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Prova Aeronáutica - 2013 - CIAAR - Primeiro Tenente


ID
1980505
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

O tema de um texto é o seu tópico central, em torno do qual todas as informações convergem para que o texto tenha unidade. Em vista desse aspecto, assinale a alternativa que apresenta o tema sobre o qual o texto versa.

Alternativas
Comentários
  • ....

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA B)

     

    Como um típico artigo de opinião, o texto divide-se em proposição, sustentação e conclusão. A primeira parte desses textos serve exatamente para introduzir o tema que será debatido e firmar uma tese acerca desse tema. Os três primeiros parágrafos constituem essa parte do texto em questão e é sobre a dinâmica das interações na contemporaneidade que ela se atém. Os conteúdos sinalizados pelas demais alternativas são levados ao texto no decorrer do seu desenvolvimento, sendo articulados ao tema de modo a atuarem como argumentos para sustentar a tese defendida.

     

    Fontes:  O próprio texto.  GARCIA, Moacyr Otton et. al. Comunicação em prosa moderna. Aprenda a escrever aprendendo a pensar. 27 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010.


ID
1980508
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

Em vista de sua estruturação e proposição semântica, o texto tem um caráter argumentativo, visando sustentar a pertinência de determinado ponto de vista acerca de um tema. Assinale a alternativa que apresenta a proposição, ou seja, a tese do autor sobre o tema sendo debatido.

Alternativas
Comentários
  • ....

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA B)

     

    O ponto de vista do autor acerca do tema é sinalizado em diversos momentos da introdução do texto (que corresponde aos três primeiros parágrafos do mesmo). No entanto, a tese é formalizada ao final do 3º parágrafo, quando o autor afirma: “O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial”. Os termos sublinhados indicam, respectivamente, as ideias de “desejo de velocidade”, “irrealidade” e “nocividade”.

     

    Fonte: O próprio texto


ID
1980511
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

No terceiro parágrafo, o autor afirma: “Desejá-lo [o tempo imediato] não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial”. De acordo com o texto, assinale a alternativa cujo conteúdo não pode ser considerado como uma justificativa a essa asserção.

Alternativas

ID
1980514
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

Releia o primeiro período do penúltimo parágrafo, observando o sentido que os termos destacados assumem no trecho: “Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo”. Em seguida, analise os itens abaixo.

I. O termo “bovinos” atribui a característica de passividade ao termo que qualifica.

II. O termo “hedonismo” suscita a ideia de busca incessante por prazer.

III. O termo “pragmatismo” evoca a noção de ingenuidade.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • ....

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA C)

     

    O adjetivo “bovinos” é utilizado no texto como uma metonímia para passividade, uma das características do comportamento do animal cujo radical da palavra remete, o boi. Já o termo “hedonismo” é uma metonímia para a busca incessante do prazer, uma vez que, originalmente, esse termo remete a uma corrente filosófica que considera a busca do prazer como o bem supremo, o principal objetivo da vida moral. No entanto, o termo “pragmatismo” remete justamente ao oposto à noção de ingenuidade, funciona como metonímia para comportamento ou atitude, de pessoa ou grupo, que sempre busca resultados práticos, materiais, concretos.

     

     

    Fontes:  O próprio texto.  HOUAISS, Antônio. Novo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Nova ortografia). Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

  • Hedonismo: Excessiva busca pelo prazer como modo de vida.

    Pragmatismo: Análise das coisas através de uma abordagem pragmática, prática.


ID
1980517
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

Na introdução do sexto parágrafo do texto, o autor afirma que “Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos 'amigos' no Facebook ou 'seguidores' no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos”. O disposto a seguir nesse parágrafo se configura, em termos da estratégia de argumentação do autor, como 

Alternativas

ID
1980520
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

O texto argumentativo “O mito do tempo real” apresenta proposição, sustentação (ou formulação dos argumentos) e conclusão. Analisando a natureza dos argumentos usados no texto para sustentarem a tese, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • ....

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA A)

     

     

    A observação do conteúdo do trecho que vai do 3º ao 9º parágrafo (que engloba a formulação dos argumentos) revela que os pontos que o autor utiliza para sustentar o seu posicionamento frente ao tema são apresentados como fatos. Não há a construção de exemplos (prova disso é a ausência de termos e expressões que os estruturam), nem analogias (ausência de estruturas comparativas). Da mesma maneira, não há a apresentação de testemunhos (ausência de introdutores de discursos, discursos diretos e indiretos).


ID
1980523
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

No primeiro parágrafo do texto, o autor lança mão de um pronome para conferir ênfase à problematização do tema, ampliando, assim, o alcance do enunciado. Que termo é esse?

Alternativas

ID
1980526
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

Analise o trecho “A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de 'tempo real', mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade” (3º§). Assinale a alternativa que apresenta uma classificação adequada do período.

Alternativas
Comentários
  • “A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de 'tempo real', mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade” (3º§).

     

    RESPOSTA: 

    mesmo que = conjunção concessiva = qubra de ideia da segunda oração em relação a primeira = orações subordinadas.

  • .....

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA C)

     

    No trecho citado, a oração “mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade” apresenta uma concessão à oração principal “A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de „tempo real‟”. Portanto, trata-se de período composto por subordinação, uma vez que a oração que informa a concessão é uma subordinada adverbial consecutiva.

     

    Fontes:  O próprio texto.  CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Scipione, 2004.


ID
1980529
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

No trecho “Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos 'amigos' no Facebook ou 'seguidores' no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos.” (6º§), o uso de aspas nos termos destacados serve para

Alternativas

ID
1980532
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

Em relação à voz verbal da oração, assinale a alternativa que não apresenta uma classificação adequada.

Alternativas
Comentários
  • Voz reflexiva- o sujeito deve praticar e receber a ação verbal ao mesmo tempo.

  • letra B. Justificativa: além do que o Fabricio mencionou, é voz passiva sintética/ pronominal. Na voz passiva analítica, fica: Conversas são multiplicadas por comunicadores instantâneos. 

