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Prova Marinha - 2017 - COLÉGIO NAVAL - Aluno - 2° Dia


ID
2528245
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

No 3° parágrafo, o autor cita o escritor moçambicano Mia Couto. Essa estratégia objetiva

Alternativas
Comentários
  • 2017 e ler "idéias" é triste.

  • GABARITO - E

  • Mia Couto, heterônimo de António Emílio Leite Couto, é um escritor moçambicano.ganhador de diversos prêmio literários.

    Ao citar Mia Couto, o autor faz uso do chamado "argumento de autoridade".

    Instagram: @professorvolney


ID
2528248
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Em que opção a reescritura está totalmente de acordo com a norma-padrão da língua?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: C.

     

    O verbo "aludir" rege a preposição "a", que funde-se ao pronome "aquelas" e produz o acento grave indicativo de crase em "àquelas".

  • Porque a letra "A" está errrada?

  • Rodrigo César,

     

    O verbo "assistir", no sentido de "ver", exige preposição.

     

    Assim, o correto seria "... pude assistir, ao vivo, a uma cena que já me tinham descrito."

  • Qual seria a forma correta na letra e)?

  • Renata Lippmann, a reescritura pode ficar desta forma: "[...] rindo com ele mesmo de postagens que certamente se desenrolavam em seu celular". A regência do verbo "rir" e do "desenrolar" estão erradas na questão E.

     

  • a) ... pude assistir, ao vivo, a uma cena que já me tinham descrito. (assiste a algo)

    b) Contudo, não se aspira o mesmo ar, ainda que já se possa vero outro. (aspira algo)

    d) Conversa que implica respeito: um local calminho, sem gritos. (implica algo)

    e) rindo com ele mesmo com postagens que certamente se desenrolavam em seu celular. (o "que" é um pron. relativo sujeito da oração adj.)

     

    Gabarito: C


ID
2528251
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Em qual opção o termo destacado exerce mesmo papel sintático que "No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista..( 6 ° § ) ?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: C.

     

    Aposto.

  • O termo destacado no enunciado explica a palavra que o antecede "tudo", sendo assim trata-se de um aposto explicativo.

    A. O termo destacado é objeto indireto com preposição em elipse.

    O verbo lembrar-se é transitivo indireto e rege e preposição "de" que neste caso está subentendida.

    B. Física é adjunto adnominal que restringe a copresença.

    C. Gabarito, pois podemos considerar que o termo destacado explica o que é a natureza humana.

    D. De graça é uma locução adjetiva (gratuito) cuja função sintática é de predicativo do sujeito.

    E. O verbo proporcionar é transitivo direto e o termo destacado é o seu complemento, sendo então um objeto direto.

  • Mas o aposto não tem o mesmo valor sintático do termo a que se refere?


ID
2528254
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Em que opção a forma verbal destacada apresenta os mesmos tempo e modo que a destacada em "Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro.” (5°§)?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D

    Presente do Subjuntivo: Que Eu/Ele possa = seja

  • ..] AINDA QUE JÁ SE (EU) POSSA VER ...

    [...] QUE EU SEJA ...

  • Possa é derivado do verbo poder ele está no Presente do Subjuntivo, tá mas como vamos saber? Tente conjugar na ele na frase " Maria quer que ( eu/tu/ele/nós/vós/eles)___"

    EX: Maria quer que ele possa ---> Perceba manteve o sentido porque é realmente Presente do Subjuntivo, então com isso vamos agora achar uma assertiva que também está no Presente do Subjuntivo

    a) "[...] postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa.” (2°§)

    Errada, lembre se terminação em SSE se trata de pretérito imperfeito do subjuntivo

    b) “[...] pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito.” (1°§)

    Errada, aqui pode eliminar logo de cara porque se trata de um tempo composto e na frase que ele deu não temos tempo composto

    c) “[...] merecedores que nos tornamos da confiança um do outro,[...]. "(7°§)

    Errada, Tornamos está no presente do indicativo, Tá mas como vou saber? Tente conjugar ele na frase " Hoje (eu/tu/ele/nós/vós/eles)___"

    EX: Hoje nós tornamos --> Perceba manteve o sentido porque é realmente Presente do Indicativo

    d) “[...] aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil.”(3°§)

    Correta, subtitua na frase " Maria quer que ( eu/tu/ele/nós/vós/eles)___"

    EX: Maria quer que ele Seja, Perceba manteve o sentido porque é realmente Presente do Subjuntivo

    e) “[...] compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona[...].” (3°§)

    Errada, terminou em RIA se trata de Futuro do pretérito do indicativo


ID
2528257
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
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Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Em que opção o valor semântico da conjunção em destaque se manteve o mesmo que no período:" Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro."(5°§)?

