Leia o texto a seguir para responder à questão.
Ansiedade da quarentena tem relação com a falta de controle
Entre todos os sentimentos que o período de distanciamento ou até de quarentena por conta do Novo
Coronavírus pode trazer, provavelmente o mais comum é a ansiedade. “Qualquer condição de baixa
controlabilidade, de dificuldade de previsão do que está por vir, costuma aumentar o nível de
ansiedade. Então, não é surpreendente que muitas pessoas, ou todos nós em algum nível, já estejamos
experimentando sentimentos desse tipo”, explica a psicóloga clínica Júlia Daher Fink.
Diferentemente do estereótipo da ansiedade, nem sempre quem é ou está ansioso fica agitado,
inquieto, suando frio. A ansiedade constitui um espectro que tem muitos sintomas menos exuberantes,
e é importante conhecê-los para saber se você se encontra nessa situação. Assim, poderá tomar
atitudes para aliviá-la.
No início da quarentena, pode ser que sua mente fique tomada pelo assunto. Tudo o que você pensa
é relacionado a Coronavírus e o dedo coça para ver mais uma notícia sobre o problema, o que o leva
a não conseguir trabalhar direito, tampouco realizar uma atividade relaxante, mesmo que não esteja
agitado. Isso é dificuldade para se concentrar. “O que a gente sente privadamente não é
necessariamente igual àquilo que é manifesto publicamente”, afirma a especialista. Então, você pode
estar se sentindo muito ansioso e não deixar transparecer. Ou seja, se sua mente está preocupada, a
ansiedade pode estar presente, mesmo que seu corpo aparente tranquilidade.
Segundo Fink, outras manifestações comuns nesse período são medo de contágio pela Covid-19,
pensamentos invasivos e pessimistas, insônia e aumento ou redução da ingestão de alimentos. Na
origem deles, está novamente a incerteza em relação ao futuro, fruto da falta de controle sobre a
situação. Um ponto de vista interessante a se reforçar é que essa falta de controle não é total. É preciso
dar valor ao que está ao nosso alcance e colocar em prática as ações que nos devolvem a sensação de
controle.
[...]
Reconhecer e mitigar efeitos da ansiedade precocemente são essenciais para qualidade de vida e para
prevenir maiores problemas futuros. “Quanto menos controle a gente tem e quanto mais prolongado
for esse contexto de restrição da liberdade, além da ansiedade pode entrar em cena um fenômeno
chamado ‘desamparo aprendido’, que se parece mais com a depressão”, afirma Fink. É uma condição
em que, de tanto ser submetido a um quadro opressivo ou doloroso, o paciente torna-se mais apático
e deixa de tomar atitudes para combater esse quadro. Se você identificar sinais de ansiedade, acione
sua rede de amigos e familiares para relaxar e, se necessário, procure ajuda especializada.
Adaptado
https://drauziovarella.uol.com.br
O posicionamento de Fink em relação à ansiedade na quarentena é marcado por