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Prova INAZ do Pará - 2016 - Câmara de Santarém - PA - Procurador Jurídico


ID
4017295
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


No início do texto, ainda no primeiro período, o autor fala sobre compreensibilidade.


Compreensibilidade de (do) quê?

Alternativas

ID
4017298
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


O que defende o autor desse texto?

Alternativas

ID
4017301
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


Em: “... é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação.”, sobre a palavra sublinhada é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Especificamente, trata a questão de semântica, que estuda o sentido das palavras. Nas opções de resposta, arrolaram-se alguns fenômenos atinentes ao campo de estudo, cujos exemplos são cotejados com a palavra "imbuída" a fim de reconhecer qual caracteriza a relação. Vejamos:

    “... é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação.”

    O vocábulo em tela é oriundo do verbo "imbuir", que significa "fazer entrar (sentimento, ideia, etc.) em; embeber, impregnar. Na frase acima, quis o autor passar a ideia de que a cena tem de estar embebida, repleta de significação.

    a) é uma homonímia de entusiasmar;

    Incorreto. Na homonímia, há relação de igualdade, seja na escrita ou pronúncia, seja em ambos. Pode haver três tipos de homônimos:

    I - Perfeitos: cedo (advérbio), cedo (forma verbal do verbo ceder). São idênticos em pronúncia e grafia;

    II - Homófonos: tacha e taxa (iguais na pronúncia);

    III - Homógrafos: sede (pronúncia com primeiro "e" aberto) e sede (pronúncia com o primeiro "e" fechado).

    b) é uma antonímia de desimpregnar-se;

    Correto. Na antonímia, o sentido dos vocábulos se opõe: bondoso e perverso, virtude e defeito, etc. O verbo "desimpregnar-se" opõe-se ao "imbuir", tendo em vista que o primeiro significa, grosso modo, não impregnar-se, ao passo que o segundo tem como um de seus significados exatamente o oposto;

    c) é uma paronímia de incutir;

    Incorreto. "Imbuir" e "incutir" são sinônimos. Na paronímia, existe relação de parecença tanto na escrita quanto na pronúncia, ou seja, as palavras não são iguais de forma alguma, mas tão somente parecidas, semelhantes: discente (referente a aluno) e docente (refente a professor);

    d) é uma sinonímia de imbricar;

    Incorreto. Na sinonímia, o sentido dos vocábulos se corresponde. Tomemos a palavra "caixão". Para esta, existem diversos sinônimos: esquife, féretro e ataúde. Todos, entre si, são sinônimos uns dos outros. O verbo "imbricar" significa colocar acima (coisas, ideias, etc.) sobre uma das partes ou lados, destoando significativamente do verbo "imbuir", cujo sentido foi expresso acima;

    e) é uma homógrafa de cair.

    Incorreto. Entre palavras homógrafas, há igualdade de escrita. É o caso de sede (pronúncia com primeiro "e" aberto) e sede (pronúncia com o primeiro "e" fechado).

    Letra B

  • PARÔNIMOS > PALAVRAS PARECIDAS ,SIGNIFICADOS DIFERENTES

    HOMÔNIMOS > PALAVRAS IGUAIS , SIGNIFICADOS DIFERENTES 

    ANTÔNIMO > PALAVRA COM SIGNIFICADO CONTRÁRIO DE OUTRA

    SINÔNIMO > PALAVRA COM SIGNIFICADO IGUAL AO DE OUTRA

  • adjetivo Mergulhado em algo; mergulhado, embebido, impregnado, cheio, penetrado: pessoa imbuída de preconceitos. [Figurado] Que se deixa persuadir com facilidade; convencido, sugestionado: estavam imbuídos de/em preconceitos. [Figurado] Que se mescla com outra coisa; embutido. Etimologia (origem da palavra imbuído).

  • GABARITO B

    impregnar-se >   não impregnar-se

    imbuída > impregnar-se

  • O texto é enorme! Mas muito interessante vale a pena a leitura.


ID
4017304
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


A passagem: “... quão importantes são ao professor essas áreas”, no último parágrafo, é uma oração:

Alternativas
Comentários
  • Na questão em apreço, deve-se reconhecer a que classificação pertence a estrutura em destaque. Precisamente, a passagem citada no enunciado está no quarto parágrafo do texto, em vez do último.

    De toda forma, para responder corretamente questões dessa natureza, é válida a reiteração: não analise o fragmento de forma isolada, tendo em vista que esse ato pode conduzir ao erro. Regresse ao corpo textual e leia estrutura maior. Veja:

    "(...) com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas."

    Note que todo o segmento sublinhado é uma oração subordinada substantiva objetiva direta, visto que desempenha a função de objeto direto do verbo "argumentar".

    a) coordenada;

    Incorreto. Consoante foi visto, a oração sublinhada é dependente, isto é, subordinada à principal, e não independente, a qual recebe o nome de coordenada;

    b) absoluta;

    Incorreto. Dá-se o nome de oração absoluta a que constitui somente um período. Ex.: Todos os seres humanos na face da Terra, um dia, morrerão;

    c) simples;

    Incorreto. Dá-se o nome de período simples o que se constitui de somente uma oração. Ex.: Todos os seres humanos na face da Terra, um dia, morrerão;

    d) subordinada substantiva objetiva direta;

    Correto. Vide detalhamento acima;

    e) subordinada substantiva subjetiva.

    Incorreto. Esse tipo de oração exerce função sintática de sujeito. Ex.: É imprescindível que se estude demasiadamente para a prova.

    Letra D

  • CUIDADO!

    A passagem não está no último parágrafo (PEGADINHA DO MALANDRO!)

  • Letra D

    A passagem está no 4º parágrafo.


ID
4017307
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


Entre as variedades linguísticas abaixo, de qual se valeu o autor desse texto, predominantemente, para dizer o que diz?

Alternativas

ID
4017310
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


No período: “Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.”, o autor faz uso de qual das estratégias da linguagem abaixo?

Alternativas
Comentários
  • Em palavras breves, as figuras de linguagem são recursos expressivos utilizados com objetivo de gerar efeitos no discurso. Dentro do extenso grupo em que se arrolam esses recursos, existem quatro subdivisões: figura de palavra, figura de construção, figura de sintaxe e figura de som.

    Inspecionemos o trecho:

    “Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.”

    No trecho sublinhado acima, existe uma aparente contradição. Afinal, de que modo se aprende o que se sabe? Tendo em vista essa característica, é possível afirmar a existência de paradoxo.

    a) paradoxo;

    Correto. Trata-se da contradição entre ideias de tão modo acentuada que margeia o absurdo, o ilogismo. Ex.: "Estou cego e vejo/Arranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade)

    b) gradação;

    Incorreto. É a disposição das ideias em ordem crescente ou decrescente. Ex.:

    “Ó não guardes, que a madura idade

    te converte essa flor, essa beleza,

    em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.”

    (Gregório de Matos)

    c) silepse;

    Incorreto. Essa figura caracteriza a concordância feita ideologicamente, ou seja, com termos não explícitos na estrutura.

    Há três tipos: de número, gênero e pessoa. Ei-los:

    I - Número (normalmente o sujeito será termo no singular, mas o verbo se flexionará no plural)

    Ex.: “Povoaram os degraus muita gente de sorte." (Camilo Castelo Branco)

    II - Gênero (há discordância de gênero entre artigos, pronomes, adjetivos, substantivos)

    Ex.: “Conheci uma criança... mimos e castigos pouco podiam com ele.” (Almeida  Garret)

    III - Pessoa (há discordância entre sujeito e verbo)

    Ex.: “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.” (Machado de Assis)

    d) hipérbole;

    Incorreto. É a figura do exagero, do excesso. Servem-se dela para deformar a realidade. Exs.:

    “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac)

    “Os autos voam pela via central, e cruzam-se pedestres em todas as direções.” (Monteiro Lobato)

    e) anáfora.