  • “[...] conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos [...]” (2º§) – VOZ PASSIVA SINTÉTICA, pois:

    Multiplicam-se = VTD

    Conversas = Objeto Direto, que vira SUJEITO PACIENTE na construção VTD + SE = PA

    SE = Partícula Apassivadora (PA)

    por comunicadores = agente da passiva

    Passando para voz passiva analítica = Conversas são multiplicadas por comunicadores.

    Passando para a voz ativa = Comunicadores multiplicam conversas.


ID
1980535
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

No período “O tempo humano (que talvez seja irreal, se o 'outro' for provado real) é bem mais devagar.” (6º§), o termo destacado atua gramaticalmente como

Alternativas
Comentários
  • Para saber se é conjunção integrante ou subordinativa:

    Conjunção integrante não tem valor semântico, enquanto a subordinativa tem, pode inclusive ser substituída.

    "Caso o outro for provado real."

    Alternativa D)

  • Lucas, acredito que houve um equivoco em relação a INTEGRANTE,pois também pode ser substituida.

    Veja:Conjunção Subordinativa Integrante

    Quando iniciar uma oração subordinada substantiva. Neste caso, para identificá-lo, substitua-o por ISSOISTOAQUILO.

    Exemplo:

    Diga-me se assim é melhor para você. (Diga-me isto.)

    FONTE:https://www.coladaweb.com/portugues/se-funcao-sintatica-e-morfologica

  • completar: só lembrar que tem que ser irresistível.

  • Excelente. Simples e objetivo.


ID
1980538
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

Julgue os itens abaixo, de acordo com a recomendação de gramáticas de referência da Língua Portuguesa.

I. A anteposição do pronome oblíquo no trecho “Desejá-lo não aumenta a eficiência.” (3º§) torná-lo-ia inaceitável.

II. A passagem do pronome destacado em “[...] cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.” (5º§) para a posição de ênclise não acarretaria problemas de ordem normativo-gramaticais.

III. Em “Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos.” (6º§), a colocação do pronome na posição de próclise alteraria tanto a forma do verbo quanto do pronome.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

Alternativas

ID
1980541
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

Analise sintaticamente a oração “No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias [...]” (2º§) e informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo.

( ) “No desespero por contato instantâneo” funciona como adjunto adnominal.

( ) O termo “telefones” atua como sujeito da oração.

( ) O termo “repetidamente” opera como adjunto adverbial.

( ) O trecho “em horas impróprias” é objeto indireto do verbo chamar

Alternativas
Comentários
  • I - Falso. Adjunto adverbial de circunstância.

    II - Verdadeiro. Telefones chamam.

    III - Verdadeiro. Adjunto adverbial de modo.

    IV - Falso. Adjunto adverbial de tempo.

    Alternativa D)


ID
1980544
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

No período “E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.” (1º§), o trecho destacado é uma oração subordinada

Alternativas
Comentários
  •  “E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.” 

     

    RESPOSTA: que = pronome relativo = oração adjetiva

    As orações adjetivas que vem isoladas por vígulas são explicativas e as que NÃO são isoladas por vírgulas são restritivas.

  • B

    adjetiva restritiva. 


ID
1980547
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                                             O mito do tempo real 

      O descompasso entre a velocidade das máquinas e a capacidade de compreensão de seus usuários leva a um quadro de ansiedade social sem precedentes. Em blogs, redes sociais, podcasts e mensagens eletrônicas diversas todos pedem desculpas pela demora em responder às demandas de seus interlocutores, impacientes como nunca. E-mails que não sejam atendidos em algumas horas acabam encaminhados para outras redes, em um apelo público por uma resposta.

      No desespero por contato instantâneo, telefones chamam repetidamente em horas impróprias, mensagens de texto são trocadas madrugada adentro, conversas multiplicam-se por comunicadores instantâneos e toda ocasião – do trânsito ao banheiro, do elevador à cama, da hora do almoço ao fim de semana – parece uma lacuna propícia para se resolver uma pendência.

      A resposta imediata a uma requisição é chamada tecnicamente de “tempo real”, mesmo que não haja nada verdadeiramente real nem humano nessa velocidade. O tempo imediato, sem pausas nem espera, em que tudo acontece num estalar de dedos é uma ficção. Desejá-lo não aumenta a eficiência. Pelo contrário, pode ser extremamente prejudicial.

      O contato estabelecido com o mundo real é marcado por demoras e esperas, tempos aparentemente perdidos em que boa parte da reflexão e do aprendizado acontecem. Entupir cada pausa com textos, músicas, jogos, vídeos e atividades multitarefa leva a uma sobrecarga cognitiva que só aumenta o estresse e a frustração. Conectados por tempo integral, todos parecem estar cada vez mais tensos, divididos, esquartejados entre várias demandas, muitas delas desnecessárias.

      A dependência da conexão é tamanha que leva usuários de smartphones a sofrerem uma espécie de síndrome de abstinência cada vez que são submetidos ao extremo desconforto cada vez que os esquecem ou veem sua bateria esgotar.

      Muitos combatem a superficialidade nas relações digitais pelos motivos errados, questionando a validade dos “amigos” no Facebook ou “seguidores” no Twitter ao compará-los com seus equivalentes analógicos. O problema não está na tecnologia, mas na intensidade dispensada em cada interação. Seja qual for o meio em que ele se dê, o contato entre indivíduos demanda tempo, e nesse tempo não é só a informação pura e simples que se troca. Festas, conversas, leituras, relacionamentos, músicas e filmes de qualidade não podem ser acelerados ou resumidos a sinopses. Conversas, ao vivo ou mediadas por qualquer tecnologia, perdem boa parte de sua intensidade com a segmentação. O tempo empenhado em cada uma delas é muito valioso, não faz sentido economizá-lo, empilhá-lo ou segmentá-lo. O tempo humano (que talvez seja irreal, se o “outro” for provado real) é bem mais devagar. Nossas vidas são marcadas tanto pela velocidade quanto pela lentidão.

      Acelerado, multitarefa e disponível em páginas e bases de dados cada vez maiores e interligadas, o conteúdo da rede é congelado em prateleiras cada vez maiores e mais complexas. Se por um lado essa compilação FÁCILita o acesso à informação, por outro ela achata a percepção de continuidade, tempos e processos. Na grande biblioteca digital tudo acontece no presente contínuo. O passado é achatado, o futuro vem por mágica.

