2288059
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“O 'Manifesto Programa' de janeiro de 1936, [...] objetiva, de uma maneira imediata, de conformidade com seus Estatutos:

a) a formação de uma consciência nacional de grandeza da Pátria e dignidade do Homem e da sua Família;

b) o desenvolvimento do gosto pelos estudos na mocidade brasileira, objetivando a criação de uma cultura nacional própria [...];

c) a eugenia da Raça, pela prática metodizada do atletismo, da ginástica e dos esportes.”

A Razão, 18.11.1937. Fonte: http://memoria.bn.br

O documento, publicado num jornal brasileiro em 1937, representa o ideário da

Alternativas
Comentários
  • Resposta

    Letra "c'

     

  • integralismo brasileiro era inspirado em um movimento tradicionalista em Portugal, o integralismo lusitano. Como símbolo, a AIB utilizava uma bandeira com um disco branco sobre um fundo azul, com um sigma maiúscula (Σ) em seu centro. Os integralistas também ficaram conhecidos como camisas-verdes devido aos uniformes que utilizavam. A AIB, assim como todos os outros partidos políticos, foi extinta após a instauração do Estado Novo, efetivado em 10 de novembro de 1937 pelo então presidente Getúlio Vargas.

     

     

    Ação Integralista Brasileira (AIB) foi um movimento político fascista nacionalista brasileiro criado em 7 de outubro de 1932.[1] Foi fundado por Plínio Salgado, um escritor modernista, jornalista e político, uma figura literária com participação discreta na Semana de Arte Moderna de 1922[2].

     

    https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_Integralista_Brasileira

  • ANAUÊ

  • O lema da AIB era: "Deus, Pátria e Família".


ID
2288062
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“Pobreza, discriminação, segregação, linchamento e violência policial — tudo isso caracterizava a vida dos negros dos Estados Unidos nos anos 50. Aproveitando as mensagens de liberdade e prosperidade do discurso oficial e apoiados por seus aliados brancos, negros de todo o país, tanto dos estados outrora escravistas do sul quanto dos do norte, construíram o mais importante movimento da história dos Estados Unidos, o 'Movimento por Direitos Civis'. Conferindo à palavra 'liberdade' um novo sentido de igualdade e reconhecimento de direitos e oportunidades, conseguiram mudar as relações raciais, políticas e sociais nos Estados Unidos, inspirando outros americanos a lutar pelos seus direitos.”

Sean Purdy. “O outro sonho americano”. In: História Viva, nº 54, abril de 2008. 

Entre as vertentes que compuseram o movimento citado no texto, é correto citar

Alternativas
Comentários
  • ''O “Movimento pelos Direitos Civis”, liderado por Martin Luther King, foi a vertente mais importante da mobilização dos negros norte-americanos em prol da igualdade civil com os cidadãos brancos. A estratégia de King, inspirada nos princípios da “nãoviolência” e da “resistência passiva” de Gandhi, foi vitoriosa. Contudo, devem ser mencionadas duas outras correntes afro-americanas, partidárias da ação violenta e da não-integração dos negros na sociedade norte-americana: os “Muçulmanos Negros”, dirigidos por Malcom X, e os “Panteras Negras” (citados nas alternativas incorretas), cujo líder mais destacado foi Stokely Carmichael. Resposta: B''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf


ID
2288065
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“Virou-se para Teoria. Este ainda não dormia. Sem Medo segredou-lhe:

O que conta é a ação. Os problemas do Movimento resolvem-se, fazendo a ação armada. A mobilização do povo de Cabinda faz-se desenvolvendo a ação. Os problemas pessoais resolvem-se na ação. Não uma ação à toa, uma ação por si. Mas a ação revolucionária. O que interessa é fazer a Revolução, mesmo que ela venha a ser traída.”