    Incorreto. Caracteriza a repetição de uma palavra ou grupo de palavras no início de duas ou mais frases sucessivas, para enfatizar o termo repetido. Ex.:

    Vi uma estrela tão alta,

    Vi uma estrela tão fria!

    Vi uma estrela luzindo

    Na minha vida vazia.

    Era uma estrela tão alta!

    Era uma estrela tão fria!

    Era uma estrela sozinha

    Luzindo no fim do dia.

    (Manuel Bandeira)

    Letra A

  • "Aprender o que já se sabe"

    Como aprender algo que já se sabe?

    Gab:A Paradoxo

  • Oxímoro


ID
4017313
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


Em relação à Tipologia Textual, o texto está sob a organização...

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    Dissertativa- argumentativa

  • Um artigo necessariamente sera ''dissertativo''

    Se expõe dados e fatos ''expositivo''

    Se expões idéias ou teses '' Argumentativo''


ID
4017316
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


Em: “... com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano”, o motivo que levou a palavra humanos ao plural é:

Alternativas
Comentários
  • Grosso modo, a questão se refere à concordância nominal. Esta nada mais é do que a correta flexão do adjunto adnominal a fim de concordar com o núcleo (substantivo ou pronome) a que se refere.

    Leiamos o trecho:

    “... com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano”

    Note que o adjetivo "humanos" flexiona-se objetivando concordar com os núcleos sublinhados (cérebro, inteligência, memória e compreensão). Convém anotar: o adjetivo está no plural masculino devido à presença do substantivo masculino "cérebro". Se este fosse feminino, dever-se-ia alterar a flexão, mudando-a para o plural feminino (humanas) para concordar com todos os substantivos femininos ou singular feminino (humana) para concordar com o mais próximo.

    a) para concordar com os termos cérebro, inteligência, memória compreensão;

    Correto. Vide acima;

    b) para concordar com cérebro;

    Incorreto. Ou concordar com todos, conforme ocorreu, ou com o mais próximo (compreensão), por concordância atrativa;

    c) nenhum. Deveria estar no singular, pois essa concordância é inadmissível na(s) variação(ões) linguística(s) de que faz uso o autor;

    Incorreto. Poderia estar no singular feminino (humana) para concordar com o núcleo mais próximo (compreensão).No entanto, concordar com todos os núcleos, está correto;

    d) é um caso de concordância verbal somativa;

    Incorreto. Envolve adjetivo, um nome, logo se trata de concordância nominal;

    e) é um caso de concordância nominal atrativa.

    Incorreto. Se fosse caso de concordância atrativa, concordaria com o mais próximo, ou seja, com o substantivo "compreensão".

    Letra A

  • regra de concordância nominal:

    concordância obrigatória quando tivermos mais de um substantivo e um sendo masculino a concordância do adjetivo será PLURAL MASCULINO, do contrário concordância atrativa.


ID
4017319
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


No trecho: “Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental”, de qual função de linguagem se valeu o autor ao dizer como o diz?

Alternativas
Comentários
  • Função fática ( de contato) > O + importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Expressões de cumprimento, despedida, bem como o uso de vocativos, que indicam que o emissor (locutor) deseja chamar a atenção do receptor (interlocutor) para que seja mantida a comunicação. Ex : ''Oi'' , ''Alô''

    FUNÇÃO METALINGUÍSTICA - Emissor explica um código usando o próprio código. ex : poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto

    Linguagem CONativa, tem objetivo de CONvencer o leitor. 

    FONTE : MINHAS ANOTAÇÕES


ID
4017322
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Da urgência da práxis neuropsicopedagógica no futuro da educação


A aprendizagem humana, doravante somente aprendizagem, está intimamente relacionada a toda a experiência humana, cuja compreensibilidade é quase impossível sem a aprendizagem. Em se tratando do ensino sistemático, como o que ocorre nas agências de ensino sistematizado, como são as escolas, por exemplo, a questão de como se compreende a aprendizagem é sempre unilateral, adultocêntrica e monológica – todas características totalmente às avessas do que hoje se compreende o que seja e como se dá a aprendizagem, características que são produto do século XX.

Não há como qualquer professor, em qualquer grau de ensino, produzir sentido no que diz (falando e/ou escrevendo), no que gesticula, no que aparenta, sem compreender hoje que conhecimento não é transmissão. O é a informação – constructo em estado primário que poderá se tornar conhecimento, e isso é um discernimento fundamental para todo aquele que ensina sistemática ou assistematicamente. Além disso, que não constitui apenas uma leve nuança semântica entre termos, são necessárias ambiências (neurológicas, emocionais, sócio-históricas, discursivas) que mediem e possibilitem momentos para que o Outro então se aproprie à sua maneira, revele tal apropriação como a significou, optando por uma linguagem das linguagens disponíveis em nossa sociedade (constituída semioticamente por multilinguagens) e publicize (fale, escreva, desenhe, gesticule, pinte, expresse-se em Libras etc.) o que pensa, de tal sorte que o professor analise sobre como o Outro se apropriou, revelou e agora publiciza o que internalizou. Nesta sociedade que também é do Conhecimento, somos e valemos o que está dito sobre nós, por quem é/foi dito e quando o foi dito.

A questão é que os professores, agora focalizando somente a instituição Escola, não estão preparados para os que se revelam por outras linguagens e até mesmo pelo silêncio, porque esperam que todos os alunos compreendam da mesma forma, no mesmo momento, revelando sua compreensão da mesma maneira também. Um tipo de formação em série. Em plena segunda década de um século que avança na área dos estudos sobre o cérebro e que publica, porque isso é da ciência fazê-lo, é inadmissível ainda usar a memória dos alunos exclusivamente como depósito, já que outros suportes podem fazê-lo.

A inserção da Neuropsicopedagogia, acreditamos, pode dar conta disso, porque, ao constituir-se uma área de fronteira, pode contribuir com os avanços da Neurociência e das Ciências da Cognição em prol da Educação, com o objetivo de argumentar quão importantes são ao professor essas áreas, as quais dão ao cérebro, à inteligência, à memória e à compreensão humanos seus devidos lugares, no complexo sistema cognitivo humano. 

Graças aos estudos de Neuroeducação, por exemplo, o professor está mais consciente de que como agem os alunos é resultante de como pensam, como organizam seus pensamentos, como reagem diante de intempéries, como aprendem. Estar nas redes sociais, ou estar desenhando algo, ou ainda estar passando bilhetinho para o colega ou para a mina de quem está a fim, na sala de aula, são sinais, são indícios para o professor de que algo não está funcionando bem durante uma aula. Da mesma forma, compreender que a linguagem diferenciada que usou numa aula e que “deu certo”, refletir sobre um suporte tecnológico que mediatizou o início de um seminário e que impulsionou a compreensão dos alunos, ou ainda, ressignificar uma atividade que há anos fazia de outra forma e fê-lo de outra e que deu resultado imediato são também índices de que é possível que eles aprendam de forma efetiva. Essas compreensões docentes decerto vieram não só de uma habilidade desenvolvida pelo professor mas também dos avanços das neurociências no campo da Educação.

