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Prova IFF - 2018 - IFF - Vestibular - Segundo Semestre


ID
2817907
Banca
IFF
Órgão
IFF
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I


                                     Feliz por nada


      Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.

      Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.

      Feliz por nada, nada mesmo? Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?

      Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.

      Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

      Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto? 

      A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bemintencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

      Ser feliz por nada talvez seja isso.

MEDEIROS, Martha. Felicidade crônica. 15.ed. Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 86-87. 

Os recursos expressivos, como as figuras de linguagem, fazem-se relevantes para a compreensão e interpretação de textos literários, levando o emissor a um uso mais eficaz da linguagem, que é um fenômeno social. A partir dos comentários sobre esses recursos, analise as proposições a seguir e marque a que NÃO representa seu uso:

Alternativas
Comentários
  • Envelhecer não é uma característica unica do ser humano, objetos e coisas também envelhecem. Porque a C é personificação?

  • João Guilherme, concordo. tá mais pra antítese
  • Substantivos Abstratos: Se referem aos sentimentos e você não pode tocá-los. Exemplo: Novidade, amor; silêncio etc

    Então a letra C está correta


ID
2817910
Banca
IFF
Órgão
IFF
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I


                                     Feliz por nada


      Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.

      Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.

      Feliz por nada, nada mesmo? Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?

      Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.

      Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

      Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto? 

      A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bemintencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

      Ser feliz por nada talvez seja isso.

MEDEIROS, Martha. Felicidade crônica. 15.ed. Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 86-87. 

Determinadas categorias gramaticais podem produzir diferentes efeitos de sentido nos contextos em que estão inseridas, como é o caso dos verbos. Alguns deles, em tempos simples ou integrando uma locução verbal, podem denotar ideias ou “matizes” denominados aspectos. Examine as alternativas e indique em qual delas o aspecto verbal está INCORRETAMENTE analisado:

Alternativas

ID
2817916
Banca
IFF
Órgão
IFF
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto III


                        O conceito felicidade para os filósofos


      A felicidade é particular para cada ser humano, é uma questão muito individual. Mesmo que a ideia compartilhada entre a maior parte das pessoas seja que esse conceito é construído com saúde, amor, dinheiro, entre outros itens.

      A filosofia que investiga e se dedica para definir e esclarecer as ideias do ser humano é excelente para refletir sobre a felicidade. E as primeiras reflexões de filosofia sobre ética continham o assunto felicidade, na Grécia antiga.

      A mais antiga referência de filosofia sobre esse tema é o fragmento do texto de Tales de Mileto, este que viveu entre 7 a.C. e 6 a.C. Para Tales, ser feliz é ter corpo forte e são, boa sorte e alma formada.

      Para Sócrates, essa ideia teve rumo novo, ele postulou que não havia relação da felicidade com somente satisfação dos desejos e necessidades do corpo, mas que o homem não é apenas corpo, e sim em principal, alma. Felicidade seria o bem da alma, através da conduta justa e virtuosa.

      E já para Kant, a felicidade está no âmbito do prazer e desejo, e não há relação com Ética, logo não seria tema para investigar de maneira filosófica.

      Mas ao que cerca a língua inglesa, na época de Kant, a felicidade teve destaque no pensamento político e sua busca passou a ser “direito do homem”, e isso é consignado na Constituição dos Estados Unidos da América, de 1787, redigida de acordo com o Iluminismo.

      No século 20, surge uma nova reflexão sobre o tema do inglês Bertrand Russel com a obra A Conquista da Felicidade, com método da investigação lógica; para Bertrand, por síntese, ser feliz é eliminar o egocentrismo.

[...]

Disponível em: www.afilosofia.com.br/post/o-conceito-felicidade-para-os-filosofos/542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado). 


Texto IV


                            Felicidade clandestina


      Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós, menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".

      Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

      Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

      Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

      Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

      No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

      E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. 

      Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! 

      E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. 

      Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. 

      Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. 

      Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. 

      Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. 

LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. In: Felicidade Clandestina: contos. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1998 (adaptado).


Os elementos de coesão são recursos imprescindíveis para que um texto cumpra, de forma efetiva, o seu papel comunicativo. No texto IV, tais elementos foram bastante utilizados. Acerca de alguns deles, fizeram-se algumas considerações.


I. “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados.” Verifica-se, no pronome em destaque, um caso de coesão catafórica, sendo o termo “essa menina” (l. 11) o referente.

II. No excerto “... um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós, menos ainda...” (l. 4-5), a coesão textual por elipse se estabelece pela omissão de um termo.

III. No fragmento “Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”, é possível identificar uma relação lógico-discursiva concessiva entre as duas orações, separadas por “dois-pontos” (:).