Alternativas
Comentários
  • Conjuções subordinativas adverbiais concessivas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.

  • As Conjunções subordinadas Concessivas ligam duas orações; sendo que a segunda contém um fato que não impede a realização da idéia proposta na oração principal, ela não a obstaculiza; mas a excepciona. (levanta uma excessão). Abre uma possibilidade aquém do que se podia esperar.

     

  • Não consigo gravar

  • GABARITO LETRA ''A''.

  • dificil.

  • difícil é tá cortando cana no sol quente de meio-dia, então vamos estudar porr# !!


ID
2528260
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Em "O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor..." (3°§), infere-se que para o autor

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D

    Compartilhamento do mesmo espaço garante, de fato, a abrangência humana e real do outro.


ID
2528263
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Assinale a opção correta referente aos pronomes relativos e pessoais destacados.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A.

     

    Exerce papel anafórico (termo ou ideia anterior), retomando "celular".

  • a) certo 
    b) Sujeito. Excepcionalmente = falso, pois o pronome relativo pode ser várias funções 
    c) Obj. Ind. e Obj. Direto 
    d) se = verbo pronominais (tornar-se); me = OI 
    e) Sujeito e OI.


ID
2528266
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

No contexto, o termo destacado em "[...] trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral." (5°§) expressa a ideia de

Alternativas
Comentários
  • Pois antes do verbo----explicativo

    pois depois do verbo-----conclusivo

  • Wesley bezerra, e quando o pois é causal?


ID
2528269
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Assinale a opção na qual o valor semântico da preposição em destaque foi classificado corretamente.

Alternativas
Comentários
  • B sucessão

    Valor semântico da preposição:

    Sucessão: dia-a-dia

    Tempo:nasci a três de maio

    Proximidade: estar a janela

    Direção: olhar contra o sol

  • a) modo

    b) sucessão

    c) não tem sentido algum

    d) exclusão

    e) restrição

  • GABARITO LETRA ''B''

  • GABARITO: B

    a) "[...] pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo [...]." (1°§) - tempo (modo)

    b) "[...] esta situação, como outras que o dia dia me oferece [...]" (3°§) - sucessão

    c) "[...] deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros." (1°§) - finalidade (sem sentido)

    d) "[...] sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice." (6°§) - oposição (exclusão)

    e) "Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha [...]." (1°§) - origem (restrição)


ID
2528272
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Sobre as idéias expressas no texto, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

     

    b) nos bate-papos intimistas cabem todos os assuntos, mesmo que haja divergência de opiniões, já que retratam a vida no seu dia a dia e envolvem pessoas diferentes, mas afinadas na confiança estabelecida e na percepção mais abrangente do outro. >>> 6º " Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia."

     

    Quanto a assertiva C: Não se trata apenas do homem que é usuário da internet, mas a mulher que lê e também não se comunica.

  •       "Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

          Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida."

     

    Gabarito: B


ID
2528275
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

A concordância do termo destacado em “Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha.” (1°§) está de acordo com a norma-padrão da língua. Em que opção tal fato também ocorre?

Alternativas
Comentários
  • Bastantes=muitos 

  • Só é trocar o "Bastantes" por "Muitas*" .

  • A) Não é permitida conversa pelo celular neste restaurante. = PERMITO Porque não há artigo, portanto fica no masculino.

    b) A mulher ficou meia chateada, pois o marido não parava de usar o celular. MEIO Porque o termo destacado é um advérbio.

    c), sem qualquer amigo mais próximo, muitas pessoas se refugiam no mundo virtual. SÓS - É adjetivo e não advébio.