Como área de estudo das neurociências, a Neuropsicopedagogia busca analisar os processos cognitivos das pessoas para compreender suas potencialidades, de forma a construir indicadores formais para prevenção e/ou para o tratamento clínico ou institucional dos envolvidos. Os saberes oriundos das neurociências de modo geral, entre eles os da Neuropsicopedagogia, são sistemática, particular e culturalmente saberes necessários a uma autonomia cognitiva, ao desenvolvimento de pessoas por pessoas. Os estudos da cognição do homem verticalizaram-se a tal ponto que hoje não se concebe mais que só pertençam a essa área tudo o que for ligado ao racional e ao mental. Muito mais vista como fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjetivamente no plano discursivo (Marcuschi, 2007), a Cognição é um sistema criativo, pois inventa e reinventa suas aprendizagens. Se as interações humanas são moduladas pelas nossas mentes, é, em se tratando do tema Educação, de responsabilidade do professor criar situações de aprendência do Outro, uma vez que uma aula também é uma forma de interação; é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação. Uma maneira de fazê-lo é usar nas aulas metáforas, que muito mais do que figuras de linguagem, são mecanismos superiores de compreensão mental, porque aproximam a cognição do aluno ao seu constituinte cultural imediato, facilitando a sociointeração que precisa haver em uma sala de aula sempre. Logo, conhecer os alunos antes de entrar em sala ou assim que entrar é uma forma de mapear suas cognições, além de propositar assuntos para aulas vindouras, de forma que as metáforas contribuam com/para a aprendência do Outro. Por isso, para desenvolver as pessoas de forma que a linguagem docente atinja seu objetivo mister, o professor precisa se eivar desses e de outros conhecimentos oriundos da área da linguagem também, de forma a aprender a elaborar atividades que desenvolvam funções cerebrais de forma mais sistemática. Não que a vida das pessoas sem a escola não possa ser desenvolvida em funções que se acreditou que só a escola desenvolveria, posto que hoje sabemos que há muitas pessoas que não estuda(ra)m na escola ou pouco estudaram e ainda assim fazem as conexões necessárias por conta de sua curiosidade ou por sua necessidade de sobrevivência. O próprio cérebro se ocupa de criar plasticamente as condições. A escola só adianta, de forma sistemática, tais conexões.

O que professor precisa é dar oportunidade para o aluno se relacionar efetiva e afetivamente com a disciplina, com os assuntos tratados. Como? Partindo dos saberes do aluno, pois é isso o mais importante que o aluno precisa aprender e demonstrar aprendizagem. Ele precisa aprender o que ele já sabe, muito embora nem sempre saiba que sabe.

Não há modelos indiscutíveis que levam/levem o aluno à aprendizagem suprema! Há caminhos a percorrer, avaliando e reavaliando como está se dando o processo de aprendizagem do Outro. A aprendizagem precisa eivar-se do caráter ipsativo da avaliação; isto é, analisar como estava (antes da aula) e como ficou (depois da aula) uma informação, um conhecimento orientado pelo professor. É necessário também um trabalho quase personalizado. Mas como, se o século XIX nos deixou o caráter de salas de aulas em massa para dar conta logo de muitos? Se o professor for um profissional do desenvolvimento humano, isto é, responsável de fato por gerir, gerar e compartilhar conhecimento, saberá orientar-se, sim, diante de (des)aprendizagens discentes. E quando se diz trabalho personalizado não exatamente se quer dizer um para um. Podem ser dois para dois e assim em diante. Cada cérebro tem a sua própria maneira de internalizar, significar e ressignificar, como também tem seu próprio tempo e velocidade para isso; afinal, não existe ninguém que não aprenda.

É urgente desmistificar a ideia de que alguém não aprende porque não quer. De que a aprendizagem não ocorre para alguns. O que não ocorre é professor se preocupando com o aluno que não aprende, que não aprendeu. As possibilidades de construção do conhecimento são inúmeras, mas a escola brasileira, na subjetividade do professor brasileiro, acredita que o problema está sempre no aluno (Pedagogia da Culpa). Qual das possibilidades ou quais delas é a melhor para um aluno aprender? Só perguntando para ele, que depois de ter sido exposto a algumas dessas possibilidades, provavelmente saberá como é que ele aprende. O papel do neuropsicopedagogo é, com o aluno, encontrar uma e/ou outras possibilidades personais de aprendizagem, divulgar isso para os pais e/ou responsáveis bem como para o próprio aluno e ainda revelar para o professor, com quem está com dificuldades de aprendizagem, a maneira como esse aluno aprende, ou as maneiras como este apreende, entende e compreende. Ou ambos podem fazer isso.

O professor precisa adaptar seu processo de ensino ao de aprendizagem do aluno, principalmente quando a maioria dos alunos de uma turma não entendeu sua aula. Aliás, mesmo que somente um não tenha entendido. O processo de ensino deve sempre dialogar, interagir com o de aprendizagem e não o contrário, como por muito tempo foi/é visto. O cérebro humano sob condições de ensino e de aprendizagem precisa sentir-se seguro, ter claro do que se trata o assunto, de forma que as redes cognitivas, que são muitas e algumas ainda sequer mapeadas, possam ativarem-se.

(...).



LISBÔA, Wandré de. Da urgência da práxis

neuropsicopedagógica no futuro da educação – um olhar

multifacetado sobre a (des)aprendizagem: INEPE/RS, 2014.


A relação semântica existente entre as palavras docente e discente é a de...

Alternativas
Comentários
  • Assertiva C

    as palavras docente e discente é a de... parônimas;" são parecidas tanto na grafia como na pronúncia, mas têm significados.

  • Especificamente, trata a questão de semântica, que estuda o sentido das palavras. Nas opções de resposta, arrolaram-se alguns fenômenos atinentes ao campo de estudo e deve-se reconhecer qual caracteriza o par de palavras "docente" e "discente". Inspecionemos:

    a) sinônimas;

    Incorreto. Na sinonímia, o sentido dos vocábulos se corresponde. Tomemos a palavra "caixão". Para esta, existem diversos sinônimos: esquife, féretro e ataúde. Todos, entre si, são sinônimos uns dos outros.

    b) antônimas;

    Incorreto. Na antonímia, o sentido dos vocábulos se opõe: bondoso e perverso, virtude e defeito, etc.;

    c) parônimas;

    Correto. Na paronímia, existe relação de parecença tanto na escrita quanto na pronúncia, ou seja, as palavras não são iguais de forma alguma, mas tão somente parecidas, semelhantes;

    d) homônimas;

    Incorreto. Na homonímia, há relação de igualdade, seja na escrita ou pronúncia, seja em ambos. Pode haver três tipos de homônimos:

    I - Perfeitos: cedo (advérbio), cedo (forma verbal do verbo ceder). São idênticos em pronúncia e grafia;

    II - Homófonos: tacha e taxa (iguais na pronúncia);

    III - Homógrafos: sede (pronúncia com primeiro "e" aberto) e sede (pronúncia com o primeiro "e" fechado).

    d) hipônimas.

    Incorreto. Na hiponímia, um vocábulo de sentido mais específico designa genericamente outro (p.ex. leão é hipônimo de animal).

    Letra C

  • PARÔNIMOS: É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita.

    Exs.: docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)

    descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)

    deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)

    imergir (afundar) emergir (vir à tona)

    descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)

    GABARITO: C

    https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman7.php

  • parônimas = são parecidas

  • [GABARITO: LETRA C]

    SINÔNIMOS → Palavras com significados semelhantes. Ex: Destruir - Arruinar.

    ANTÔNIMOS → Palavras que, em dado contexto, têm sentido contrário ao de outra. Ex: Grande - Pequeno.

    HOMÔNIMOS → Palavras iguais na pronúncia e/ou na escrita, mas com sentidos diferentes. Ex: Cessão - Sessão - Seção.

    PARÔNIMOS → Palavras parecidas na pronúncia e na escrita, mas com significados diferentes. Ex: Eminente - Iminente.

    POLISSEMIA → Quando apresenta mais de um significado. Ex: Gato: Animal, uma pessoa bonita ou desvio ilegal de energia.

    HOMÔNIMAS HOMÓFONAS, HOMÓGRAFAS OU HOMÔNIMAS PERFEITAS.

    HOMÓFONAS /HETEROGRÁFICAS → Pronúncia igual e grafia diferente. Ex: Mal - Mau.

    HOMÓGRAFAS/ HETEROFÔNICAS → Mesma grafia e pronúncia diferente. Ex: Colher (substantivo) – Colher (verbo).

    HOMÔNIMAS PERFEITAS → Mesma grafia e pronúncia. Ex: Manga – Fruta e parte da roupa.

    FONTE: PORTUGUÊS PARA CONCURSOS -GRAMÁTICA ESQUEMATIZADA.