IV. Entre as linhas 61 e 63, tem-se a ocorrência do substantivo “livro” por três vezes. Percebe-se o uso intencional da repetição como recurso coesivo a fim de produzir um efeito de sentido enfático, que demonstra a importância do objeto para a personagem.


Pode-se afirmar que estão CORRETAS

Alternativas

ID
2817919
Banca
IFF
Órgão
IFF
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto V


A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e

as redes sociais não estão ajudando


A opinião é do pianista James Rhodes, "Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes.

Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha".

Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor".

A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível".

Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho. [...]

Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável".

"Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".


"Sentimentos desafiadores"


Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado.

"Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção a depressão, ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.

Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes".

Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis".

"Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contraintuitivo e contraproducente".

Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos – quando resolveu contar em livro problemas que enfrentou ao longo da vida.

Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado).


Os sufixos, elementos mórficos, atribuem novos sentidos aos radicais a que são agregados. Considerando o contexto em que se insere e as afirmações que seguem, julgue a opção CORRETA em relação ao termo destacado no trecho:


"E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".

Alternativas
Comentários
  • Correta C). Substituir photoshopada por outros adjetivos.

  • Eu fiquei em dúvida entre a C e a D. Por que não pode ser a D?


ID
2817925
Banca
IFF
Órgão
IFF
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto IV

Felicidade clandestina

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós, menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".

    Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

    Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

    Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

    No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disseme que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente 

nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

    E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

    Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

    E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

    Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. 

    Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

    Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

    Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.


                                          LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. In: Felicidade Clandestina: contos.                                           Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1998 (adaptado).



Texto V

A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e as redes sociais não estão ajudando

    A opinião é do pianista James Rhodes, "Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes.

    Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha".

    Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor".

    A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível".

    Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho. [...]

    Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável".

    "Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".


"Sentimentos desafiadores"

    Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado. 

    "Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção a depressão, ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.

    Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes".

    Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis".

    "Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contraintuitivo e contraproducente".

    Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos – quando resolveu contar em livro problemas que enfrentou ao longo da vida.


Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado). 

Assinale a alternativa que avalia CORRETAMENTE as assertivas seguintes:


I. No texto IV, caso seja retirado o acento gráfico de “histórias”, não haverá alteração semântica tampouco morfológica, o que comprova a acentuação gráfica ser fundamental para a coerência textual.

II. Corroborando ser a ortografia recurso importante para se manter a coerência de um enunciado, no texto IV, em “...espiava em silêncio...”, se a palavra em negrito for substituída por seu homônimo homófono “expiava”, manter-se-á o sentido original da expressão.

III. “Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida...” (texto V) – No período transcrito, o acréscimo de uma vírgula antes do pronome relativo “que” mudará o caráter restritivo da oração. Isso demonstra que a pontuação contribui para a coerência do texto.

Alternativas
Comentários
  • Colocando a vírgula antes do que passa de restritiva para explicativa.


ID
2817928
Banca
IFF
Órgão
IFF
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A apropriação textual pode ser realizada de diversas formas: paráfrases, discurso direto, discurso indireto, citações, entre outros. Marque a alternativa que NÃO justifica corretamente a forma de apropriação citada e exemplificada:

Alternativas

ID
2817931
Banca
IFF
Órgão
IFF
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I 

Feliz por nada 

Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.

Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.

Feliz por nada, nada mesmo? Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho? 

Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo. 

 Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto? 

A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa. 

Ser feliz por nada talvez seja isso. 

MEDEIROS, Martha. Felicidade crônica. 15.ed. Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 86-87. 


Texto III

O conceito felicidade para os filósofos 

A felicidade é particular para cada ser humano, é uma questão muito individual. Mesmo que a ideia compartilhada entre a maior parte das pessoas seja que esse conceito é construído com saúde, amor, dinheiro, entre outros itens. 

A filosofia que investiga e se dedica para definir e esclarecer as ideias do ser humano é excelente para refletir sobre a felicidade. E as primeiras reflexões de filosofia sobre ética continham o assunto felicidade, na Grécia antiga. 

A mais antiga referência de filosofia sobre esse tema é o fragmento do texto de Tales de Mileto, este que viveu entre 7 a.C. e 6 a.C. Para Tales, ser feliz é ter corpo forte e são, boa sorte e alma formada. 

Para Sócrates, essa ideia teve rumo novo, ele postulou que não havia relação da felicidade com somente satisfação dos desejos e necessidades do corpo, mas que o homem não é apenas corpo, e sim em principal, alma. Felicidade seria o bem da alma, através da conduta justa e virtuosa. 

E já para Kant, a felicidade está no âmbito do prazer e desejo, e não há relação com Ética, logo não seria tema para investigar de maneira filosófica. 