Pepetela. Mayombe. São Paulo: Leya, 2013, p. 237

O trecho, extraído de um romance angolano, refere-se à luta do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), na década de 1970, pela independência de Angola. Nessa obra de ficção, aparecem diversos temas presentes nesse conflito. Entre eles,

Alternativas
Comentários
  • Rapidamente, independência de Angola e sua guerra civil posterior:

     a) a impossibilidade de saídas negociadas, as divergências entre os vários grupos que lutavam contra a colonização portuguesa, o personalismo de algumas lideranças. 

     b) o apoio da comunidade internacional à independência angolana, a articulação da luta das várias tribos, a preocupação dos portugueses com reformas políticas e sociais. (ler itens C e D)

     c) o temor do povo angolano face à ameaça de invasão estrangeira, o diálogo ininterrupto com os representantes portugueses, o abandono da luta armada. (Portugal "meteu o pé" de Angola quando viu que ia "dar ruim", além de uma guerra civil sangrenta que se seguiu à saída dos portugueses)

     d) a aliança da guerrilha angolana com os fascistas portugueses, a ampla mobilização popular em favor da emancipação política, a unidade dos grupos em luta. (como disse, Portugal "se mandou", além de terem existido 3 grupos que lutaram entre si pelo controle do país após a saída dos portugueses: MPLA, FNLA e UNITA)

     

    Spoiler: MPLA com financimaneto soviético e apoio de tropas cubanas tomou o poder.

  • Gabarito A


ID
2288077
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

The Heyday of the Silents

GEOFFREY NOWELL-SMITH

By the middle of the 1920s the cinema had reached a peak of splendour which in certain respects it would never again surpass. It is true that there was not synchronized sound, nor Technicolor, except at a very experimental stage. Synchronized sound was to be introduced at the end of the decade, while Technicolor came into use only in the mid 1930s and beyond. Nor, except in isolated cases like Abel Gance's Napoléon (1927), was there anything approaching the wide screen that audiences were to be accustomed to from the 1950s onwards. It is also the case that viewing conditions in many parts of the world, particulary in rural areas, remained maskeshift and primitive.
Source: The Oxford History of World Cinema EDITED BYGEOFFREY NOWELL-SMITH OXFORD UNIVERSITY PRESS 1996 

De acordo com o texto,

Alternativas

ID
2288089
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

The Future of Jobs

http://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs.pdf Acessado em 19/09/2016

Today, we are at the beginning of a Fourth Industrial Revolution. Developments in genetics, artificial intelligence, robotics, nanotechnology, 3D printing and biotechnology, to name just a few, are all building on and amplifying one another. This will lay the foundation for a revolution more comprehensive and all-encompassing than anything we have ever seen. Smart systems — homes, factories, farms, grids or cities — will help tackle problems ranging from supply chain management to climate change. The rise of the sharing economy will allow people to monetize everything from their empty house to their car. 

No que se refere à Quarta Revolução Industrial, o texto acima nos informa que

Alternativas
Comentários
  • ''Conforme o trecho “This will lay the foundation for a revolution more comprehensive and all-encompassing than anything we have ever seen.” é possível afirmar que esta será a revolução mais abrangente e inclusiva vista até agora. Resposta: C''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf


ID
2288098
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Uma pessoa dispõe das seguintes cores de tinta: amarela, azul, verde, vermelha e branca, e irá utilizá-las para pintar um pote. Nesse pote serão pintadas a tampa, a lateral e uma lista na lateral, de modo que a tampa e a lateral poderão ter a mesma cor ou cores diferentes. O número de maneiras distintas de pintar esse pote é

Alternativas
Comentários
  • LETRA A

     

    O número de maneiras distintas para pintar tal pote é dada por 5x5x4 =100


ID
2288101
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A soma dos quatro algarismos distintos do número N = abcd, é 16. A soma dos três primeiros algarismos é igual ao algarismo da unidade e o algarismo do milhar é igual à soma dos algarismos da centena e da dezena. O produto dos algarismos da dezena e da centena é

Alternativas
Comentários
  • a + b + c = d

    a = b + c

    a + b + c + d = 16

     

    a + a = d

    d = 2a

     

    a + a + 2a = 16

    4a = 16

    a = 4

     

    d = 2a

    d = 8

     

    b + c = 4

    cuidado! Os algarismos são diferentes. 

    b e c não podem ser 2 + 2

     

    pode ser:

    3 + 1

    1 + 3

     

    O produto dos algarismos da dezena e da centena é 3

    3*1 = 3 ou 1*3 = 3

    gabarito: B

     