ID
4017325
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Em uma empresa, a média das idades dos 11 funcionários é de 38 anos. Após a contratação de mais uma funcionária, a senhora Maria, a média das idades passou a ser 39 anos. Com base nisso, a idade da Dona Maria é:

Alternativas
Comentários
  • Gab: C

    1º Passo = Para descobrir a soma das idades dos 11 funcionários multiplicamos 38*11 = 418 anos

    2º Passo = Para descobrir a soma das idades dos 11 funcionários + Dona Maria multiplicamos 39 * 12 = 468

    3º Passo = Para descobrirmos a idade de Dona Maria pegamos o segundo resultado e diminuímos do primeiro

    = 468-418 = 50 anos.

  • 38+12 = 50

  • GAB: C

    11 FUNCIONÁRIOS X MÉDIA DE IDADE 38= 418

    12 FUNCIONÁRIOS APÓS A CONTRATAÇÃO X NOVA MEDIA DE IDADE 39 = 468

    468-418= 50 (IDADE DE DONA MARIA)

    CONTINUE ESTUDANDO, OLHA ONDE VC JÁ CHEGOU...

  • 11 x 38 = 418 média sem a tia Maria

    Agora acrescenta aí a tia Maria

    12 x 39 = 468

    Agora diminui a idade da tia Maria para ter a média 

    468 - 418 = 50 anos


ID
4017328
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um assistente administrativo verificou que a diferença do número de licenças entre homens e mulheres a serem lançadas no sistema era igual a 6. Se a razão entre o número de licenças de homens está para o número de licenças de mulheres, assim como 3 está para 2, então é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: E

    Temos dois dados importantes na questão:

     ➡ a diferença do número de licença entre homens e mulheres é de 6;

     ➡ as licenças de homens estão para as licenças de mulheres numa razão de 3/2, que significa que a cada 3 licenças de homens, temos 2 de mulheres (3H / 2M).

    Veja bem:

    3H / 2 M

    Então quando tivermos 6 licenças de homens, teremos 4 de mulheres, pois:

    3+3 = 6H

    2+2 = 4M

    Repare que as licenças de homens(H) são múltiplos de 3 e as licenças de mulheres(M) são múltiplos de 2, então:

    3H / 2M

    6H / 4M

    9H / 6M

    12H / 8M

    15H / 10M

    18H / 12M ---> Veja que exatamente aqui satisfazemos o que a questão diz: a diferença entre a licença de homens e mulheres deve ser de 6, e confirmamos isso pois 18 - 12 = 6 licenças de diferença.

    Portanto temos 18 licenças de homens, 12 licenças de mulheres e um total de 18 + 12 = 30 licenças.

    :)

  • ..."Se a razão entre o número de licenças de homens está para o número de licenças de mulheres, assim como 3 está para 2"

    homens: 3p

    mulheres: 2p

    total: 5p

    5p=6

    p=6/5

    h: 3.6/5=18/5

    m: 2.6/5= 12/5

    total: 18+12=30 licenças

    gab: E

  • multipliquei a razão pela diferença. 3/2. 6 3.6= 18 2.6= 12 gab: E
  • Adicionando a constante k (forma de resolução de questões de "razão e proporção" facilitadora) aos números dados na razão de 3 por 2:

    HOMENS: 3k

    MULHERES: 2k

    3k - 2k = 6 (diminui porque na questão ele disse que a "diferença" entre o nº de homens e mulheres é 6)

    1k = 6

    k = 6

    Se k é 6, então podemos concluir que a quantidade de homens e mulheres é:

    HOMENS: 3k -> 3 x 6 = 18

    MULHERES: 2k -> 2 x 6 = 12

    TOTAL: 18 + 12 = 30

  • A diferença do número de licenças entre homens e mulheres a serem lançadas no sistema era igual a 6:

    h - m = 6

    A razão entre o número de licenças de homens está para o número de licenças de mulheres, assim como 3 está para 2:

    h/m = 3/2

    2h = 3m

    h = 3m/2 (fazendo a substituição na 1ª equação);

    h - m = 6

    3m/2 - m = 6 (tirando MMC);

    3m/2 - 2m/2 = 12/2

    3m - 2m = 12

    m = 12 (voltando à primeira equação);

    h - m = 6

    h - (+12) = 6

    h - 12 = 6

    h = 6 + 12

    h = 18

    h + m

    18 + 12 = 30 licenças

    Gab. E

  • RAZÃO - 3/2, OU SEJA, NUMA BARRA DE CHOCOLATE COM 5 PEDAÇOS, 3 SÃO DOS HOMENS (3/5 OU 60%) E O RESTANTE, 2 PEDAÇOS (2/5 OU 40%) DAS MULHERES. ASSIM, SE HÁ 30 LICENÇAS, 18 SÃO DOS HOMENS, 12 DAS MULHERES. 18 - 12 = DIFERENÇA DE 6.

  • GAB E

    Um assistente administrativo verificou que a diferença do número de licenças entre homens e mulheres a serem lançadas no sistema era igual a 6

    H M

    3 2

    3H

    2M 3H X 6 = 18 LICENÇAS DE HOMENS

    2M X 6 = 12 LICENÇA DE MULHERES

    12 + 18 = 30 LICENÇAS

  • H = 6 x 3 = 18

    M = 6 x 2 = 12

    H + M = 18 + 12 = 30

    Há 30 licenças a serem lançadas


ID
4017331
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A impressora do gabinete de um vereador é capaz de imprimir 35 páginas em 2 minutos. O tempo, em minutos, necessários para impressão de 315 páginas é:

Alternativas
Comentários
  • Gab: C

    Regra de três simples:

    35 ---------------- 2

    315 -------------- x

    315*2 = 630 / 35 = 18 minutos

  • Não, Tacaca é uma comida típica do Estado do Pará

  • Não, Tacaca é uma comida típica do Estado do Pará


ID
4017334
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Para resolver problemas com vazamentos em sua residência, Dona Ana contratou os serviços de um bombeiro hidráulico, o Sr. Beto. Sabendo que ele cobra R$ 60,00 por hora trabalhada, acrescida da taxa de visita de R$ 40,00 e que resolveu o problema em 3 horas de serviço, o Sr. Beto recebeu a quantia de:

Alternativas
Comentários
  • Gab: B

    60 reais a hora * 3 horas de trabalho = 180 reais

    180 + 40 da taxa de visita = 220 reais

  • GAB B

    60 X 3 + 40 = 220

  • 60x3horas= 180 + 40( fixo)

    220

  • A taxa de visita é cobrada apenas quando o cliente não realiza o serviço. O examinador sabe disso e pôs a casca de banana na A, mas o candidato não pode reclamar, pois está claro: "...acrescida..."


ID
4017337
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

O resultado da expressão E = 25% + ( 10%)2 é :


Alternativas
Comentários
  • √ 25% = √25/100 = 5/10

    multiplicando por 100, temos: 50/100 = 50%

     ( 10%)2=  ( 10/100)2 = 100/10000

    simplificando, temos: 1/100= 1%.

    logo, E = √ 25% + ( 10%)2

    50% + 1% = 51%

    alternativa D

  •  25% + ( 10%)²

     25/100 + (10/100)²

    5/10 + 100/10000

    5/10 + 1/100 (tirando MMC)

    50/100 + 1/100 = 51/100 → 51%

    Gab. D

  • Fui cego na letra a, isso que dá não prestar atenção kkkkk


ID
4017340
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Para um usuário acessar a internet por meio de um navegador web, existem 3 tecnologias essenciais para o funcionamento, na camada de aplicação.