Mas ao que cerca a língua inglesa, na época de Kant, a felicidade teve destaque no pensamento político e sua busca passou a ser “direito do homem”, e isso é consignado na Constituição dos Estados Unidos da América, de 1787, redigida de acordo com o Iluminismo. 

No século 20, surge uma nova reflexão sobre o tema do inglês Bertrand Russel com a obra A Conquista da Felicidade, com método da investigação lógica; para Bertrand, por síntese, ser feliz é eliminar o egocentrismo. 

[...] 

  • Disponível em: www.afilosofia.com.br/post/o-conceito-felicidade-para-os-filosofos/542.
  • Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado). 

  • Texto IV 

  • Felicidade clandestina 

      • Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós, menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". 

      • Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. 

    Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. 

    Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. 

    Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. 

    No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

    E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. 

    Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! 

    E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. 

    Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. 

    Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. 

    Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. 

    Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. 

    LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. In: Felicidade Clandestina: contos. 

    Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1998 (adaptado).


    Texto V 

    A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e as redes sociais não estão ajudando 


    A opinião é do pianista James Rhodes, "Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes. 

    Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha". 

    Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor". 

    A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível". 

    Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho. [...] 

    Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável". 

    "Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando". 

    "Sentimentos desafiadores" 

    Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado. 

    "Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção a depressão, ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz. 

    Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes". Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis". 

    "Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contraintuitivo e contraproducente". 

    Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos – quando resolveu contar em livro problemas que enfrentou ao longo da vida. 

    Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado). 


    Texto VI

    Ode ao dia feliz

    Desta vez deixa-me

    ser feliz,

    nada passou a ninguém,

    não estou em parte alguma,

    acontece somente

    que sou feliz

    pelos quatro lados

    do coração, andando 

    dormindo ou escrevendo.

    O que vou fazer-te, sou

    feliz

    [...] 


    Pablo Neruda

    Disponível em: http://www.portaldaliteratura.com/poemas.php?id=1400. Acesso em: 16 abr. 2018.  

    No processo de comunicação, é preciso expressar uma finalidade, um objetivo, que se materializa por meio de uma função da linguagem específica. Leia as assertivas a seguir e marque a INCORRETA em relação aos textos I, III, IV, V e VI:

    Alternativas
    Comentários
    • É impossivel da gnt saber a resposta sendo q nem temos os textos ao nosso dispor
    • Cadê os outros textos?

    • Alternativa correta: Letra C

      Vamos às respostas:

      Letra A: Incorreta - Percebe-se que, ao ler o texto IV, a autora Clarice Lispector descreve um fato que aconteceu com ela durante sua pré-adolescência. Descrever fatos remete à função REFERENCIAL. Apesar do texto ter traços da função emotiva, Clarice não quis descrever-se, mas sim, comunicar uma narrativa que ocorreu na infância.

      Letra B: Incorreta - No começo do texto III, temos a seguinte opinião do autor: "A felicidade é particular para cada ser humano, é uma questão muito individual." Esse texto tem marcas da função referencial, mas com predomínio da função emotiva.

      Letra C: Correta - O Texto V, de fato, apresenta um caráter direto, já que em toda extensão do texto não há a opinião do autor, e sim a de outra pessoa, no caso do pianista James Rhodes.

      Letra D: Incorreta - Não há predomínio da função poética, e sim da emotiva, com traços das funções poética e referencial.

      Letra E: Incorreta - Alguns dos termos destacados na alternativa como metafóricos não o são.

      Força Guerreiros!!!

    • Deveria ser assinalada a alternativa incorreta. O caro Leonardo Ribeiro fez um esforço analítico para justificar a correção da letra C e a incorreção das demais, mas a letra C está incorreta, porque não faz nenhum sentido afirmar "Esse elemento traz marcas de objetividade, confirmando a função expressiva do texto.", visto que marcas de objetividade repelem a função expressiva, não a confirmam. Exatamente porque a afirmação da letra C está errada é que ela deve ser assinalada. As demais afirmações estão corretas.


    ID
    2817934
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    O linguista Luiz Antônio Marcuschi define gêneros textuais como “os textos materializados que encontramos em nossa vida diária”. Algumas afirmações foram feitas sobre alguns dos gêneros textuais utilizados nesta prova. Entre elas, apenas uma está CORRETA. Identifique-a:

    Alternativas
    Comentários
    • Aonde estão os aludidos textos I, IV?

    • Não tenho resposta da equipe. Favor, esclarecer.