ID
2288104
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A circunferência λ: x² + y² – 4x – 10y + 13 = 0, de centro C, e a reta r : x + y – 11 = 0 se interceptam nos pontos P e Q. A área do triângulo PCQ , em unidades de área, é

Alternativas
Comentários
  • x² + y² - 4x - 10y + 13 = 0

    y = 11 - x

     

    x² + (11-x)² - 4x - 10(11-x) + 13 = 0

    x² + 121 - 22x + x² - 4x - 110 + 10x + 13 = 0

    2x² - 16x + 11 + 13 = 0

    2x² - 16x + 24 = 0 

    x² - 8x + 12 = 0

     

    Δ = b² - 4.a.c

    Δ = (-8)² - 4 * 1 * 12

    Δ = 64 - 48

    Δ = 16

     

    - b ±​ √Δ = 

        2a  

     

    -(-8) ± √16 = (8 ± 4)/2  

          2

     

    (8 + 4)/2 = 6

    (8 - 4)/2 = 2

     

    x = 6 ou x = 2

     

    y = 11 - x

    y = 11 - 6

    y = 5

     

    y = 11 - x

    y = 11 - 2

    y = 9

     

     

    x² + y² - 4x - 10y + 13 = 0

    x² + y² - 4x - 10y = -13

     

    x² - 4x + 4 + y² - 10y + 25 = 4 + 25 - 13

    (x² - 2)²  + (y - 5)² = 4²

     

    ''C é dado pelo par (2, 5) e o raio da circunferência mede 4.

    Note-se que PCQ é um triângulo retângulo em C e isósceles: PC = 4 e PQ = 4. Logo, sua área é 1/2 * 4 * 4 = 8 (unidades de área).''

     

    http://angloresolve.plurall.net/press/question/1404131

     

    gabarito: C


ID
2288110
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Considere a progressão aritmética (3, a, a,...) crescente, de razão r, e a progressão geométrica ( b, b, b, 3,...) decrescente, de razão q, de modo que a = b e r = 3q. O valor de b é igual

Alternativas

ID
2288113
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Em relação ao número complexo z = i⁸⁷ .( i⁰⁵ + √3 ) é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Com as devidas alterações, teremos:

    Antes, lembremos: i^0=1; i¹=i; i²=-1; i³=-i;

    z=i³(i¹+√3)-------->z=-i(i+√3)-------->z= -i² +√3i------->z=1 +√3i

    O módulo, será P, P²=a²+b²------->P=2

    Única correta é a D

    Argumento é o angulo


ID
2288119
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

O volume de um cilindro de 8 cm de altura equivale a 75% do volume de uma esfera com 8 cm de diâmetro. A área lateral do cilindro, em cm² , é

Alternativas
Comentários
  • Volume do cilindro = 75% Volume da esfera

     

    pi r² h = 75/100 . 4/3 pi

    8 r² = 75/100 . 4/3 . 4³

    300 . 8 r² = 75 . 4 . 64

    300 . 8 r² = 300 . 64

    8 r² = 64
    r² = 8 => 2√2 cm

     

    Área Lateral do cilindro = 2 pi h r

    2 . pi . 8 . 2√2 =>  32√2π​ cm²

     

    LETRA C

     

     

     

     


ID
2288149
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Do romance A Cidade e as Serras, escrito por Eça de Queiroz, pode-se afirmar que

Alternativas

ID
2288152
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Não acabarei, porém, o capítulo, sem dizer que vi morrer no hospital da Ordem, adivinhem quem? ... a linda Marcela; e vi-a morrer no mesmo dia em que, visitando um cortiço, para distribuir esmolas, achei... Agora é que não são capazes de adivinhar... achei a flor da moita, Eugênia, a filha de Dona Eusébia e do Vilaça, tão coxa como a deixara, e ainda mais triste.

O trecho acima é do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e refere personagens que tiveram relacionamentos amorosos na vida do narrador. Assim, indique a alternativa correta sobre tais relacionamentos.

Alternativas

ID
2288155
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia na fronde da carnaúba;

Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;

Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.


O trecho acima integra o romance Iracema, sobre o qual Machado de Assis se referiu como um verdadeiro poema em prosa. Indique, nas alternativas abaixo aquela que se mostra ERRADA quanto ao texto em pauta.