Alternativas
Comentários
  • Assertiva D

    Para um usuário acessar a internet por meio de um navegador web =URL, HTTP e HTTPs

  • gabarito letra D

    camada de aplicação: HTTP, SMTP, SNMP, FTP, NFS, NTP, BOOTP, DHCP, RMON, POP3, IMAP, TELNET, DNS, LDAP, SSL

    camadas do modelo OSI

    7 - Aplicação: Funções especialistas (transferência de arquivos, envio de e-mail, terminal virtual)

    6 - Apresentação: Formatação dos dados, conversão de códigos e caracteres

    5 - Sessão: Negociação e conexão com outros nós, analogia

    4 - Transporte: Oferece métodos para a entrega de dados ponto-a-ponto

    3 - Rede: Roteamento de pacotes em uma ou várias redes

    2 - Enlace: Detecção de erros

    1 - Física: Transmissão e recepção dos bits brutos através do meio físico de transmissão

    camadas do modelo TCP/IP

    Camada 4: A camada de Aplicação;

    Camada 3: A camada de Transporte;

    Camada 2: A camada de Internet;

    Camada 1: A camada de Acesso a Rede.

    bons estudos

  • BIZÚ: mnemônico para o modelo TCP/IP: RITA -> REDE, INTERNET, TRANSPORTE e APLICAÇÃO.

    Só pra acrescentar: as camadas do modelo TCP/IP são mais "enxutas" que as do modelo OSI.

  • Apesar de todos os protocolos da LETRA A serem da camada de aplicação esses não são utilizados diretamente para se ter acesso à internet.

    Já os protocolocos HTTP , HTTPS E URL sim.Sendo o último usado para programas de navegação para acessar páginas web, com transferência de hipertexto , o segundo com a mesma finalidade do primeiro, porem com a implementação de adicional de segurança que utiliza um outro protocolo chamado SSL/TLS. E o último que é utilizado para localizar recursos na WEB (lembrando que o protocolo que traduz, transforma, resolve um nome/domínio de URL em endereço IP e um endereço IP em URL é o DNS, que apresenta um hierárquica estrutura e distruibuída.

    **De maneira geral, não existem grandes diferenças técnicas entre os protocolos SSL e o TLS, porém, ambos possuem normas específicas.O TLS pode operar em portas diferentes e usa algoritmos de criptografia mais fortes, como o Keyed.

  • RITA FOI EM ROMA TRANSPORTAR SEIS ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

    TCP/IP

    Rede

    Internet

    Transporte

    Aplicação

    OSI

    Física

    Enlace

    Rede

    Transporte

    Sessão

    Apresentação

    Aplicação

    Lembrando que a camada de aplicação é sempre a última.

  • Acredito que é essencial não só para resolver questões como essa:

    camada de aplicação: WWW, HTTP, SMTP, Telnet, FTP, SSH, NNTP, RDP, IRC, , POP3, IMAP, SIP, DNS, PING;

    camada de transporte: TCP, UDP, RTP, DCCP, SCTP;

    camada de rede: IPv4, IPV6, IPsec, ICMP;

    camada de ligação física: Ethernet, Modem, PPP, FDDi.

  • Não façam como eu e não confundam o SSH com o SSL.

    SSH: protocolo para acesso remoto de forma segura.

    SSL: protocolo de criptografia e segurança.

    Ambos da camada de aplicação.

  • GAB. D)

    URL, HTTP e HTTPs


ID
4017343
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Qual é o protocolo responsável por converter números IP (Internet Protocol) em textos para nome de domínio?

Alternativas

ID
4017346
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

O Microsoft Word possui um sistema de proteção de arquivos, podendo conter senha e impedindo que o arquivo seja aberto. Essa proteção é chamada de:

Alternativas
Comentários
  • GAB : C

    Você pode colocar senha através do menu ARQUIVO ou da GUIA REVISÃO.


ID
4017349
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Na instalação padrão do Windows 7, quais desses programas não é nativo?

Alternativas
Comentários
  • Notepad = Bloco de notas. O Bloco de notas é um editor de texto rápido e simples que faz parte do Windows há mais de 30 anos. Visualize, edite e pesquise documentos de texto sem formatação e arquivos de código-fonte rapidamente.

  • Assertiva E

    programas não é nativo Antivírus

  • Assertiva E

    programas não é nativo Antivírus

  • E o Windows Defender é o quê?

  • A questão quer a resposta com base no Windows 7, por isso o gabarito é E. No Windows 7 o Windows Defender atuava apenas como Firewall, agora, no Windows 10, é que ele passou a ser um antivírus.

  • Dei uma lida e vários professores falam: Windows Defender não é antivírus é um antispyware .
  • Para acrescentar aos comentários o Windws Defender como bem colocado pela Simone a partir do Windows 10 começou a funcionar não somente como firewall pessoal mas também como antivírus. Assim, remove malwares, trojans, spywares, adwares... Será desativado automaticamente se você instalar outro aplicativo de antivírus.

  • a partir de 2008 é antivirus e firewal. Windows 7 so possui o firewal. ou seja, firewal não é antivírus.

    Gab - E

  • Notepad = Caderno de notas
  • Não existe notepad. GABARITO B

    Existe bloco de notas


ID
4017355
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Processual Civil - Novo Código de Processo Civil - CPC 2015
Assuntos

Acerca dos recursos, no processo civil, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito E (parcialmente correta a alternativa)

    art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

    I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

    II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;

    III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

    §5º Sendo eletrônicos os autos do processo dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.

  • Gabarito da banca: alternativa E.

    Alternativa A: "Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:".

    A regra é a apelação ter efeito suspensivo.

    Alternativa B: "Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material.".

    Não cabe ED para suprir injustiça.

    Alternativa C: O Novo CPC extinguiu os embargos infringentes.

    Alternativa D: O agravo retido também foi extinguido pelo Novo CPC.

    Alternativa E: Como bem dito pelo colega, está parcialmente correta, pois, no caso de autos eletrônicos, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, do art 1017.

    "Art. 1017, §5º Sendo eletrônicos os autos do processo dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia."

  • GABARITO: E

    a) ERRADO: Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

    b) ERRADO:  Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material.

    c) ERRADO: Extinto.

    d) ERRADO: Extinto.

    e) CERTO: Art. 1.017, § 5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput , facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.


ID
4017358
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Sobre a lei de Improbidade Administrativa, Lei nº 8.429/92, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • GAB: D

     Lei nº 8.429/92

    (...)

    Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta Lei até o limite do valor da herança.

  • Gabarito: D

    A) Será punido com suspensão dos direitos políticos;

    B) Há previsão para o particular, por exemplo, àquele que concorrer com o agente público para prática ilícita;

    C) Será punido com a pena de demissão, o agente que se recusar a prestar declaração de bens;

    E) Prejuízo ao erário comporta as modalidades dolosas ou culposas (comissivas ou omissivas).

  • a) Será punido com perda dos direitos políticos aquela que praticas enriquecimento ilícito. -> Será punido com suspensão dos direitos políticos, entre outras sanções. (Art. 12, I)

    b) Não há previsão na referida lei para que alguém não pertencente aos quadros da Administração Pública seja punido por improbidade administrativa. -> Previsão no Art. 3

    c) Será punido com a pena de suspensão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. -> Será punido com demissão (Art 13, § 3º)

    d) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. -> Art 8º (gabarito)

    e) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, exclusivamente dolosa, do agente ou de terceiros, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. -> Dolosa ou culposa (Art. 10)

  • Bizus da lei (que me ajuda) : gab D

    PIRS(sanções)

    Perda da função pública

    Indisponibilidade dos bens

    Ressarcimento ao erário

    Suspensão de direitos políticos

    -----------------------------------------------------------------------------------

    EPA

    Enriquecimento ilícito (DOLO)

    Prejuízo ao erário (DOLO OU CULPA)

    Afronta aos princípios (DOLO)

  • A questão em tela versa sobre a lei 8.429 de 1992 (Improbidade Administrativa) e os dispositivos constitucionais acerca desta.

    ANALISANDO AS ALTERNATIVAS

    Letra a) Esta alternativa está incorreta, pois, conforme o § 4º, do artigo 37, da Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Logo, será punido com suspensão dos direitos políticos aquele que praticar enriquecimento ilícito.