    ID
    2817952
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Matemática
    Assuntos

    Ao multiplicarmos um número complexo não nulo pela unidade imaginária i, tal que i2 = -1,

    Alternativas
    Comentários
    • Número complexo não nulo qualquer: z= a +bi

      Multiplicando por i

      z= ai + bi² --------> z= ai -b

      Módulo: P²=a²+b², ora, então não irá alterar, pois o (-b)² e b² são iguais a b², lembrando que P é o modulo, ou seja, a distância do afixo até origem no plano de Argand-Gauss.

      Mas, o argumento, que é o angulo, alterará, pois antes tínhamos:

      sen=b/p e cos=a/p

      Contudo, depois da multiplicação, temos:

      sen=a/p e cos=b/p

      Para elucidarmos essa parte, tenhamos um pouco de "maturidade", pois iremos fazer um exemplo de números complexos que dê ângulos notáveis:

      z= √ 3+ 1i ; a= √ 3 e b= 1

      P=√ a²+b²---------------> a²= 3 e b²=1------->P=2

      Argumento(ângulo), antes da multiplicação:

      sen=1/2 ; cos= √3/2, respectivamente, sen de 30° e cos° de 30°

      Depois da multiplicação:

      z=√3i -1

      sen= √3/2; cos= -1/2, respectivamente, sen de 60° OU de 120°, mas no caso é 120°, pois o cos é negativo, ou seja, 2° quadrante, e cos= 120°

      Portanto, foi somado 90°, isto é,  π/2

      Questão chata, digassi di passagi (Neto, Craque)


    ID
    2817958
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Matemática
    Assuntos

    Um retângulo de lados medindo 3 cm e 7 cm foi rotacionado, tendo como eixo de rotação um de seus lados maiores, de forma a gerar um cilindro reto. A área total deste cilindro será

    Alternativas
    Comentários
    • https://brainly.com.br/tarefa/18240998


    ID
    2817961
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Matemática
    Assuntos

    Uma característica bastante conhecida das funções trigonométricas seno, cosseno e tangente é sua periodicidade. O período da função real ƒ(x) = cos(4x - π) é

    Alternativas
    Comentários
    • calcula-se o período por meio da formula: 2pi/c (módulo de c), de modo que c é o valor que multiplica x.

      no caso: 4.

      Logo: 2pi/4 = pi/2


    ID
    2817967
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Matemática
    Assuntos

    Em uma partida de futebol, uma falta será cobrada próximo à grande área. Supondo que a trajetória da bola até o gol, no momento da cobrança da falta, será uma parábola com concavidade voltada para baixo, e sabendo que a bola parte do ponto (9, 0) e alcança a maior altura no ponto (0, 4), então a expressão que representa essa trajetória é

    Alternativas

    ID
    2817973
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Matemática
    Assuntos

    A trajetória de um objeto A é representada pela curva da função ƒ(t) = t3 – 4t e a trajetória de um objeto B é representada pela curva da função g(t) = t2 , sendo que t representa o tempo em minutos. Após o início do deslocamento, a trajetória dos dois objetos coincidirá aproximadamente no instante

    (Considere √17 = 4,1)

    Alternativas

    ID
    2817985
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Física
    Assuntos

    Alexandre comprou um equipamento capaz de gerar energia elétrica através de luz solar. O equipamento possui quatro placas fotovoltaicas idênticas para gerar energia elétrica, cada uma com potência de 250W. De acordo com as especificações técnicas, sabe-se que cada placa consegue fornecer, em média, 95% de sua potência na transformação de energia elétrica, funcionando, assim, 6 horas por dia. Sabemos também que Alexandre paga à concessionária de energia R$0,80 por kWh. Tendo em vista essas informações, assinale a alternativa CORRETA:

    Alternativas

    ID
    2817991
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Física
    Assuntos

    O ex-jogador de futebol Roberto Carlos ganhou fama por ter um chute muito forte. Em 1997, em um jogo contra a França, ele fez um gol de falta em que a bola chegou à velocidade aproximada de 136,8km/h. Supondo que, nesse chute, a bola de futebol tinha a massa igual a 0,4kg e que o tempo de contato do pé com a bola durante o chute foi 0,1s, a força média exercida sobre a bola foi de aproximadamente

    Alternativas
    Comentários
    • Obs: a velocidade deve estar em m/s

      136,8 km/h <=> 38 m/s

      I = ΔQ

      I = 0,4.38

      I = 15,2

      I = F.ΔT

      15,2 = F.0,1

      F = 152 N

      GABARITO: LETRA D

    • Fora de seu período de vigência? Mas a lei mais benéfica será aplicada justamente quando tiver vigendo. Esse conceito só abrange a questão da ultra-atividade, mas não da retroatividade.