  • A) permitido
    B) meio
    C) GABARITO
    D) Segue anexo
    E) Sós

  • D) Segue anexo às mensagens meu perfil no aplicativo.

    Anexo concorda com o sujeito "meu perfil"

  • Não é errado usar "bastantes" sempre que você puder substituir por "muitos" ou "muitas"

    Letra A está errada porque deveria ser "não é permitido conversa" já que não temos o artigo ("não é permitida a conversa")


ID
2528278
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Em "Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam[...]." (4°§), o acento indicador de crase foi corretamente empregado. Em que opção isso também ocorre?

Alternativas
Comentários
  • Alguém sabe por quê?

     

  • Anderson pereira,

     

    O que é semelhante, é semelhante a alguma coisa, ou seja, essa construção rege preposição "a". E há um substantivo feminino oculto (ideias), que, com o artigo definido que rege, forma a crase.

     

    Suas ideias sobre o uso do whatsApp são semelhantes às (ideias) de meus amigos.

  • não adianta só decorar as regras do uso de crases é preciso dominar a regência! =/  

  • Suas idéias sobre o uso do whatsApp são semelhantes às de meus amigos

    Suas idéias sobre o uso do whatsApp são semelhantes àquelas de meus amigos

     

  • a) Certo

     

    b) Não se usa crase antes dos pronomes demonstrativos 'esta(s)' ou 'essa(s)'.

     

    c) Quem faz referência, faz referência 'a algo'. Antes do 'que' não exige artigo. Então seria só "A conversa a que fiz referência [...]"

     

    d) Não se usa crase antes de pronomes indefinidos. 

     

    e) Nesse caso é o contexto da frase. Ele não quis dizer "às vezes" no sentido de "de vez em quando", e sim que ele "percebeu [todas] as vezes que ele trocou o real pelo virtual".

  • questão com erro de ortografia:

     a) Suas idéias sobre o uso do whatsApp são semelhantes às de meus amigos.

  • Gab (A)

    Com os pronomes a que e a qual. Nesse caso, localiza-se o termo antecedente e, se feminino aplica-se a regra geral.

    Suas idéias sobre o uso do whatsApp são semelhantes às de meus amigos. (houve uma elipse, supressão do termo ideias)
    Suas idéias sobre o uso do whatsApp são semelhantes às ideias de meus amigos. (assim tbm estaria certo)

    Sua ideia é igual à que tive. (Termo feminino ocorre crase)
    Seu pensamento é igual ao que tive. (Termo masculino não ocorre crase)

    A cidade à qual me dirigia era pequena.
    O sítio ao qual me dirigia era pequeno.

     

  • Pessoal, não levem em consideração o erro na grafia da palavra IDEIAS em toda a prova ocorreu o erro.

  • Pessoal, vou tentar explicar.

    Suas idéias sobre o uso do whatsApp são semelhantes às de meus amigos.

    Ao meu ver (e pelo que eu sei) esse AS é um pronome demonstrativo.

    Exemplo: Suas idéias sobre o uso do whatsApp são semelhantes àquelas (ideias) de meus amigos.

    Qualquer erro, madem-me mensagem!

  • palavra ideia está escrito de forma errada ,pelo novo acordo ortográfico, acredito que não estava em vigência ainda .

ID
2528281
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Assinale a opção na qual o termo oracional em destaque foi corretamente classificado.

Alternativas
Comentários
  • ñ entendi essa porque quem troca = troca alguma coisa então o. d.

  • GABARITO - E

    a) "Ou se trocam algumas palavras?" - SE = Particula Apassivadora. Verbos VTD ou VTDI com Particula Apassivadora, os elementos que seriam O.D tornam-se Sujeito.

    b) "[...] assinalada por um marcador." AGENTE DA PASSIVA ( a Página sofre a ação de ser assinada)

    c) "[...] me oferece, é a ausência de conversa." COMPLETO NOMINAL 

    D) não tenho certeza sobre a resposta =/

    e) "[...] temor que lhe está roubando o sossego" - O LHE sempre substitui um termo preposicionado. Portanto, para auxiliar na classificação do pronome é bacana trocá-lo por um substantivo masculino: "[...]termo que está roubando o sossego de quem? ex: do Renato".