      Essa quebra da sequência histórica faz com que muitos processos pareçam herméticos ou misteriosos demais. Quando não há uma compreensão das etapas componentes de um processo, não há como intervir nelas, propondo correções, adaptações ou melhorias. Tal impotência leva a uma apatia, em que as condições impostas são aceitas por falta de alternativa. Escondidos seus processos industriais, os produtos adquirem uma aura quase divina, transformando seus usuários em consumidores vorazes, que se estapeiam em lojas à procura do último aparelho eletrônico que se proponha a preencher o vazio que sentem.

      Incapazes de propor alternativas ou sugerir mudanças, os consumidores bovinos são estimulados pela publicidade a um gigantesco hedonismo e pragmatismo. A FÁCILidade de acesso à abundância leva a uma passividade e a um pensamento pragmático que defende a ideia de “vamos aproveitar agora, pois quando acontecer um problema alguém terá descoberto a solução”, visível na forma com que se abordam problemas de saúde, obesidade, consumo, lixo eletrônico, esgotamento de recursos e poluição ambiental.

      Em alta velocidade há pouco espaço para a reflexão. Reduzidos a impulsos e reflexos, corremos o risco de deixar para trás tudo aquilo que nos diferencia das outras espécies.

(Luli Radfahrer. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1191007-o-mito-do-tempo-real.shtml.)

Assinale a alternativa que contenha apenas palavras que apresentem segmentação silábica correta.

Alternativas
Comentários
  • LETRA "A"

    ba-nhei-ro

    mul-ti-ta-re-fa

    a-den-tro

    pre-en-cher

     


ID
1980550
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 

             Milionária chinesa trabalha como faxineira para “dar exemplo” aos filhos

      Uma milionária chinesa de 53 anos, proprietária de 17 imóveis, trabalha como faxineira seis dias por semana para, segundo ela, ensinar aos seus filhos as virtudes do trabalho, relata nesta quinta-feira o diário “South China Morning Post”.

      Yu Youzhen, que vive na cidade de Wuhan e cujas propriedades estão avaliadas em milhões de dólares, trabalha há 15 anos na limpeza do Birô de Administração Urbana por um salário de 1.420 iuanes (US$ 228).

      “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”, assinalou Yu em entrevista ao diário.

      Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481).

      Yu se queixa de que muitos vizinhos não entendem sua forma de vida, e alguns já chegaram a insultá-la publicamente por isso.

      Durante sua juventude, trabalhou como agricultora e carregou diariamente sacos de hortaliças para vender nos mercados da cidade.

      Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um “império” que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.

(Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/01/03/milionaria-chinesa-trabalha-como-faxineira-para-dar-exemplo-aos-filhos.htm)

Considerando as informações contidas no texto e a maneira como elas são apresentadas, é correto afirmar que o principal objetivo do texto é

Alternativas
Comentários
  • ....

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA C)

     

    O objetivo do autor, tendo em vista o conteúdo do texto e a articulação das informações apresentadas, é relatar um caso curioso que envolve uma milionária chinesa. Ao fazer isso, pode ser que o autor pontue, propositalmente ou não, os tópicos presentes nas demais alternativas. Reiterando, por suas características gramático-semântico-textuais configura-se como um relato.

     

    Fontes:  O próprio texto.  PIMENTEL, Carlos. Redação Descomplicada. 2 ed. São Paulo: Saraiva Editora, 2012.


ID
1980553
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 

             Milionária chinesa trabalha como faxineira para “dar exemplo” aos filhos

      Uma milionária chinesa de 53 anos, proprietária de 17 imóveis, trabalha como faxineira seis dias por semana para, segundo ela, ensinar aos seus filhos as virtudes do trabalho, relata nesta quinta-feira o diário “South China Morning Post”.

      Yu Youzhen, que vive na cidade de Wuhan e cujas propriedades estão avaliadas em milhões de dólares, trabalha há 15 anos na limpeza do Birô de Administração Urbana por um salário de 1.420 iuanes (US$ 228).

      “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”, assinalou Yu em entrevista ao diário.

      Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481).

      Yu se queixa de que muitos vizinhos não entendem sua forma de vida, e alguns já chegaram a insultá-la publicamente por isso.

      Durante sua juventude, trabalhou como agricultora e carregou diariamente sacos de hortaliças para vender nos mercados da cidade.

      Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um “império” que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.

(Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/01/03/milionaria-chinesa-trabalha-como-faxineira-para-dar-exemplo-aos-filhos.htm)

Releia o trecho a seguir, observando as palavras destacadas: “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”. Assinale a alternativa que apresenta palavras ou expressões que possam substituir as palavras destacadas no contexto apresentado, mantendo o sentido proposto pelo texto.

Alternativas
Comentários
  • Nunca ouvi esta palavra indolentemente. Pequisei no google e achei Indolente.

    Indolente

    adjetivo de dois gêneros

    1.

    que não sente dor física.

    2.

    que não é doloroso; indolor.

    "cirurgia i."

    3.

    adjetivo e substantivo de dois gêneros

    que ou aquele a quem nada afeta; insensível, indiferente.

    4.

    adjetivo e substantivo de dois gêneros

    que ou aquele que manifesta pouca vitalidade, que age com lentidão; preguiçoso.

    5.

    adjetivo e substantivo de dois gêneros

    que ou aquele que não se apura no que faz; descuidado, desleixado, negligente.

  • SÓ NA CABEÇA DA BANCA OCIOSO PODE SER SUBSTITUÍDO POR INDOLENTE.

  • Aplicação do termo em uma frase: "a indolência dos cidadãos corrobora para a manutenção da corrupção". Faz sentido sim.

ID
1980556
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 

             Milionária chinesa trabalha como faxineira para “dar exemplo” aos filhos

      Uma milionária chinesa de 53 anos, proprietária de 17 imóveis, trabalha como faxineira seis dias por semana para, segundo ela, ensinar aos seus filhos as virtudes do trabalho, relata nesta quinta-feira o diário “South China Morning Post”.

      Yu Youzhen, que vive na cidade de Wuhan e cujas propriedades estão avaliadas em milhões de dólares, trabalha há 15 anos na limpeza do Birô de Administração Urbana por um salário de 1.420 iuanes (US$ 228).