    • F=m.a

      F=m.(ΔV/Δt)

      F=0,4.(136,8/3,6)/0,1

      F=0,4.(38/0,1)

      F=4*38

      F=152N


    ID
    2817994
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Física
    Assuntos

    Uma das características da revolução industrial foi o aumento da produção. Isso foi possível graças às máquinas térmicas, que usam o fluxo natural de calor entre uma região quente e uma região mais fria para realizar trabalho. O físico e engenheiro Nicolas Léonard Sadi Carnot estabeleceu um limite para o rendimento de máquinas térmicas que operem entre dois reservatórios de calor. Esse limite é alcançado, no ciclo de Carnot, que é composto por

    Alternativas

    ID
    2817997
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Química
    Assuntos

    O soro caseiro, que serve para combater a desidratação causada por diarreia ou vômito, é uma solução aquosa contendo sal de cozinha (NaCl) e açúcar (C12H22O11). Ele pode ser feito misturando-se 3,5g de sal de cozinha e 20g de açúcar em 1L de água. Em relação ao soro caseiro, assinale a alternativa CORRETA:

    Dados:

    Coeficiente de Solubilidade do NaCl: 36g NaCl/100mL de água a 20°C; Coeficiente de Solubilidade do C12H22O11: 33g C12H22O11/100mL de água a 20°C.

    Alternativas
    Comentários
    • Gabarito: Letra C - Considerando a solubilidade do NaCl em água e a quantidade de sal de cozinha adicionado para preparar o soro caseiro, podemos dizer que todo o NaCl estará dissolvido nesta solução a 20°C.


    ID
    2818000
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Química
    Assuntos

    Uma reação química ocorre quando as ligações entre os átomos das substâncias iniciais (reagentes) são rompidas e são reestabelecidas de outra maneira, formando os produtos. As reações químicas são comuns no nosso cotidiano e muitas vezes podem ser confirmadas por meio de evidências macroscópicas, como desprendimento de gás, mudança de cor, formação ou dissolução de precipitado. A seguir, estão descritas algumas situações do cotidiano:


    I. Formação da neve.

    II. Queima de um pedaço de papel.

    III. Formação da ferrugem.

    IV. Sublimação do iodo.

    V. Dissolução de sal de cozinha em água.

    VI. Amadurecimento de uma fruta.


    Assinale a alternativa que contém somente situações que envolvem reações químicas:

    Alternativas
    Comentários
    • Basta lembrar-se de que a reação química é aquele onde, depois de alterado, não é possível fazr com que a matéria em questão retorne ao seu estado inicial naturalmente.

      -Um pedaço de papel depois de ser queimado não pode voltar a ser um pedaço de papel;

      -A ferrugem não pode ser completamente retirada naturalmente de um metal depois que se estabelece;

      -Uma fruta amadurecida não volta a ser verde.

      Alternativa correta? A.


    • I. Formação da neve --> Fenômeno físico (ressublimação: do gasoso para o sólido).

      II. Queima de um pedaço de papel ---> Reação química (de queima de energia/perda de energia = reação exotérmica).

      III. Formação da ferrugem ---> Reação química (oxidação do ferro).

      IV. Sublimação do iodo ---> Fenômeno físico (sublimação: do sólido para o gasoso).

      V. Dissolução de sal de cozinha em água ---> Fenômeno físico.

      VI. Amadurecimento de uma fruta ---> Envolve 3 reações químicas (oxidação de lipídios, quebra das ligações de amido e quebra das moléculas de clorofila).

      Gabarito - A


    ID
    2818006
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Química
    Assuntos

    Os átomos que constituem os elementos químicos são constituídos por três partículas fundamentais: prótons, nêutrons e elétrons, sendo que a quantidade de prótons caracteriza o elemento químico correspondente para aquele átomo. Tomando por base a constituição dos átomos e a distribuição eletrônica dos elementos, marque a alternativa que indica a massa atômica e o grupo (família) na tabela periódica, respectivamente, de um átomo contendo 16 prótons, 16 nêutrons e 18 elétrons:

    Alternativas
    Comentários
    • P = Z = 16

      N = 16

      E = 18

      Massa Atômica: A = Z + N, logo: A = 32u

      Para reconhecer a família, tem saber que um átomo no seu estado fundamental tem número de Z igual ao número E.

      Na questão, Z = 16 e E = 18, logo o átomo não está em seu estado fundamental.

      O átomo em questão, no seu estado fundamental deveria ter 16 elétrons (E = 16)

      Fazendo a distribuição eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 {última camada possui 6 elétrons}

      Portanto, o elemento está na família 6A.