    "[...]termo que está roubando o sossego do Renato". Então, o LHE COMPLEMENTA UM SUBSTANTIVO E TEM SENTIDO DE POSSE. Se tem sentido de posse é ADJ ADN

  • ANA,


    acredito que a D seria um Adjunto Adnominal "De tantas afinidades" acompanhando o substantivo concreto "amigo".


    Por favor me corrijam se estiver equivocado, porque não vi outra opção...


    Obrigado



ID
2528284
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Encontros e desencontros


      Hoje, jantando num pequeno restaurante aqui perto de casa, pude presenciar, ao vivo, uma cena que já me tinham descrito. Um casal de meia idade se senta à mesa vizinha da minha. Feitos os pedidos ao garçom, o homem, bem depressinha, tira o celular do bolso, e não mais o deixa, a merecer sua atenção exclusiva. A mulher, certamente de saber feito, não se faz de rogada e apanha um livro que trazia junto à bolsa. Começa a lê-lo a partir da página assinalada por um marcador. Espichando o meu pescoço inconveniente (nem tanto, afinal as mesas eram coladinhas) deu para ver que era uma obra da Martha Medeiros.

      Desse modo, os dois iam usufruindo suas gulodices, sem comentários, com algumas reações dele, rindo com ele mesmo com postagens que certamente ocorriam em seu celular. Até dois estranhos, postos nessa situação, talvez acabassem por falar alguma coisa. Pensei: devem estar juntos há algum tempo, sem ter mais o que conversar. Cada um sabia tudo do outro, nada a acrescentar, nada de novo ou surpreendente. E assim caminhava, decerto, a vida daquele casal.

      O que me choca, mesmo observando esta situação, como outras que o dia a dia me oferece, é a ausência de conversa. Sem conversa eu não vivo, sem sua força agregadora para trocar idéias, para convencer ou ser convencido pelo outro, para manifestar humor, para desabafar sobre o que angustia a alma, em suma, para falar e para ouvir. A conversa não é a base da terapia? Sei não, mas, atualmente, contar com um amigo para jogar conversa fora ou para confessar aquele temor que lhe está roubando o sossego talvez não seja fácil. O tempo também, nesta vida corre-corre, tem lá outras prioridades. Mia Couto é contundente: “Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. " Até se fala muito, mas ouvir o outro? Falo de conversas entre pessoas no mundo real. Vive-se hoje, parece, mais no mundo digital. Nele, até que se conversa muito; porém, é tão diferente, mesmo quando um está vendo o outro. O compartilhamento do mesmo espaço, diria, é que nos proporciona a abrangência do outro, a captação do seu respirar, as batidas de seu coração, o seu cheiro, o seu humor...

      Desse diálogo é que tanta gente está sentindo falta. Até por telefone as pessoas conversam, atualmente, bem menos. Pelo whatsApp fica mais fácil, alega-se. Rapidinho, rapidinho. Mas e a conversa? Conversa-se, sim, replicam. Será? Ou se trocam algumas palavras? Quando falo em conversa, refiro-me àquelas que se esticam, sem tempo marcado, sem caminho reto, a pularem de assunto em assunto. O whatsApp é de graça, proclamam. Talvez um argumento que pode ser robusto, como se diz hoje, a favor da utilização desse instrumento moderno.

      Mas será apenas por isso? Um amigo me lembra: nos whatsApps se trocam mensagens por escrito. Eu sei. Entretanto, língua escrita é outra modalidade, outro modo de ativar a linguagem, a começar pela não copresença física dos interlocutores. No telefone, não há essa copresença física, mas esse meio de comunicação não é impeditivo de falante e ouvinte, a cada passo, trocarem de papéis e até mesmo de falarem ao mesmo tempo, configurando, pois, características próprias da modalidade oral. Contudo, não se respira o mesmo ar, ainda que já se possa ver o outro. As pessoas passaram a valer-se menos do telefone, e as conversas também vão, por isso, tornado-se menos frequentes.