      “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”, assinalou Yu em entrevista ao diário.

      Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481).

      Yu se queixa de que muitos vizinhos não entendem sua forma de vida, e alguns já chegaram a insultá-la publicamente por isso.

      Durante sua juventude, trabalhou como agricultora e carregou diariamente sacos de hortaliças para vender nos mercados da cidade.

      Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um “império” que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.

(Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/01/03/milionaria-chinesa-trabalha-como-faxineira-para-dar-exemplo-aos-filhos.htm)

Em “Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481)”, o trecho destacado atua como um importante recurso coesivo. Sua função no texto é

Alternativas

ID
1980559
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 

             Milionária chinesa trabalha como faxineira para “dar exemplo” aos filhos

      Uma milionária chinesa de 53 anos, proprietária de 17 imóveis, trabalha como faxineira seis dias por semana para, segundo ela, ensinar aos seus filhos as virtudes do trabalho, relata nesta quinta-feira o diário “South China Morning Post”.

      Yu Youzhen, que vive na cidade de Wuhan e cujas propriedades estão avaliadas em milhões de dólares, trabalha há 15 anos na limpeza do Birô de Administração Urbana por um salário de 1.420 iuanes (US$ 228).

      “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”, assinalou Yu em entrevista ao diário.

      Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481).

      Yu se queixa de que muitos vizinhos não entendem sua forma de vida, e alguns já chegaram a insultá-la publicamente por isso.

      Durante sua juventude, trabalhou como agricultora e carregou diariamente sacos de hortaliças para vender nos mercados da cidade.

      Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um “império” que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.

(Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/01/03/milionaria-chinesa-trabalha-como-faxineira-para-dar-exemplo-aos-filhos.htm)

Assinale a alternativa cuja alteração na pontuação não acarreta problemas à composição do trecho apresentado e/ou alteração do sentido proposto no texto.

Alternativas

ID
1980562
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 

             Milionária chinesa trabalha como faxineira para “dar exemplo” aos filhos

      Uma milionária chinesa de 53 anos, proprietária de 17 imóveis, trabalha como faxineira seis dias por semana para, segundo ela, ensinar aos seus filhos as virtudes do trabalho, relata nesta quinta-feira o diário “South China Morning Post”.

      Yu Youzhen, que vive na cidade de Wuhan e cujas propriedades estão avaliadas em milhões de dólares, trabalha há 15 anos na limpeza do Birô de Administração Urbana por um salário de 1.420 iuanes (US$ 228).

      “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”, assinalou Yu em entrevista ao diário.

      Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481).

      Yu se queixa de que muitos vizinhos não entendem sua forma de vida, e alguns já chegaram a insultá-la publicamente por isso.

      Durante sua juventude, trabalhou como agricultora e carregou diariamente sacos de hortaliças para vender nos mercados da cidade.

      Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um “império” que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.

(Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/01/03/milionaria-chinesa-trabalha-como-faxineira-para-dar-exemplo-aos-filhos.htm)

Em “Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um „império‟ que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.” (7º§), qual é a relação entre a oração introduzida pelo termo destacado e a oração principal?

Alternativas
Comentários
  • “Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um „império‟ que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.” 

    RESPOSTA: enquanto = ao mesmo tem que

  • D- Temporalidade. 


ID
1980565
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 

             Milionária chinesa trabalha como faxineira para “dar exemplo” aos filhos

      Uma milionária chinesa de 53 anos, proprietária de 17 imóveis, trabalha como faxineira seis dias por semana para, segundo ela, ensinar aos seus filhos as virtudes do trabalho, relata nesta quinta-feira o diário “South China Morning Post”.

      Yu Youzhen, que vive na cidade de Wuhan e cujas propriedades estão avaliadas em milhões de dólares, trabalha há 15 anos na limpeza do Birô de Administração Urbana por um salário de 1.420 iuanes (US$ 228).

      “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”, assinalou Yu em entrevista ao diário.

      Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481).

      Yu se queixa de que muitos vizinhos não entendem sua forma de vida, e alguns já chegaram a insultá-la publicamente por isso.

      Durante sua juventude, trabalhou como agricultora e carregou diariamente sacos de hortaliças para vender nos mercados da cidade.

      Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um “império” que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.

(Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/01/03/milionaria-chinesa-trabalha-como-faxineira-para-dar-exemplo-aos-filhos.htm)

Assinale a alternativa cuja passagem para o plural apresenta problemas de composição, de acordo com a modalidade escrita formal da língua.

Alternativas
Comentários
  • ...

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA D)

     

    Na alternativa D, o verbo “relatar” deveria estar na forma “relata” (e não “relatam”), já que trata-se apenas de um jornal. Fonte: CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Scipione, 2004.


ID
1980568
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 

             Milionária chinesa trabalha como faxineira para “dar exemplo” aos filhos

      Uma milionária chinesa de 53 anos, proprietária de 17 imóveis, trabalha como faxineira seis dias por semana para, segundo ela, ensinar aos seus filhos as virtudes do trabalho, relata nesta quinta-feira o diário “South China Morning Post”.

      Yu Youzhen, que vive na cidade de Wuhan e cujas propriedades estão avaliadas em milhões de dólares, trabalha há 15 anos na limpeza do Birô de Administração Urbana por um salário de 1.420 iuanes (US$ 228).

      “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”, assinalou Yu em entrevista ao diário.

      Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481).

      Yu se queixa de que muitos vizinhos não entendem sua forma de vida, e alguns já chegaram a insultá-la publicamente por isso.

      Durante sua juventude, trabalhou como agricultora e carregou diariamente sacos de hortaliças para vender nos mercados da cidade.

      Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um “império” que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.

(Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/01/03/milionaria-chinesa-trabalha-como-faxineira-para-dar-exemplo-aos-filhos.htm)

Em qual das alternativas a alteração de uma preposição por outra não acarreta mudança drástica de sentido e/ou problema na composição do trecho?

Alternativas
Comentários
  • .....