    ID
    2818009
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Química
    Assuntos

    Na corrosão de metais, ocorre a deterioração do material devido a uma reação de oxirredução do metal com o meio. O ferro, por exemplo, é facilmente oxidado quando exposto ao ar e à umidade, formando o óxido de ferro mono-hidratado (Fe2O3 . H2O), conhecido como ferrugem, conforme a reação balanceada a seguir:


                            2 Fe + 1,5 O2 + H2O → Fe2O3 . H2O


          Sabendo que um pedaço de 10,0g de ferro foi exposto ao ar e à umidade, oxidando-se totalmente, qual a massa, aproximada, de ferrugem formada?

    Dados de massas atômicas: H= 1,0u; O= 16,0u; Fe= 55,8u. 

    Alternativas

    ID
    2818012
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Biologia
    Assuntos

    Análise preliminar confirma contaminação por açaí em

    pacientes com doença de chagas no AM


    Os sete casos confirmados de doença de chagas no Amazonas ocorreram por contaminação do açaí. A informação é da Secretaria de Saúde do estado (Susam). Segundo a pasta, todas as pessoas infectadas são da mesma família e ingeriram o alimento.

    Os casos foram registrados em Lábrea, a 702 km de Manaus. A Susam afirma que outro ponto que leva as autoridades a afirmarem que a contaminação se deu pelo açaí é que as pessoas da família que não ingeriram o alimento não apresentaram nenhum sintoma da doença.

    A Secretaria de Estado de Saúde (Susam), por meio da FVS, reforçou o pedido para que a população tome os cuidados necessários na hora de preparar e consumir os produtos. Bernardino ressalta que o açaí não pode ser visto como vilão. Não é o produto que está suscetível à contaminação, e sim, o modo como ele é preparado.

    Disponível em: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/analise-preliminar-confirma-contaminacao-por-acaiem-pacientes-com-doenca-de-chagas-no-am.ghtml. Acesso em: 10 abr. 2018 (adaptado).


    O texto se refere ao Mal de Chagas, doença que continua fazendo vítimas no Brasil e em outros países pobres do mundo, e que está sendo dissipada por meio do açaí. Dentre as alternativas apresentadas a seguir, a única inteiramente CORRETA quanto às formas de contágio e prevenção dessa doença é

    Alternativas
    Comentários
    • E. proteção de portas e janelas com telas, a fim de evitar a entrada do barbeiro, inseto transmissor da doença, nas residências. 


    ID
    2818015
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Biologia
    Assuntos

    A Terra tem uma idade estimada em 4,6 bilhões de anos e, durante este tempo, os seres vivos surgiram, se modificaram e muitos desapareceram. Muitas teorias sobre a origem da vida e sobre a evolução foram criadas.


    Sobre essas teorias é INCORRETO afirmar que

    Alternativas
    Comentários
    • A. na teoria da seleção natural, explicitava-se que a progressão dos organismos era guiada pelo meio ambiente: se o ambiente sofre modificações, os organismos procuram adaptar-se a ele. 




    ID
    2818018
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Biologia
    Assuntos

    “Um novo adesivo serve para medir o nível de glicose através da pele, o que pode fazer com que milhões de diabéticos não precisem usar agulhas para fazer as medições periódicas, segundo um estudo publicado na revista ‘Nature Nanotechnology’. O adesivo extrai a glicose do fluido entre as células através dos folículos pilosos, aos quais tem acesso individualmente graças a sensores em miniatura que usam uma pequena corrente elétrica, e a recolhe em pequenos reservatórios para medi-la”.

    Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/efe/2018/04/09/novo-adesivo-mede-glicose-sem-necessidade-do-uso-de-agulhas.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 10 abr. 2018.


    Sobre o diabetes melito, é INCORRETO afirmar que 

    Alternativas
    Comentários
    • A insulina é produzida pelo pâncreas.

    • D. é caracterizada por deficiência hepática que leva à produção insuficiente de insulina. 



    • Insuficiência hepática refere-se às disfunções do fígado em desempenhar suas funções normais de metabolizar e sintetizar proteínas e auto-regeneração. Pode ser fulminante, aguda ou crônica e de causas benignas ou malignas. o álcool faz isso


    ID
    2818021
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Biologia

    Em um determinado restaurante, três eram os pratos mais pedidos:


    Prato 1 - Torta de ervilhas com tomate e cogumelos com casquinha de siri.

    Prato 2 - Filé de peixe ao molho de camarão com salada de pepino.

    Prato 3 - Rocambole misto de carne bovina e suína com quiche de beringela.