      Gosto, mesmo, é de conversas, de preferência com poucos companheiros, sem pauta, sem temas censurados, sem se ter de esmerar na linguagem. Conversa sem compromisso, a não ser o de evitar a chatice. Com suas contundências, conflitos de opiniões e momentos de solidariedade. Conversa que é vida, que retrata a vida no seu dia a dia. No grupo maior, há de tudo: o louco, o filósofo, o depressivo, o conquistador de garganta, o saudosista ...Nem sempre, é verdade, estou motivado para participar desses grupos. Porém, passado um tempo, a saudade me bate.

      Aqueles bate-papos intimistas com um amigo de tantas afinidades, merecedores que nos tornamos da confiança um do outro, esses não têm nada igual. A apreensão abrangente do amigo, de seu psiquismo, dos seus sentimentos, das dificuldades mais íntimas por que passa, faz-nos sentir, fortemente, a nossa natureza humana, a maior valia da vida.

      Esses momentos vão se tornando, assim me parece, uma cena menos habitual nestes tempos digitais. A pressa, os problemas a se multiplicarem, as tarefas a se diversificarem, como encontrar uma brecha para aquela conversa, que é entrega, confiança, despojamento? Conversa que exige respeito: um local calminho, sem gritos, vozes esganiçadas, garçons serenos. Sim, umas tulipas estourando de geladas e uns tira-gostos de nosso paladar a exigirem nova pedida. Não queria perder esses encontros. Afinal, a vida está passando tão depressa...

Adaptado de: UCHOA, Carlos Eduardo. Disponível em: http://carloseduardouchoa.com.br/blog/

Em que opção o sinônimo indicado para o termo sublinhado NÃO mantém o mesmo sentido daquele apresentado, no texto, pelo trecho destacado?

Alternativas
Comentários
  • Na alternativa d), a palavra gulodices foi empregada com sentido figurado referindo-se aos objetos do casal: o celular e o livro. Contudo, o sinônimo de tal palavra é realmente guloseimas podendo, portanto, elas podem ser substituídas uma pela outra sem alteração semântica. Já a alternativa correta letra b), a palavra apreensão foi empregada com o significado de preocupação, percepção.

     

    Alternativa correta: letra b) 

  • No texto, a palavra apreensão está no sentido de compreensão.

     

    Gabarito: B


ID
2528287
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

No que se refere à concordância verbal, observe as frases abaixo.


I- Espera-se muitas novidades no campo da informática educacional este ano.

II- Em todos os países, faz-se muitas promessas aos fabricantes de mídias digitais.

III- Choveram reclamações sobre o novo celular disponibilizado nas lojas do ramo.

IV- Houveram-se muito bem os expositores da Feira de Tecnologia no Anhembi.


Assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Houveram-se????????????

  • Lucas, o verbo ''haver'' no sentido de ''ter'' é flexionado normalmente.

     

    ''TIVERAM-SE muito bem os expositores da Feira de Tecnologia no Anhembi.''

     

    Portanto, alternativa letra e.

  • Verbos impessoais com sentido figurado são flexionados. Exemplo: as sentenças III e IV

  • Haver: verbo...

    pronominal

    dar conta de; lidar com, sair-se.

    "os alunos houveram-se muito bem nas provas"

  • Conhecendo os dois principais usos da partícula "se" na língua portuguesa já dava pra matar a questão, pois eliminaria a afirmativa I e II, restando somente a alternativa E.

     

     

    obs: dois principais usos da partícula "se" na língua portuguesa (pelo menos no que se refere a questão de concurso) são:

     

    "se" como pronome apassivador e "se" como índice de indeterminação do sujeito.

  • Nem é necessário analisar todas as orações. Notem que os verbos "fazer" e "esperar" são transitivos diretos, de modo que aceitam voz passiva. O "se" não é índice de indeterminação do sujeito:

     

    Espera-se muitas novidades → Muitas novidades são esperadas → Esperam-se muitas novidades.

     

    Faz-se muitas promessas → Muitas promessas são feitas → Fazem-se muitas promessas.

     

    Letra E

  • I- Esperam-se muitas novidades no campo da informática educacional este ano.

    II- Em todos os países, fazem-se muitas promessas aos fabricantes de mídias digitais.

    III- Choveram reclamações sobre o novo celular disponibilizado nas lojas do ramo. (C)

    IV- Houveram-se muito bem os expositores da Feira de Tecnologia no Anhembi.???? Ainda não entendi essa....