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA C)

     

    Na alternativa C, tanto a preposição “durante” quanto a preposição “em” mantêm a ideia de que se trata de um período de tempo específico em que a chinesa trabalhou como agricultora. Nas demais alternativas, quando a alternação não acarreta a gramaticalidade (casos de A e B), altera-se o sentido da proposição inicial (D). Fontes:  O próprio texto.  CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Scipione, 2004.


ID
1980571
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II 

             Milionária chinesa trabalha como faxineira para “dar exemplo” aos filhos

      Uma milionária chinesa de 53 anos, proprietária de 17 imóveis, trabalha como faxineira seis dias por semana para, segundo ela, ensinar aos seus filhos as virtudes do trabalho, relata nesta quinta-feira o diário “South China Morning Post”.

      Yu Youzhen, que vive na cidade de Wuhan e cujas propriedades estão avaliadas em milhões de dólares, trabalha há 15 anos na limpeza do Birô de Administração Urbana por um salário de 1.420 iuanes (US$ 228).

      “Quero ser um exemplo para meus filhos. Não quero me sentar ociosamente e dilapidar minha fortuna”, assinalou Yu em entrevista ao diário.

      Seguindo o exemplo de sua mãe, seus filhos trabalham em atividades comuns, pelo que um deles é motorista e ganha 2 mil iuanes mensais (US$ 320), enquanto outra, cujo emprego não foi revelado, recebe 3 mil iuanes (US$ 481).

      Yu se queixa de que muitos vizinhos não entendem sua forma de vida, e alguns já chegaram a insultá-la publicamente por isso.

      Durante sua juventude, trabalhou como agricultora e carregou diariamente sacos de hortaliças para vender nos mercados da cidade.

      Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um “império” que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia.

(Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2013/01/03/milionaria-chinesa-trabalha-como-faxineira-para-dar-exemplo-aos-filhos.htm)

Observe a palavra destacada no trecho a seguir: “Mais tarde, na década de 1980, economizou o dinheiro com o qual construiria três casas de cinco andares nos arredores de Wuhan, que depois começou a alugar e iniciou um 'império' que controla enquanto varre três quilômetros de ruas por dia” (7º§). Acerca do seu uso no texto só é possível afirmar que fora utilizada para

Alternativas

ID
1980586
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas.

Jovem liga para a polícia chateada após bronca da mãe e é presa

Uma jovem de 19 anos, moradora de Vero Beach, na Flórida (EUA), acabou presa depois de ligar duas vezes para ______ polícia ao ficar chateada por tomar uma bronca da própria mãe.

Amanda Valvo ligou para o serviço de emergência alegando que não tinha gostado da forma como a mãe havia se dirigido ______ uma amiga e a ela, de acordo com um relatório da polícia do condado de Indian River. Por volta das 4h 30min, um policial foi até a casa de Amanda para responder ______ chamada e prender a jovem.

A garota acabou presa por abuso do serviço de emergência, e solta após pagar fiança de R$ 1 mil. Não ______ informações sobre o tipo de coisas que a mulher teria falado ______ filha.

(Disponível em: http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2013/04/jovem-chateado-liga-para-policia-apos-bronca-da-mae-e-e-preso.html – Adaptado.)

Alternativas
Comentários
  • Letra C


    1- Não pode crase após preposição "para". Apenas se admite crase (facultativa) após preposição "até".


    2- Não pode crase antes de artigo indefinido "uma". É proibido.


    Já deu para matar a questão.

  • Gabarito C

    Não pode haver crase antes do artigo definido uma . 

    Já tendo uma preposição não deve ter outra , com exceção do até. 

    Há pois é o verbo haver com o sentido de existir. 

    Verbo falar pede a preposição A + o artigo A do substantivo filha ( falado à filha). 


ID
1980589
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

           Jovem liga para a polícia chateada após bronca da mãe e é presa

      Uma jovem de 19 anos, moradora de Vero Beach, na Flórida (EUA), acabou presa depois de ligar duas vezes para ______ polícia ao ficar chateada por tomar uma bronca da própria mãe.

      Amanda Valvo ligou para o serviço de emergência alegando que não tinha gostado da forma como a mãe havia se dirigido ______ uma amiga e a ela, de acordo com um relatório da polícia do condado de Indian River. Por volta das 4h 30min, um policial foi até a casa de Amanda para responder ______ chamada e prender a jovem.

      A garota acabou presa por abuso do serviço de emergência, e solta após pagar fiança de R$ 1 mil. Não ______ informações sobre o tipo de coisas que a mulher teria falado ______ filha.

(Disponível em: http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2013/04/jovem-chateado-liga-para-policia-apos-bronca-da-mae-e-e-preso.html – Adaptado.)


Releia o título da notícia apresentada na questão anterior: “Jovem liga para a polícia chateada após bronca da mãe e é presa”. Há nesta sentença uma ambiguidade. Das alternativas a seguir, assinale a única cuja reorganização dos elementos da sentença não elimina a ambiguidade. 

Alternativas

ID
1980592
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa em que o grupo de palavras não apresenta problema de ortografia e/ou acentuação.

Alternativas
Comentários
  • A forma correta é repor. 
    Repor é um composto de pôr, no entanto, nenhum dos derivados de pôr apresenta acento circunflexo na última sílaba. 
     

  • JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA B)

     

    A única alternativa que não apresenta problemas de ortografia e/ou acentuação é a B.

    As demais apresentam, respectivamente, as seguintes inconsistências:  “repôr” não tem o acento circunflexo (“repor” é a forma correta); 

    “viuvês” não possui o acento e se escreve com “z” no lugar do “s” (“viuvez” é a forma correta); 

    “atráz” deve ter o “z” substituído por “s” (“atrás” é a forma correta).

    Fonte: CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Scipione, 2004.


ID
1980595
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

De acordo com Código de Ética Médica é vedado ao médico, exceto:

Alternativas

ID
1980598
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

“Quando os Conselhos de Medicina analisam determinado comportamento ético-profissional com a finalidade de concluir se houve imperícia, imprudência ou negligência como fatores relacionados ao mau resultado denunciado, o que buscam é verificar se aquele médico, naquele caso específico, não agiu com o zelo indispensável à preservação da saúde de seu paciente, merecendo punição. Além de responder à denúncia em tela, esse tipo de análise, profunda, realizada por pares do profissional averiguado, tenta evitar que fatos semelhantes voltem a ocorrer pelos mesmos motivos e, acima de tudo, divulgar e propagar aos médicos e à sociedade o conteúdo pedagógico que dela emana.”