    Em relação aos organismos citados na descrição de cada prato, assinale a alternativa CORRETA:

    Alternativas

    ID
    2818027
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    História
    Assuntos

    “Epopeia empolgante, da arremetida dos leões goytacazes em busca do insultador da Pátria amada! Lições de coragem, de desprendimento, de fé cívica que nos deixaram aqueles destemidos voluntários campistas abandonando as plagas camposinas, nos dias apreensivos de 1865, em busca do Sul, para baterem rijos ao atrevido Paysandu! Somente a 25 de janeiro de 1865 foi que os campistas puderam ter a demorada notícia [...] da invasão do território brasileiro, na província do Mato Grosso, pelas hordas fanáticas do [Solano] López [...]. A alma campista fremiu de patriotismo, e [...] três dias após a tremenda notícia [partiam] [...] os primeiros patriotas. Efetivamente cheio de estoicismo [...] 12 campistas [...] subiam a bordo do vapor [...].”

    SOUSA, Horacio. Cyclo Aureo: História do 1º centenário da cidade de Campos 1835-1935. Campos dos Goytacazes, RJ: Essentia, 2014. 1ª edição de 1935. (Memórias Fluminenses: v. 1). p. 129 (adaptado).


    O texto foi publicado pela primeira vez no ano de 1935, e trata da participação de voluntários da cidade de Campos dos Goytacazes na Guerra do Paraguai (1864-1870). Analisando historicamente o texto e relacionando-o com o referido conflito, julgue as afirmações a seguir:


    I. O Império brasileiro não participou das tensões na região do rio da Prata antes da guerra, só dando atenção política à área quando se iniciaram as ações bélicas, como fica caracterizado no texto pela demora da chegada de notícias sobre o conflito.

    II. A participação de voluntários na Guerra do Paraguai foi intensa, tendo partido milhares de soldados de todo o país, tidos, tanto em parte da imprensa da época quanto em parte da historiografia sobre o tema, como nobres voluntários, conforme são caracterizados no texto.

    III. O processo político que culmina com o conflito foi fruto exclusivo das ações autoritárias do presidente paraguaio Solano López, que, segundo o texto, liderava “hordas fanáticas” e era um “insultador”.


    A(s) afirmação(ões) CORRETA(S) é(são)

    Alternativas
    Comentários
    • Gabarito: B

      “Os Voluntários da Pátria foram uma resposta natural buscando mobilizar a população. No começo teve uma resposta espontânea da população, mas depois muitos foram forçados a ir para a batalha”, afirma Doratioto. Todos que se apresentassem ganhariam 300 réis diários depois da guerra e mais 2,5 alqueires de terra. Eles teriam baixa depois de terminada a guerra – se assim fosse de sua vontade. As famílias dos voluntários que morressem no campo de batalha, ou em consequência de ferimentos, teriam direito a uma pensão vitalícia. Os que ficassem inutilizados por ferimentos receberiam soldo dobrado.


      https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/especiais/guerra-do-paraguai/voluntarios-de-uma-patria-despreparada.jpp

    • A culpa n foi so de Simão Lopes. L Brasil tinha interesse NO Rio da prata


    ID
    2818030
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    História
    Assuntos

    Leia o texto a seguir:


    “O golpe [civil e militar de 1964] não continha um ideário de governo. Não apontava para uma ditadura civil e militar como o Brasil iria viver, durante mais de uma década. As eleições de 1965 estavam logo ali e havia candidatos animados a disputá-la e vencê-la. O golpe de 1964 foi um projeto contra o governo Jango e as esquerdas. Não havia, de forma definida, um projeto de governo a favor de algo. Depor Goulart e fazer a limpeza política no país era o que se queria. A limpeza era também um contra. Contra os trabalhistas, os comunistas, os sindicalistas, os subversivos em geral. Os que seriam chamados de inimigos da Revolução vitoriosa.”

    FERREIRA, Jorge; GOMES, Angela de Castro. 1964: o golpe que derrubou um presidente, pôs fim ao regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 371-372 (grifos no original).


    Sobre a dinâmica política brasileira no período que antecede o golpe civil e militar, é CORRETO afirmar que

    Alternativas

    ID
    2818036
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    História
    Assuntos

    Após a queda definitiva de Napoleão Bonaparte (1815), sob o novo governo de Luís XVIII, foi estabelecida na França uma nova Constituição que combinou aspectos do absolutismo e do liberalismo. Tratou-se, de certa forma, de uma restauração elitista com o cerceamento de direitos e liberdades individuais conseguidos durante a Revolução Francesa. No governo seguinte, de Carlos X, organizou-se uma nova reação liberal, preparando o palco para a Revolução Liberal de 1830, que, vitoriosa, restabeleceu vários dispositivos liberais anteriormente suprimidos. Em 1848, ocorre uma nova onda revolucionária na França, conhecida como a “Primavera dos Povos”.