     

  • Além disso, como verbo pessoal (com sujeito), pode assumir o sentido de “obter”, “considerar”, “lidar”, ainda que esses usos sejam menos recorrentes:

    Houveram (= “obter”)  do juiz a comutação da pena (sujeito: “comutação da pena”).

    Nós havemos (= “considerar”) por honesto. (sujeito: “nós”)

    Os alunos houveram-se (= “lidar”) muito bem nos exames. (sujeito: “os alunos”)

    O verbo “haver”, portanto, precisa ser usado com atenção (especialmente, quando ele é impessoal), para evitar erros gramaticais

    Fonte: http://escreverbem.com.br/como-flexionar-o-verbo-haver-2/

  • I- Espera-se muitas novidades no campo da informática educacional este ano.

    I- Espera-se-- PARTICULA APASSIVADORA DE SUJ

    II- Em todos os países, faz-se muitas promessas aos fabricantes de mídias digitais.

    II- Em todos os países, faz-se--- PARTICULA APASSIVADORA DE SUJ

    EU FIZ ASSIM, FICOU FACIL IDENTIFICAR

  • Gente, na IV o verbo haver está com sentido de dar, mais especificamente, "houveram-se muito bem..." é o mesmo que "deram-se muito bem...", segundo a pró Isabel.


ID
2528290
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em que opção todas as preposições em destaque estão de acordo com a regência do nome?

Alternativas
Comentários
  • Qual o erro da alternativa c) ?

  • verbos que indicam sentido estático, ora representados por “morar, residir, ficar”, entre outros, regem a preposição “em”.

    Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos em conhecer Angra dos Reis.

  • Lucas Araujo 
     

    Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos para conhecerEM Angra dos Reis.

     

  • Ojeriza, Quem ojeriza, ojeriza a algo/ojeriza por

    substantivo feminino

    sentimento de má vontade, aversão, antipatia gerado pela intuição, por uma percepção, um ressentimento.

  • a)Por ter sido transferido, o marinheiro foi morar na Rua Martinez, local próximo ao quartel.

     b)Em nosso país, temos ojeriza por guerra, mas temos capacidade para lutar sem medo. Gabarito

     c)Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos de conhecer Angra dos Reis.

     d)Desejoso da aprovação, este candidato demonstra capacidade para qualquer faina.

     e)É preferível não se alimentar a alimentar-se com produtos nocivos ao organismo. 

  • Ojeriza a, por

    Capacidade de, para

  • Letra C - O certo é curioso por, e não curioso para

    Instragram: @professorvolney

  • residente em

    curioso de, a, por

    preferível a

  • Por ter sido transferido, o marinheiro foi morar à Rua Martinez, local próximo ao quartel.--ELE VAI MORAR NA RUA OU MORAR A RUA?? CONFUSO NE LOGO ESTA ERRADA

    Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos para conhecer Angra dos Reis.--- NESSE CASO O CERTO SERIA DOS OUTROS ESTADOS....

    Desejoso pela aprovação, este candidato demonstra capacidade para qualquer faina.--- PELA APROVAÇAO DA PARA CONFUNDIR CONCORDO COM VC, MAR O CORRETO E DESEJO POR APROVAÇAO ATE PQ QUEM TEM DESEJO TEM DESEJO POR ALGO E NAO PELO ALGO

    É preferível não se alimentar do que alimentar-se com produtos nocivos ao organismo---- SEMPRE QUE APARECER ESSE DO QUE EM RELAÇAO A GOSTO ESTA ERRADA, O CORRETO TROCAR POR A

    EX; PREFIRO CAFE A DOCES-- DESTA MANEIRA ESTA CORRETINHA

    GAB. B

    QUALQUER DUVIDA, INSTAGRAM; LEONARDO_BISPPO

  • A

    Por ter sido transferido, o marinheiro foi morar na Rua Martinez, local próximo ao quartel.

    B

    Em nosso país, temos ojeriza por guerra, mas temos capacidade para lutar sem medo.

    C

    Os alunos oriundos de outros Estados ficam curiosos de conhecer Angra dos Reis.

    D

    Desejoso de a aprovação, este candidato demonstra capacidade para qualquer faina.

