- ID
- 255061
- Banca
- FCC
- Órgão
- TRE-RN
- Ano
- 2011
- Provas
-
- FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Análise de Sistemas
- FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Área Administrativa
- FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Área Judiciária
- FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Biblioteconomia
- FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Contabilidade
- FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Engenharia Civil
- FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Medicina
- FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário - Odontologia
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto abaixo.
Nas ilhas Mascarenhas − Maurício, Reunião e Rodriguez −, localizadas a leste de Madagáscar, no oceano Índico,
muitas espécies de pássaros desapareceram como resultado direto ou indireto da atividade humana. Mas aquela que é
o protótipo e a tataravó de todas as extinções também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies de
uma família singular de pombos que não voavam − o solitário da ilha Rodriguez, visto pela última vez na década
de 1790; o solitário da ilha Reunião, desaparecido por volta de 1746; e o célebre dodô da ilha Maurício, encontrado pela
última vez no início da década de 1680 e quase certamente extinto antes de 1690.
Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e
de pernas curtas, em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta bem
recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de
voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no chão.
Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim,
provavelmente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu
sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos e macacos para
as ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao que tudo indica, as duas espécies se
regalaram com os ovos do dodô, alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão − e muitos naturalistas
atribuem um número maior de mortes à chegada desses animais do que à ação humana direta. De todo modo, passados
os primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô vivo na ilha Maurício. Em 1693, o
explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs e não encontrou
nenhum.
(Extraído de Stephen Jay Gould. “O Dodô na corrida de comitê", A montanha de moluscos de Leonardo da Vinci. São
Paulo, Cia. das Letras, 2003, pp. 286-8)
A frase acima transcrita deve ser entendida como indicação de que a extinção das espécies de pombos que não voavam das ilhas Mascarenhas