    Assinale a opção que identifica parte das reivindicações defendidas na denominada “Primavera dos Povos”:

    Alternativas
    Comentários
    • Primavera dos Povos é o nome que se dá a uma série de movimentos revolucionários de cunho liberal que ocorreram por toda a Europa durante o ano de 1848. Com a Revolução Francesa de 1789, os ideais libertários espalharam-se por toda a Europa, assustando as monarquias absolutistas europeias.


    ID
    2818048
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Geografia
    Assuntos

    Número de filhos por mulher na Alemanha é o maior desde 1973

    Alemanha 28/03/2018


    “O número de nascimentos na Alemanha aumentou pelo quinto ano consecutivo, e a taxa de fecundidade do país chegou ao nível mais alto desde os anos 70, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (28/03) pelo Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis).

    Em 2016, 792.131 crianças nasceram no país, o que significa um crescimento de 7% (54.556 crianças) em relação ao ano anterior e equivale ao total de nascimentos registrado em 1996”.

    Disponível em: http://www.dw.com/pt-br/n%C3%BAmero-de-filhos-por-mulher-na-alemanha-%C3%A9-o-maior-desde-1973/a-43171008. Acesso em: 11 abr. 2018.


    Considerando os dados divulgados e o cenário apresentado pelo Destatis, um dos fatores responsáveis pelo aumento da taxa de fecundidade na Alemanha é

    Alternativas
    Comentários
    • B. a maior proporção de mulheres imigrantes que passaram a viver na Alemanha. 

    • A população de imigrantes vêm crescendo vertiginosamente em países como a Alemanha e, sendo esses imigrantes de culturas que incentivam as mulheres terem muitos filhos, a taxa de natalidade aumentou bastante. Estima-se que, mesmo que as imigrações para a Alemanha cessassem imediatamente, a proporção de muçulmanos no país continuaria aumentando.


    ID
    2818051
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Geografia
    Assuntos

    No mês de março de 2018, o Brasil sediou o 8º Fórum Mundial da Água visando oportunizar um diálogo aberto e democrático, bem como estabelecer compromissos políticos relacionados ao uso racional, à conservação, à proteção, ao planejamento e à gestão deste recurso em todos os setores da sociedade. Sobre a gestão dos recursos hídricos no Brasil, pode-se afirmar que

    Alternativas
    Comentários
    • ARGENTINA, BRASIL, PARAGUAI E URUGUAI

      Em 2 de agosto de 2010, o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assinaram o acordo sobre o Aquífero Guarani, (). 

    • o Sistema Aquífero Guarani (SAG) é uma das duas maiores reservas subterrâneas de água do mundo, sendo cobiçado por empresas multinacionais e que atualmente tem sua gestão compartilhada entre quatro países: Brasil, uruguai, paraguai e argentina - só lembrar do mercosul


    ID
    2818054
    Banca
    IFF
    Órgão
    IFF
    Ano
    2018
    Provas
    Disciplina
    Geografia
    Assuntos

    “É notável, portanto, que a agricultura brasileira na perspectiva da sua mundialização tem se consolidado por meio da aplicação de cultivos voltados a transformarem-se em commodities ou agrocombustíveis que demandam intensa utilização de agrotóxicos.” Este trecho está inserido no trabalho intitulado Geografia do Uso dos agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia, elaborado pela Geógrafa Larissa Bombardi no ano de 2017.

    Disponível em: https://www.larissabombardi.blog.br/atlas2017. Acesso em: 10 abr. 2018.


    Em termos da Geografia do uso dos Agrotóxicos, pode-se afirmar que

    Alternativas
    Comentários
    • A) Errada. A União Europeia tem uma das legislações mundiais mais duras em relação ao uso de agrotóxicos.

      B) Errada. No Brasil há um aumento no uso de agrotóxicos. Inclusive em alguns casos em 2017, 2018 alguns importadores deixaram de comprar do Brasil por causa disso.

      C)Errada. A lei da Biossegurança tem nada ou pouco a ver com o uso de agrotóxicos. Ela é mais feita para o controle de produtos transgênicos.

      D)Errada. Alternativa sem pé nem cabeça, toda torta, começa dizendo que os consumidores estão preocupados com a saúde humana e lá no final dis que, por isso, têm aderido ao consumo de produtos com alta exigência de agrotóxicos (????????).

      E) Correta. As leis do Reino Unido sobre o uso de agrotóxicos são MUITO mais efetivas que a do Brasil.

    • QUESTÃO MUITOOO FACIL

    • QUESTÃO MUITOOO FACIL

    • No Brasil a boiada vai continuar passando