    Letra b) Esta alternativa está incorreta, pois, conforme o artigo 3º, da citada lei, as disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Logo, além de haver previsão na referida lei para que alguém não pertencente aos quadros da Administração Pública seja punido por improbidade administrativa, é possível constatar que a lei de improbidade administrativa se aplica ao particular que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

    Letra c) Esta alternativa está incorreta, pois, conforme o § 3º, do artigo 13, da citada lei, será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

    Letra d) Esta alternativa está correta e é o gabarito em tela, pois, conforme o artigo 8º, da citada lei, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

    Letra e) Esta alternativa está incorreta, pois, conforme o artigo 5º, da citada lei, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

    GABARITO: LETRA "D".

  • vALE LEMBRAR QUE, SEGUNDO POSTAGEM DO DIZER O DIREITO NO INSTRAGRAM:

    1) As ações de ressarcimento decorrente de ato de improbidade adm. praticado com CULPA é PRESCRITÍVEL - DEVEM SER PROPOSTAS NO PRAZO DO ART. 23 DA LIA).

    2) As ações de ressarcimento decorrente de ato de improbidade adm. praticado com DOLO é IMPRESCRITÍVEL - ART. 37, PARÁGRAFO 5º DA CF E TEMA 897 DO STF).

  • LEVE CONTIGO PRA PROVA

    GANHEI ALGO -----------------------------> Enriquecimento Ilícito (dolo)

    Não GANHEI, MAS TERCEIROS GANHARAM ----------> Prejuízo ao Erário (dolo ou culpa)

    NINGUÉM GANHOU NADA -------------> Atos que atentem contra a adm. pública (dolo)

    CONSEQUÊNCIAS:

    art 09 ---> enriquecimento ilícito

    suspensão dos direitos políticos 8 a 10 anos

    multa de 3x o valor do acréscimo patrimonial

    proibição de contratar por 10 anos

    art 10 ---> prejuízo ao erário

    suspensão dos direitos políticos 5 a 8 anos

    multa de 2x o valor do valor do dano

    proibição de contratar por 5 anos

    art 10A ---> concessão indevida de benefício

    suspensão dos direitos políticos 5 a 8 anos

    multa de 3x o valor do benefício concedido

    art 11 ---> atos que atentem contra a adm. pública

    suspensão dos direitos políticos de 3 a 5

    multa de 100x a remuneração do servidor

    proibição de contratar por 3 anos

    PARAMENTE-SE!

  • Não confundir:

    Ressarcimento integral do dano: Ação ou omissão DOLOSA OU CULPOSA, contudo, será imprescritível apenas a ação/omissão DOLOSA.


ID
4017361
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Civil
Assuntos

De acordo com o disposto no Código Civil relativamente ao Negócio Jurídico, assinale a alternativa incorreta:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - A

    Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.

  • A) Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.

    B) Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

    C) Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

    D) Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

    E) Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.

  • Gab: A

    Hipóteses de nulidade:

    1) sujeito:

    > Negócio jurídico com absolutamente incapaz;

    > Obs: caso seja de pequena monta, é válido. Ex: garoto de 13 anos compra ingresso para o cinema: sua entrada não é nula;

    2) Objeto:

    > ilícito, impossível ou indeterminado > nulo;

    3) Causa

    > Motivo, é o porquê do negócio. Em regra, é irrelevante, pois relevante é a causa, o fim do negócio (o para quê).

    > O motivo determinante ilícito tem que ser comum aos contraentes. Ou seja, se um sabia e o outro não, o motivo determinante não é ilícito;

    > Se o objetivo é fraudar a lei imperativa, o negócio é ilícito;

    > A dissimulação prevê a nulidade do negocio jurídico simulado, mas estabelece que o negocio simulado subsiste, se válido for na substância e na forma;

    4) Forma:

    > todo ato tem forma, já que a forma é a manifestação de vontade;

    > o próprio silêncio é uma forma de manifestar vontade;

    > a validade da declaração de vontade não depende de forma especial, exceto quando a lei expressamente a exigir. 

    Hipóteses de anulabilidade:

    > Sujeito: falta de assentimento é incapacidade relativa;

    Maiores de 16 e menores de 18

    Os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

    Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;

    os pródigos;

    > O ato praticado por pcd é válido;

    > Absolutamente incapaz: atos praticados pelo representante legal em nome dele > ou seja, se for o próprio absolutamente que o praticar, será nulo;

    se mais tarde o representante consentir, continua sendo nulo;

    se os assistentes do relativamente consentirem mais tarde, será validado;

     

    > Defeitos do negócio jurídico:

    O negócio daí resultante é anulável;

    Havendo erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, anula-se o ato.

  • "salvo-se" - Uma questão desta categoria, com este nível de sofisticação de raciocínio, sem dúvida, vai selecionar os melhores candidatos.

  • Salvo se indivisível o objeto do negócio jurídico.

  • Poxa vida tiraram uma palavrinha. que saco

  • A fim de encontrarmos a resposta correta, iremos analisar cada uma das alternativas a seguir:

    A) Um dos requisitos de validade do negócio jurídico é a capacidade das partes (art. 104, I do CC), sendo nulo o negócio realizado por um absolutamente incapaz (art. 166, I do CC), e anulável quando realizado por um relativamente incapaz (art. 171, I do CC). De acordo com o art. 105 do CC, “a incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, SALVO SE, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum". Portanto, se um dos contratantes for incapaz e o outro for capaz, este não poderá alegar a incapacidade daquele em seu próprio proveito, SALVO SE o objeto do direito ou da obrigação comum for indivisível. Exemplo: Caio e Ticio são devedores de uma obrigação indivisível: a entrega de um cavalo de raça. Incorreta;

    B) A escritura pública está relacionada à solenidade do negócio jurídico, que não se confunde com a forma do negócio jurídico. Esta constitui uma exigência feita pelo legislador, a ser observada. Já a solenidade é a necessidade do ato ser público (escritura pública). A forma, requisito de validade do negócio jurídico, conforme art. 104, III do CC), é gênero, enquanto a solenidade é a espécie. Assim, alguns contratos exigem a forma escrita, o que os torna formais, mas não solenes (como o contrato de fiança, art. 819 do CC); outros, além de escritos, a lei exige que sejam feitos por escritura pública e é o que acontece no art. 108 do CC, quando o legislador prevê que “não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País". A inobservância a este dispositivo tem, como consequência, a nulidade do negócio jurídico. Correta;

    C) A assertiva refere-se à reserva mental, caracterizada pela declaração de vontade do agente em descompasso coma vontade real, desconhecida da outra parte. Acontece que isso é irrelevante para o Direito, pois uma vez declarada a vontade, produzirá normalmente os seus efeitos; contudo, se o declaratário conhece a reserva, o negócio jurídico será considerado como inexistente, em decorrência da ausência da manifestação de vontade. Vejamos o art. 110 do CC: “A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento" (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Parte Geral. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 1. p. 354). Correta;

    D) No que toca a interpretação dos negócios jurídicos, o legislador previu, no art. 113 do CC, que eles “devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração". Em complemento, temos o Enunciado 409 do CJF: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados não só conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, mas também de acordo com as práticas habitualmente adotadas entre as partes". Os usos, naturalmente, podem variar conforme o lugar e um bom exemplo disso é o alqueire, que varia de região para região. Correta;

    E) Mais uma vez, estamos diante de uma regra de intepretação, prevista no art. 114 do CC: “Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente". Negócio jurídico benéfico ou gratuito é aquele que envolve uma liberalidade, em que somente um dos contratantes obriga-se, enquanto o outro só recebe vantagem. Exemplo: doação. Correta.




    Gabarito do Professor: Letra A 

ID
4017364
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Tributário
Assuntos

Quanto à Interpretação e Integração da Legislação Tributária assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • OU É A BANCA OU É O GABARITO DO QC. TMBM N CONCORDO NAO.