Alternativas

ID
2288158
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Desde então os guerreiros pitiguaras que passavam perto da cabana abandonada e ouviam ressoar a voz plangente da ave amiga, afastavam-se com a alma cheia de tristeza, do coqueiro onde cantava a jandaia. E foi assim que um dia veio a chamar-se Ceará o rio onde crescia o coqueiro, e os campos onde serpeja o rio.

O trecho acima integra o romance Iracema, de José de Alencar. Considerando a obra como um todo, o trecho em pauta se refere

Alternativas

ID
2288164
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o poema para responder à questão

 

A Ingaia Ciência

A madureza, essa terrível prenda que alguém nos dá, raptando-nos, com ela, todo sabor gratuito de oferenda sob a glacialidade de uma estela,

a madureza vê, posto que a venda interrompa a surpresa da janela, o círculo vazio, onde se estenda, e que o mundo converte numa cela.

A madureza sabe o preço exato dos amores, dos ócios, dos quebrantos, e nada pode contra sua ciência

e nem contra si mesma. O agudo olfato, o agudo olhar, a mão, livre de encantos, se destroem no sonho da existência. 

O poema, de Carlos Drummond de Andrade, está em Claro Enigma. Dele pode-se afirmar que

Alternativas

ID
2288167
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o poema para responder à questão

 

A Ingaia Ciência

A madureza, essa terrível prenda que alguém nos dá, raptando-nos, com ela, todo sabor gratuito de oferenda sob a glacialidade de uma estela,

a madureza vê, posto que a venda interrompa a surpresa da janela, o círculo vazio, onde se estenda, e que o mundo converte numa cela.

A madureza sabe o preço exato dos amores, dos ócios, dos quebrantos, e nada pode contra sua ciência

e nem contra si mesma. O agudo olfato, o agudo olhar, a mão, livre de encantos, se destroem no sonho da existência. 

Ainda, do poema A Ingaia Ciência, é possível, também, afirmar que

Alternativas

ID
2288170
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Dos enunciados abaixo, indique aquele cujo conteúdo não corresponde ao conto referido.

Alternativas

ID
2288173
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A obra Sagarana, de João Guimarães Rosa, foi publicada em 1946. Dela é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • ''Entre as alternativas, a que corresponde ao livro Sagarana é a que destaca a novela “Corpo Fechado”. Em carta de Guimarães Rosa a João Pondé, transcrita do livro Remembramentos: João Guimarães Rosa, meu pai, o autor de Sagarana revela que Corpo Fechado talvez fosse sua novela predileta. Na alternativa a, é errado afirmar que as novelas se passam na Bahia; em c, são falsas as afirmações de que compõem o livro as narrativas “Questões de família” e “Uma história de amor”, além da menção da doze histórias, em Sagarana há nove; em e, é errado afirmar que a obra apresenta narrativas “apenas de teor místico”. Resposta: B''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf


ID
2288176
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

No primeiro parágrafo do editorial, o pronome relativo evidenciado

Alternativas
Comentários
  • gabarito: D

     

  • o cujo liga possuidor a coisa possuída


ID
2288179
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

O gesto mencionado no terceiro parágrafo do editorial diz respeito

Alternativas
Comentários
  • ''Contrariando os costumeiros discursos de posse, a ministra Cármen Lúcia saúda primeiro o povo brasileiro, tratando-o por “sua excelência”, em vez de saudar o presidente da República, como é de praxe nesses discursos. Resposta: C''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf


ID
2288182
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

Pela leitura do texto, infere-se que a expressão "mero populismo”, empregada no terceiro parágrafo, significa

Alternativas
Comentários
  • ''Populismo é “uma doutrina ou prática política que prega a defesa dos interesses das camadas não privilegiadas da população, mas que frequentemente se limita a ações de cunho paternalista, angariando dessa forma o apoio popular”. (Dicionário Houaiss) Resposta: A''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf


ID
2288185
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

Ao final do editorial, a “Gestão Cármen Lúcia” refere-se

Alternativas
Comentários
  • ''A conclusão do editorial refere-se à gestão de dois anos da ministra Cármen Lúcia como presidente do Supremo Tribunal Federal.

    Resposta: B''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf

     

    STF, não STJ...


