A oxigenoterapia hiperbárica como terapia complementar no
tratamento do transtorno do espectro do autismo
Por FERREIRA, Luís et al. (trecho de artigo adaptado).
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), segundo a
classificação da DSM-5, insere-se nos Transtornos de
Neurodesenvolvimento e se assenta em dois critérios
fundamentais, os défices persistentes na comunicação
social e sua interação social em vários contextos e os
padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses
ou atividades. Nos défices persistentes na comunicação
social e sua interação social em vários contextos, é incluída
a comunicação verbal e não-verbal e a expressão de
emoções, que se manifestam com maior ou menor
intensidade. Os padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses ou atividades estão relacionados
aos comportamentos rotineiros, hiper ou hiporreatividade a
estímulos sensoriais, demonstração de interesse fixo em
intensidade ou foco e outros comportamentos (American
Psychiatric Association, 2014)
Gillet (2014) afirma que crianças com TEA apresentam
alterações neuropsicológicas, manifestando-se em
comportamentos característicos, consoante a área do
cérebro afetada. Cody, Pelphrey e Piven (2002) se referem à
existência de anormalidades anatómicas ao nível do córtex
cerebral, sistema ventricular e o cerebelo em indivíduos com
TEA. Segundo Rossingnol e Rossingnol (2006), as crianças
com TEA têm apresentado níveis aumentados de
neuroinflamação, alteração dos níveis de citocinas e stress
oxidativo, pelo que a OHB pode contribuir para a reversão
dessas alterações melhorando os sintomas do TEA.
A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) consiste em providenciar
Oxigênio (O2) a concentrações superiores a 21%, sob
aumento de pressão (Atmospheres absolutes - ATA), com o
objetivo de melhorar a hipoperfusão e inflamação dos
tecidos. Os efeitos da OHB nos órgãos e tecidos do
organismo são multifacetados. Nessas condições, o O2
comporta-se como uma droga, provocando o aumento do
metabolismo. A OHB tem sido utilizada em múltiplas
patologias, nomeadamente nos Acidentes Vasculares
Cerebrais (Singhal, 2007), nas paralisias cerebrais (Collet et
al, 2001), no auxílio do tratamento de feridas, em caso de
intoxicação com monóxido de carbono, surdez súbita
(Undersea and Hyperbaric Medical Society, 2014),
traumatismo craniano (Rockswold, Rockswold, & Defillo,
2007), esclerose múltipla (Bennett & Heard, 2004) e outras
situações.
(FERREIRA, Luís et al. La oxigenoterapia hiperbárica como
tratamiento adyuvante en el trastorno del espectro autista.
Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, Porto,
n. 15, p. 37-44, jun. 2016.)
Leia o texto 'A oxigenoterapia hiperbárica como
terapia complementar no tratamento do transtorno do
espectro do autismo' e, em seguida, analise as
afirmativas abaixo:
I. As informações presentes no texto permitem concluir que
as crianças com o transtorno do espectro do autismo têm
apresentado níveis aumentados de neuroinflamação,
alteração dos níveis de citocinas e stress oxidativo, pelo que
a oxigenoterapia hiperbárica pode contribuir para a reversão
destas alterações melhorando os sintomas do TEA.
II. Após a análise do texto, é possível concluir que os padrões
restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou
atividades estão relacionados aos comportamentos
rotineiros, hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais,
demonstração de interesse fixo em intensidade ou foco e
outros comportamentos.
Marque a alternativa CORRETA: