A importância da brincadeira no desenvolvimento infantil( *Tiago Aquino da Costa e Silva)
Os educadores e os pais podem utilizar o brincar como instrumento para o desenvolvimento das crianças e jovens, oferecendo-lhes oportunidades para criar, explorar, divertir e experimentar os jogos. Em um espaço adequado para brincar, as crianças farão as escolhas sobre o que elas brincam e com quem manifestam esse desejo. Nele, os pais atuam como o “Educador do Brincar”. Ele promoverá mudanças nas pessoas e no contexto infantil e social em que vivem.
O brincar e o jogar são momentos sagrados na vida de qualquer indivíduo. É com a prática dos jogos e das brincadeiras que as crianças ampliam os conhecimentos sobre si, sobre os outros e sobre o mundo que está ao seu redor. Desenvolvem as múltiplas linguagens, exploram e manipulam objetos, organizam seus pensamentos, descobrem e agem com as regras, assumem papel de líderes e se socializam com outras crianças, preparando-se para um mundo socializado.
O brinquedo e o ato de brincar completam o mundo mágico infantil, pois é uma das principais formas de autodescoberta e vivências da própria criança, partindo da percepção de seus limites e de suas possibilidades, explorando seu ambiente através de suas brincadeiras de uma maneira saudável e produtiva, contribuindo assim, para a integração de suas primeiras experiências culturais.
A importância do brinquedo decorre de sua capacidade de instigar a imaginação infantil. Ao ver o brinquedo, a criança é tocada pela sua proposta, reconhece umas coisas, descobre outras, experimenta e reinventa, analisa, compara e cria. Sua imaginação se desenvolve e suas habilidades também.
Sua sociabilidade se desenvolve: ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.
Tiago Aquino da Costa e Silva é professor dos cursos de pós-graduação em Lazer e Recreação e Educação Física Escolar e Natação e Atividades Aquáticas da Universidade Gama Filho.
Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil, o brincar é visto como atividade dominante da infância, que permite por meio do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. Dessa forma, o brincar define-se como uma das maneiras em que a criança encontra de representar suas experiências, interpretar o mundo, a cultura e suas relações (WAJSKOP,1995).
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010, p. 12) a definição de criança é caracterizada como: Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
Tendo em vista a importância da brincadeira na Educação Infantil, considerase que ao realizar tal atividade a criança desenvolve sua imaginação, além de elaborar regras de organização e convivência (WAJSKOP, 2009). Levando em consideração esses aspectos a autora afirma que “Ao brincarem, as crianças vão construindo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivem uma possibilidade de modificá-la” (WAJSKOP, 2009, p. 33).
Nesse sentido, para brincar é necessário apropriar-se de elementos da realidade, e assim atribuir-lhe novos significados. Esse processo da brincadeira ocorre por meio da combinação entre imaginação e imitação. Isto é, “Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das idéias, de uma realidade anteriormente vivenciada” (BRASIL, 1998, p. 27).
Oliveira (2000) pontua a brincadeira como instrumento que auxilia o desenvolvimento individual da criança, além de ajudá-la a internalizar normas sociais e de assumir comportamentos vivenciados em seu cotidiano. O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa, forte e confiável. (2000, p. 19).
O BRINCAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO RPOCESSO DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL.
http://www.fapb.edu.br/uploads/files/ARTIGO%20Daniela.pdf