De acordo com o texto, leia o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.

A _____________ ocorre quando o médico revela, em sua atitude, falta ou deficiência de conhecimentos técnicos da profissão. É a falta de observação das normas, deficiência de conhecimentos técnicos da profissão, o despreparo prático.

Alternativas

ID
1980601
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

As doenças respiratórias crônicas representam um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, afetando a qualidade de vida das pessoas e gerando incapacidade física e grande impacto socioeconômico. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pelo desenvolvimento progressivo de limitação ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível. Sobre a DPOC, indique a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
1980604
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

As hepatites causadas pelos vírus B, C e D, também conhecidos como vírus delta, são transmitidas por via parenteral. Não são altamente contagiosas. De fato, raramente ocasionam surtos e são capazes de levar ao desenvolvimento de doença crônica e complicações evolutivas. Na hepatite C, o objetivo do tratamento é inibir a reprodução viral e, com isso, interromper ou amenizar a evolução das lesões histopatológicas, melhorar a função hepática, reduzir o risco de evolução para cirrose e carcinoma hepatocelular, reduzir a demanda por transplante de fígado, prevenir outras complicações e morte. As contraindicações absolutas ao tratamento antiviral da hepatite crônica pelo vírus C incluem, exceto:

Alternativas

ID
1980607
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Associa-se, frequentemente, a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Em relação à abordagem da hipertensão arterial em situações especiais, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) Nos idosos: reduzir a pressão arterial abaixo de 140/90 mmHg, se necessário usar diuréticos tiazídicos, betabloqueadores, antagonistas de canal de cálcio, inibidores da enzima conversora da angiotensina ou antagonistas do receptor AT1 angiotensina II.

( ) Na depressão: alguns agentes hipotensores, como metildopa e clonidina, podem causar depressão. Antidepressivos tricíclicos, inibidores da enzima monoamina oxidase e venlafaxina exigem atenção com a pressão arterial.

( ) No diabetes mellitus: reduzir a pressão arterial abaixo de 130/85 mmHg e 125/75 mmHg se a proteinúria estiver > 0,5g/24h. Betabloqueadores podem mascarar sintomas de hipoglicemia. Inibidores da enzima conversora da angiotensina, como antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II, reduzem o risco de eventos cardiovasculares e exercem proteção renal direta.

( ) Na apneia obstrutiva do sono: a apneia do sono pode causar hipertensão e o tratamento consiste em suporte ventilatório de pressão positiva contínua durante o sono.

Alternativas

ID
1980610
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina

A síndrome da fibromialgia pode ser definida como uma síndrome dolorosa crônica, não inflamatória, de etiologia desconhecida, que se manifesta no sistema músculo-esquelético, podendo apresentar sintomas em outros aparelhos e sistemas. Não há evidência científica determinando que a síndrome da fibromialgia seja causada pelo trabalho. O tratamento tem como objetivos: o alívio da dor, a melhora da qualidade do sono, a manutenção ou restabelecimento do equilíbrio emocional, a melhora do condicionamento físico e da fadiga e o tratamento específico de desordens associadas. A atitude do paciente é um fator determinante na evolução da doença. Sobre o tratamento farmacológico da síndrome da fibromialgia, analise as afirmativas abaixo.

I. Os corticosteroides não fazem parte do arsenal terapêutico utilizado na síndrome da fibromialgia.

II. A ciclobenzaprina, um agente tricíclico com estrutura similar à da amitriptilina, é uma droga que não apresenta efeitos antidepressivos, sendo utilizada como miorrelaxante, e possui eficácia e tolerabilidade superior à amitriptilina.

III. A fluoxetina, quando usada em conjunto com um derivado tricíclico, pode amplificar a ação deste no alívio da dor e do sono e no bem-estar global.

IV. O tratamento com hormônio de crescimento recombinante pode ser útil no alívio dos sintomas de pacientes com síndrome da fibromialgia.

Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas

ID
1980613
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

O exame que deve ser utilizado para estabelecer o diagnóstico de hipotireoidismo primário é o hormônio tireoide estimulante (TSH). Adicionalmente ao TSH, pode-se solicitar, exceto:

Alternativas

ID
1980616
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o perfil sanitário mundial está se alterando rapidamente, especialmente nos países em desenvolvimento. Os conhecimentos sobre a natureza das doenças crônicas não transmissíveis, sua ocorrência, seus fatores de risco e populações sob risco também estão em transformação. Atualmente, doenças crônicas como o diabetes e a hipertensão arterial sistêmica representam um importante problema de saúde pública para o Brasil. Especificamente sobre o diabetes mellitus (DM) tipo 2, marque a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
1980619
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina

A doença diverticular é uma doença benigna, de boa resposta ao tratamento clínico, instituído na mudança de hábitos alimentares, maior consumo de fibras, antibioticoterapia potente nos processos inflamatórios mais simples e uso da radiologia intervencionista nos abscessos. A diverticulite aguda do cólon é a complicação mais frequente da doença diverticular. Dentre as condições clínicas abaixo relacionadas, indique a que não pode ser considerada como diagnóstico diferencial da diverticulite aguda.

Alternativas

ID
1980622
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A diverticulose do intestino grosso refere-se à presença de divertículos no cólon. A diverticulite significa a presença de inflamação e de infecção associadas aos divertículos, mais frequentemente os localizados no cólon sigmoide. A doença diverticular corresponde ao conjunto de manifestações associáveis à diverticulose, desde dor abdominal inespecífica até a diverticulite complicada. De acordo com o exposto, marque a afirmativa incorreta.

Alternativas

ID
1980625
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A doença de Crohn é um processo inflamatório crônico de etiologia ainda desconhecida, não curável por tratamento clínico ou cirúrgico e que acomete o trato gastrointestinal de forma uni ou multifocal, de intensidade variável e transmural. A respeito da doença de Crohn, analise as afirmativas abaixo.