ID
2288188
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

“Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”.

Nesse trecho do terceiro parágrafo da parte Versos, Luma Poletti emprega as aspas simples dentro das aspas duplas para

Alternativas
Comentários
  • c) assinalar com as simples o dizer de Riobaldo e com as duplas o discurso da ministra. (gabarito)


ID
2288191
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

Ao recuperar fragmentos das canções, dos versos e do romance, a ministra

Alternativas
Comentários
  • ''As citações literárias configuram intertextualidade, utilizada para expressar o ponto de vista da ministra Cármen Lúcia sobre “diferentes aspectos” do momento atual da nação. Resposta: D''

     

    http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/pucsp/2017/pucsp2017.pdf


ID
2288194
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

“Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono”. Nessa passagem do discurso, a ministra refere-se

Alternativas
Comentários
  • b) indiscriminadamente a todos os brasileiros. (gabarito)


ID
2288197
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

Assinale a passagem do texto de Luma Poletti em que Cármen Lúcia caracteriza sua função.

Alternativas
Comentários
  •  a) “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta...” (gabarito)


ID
2288200
Banca
PUC - SP
Órgão
PUC - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos a seguir serão a base da questão objetiva. 


Recado dado ao STF 

Editorial Folha de S.Paulo, 13 set. 2016

  Poucas vezes a posse de um presidente do Supremo Tribunal Federal se revestiu de tanto simbolismo quanto a de Cármen Lúcia, cuja chegada ao comando do órgão de cúpula do Judiciário se consumou nesta segunda-feira (12). 

  Em uma cerimônia simples, a ministra quebrou o protocolo já no início de seu discurso. Em vez de cumprimentar primeiro o presidente da República, Michel Temer (PMDB), Cármen Lúcia considerou que a maior autoridade presente era "Sua Excelência, o povo" – e, por isso, saudou antes de todos o "cidadão brasileiro".

  Partisse de outrem, o gesto talvez pudesse ser considerado mero populismo; vindo da nova presidente do STF, guarda coerência com outras iniciativas de valor simbólico semelhante, como abrir mão de carro oficial com motorista ou dispensar a festa em sua própria posse.

  Como se pudesse haver dúvidas a respeito disso, Cármen Lúcia deixa clara a intenção de, no próximo biênio, conduzir o STF com a mesma austeridade que pauta sua conduta pessoal. "Privilégios são incompatíveis com a República", disse a esta Folha no ano passado.

  É de imaginar, assim, que a nova presidente de fato reveja uma das principais bandeiras da agenda corporativista de seu antecessor, Ricardo Lewandowski: o indefensável aumento salarial para os ministros do Supremo.

  Não há de ser esse o único contraste entre as gestões. Espera-se que Cármen Lúcia moralize os gastos com diárias de viagens oficiais no STF, amplie a transparência e a previsibilidade das decisões do Judiciário e, acima de tudo, resgate o papel disciplinar do Conselho Nacional de Justiça, esvaziado sob a batuta de Lewandowski.

  Desfrutando de sólida reputação no meio jurídico, a ministra suscita altas expectativas ainda por outro motivo: ela relatou o processo do ex-deputado federal Natan Donadon, condenado por desvio de dinheiro público e primeiro político a ter sua prisão determinada pelo STF desde a promulgação da Constituição de 1988.

  Daí por que o ministro Celso de Mello se sentiu à vontade para, antes do discurso de Cármen Lúcia, proferir palavras duríssimas contra "os marginais da República, cuja atuação criminosa tem o efeito deletério de subverter a dignidade da função política e da própria atividade governamental".

  No plenário do Supremo, diversos figurões da política investigados ou processados por crimes contra o patrimônio público apenas ouviam, constrangidos. Que o recado da gestão Cármen Lúcia possa ir além do plano simbólico.


De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse


POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00

   Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
  A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
  “Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
  O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
  A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
  Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
  Versos
  Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
  “Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
  Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
  Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
  A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.

Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016.
[Adaptado]  

Em relação ao uso da linguagem, tanto no editorial como na matéria de Poletti,

Alternativas
Comentários
  • c) em função do contexto de produção, há predomínio do registro linguístico formal. (gabarito)

  • Engraçado que nunca precisa ler os textos.