  • Gente, a letra A não está correta! A assertiva "A" fala que é essencial a existência de um processo penal em curso para a tipificação do delito, o que não é verdadeiro.

  •  (art. 109CTN) “os principios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa de definição, do conteudo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas nao para definição dos respectivos efeitos tributarios

  •  CTN

    Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:

           I - a analogia;

           II - os princípios gerais de direito tributário;

           III - os princípios gerais de direito público;

           IV - a eqüidade.

           § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

           § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

           Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.

  • GABARITO: C

    Todas as alternativas encontram-se fundamentadas no CTN.

    a) incorreta, admite-se o uso da equidade.

    Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:

    IV - a eqüidade.

    b) incorreta, o uso da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

    Art. 108. § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

    c) correta.

    Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.

    d) incorreta, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado.

    Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:

    e) incorreta, pois não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

    Art. 108. § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.


ID
4017367
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Processual Civil - Novo Código de Processo Civil - CPC 2015
Assuntos

Em relação às Provas no Processo Civil, assinale a alternativa incorreta:

Alternativas
Comentários
  • A Letra D está de acordo com o CPC/73.

  • GABARITO CONSTA COMO C, MAS A ALTERNATIVA D TAMBÉM ESTÁ INCORRETA.

    A) CERTO. Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;

    .

    B) CERTO. Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.

    .

    C) ERRADO. Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

    .

    D) ERRADO. Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias.

    .

    E) CERTO. Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.

  • ITEM D: (incorreto)

    Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias.

  • a letra C e D ESTÃO ERRRRRRRRADAS PORTANTO TEMOS 2 RESPOSTAS!

  • Questão absurda, duas alternativas incorretas, mas não adianta nada enviar aviso pq os caras só olham se o gabarito bate com o do edital e dane-se se o erro é evidente...

  • Questão com duplicidade de respostas corretas. Apesar da confissão ser irrevogável, pode esta ser anulada quando decorrente de erro de fato ou de coação, o dolo não compõe causa e faz da alternativa C uma afirmativa incorreta. Vide Art. 393 do NCPC 2015. A alternativa D, por sua vez, possui erro com relação ao prazo para resposta do terceiro possuidor de coisa ou documento de interesse ao processo. Conforme o Art. 441 do NCPC, o prazo é de 15 dias, não de 10 dias, como expresso na afirmativa. Portanto, há duas alternativas incorretas e possível de gabarito, letra C e D.

ID
4017370
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Com base no que estabelece a lei nº 9.784/99 e o posicionamento doutrinário concernente à anulação, revogação e convalidação, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • Resposta letra C

    O erro da letra E é que não se trata de prescrição mas sim de decadência.

  • O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários prescreve (erro da questão) em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. (Decadência)

    Porém, encerrado o prazo decadencial, o administrado deve ter suas relações com a administração consolidadas e albergadas pelo manto da segurança jurídica.Trata-se de um limite imposto ao princípio da autotutela administrativa em favor da estabilidade das relações jurídicas.

    Para STF, a administração tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em decadênci

  • Lei 9784, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

  • A questão em tela versa sobre a disciplina de Direito Administrativo e as formas de extinção e de convalidação dos atos administrativos.

    Anulação: ocorre quando o ato administrativo está eivado pelo vício da ilegalidade, podendo ocorrer tanto pela própria Administração, quanto pelo Judiciário, seja em atos vinculados, seja em atos discricionários. Ademais, ressalta-se que a anulação tem efeitos ex tunc (via de regra), ou seja, retroagem os seus efeitos, pois do ato não se originam direitos.

    Revogação: ocorre quando um ato administrativo discricionário legal (válido) deixa de ser conveniente ou oportuno para a Administração. Não pode o Judiciário revogar atos administrativos praticados por outros poderes, no exercício da função administrativa, pois a revogação envolve juízo de valores, os quais não podem ser realizados pelo Judiciário, sob pena de ferir a separação dos poderes. Os efeitos da revogação são ex nunc, ou seja, não retroagem, pois o ato foi plenamente válido até a data de sua revogação, preservando os direitos adquiridos até então. Importante observar que os atos vinculados, os enunciativos, os que integrem procedimento já afetados pela preclusão e os que geraram direitos adquiridos não podem ser revogados.

    ANALISANDO AS ALTERNATIVAS

    Letra a) Esta alternativa está incorreta, pois o Judiciário, desde que provocado, pode também anular os atos administrativos ilegais, não se tratando, portanto, de uma competência exclusiva.

    Letra b) Esta alternativa está incorreta, pois a revogação dos atos administrativos recai sobre os atos administrativos legais e válidos, mas inconvenientes e inoportunos . Ressalta-se que, caso haja alguma transgressão legal, será possível realizar a anulação do ato administrativo, e não a sua revogação.

    Letra c) Esta alternativa está correta e é o gabarito em tela, pelos motivos explanados acima e nas demais alternativas. A revogação de um ato administrativo se baseia no mérito administrativo e em critérios de conveniência e oportunidade, fazendo com que o ato administrativo não exista mais em razão da sua desnecessidade. Ressalta-se que a revogação dos atos administrativos ocorre mediante a função administrativa exercida pelos poderes, entidades e órgãos existentes em nosso ordenamento jurídico.

    Letra d) Esta alternativa está incorreta, pois a convalidação dos atos administrativos é discricionária, ou seja, a Administração Pública não está obrigada a convalidar os atos administrativos, se entender, por exemplo, que não lhe será benéfica a convalidação.

    Letra e) Esta alternativa está incorreta, pois, de acordo com o caput, do artigo 54, da lei 9.784 de 1999, o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

    GABARITO: LETRA "C".

  • casca de banana

  • LEI 9.784 - Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

  • pode ser engraçado, mas a resposta está contida inteiramente na questão da retórica, da escrita, na lógica do texto.
  • súmula 473

    A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

    ILLLLLLLLLLLLLLLEGALIDADE ---------> ANULLLLLLLLLLLLLLLA

    própria adm ou judiciário

    VÍCIOOOOOOOOOO ---------------------> COOOOOOOOOONVENIÊNCIA REVOOOOOOOOOOGA

    não tem como errar, mesmo tanto de letras nas duas palavras, rs

    PARAMENTE-SE!

  • DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

    ANULAÇÃO- CRITÉRIO DE LEGALIDADE

    REVOGAÇÃO- CRITÉRIO DE MÉRITO ADMINISTRATIVO

    Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

    Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. (PRAZO DECADENCIAL DE 5 ANOS)

    § 1 No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

    § 2 Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à    validade do ato.

    Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

  • GABARITO C

    REGRINHAS BÁSICAS:

    ANULAÇÃO -RECAI SOBRE ATO ILEGAL

    Decai em 5 anos

    REVOGAÇÃO -RECAI SOBRE ATO LEGAL (INOPORTUNO OU INCONVENIENTE)

  • Revogação - ato administrativo exclusivo baseado no princípio da auto tutela, tem efeito ex nunc sobre um ato que tornou-se obsoleto/desnecessário.

    Anulação: tanto judiciário como administração podem anular, a anulação tem efeito ex tunc portanto retroage á criação do ato. decai em 5 anos


ID
4017373
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Civil
Assuntos

Quanto à prescrição e decadência, no direito civil, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • CORRETA LETRA A: Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva“.

  • A) Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

    B) Art. 206. Prescreve: § 5 Em cinco anos: I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;

    C) Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.

    D) Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

    E) Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

  • Renúncia legal (fixada em lei): juiz conhece de ofício

    Renúncia convencional: juiz não conhece.

  • A fim de encontrarmos a resposta correta, iremos analisar cada uma das alternativas a seguir:

    A) De acordo com o art. 189 do CC, violado um direito, nasce para o titular uma pretensão, que pode ser extinta pela prescrição. Assim, se Caio colide no veículo de Ticio, este poderá propor a ação de reparação em face daquele no prazo de 3 anos (art. 206, § 3º, V do CC). O decurso do tempo é necessário para que se consolidem os direitos e se estabilizem as relações sociais. A prescrição torna a obrigação desprovida de exigibilidade.