I. Os locais de acometimento, mais frequentes, são o intestino delgado e o grosso.

II. Manifestações perianais podem ocorrer em mais de 50% dos pacientes.

III. Manifestações extraintestinais associadas ou isoladas podem ocorrer e atingem, mais frequentemente, pele, articulações, olhos, fígado e trato urinário.

IV. A dilatação aguda e tóxica do cólon pode representar uma apresentação comum, porém aguda e de elevada gravidade.

V. A doença afeta indivíduos de qualquer idade, mas o diagnóstico é mais frequentemente realizado na segunda ou terceira décadas.

Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas

ID
1980628
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A fissura anal é uma lesão longitudinal ou área ulcerada no canal anal distal, que se estende desde a linha pectínea até a borda anal. Nos últimos anos houve grandes progressos no tratamento das fissuras anais, principalmente as crônicas. Sobre o tratamento desta patologia, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
1980631
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A hemorragia digestiva aguda, evidenciada clinicamente pela exteriorização de hematêmese, melena ou enterorragia, é uma causa frequente de hospitalização de urgência. Habitualmente, a hemorragia digestiva alta (HDA) se expressa por hematêmese e/ou melena, enquanto a enterorragia é a principal manifestação da hemorragia digestiva baixa (HDB). Acerca das hemorragias digestivas, marque a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
1980634
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A úlcera péptica era, até recentemente, considerada uma doença de etiologia desconhecida, de evolução em geral crônica, com surtos de ativação e períodos de acalmia, resultantes de perda circunscrita de tecido em regiões do trato digestivo capazes de entrar em contato com a secreção cloridropéptica do estômago. Diferencia-se das erosões pelo fato destas não atingirem a submucosa e, portanto, não deixarem cicatriz ao se curarem. Assinale a alternativa que apresenta a condição clínica considerada a principal causa de úlcera péptica.

Alternativas

ID
1980637
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A doença hemorroidária pode ocorrer em ambos os sexos e tem prevalência entre as idades de 45-65 anos, com decréscimo após os 65 anos de idade. O desenvolvimento de doença hemorroidária antes dos 20 anos de idade não é comum. Em relação às entidades nosológicas que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial com a doença hemorroidária, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) Neoplasia retal.

( ) Condiloma acuminado perianal.

( ) Pólipo retal.

( ) Fístula anorretal.

( ) Fissura anal aguda ou crônica.

Alternativas

ID
1980640
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A cervicalgia é uma síndrome dolorosa aguda ou crônica que acomete a região da coluna cervical, podendo ter diversas etiologias, tais como alterações mecânico-posturais, artroses, hérnias e protusões discais, artrites, espondilites ou espasmos musculares, causando repercussões ortopédicas, reumatológicas ou até neurológicas. As cervicalgias são comuns em diversas faixas etárias de ambos os sexos, possuindo elevada predominância nas síndromes dolorosas corporais, sendo a segunda maior causa de dor na coluna vertebral. Constituem sinais de risco em cervicalgia, exceto:

Alternativas

ID
1980643
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

O câncer de mama, dentre as neoplasias malignas, tem sido o responsável pelos maiores índices de mortalidade no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, por ano, ocorra mais de 1 milhão de casos novos de neoplasia mamária em todo mundo, o que faz com que seja o tipo de câncer mais comum entre as mulheres. As situações que aumentam a chance de uma mulher vir a apresentar câncer de mama denominam-se fatores de risco. São conhecidos inúmeros fatores de risco, classificados em: muito elevado, medianamente elevado e pouco elevado. Indique, dentre as alternativas abaixo, o fator de risco que não pode ser considerado como de risco elevado.

Alternativas

ID
1980646
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A dismenorreia, um dos problemas ginecológicos mais prevalentes entre adolescentes e adultas jovens, afeta aproximadamente 50% das mulheres em idade reprodutiva, sendo que em 10% apresenta-se com intensidade suficiente para interferir no cotidiano. Sobre a dismenorreia, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
1980649
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A sífilis é uma doença infecciosa crônica, de transmissão sexual e, eventualmente, transplacentária. Caracteriza-se por longos períodos de silêncio clínico e pela capacidade de atingir múltiplos sistemas orgânicos, produzindo lesões cutâneas, mucosas, cardiovasculares e nervosas. É uma doença universal que atinge todas as classes sociais. A fonte de infecção é, exclusivamente, humana, sendo contagiosas as manifestações da sífilis primária e secundária. Não confere imunidade, sendo, portanto, possível a reinfecção e as sobreinfecções. São mais acometidos os jovens, principalmente entre 15 e 25 anos, por terem atividade sexual mais recorrente. O agente etiológico da sífilis é

Alternativas

ID
1980652
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A realização periódica do exame citopatológico continua sendo a estratégia mais adotada para o rastreamento do câncer do colo do útero. Atingir a alta cobertura da população definida como alvo é o componente mais importante no âmbito da atenção primária para que se obtenha significativa redução da incidência e da mortalidade por esse tipo de câncer. Em relação ao rastreamento do câncer do colo do útero, em situações especiais, é incorreto afirmar que

Alternativas

ID
1980655
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Tendo em vista as recomendações do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, para auxiliar o clínico e o ginecologista-obstetra no atendimento inicial de gestantes com diagnóstico de infecção pelo HIV no pré-natal e parto, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
1980658
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A aloimunização Rh na gestação consiste na sensibilização ao antígeno D presente na superfície eritrocitária. Durante gestação e parto, pequenas quantidades de hemácias fetais podem atingir a circulação materna. Em relação à aloimunização Rh na gestação, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) Imunoglobulina anti-D deve ser administrada para todos os casos de abortamentos com intervenção cirúrgica, independentemente da idade gestacional, e com o mesmo grau de evidência para os abortamentos completos após 12 semanas de gestação. Para os abortamentos espontâneos completos abaixo de 12 semanas de gestação, a recomendação em favor da administração é baseada em consensos e opiniões de especialistas.

( ) A administração de imunoglobulina anti-D em gestantes Rh negativas não sensibilizadas na 28ª semana ou entre a 28ª e a 34ª semanas de gestação reduz o risco para a ocorrência de aloimunização Rh.

( ) A imunoglobulina anti-D administrada dentro do período de 72 horas após o parto demonstra significativa redução no risco de aloimunização em puérperas Rh negativo. Em caso de omissão da administração até 72 horas, existe benefício em administrá-la até o trigésimo dia após o parto.

( ) A pesquisa de anticorpos irregulares deve ser solicitada na primeira consulta de pré-natal e, nos casos em que a gestante não é sensibilizada, deverá ser repetida com 27 semanas, antes da administração da imunoglobulina anti-D. Após a administração, os títulos de anti-D não devem ser solicitados com intervalos menores do que 6 semanas. No caso de gestante sensibilizada, deve-se determinar os títulos de anticorpo anti-D a cada 4 semanas e, após 28 semanas, a cada 2 semanas.

Alternativas
Comentários
  • Alan,

    Você é muito bom. Explicou com muita facilidade. Não entendi nada quando o professor ensinou. Obrigada.


ID
1980661
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina

São indicadores de pré-eclâmpsia grave, exceto:

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ID
1980664
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Asma brônquica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual muitas células e elementos celulares têm participação. A inflamação crônica está associada à hiperresponsividade das vias aéreas, que leva a episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Esses episódios são uma consequência da obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar, generalizada e variável, reversível espontaneamente ou com tratamento. O diagnóstico diferencial da asma é amplo, particularmente em crianças menores de cinco anos de idade. Cabe ressaltar que a determinação funcional de significativa variabilidade do fluxo aéreo reduz em muito as dúvidas diagnósticas. Dentre as condições clínicas relacionadas, indique a que não deve ser considerada no diagnóstico diferencial da asma em crianças menores de cinco anos de idade.

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ID
1980667
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

O preparo para atender o recém-nascido na sala de parto consiste, inicialmente, na realização de anamnese materna, na disponibilidade do material para atendimento e na presença de equipe treinada em reanimação neonatal. Dentre as condições perinatais relacionadas, associadas à necessidade de reanimação neonatal, indique a que não pode ser considerada como fator antenatal.

Alternativas

ID
1980670
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A anafilaxia é conceituada como uma reação alérgica aguda grave, de início súbito e evolução rápida, sendo potencialmente fatal. Os órgãos-alvo envolvidos incluem pele e mucosas, aparelho respiratório, trato gastrointestinal, sistema cardiovascular e sistema nervoso central. As manifestações cutâneo-mucosas compreendem eritema localizado ou difuso, prurido, rash, urticária e/ou angioedema. As manifestações cutâneas são as mais frequentes e, habitualmente, surgem precocemente na anafilaxia. Sobre a anafilaxia, analise as afirmativas abaixo.

I. Os medicamentos são os agentes que mais frequentemente acarretam anafilaxia, sendo os mais comuns os analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios não-hormonais e os antibióticos.

II. O principal mecanismo imunológico envolvido na anafilaxia induzida como consequência de sensibilização alergênica é mediado pela formação de anticorpos específicos da classe IgE, que culmina com a ativação de mastócitos e basófilos, resultando na liberação rápida de mediadores pré-formados, como histamina, triptase, carboxipeptidase A3, quimase e proteoglicanos.

III. O diagnóstico da anafilaxia habitualmente é clínico. A investigação é necessária para confirmar a suspeita diagnóstica, identificar agente etiológico desconhecido e orientar a prevenção de novos episódios.

IV. Em pacientes com reação anafilática à ferroada de inseto, o diagnóstico da sensibilização alérgica é feito pela caracterização da presença de anticorpos IgE específicos para o veneno de insetos. Isto pode ser realizado por meio de testes cutâneos ou da determinação de IgE específica no soro. O método diagnóstico preferível é o teste cutâneo com veneno, pela alta sensibilidade e segurança.

Estão corretas as afirmativas

Alternativas

ID
1980673
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

Atualmente, o diagnóstico de febre reumática ainda se baseia em um grupo de critérios: os critérios de Jones, relacionados como maiores ou menores. Estes critérios foram revistos a intervalos irregulares por associações médicas norte-americanas – correntemente, a American Heart Association (AHA). De acordo com a AHA, ter-se-á alta probabilidade de febre reumática quando, na evidência de infecção prévia pelo Streptococcus β-hemolítico do grupo A, se preencher duas manifestações (ou critérios) maiores ou uma maior e duas menores. Assinale a alternativa que apresenta o critério considerado como menor.

Alternativas

ID
1980676
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A deficiência de hormônio de crescimento caracteriza-se por uma combinação de anormalidades antropométricas, clínicas, bioquímicas e metabólicas, causadas, diretamente, pela secreção deficiente do hormônio de crescimento (GH) e, indiretamente, pela redução na geração de hormônios e fatores de crescimento GH dependentes, que são corrigidas pela adequada reposição com GH recombinante humano (hGH). Em relação aos objetivos do tratamento da baixa estatura por deficiência de GH, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) Atingir boa altura na vida adulta.

( ) Permitir uma rápida normalização do crescimento.

( ) Atingir pico de massa óssea satisfatório.

( ) Permitir que a criança entre na puberdade (induzida ou espontaneamente) com uma altura normal, ou atingir uma altura que permita uma puberdade normal.

Alternativas

ID
1980679
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina

As ações de vacinação são coordenadas pelo Programa Nacional de Imunizações da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e têm o objetivo de erradicar, eliminar e controlar as doenças imunopreveníveis no território brasileiro. O Programa coordena e define normas e procedimentos técnicos e científicos articulados às secretarias de estado e estas com as secretarias municipais, mediante ações estratégicas sistemáticas de vacinação da população, com base na vigilância epidemiológica de doenças imunopreveníveis e inovações tecnológicas da área. Sobre a imunização na infância, marque a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
1980682
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Medicina
Assuntos

A coleta de dados ocorre em todos os níveis de atuação do sistema de saúde. A força e o valor da informação dependem da qualidade e fidedignidade com que ela é gerada. Para isso, faz-se necessário que as pessoas responsáveis pela coleta estejam bem preparadas para diagnosticar corretamente o caso, como também para realizar uma boa investigação epidemiológica, com anotações claras e confiáveis. Sobre a notificação dos casos de AIDS, marque a alternativa incorreta.

Alternativas