    Uma das causas de suspensão da prescrição tem previsão no art. 200 do CC, que dispõe que “quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva".

    Esclarece o STJ que, “desde que haja a efetiva instauração do inquérito penal ou da ação penal, o lesado pode optar por ajuizar a ação reparatória cível antecipadamente, ante o princípio da independência das instâncias (art. 935 do CC/2002), ou por aguardar a resolução da questão no âmbito criminal, hipótese em que o início do prazo prescricional é postergado, nos termos do art. 200 do CC/2002" (RECURSO ESPECIAL nº 1.631.870 – SE). Correta;

    B) Quanto aos prazos prescricionais, o legislador preocupou-se em estabelecê-los no art. 205 e nos parágrafos do art. 206 do CC, dispondo o art. 206, § 5º, I que prescreve em CINCO ANOS a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular. Incorreta;

    C) Decadência é a perda do direito potestativo pelo seu não exercício, dentro do prazo legal, por parte do titular. Exemplo: pode ser anulado o negócio jurídico realizado mediante coação, mas é preciso observar o prazo decadencial estabelecido no art. 178, I do CC. Na verdade, dispõe o art. 210 do CC que “DEVE O JUÍZ, DE OFÍCIO, CONHECER DA DECADÊNCIA, quando estabelecida por lei". Portanto, o juiz deve conhecer de ofício a decadência legal, ou seja, a decadência estabelecida por lei, mas não poderá conhecer de ofício a decadência convencional, isto é, aquela estabelecida pelas partes. De acordo com Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald, decadência convencional é a perda de um direito reconhecido contratualmente e que não foi exercido no seu tempo e o melhor exemplo é o prazo de garantia estendida. Incorreta;

    D) O legislador veda expressamente, no art. 211 do CC, que a decadência convencional seja conhecida de ofício pelo juiz: “Sa decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz NÃO PODE SUPRIR A ALEGAÇÃO". Incorreta;

    E) A decadência até pode ser renunciada, desde que não seja a decadência legal, conforme previsão do art. 209 do CC, “É NULA a renúncia à decadência fixada em lei". Assim, é possível renunciar a decadência convencional, como, por exemplo, o prazo de garantia estendida. Incorreta.




    Gabarito do Professor: Letra A 

ID
4017376
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

É competência exclusiva da União:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    CRFB/88

    Art. 21. Compete à União:

    IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

    Outras alternativas:

    Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

    I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

    VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

    VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

    X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

  • A questão em tela versa sobre a disciplina de Direito Constitucional e o capítulo referente à organização político-administrativa do Estado.

    ANALISANDO AS ALTERNATIVAS

    Letra a) Esta alternativa está correta e é o gabarito em tela, pois, conforme o inciso IV, do artigo 21, da Constituição Federal, compete à União permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente. Ressalta-se que o artigo 21 citado acima descreve os casos de competência exclusiva da União.

    Letra b) Esta alternativa está incorreta, pois, conforme o inciso I, do artigo 23, da Constituição Federal, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público.

    Letra c) Esta alternativa está incorreta, pois, conforme o inciso VI, do artigo 23, da Constituição Federal, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas.

    Letra d) Esta alternativa está incorreta, pois, conforme o inciso VIII, do artigo 23, da Constituição Federal, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar.

    Letra e) Esta alternativa está incorreta, pois, conforme o inciso X, do artigo 23, da Constituição Federal, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos.

    GABARITO: LETRA "A".

  • GAB (A)

    Sempre gosto de resolver questões desse tipo com estratégias...

    1º As competências comuns são de interesse de todos os entes federativos, Além disso, nas competências comuns nós temos verbos de proteção : Proteger, Zelar , Combater. Com isso, chegamos ao nosso gabarito.

  • Entes federativos 

    União

    Estados 

    DF

    Municípios

    Observação

    *Todos autônomos.

    *Somente a república federativa do Brasil que possui soberania.

    *Territórios federais não é ente federado.

    Capital federal 

    Brasília

    Territórios federais 

    *Integra a união 

    *criação

    *transformação em Estado 

    *reintegração ao Estado de origem 

    *regulado por lei complementar 

    Estados 

    *Incorporar entre si

    *subdividir-se

    *desmembrar para anexarem a outros

    *formarem novos estados e territórios federais 

    *aprovação da população diretamente interessada 

    *plebiscito

    *lei complementar 

    Municípios 

    *criação

    *incorporação

    *fusão 

    *desmembramento de Municípios

    *lei estadual

    *dentro do período determinado por Lei Complementar Federal

    *mediante plebiscito

    *divulgação dos estudos de viabilidade municipal 

    Proibido aos entes federados 

    *Estabelecer cultos religiosos,igrejas,relações de dependência e aliança, salvo no caso de colaboração do interesse público.

    *Recusar fé a documentos público 

    *Criar distinções entre brasileiros e diferenças entre si


ID
4017379
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

São legitimados a propor a Ação Direita de Inconstitucionalidade, exceto:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    A mesa do SF e não o presidente do SF q possui legitimidade para propor ADI/ADC.

     Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:     

    I - o Presidente da República;

    II - a Mesa do Senado Federal;

    III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

    IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;   

    V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;   

    VI - o Procurador-Geral da República;

    VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

    VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

    IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

  • Ressaltando que:

    IV - Mesa  de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

    V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

    IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

    Devem apresentar pertinência temática ao objeto da ADI.

  • Gabarito: D

    Vou transcrever o artigo 103, CRFB/88, todavia, vou fazer a diferenciação entre os legitimados Universais (não precisam demonstrar pertinência temática) e os legitimados Especiais (precisam demonstrar pertinência temática). Os legitimados escritos de azul são Universaisde vermelho os Especiais. Lembrando que a CF não faz essa distinção, é criação doutrinária.

    Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:

    I - o Presidente da República;

    II - a Mesa do Senado Federal;

    III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

    IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

    V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

    VI - o Procurador-Geral da República;

    VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

    VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

    IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

  • os que precisam de advogado:

    VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

    IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

  • Mesa

    -> Senado

    -> Câmara

    -> Assembleia legislativa ou câmara legislativa do DF

    Presidente

    -> Da república

    Conselho

    -> FEDERAL da OAB

    Governador

    -> De Estado ou do DF

    Partido político

    -> COM representação no CONGRESSO NACIONAL

    Confederação ou entidade de classe

    -> de ambito NACIONAL

    #PCES

  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dispõe sobre legitimados para propositura de ADI. ATENÇÃO: a questão deseja que o candidato assinale a exceção!

    Análise das alternativas:

    Alternativa A – Correta. É o que dispõe o art. 103 da CRFB/88: "Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; (...)".

    Alternativa B – Correta. É o que dispõe o art. 103 da CRFB/88: "Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (...) V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;  (...)".

    Alternativa C - Correta. É o que dispõe o art. 103 da CRFB/88: "Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (...) VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;  (...)".

    Alternativa D - Incorreta! A legitimada para propositura de ADI é a Mesa do Senado Federal, não o Presidente do Senado. Art. 103 da CRFB/88: "Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (...) II - a Mesa do Senado Federal; (...)".

    Alternativa E - Correta. É o que dispõe o art. 103 da CRFB/88: "Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (...) VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;  (...)".

    Gabarito:

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa D (já que a questão pede a exceção).

  • COMENTÁRIO INCORRETO ---> SÓ PRA GALERA NÃO CONFUNDIR

  • CUIDADO com esse comentário, galera.


ID
4017382
Banca
INAZ do Pará
Órgão
Câmara de Santarém - PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Tributário
Assuntos

Acerca do Fato Gerador e o Sujeito Ativo e Passivo em matéria tributária assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO C

    A) Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.

    B) Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

    C) Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:

    II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.

    D) Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.

    E) Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

    Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

    II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.