    E

    É preferível não se alimentar a alimentar-se com produtos nocivos ao organismo.

    SegUEoFluxo...


ID
2528293
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a opção em que todas as formas verbais sublinhadas foram corretamente empregadas.

Alternativas
Comentários
  • a)  O verbo PRECAVER-SE é defectivo - no presente do indicativo, só apresenta PRECAVEMOS e PRECAVEIS;

    b) O correto seria ele freou. Retorquir siginifica, contrariar, contrapor.

    c)o Correto seria: eu intervim

    d) O correto seria: se você se ativer e mantiver

  • prova da marinha é porreta, cara.


ID
2528296
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em que opção a colocação pronominal está de acordo com a modalidade padrão?

Alternativas
Comentários
  • B

    Mesóclis é usada no  futuro do pretérito e futuro do presente

    Futuro do Pretérito

    eu distraí-lo-ia

    tu distraí-lo-ias

    ele distraí-lo-ia

    nós distraí-lo-íamos

    vós distraí-lo-íeis

    eles distraí-lo-iam

    https://www.conjugacao.com.br/verbo-distrair/

  • A) não pode começar a oração com pronome obliquo e a vírgula é um fator que gera Próclise.

    B) Certa 

    C) Palavra atrativa: por que a mulher não lhes questionou sobre o silêncio que pairava no restaurante?

    D) Palavra atrativa: Por favor, solicitamos que nos entreguem os celulares antes da hora da prova.

    E) Palavra atrativa: O homem usava a internet, e o garçom não os interrompeu para servir a comida

  • Débora Rocha,

     

    permita-me fazer uma correção com relação ao seu comentário.

    Não há palavra atrativa na alternativa C, veja:

     

    c) Por que a mulher questionou-os sobre o silêncio que pairava no restaurante?

     

    Ainda, o pronome correto é "os", tendo em vista que o "lhe" representa objeto indireto, e já há um objeto indireto introduzido na frase, pela preposição "sobre", desta forma, não é cabível o pronome "lhe" pois quem questiona, questiona ALGUÉM SOBRE ALGO e não A ALGUÉM SOBRE ALGO.

     

    Espero tê-la ajudado!

     

    Bons estudos! AVANTE

     

  • por que a alternativa C tá errada?

     

  • O erro da letra C, encontra-se pelo fato que em frases interrogativas, o pronome deverá vim proclítico e não enclítico

  • a) Quando o casal chegou ao restaurante, se calou por motivos bem diferentes. ERRADA, evita-se a próclise após vírgula.

     b) Os pais distraí-lo-iam com novas tecnologias, embora o pediatra condenasse. CERTA

     c) Por que a mulher questionou-os sobre o silêncio que pairava no restaurante? ERRADA, é caso de próclise, pois se trata de pergunta.

     d) Por favor, solicitamos que entreguem-nos os celulares antes da hora da prova. ERRADA, 'que' atrai o pronome -> [...] que nos entreguem [...].

     e) O homem usava a Internet, e o garçom não interrompeu-o para servir a comida. ERRADA, 'não' é palavra negativa, atrai o pronome -> [...] o garçom não o interrompeu [...].

  • a letra C nao seria caso facultativo??????

  • A) Quando o casal chegou ao restaurante, calou-se por motivos bem diferentes.

    EVITA-SE A PRÓCLISE APÓS VÍRGULA

    B) Os pais distraí-lo-iam com novas tecnologias, embora o pediatra consenasse

    C) Por que a mulher os questionou sobre o silêncio que pairava no restaurante?

    FRASES QUE EXPRIMEM DESEJO E EXCLAMATIVAS

    D) Por favor, solicitamos que nos estreguem os celulares antes da hora da prova

    QUE É PALAVRA ATRATIVA. ATRAI O PRONOME PARA APÓS DELE

    E) O homem usava a Internet, e o garçom não o interrompeu para servir a comida

    ADVÉRBIOS SÃO PALAVRAS ATRATIVAS. OCORRE A PRÓCLISE OBRIGATÓRIA.

  • Pelo que se depreende das gramáticas normativas, na letra C, o fator de próclise se concentram nos pronomes interrogativos: quem, que, qual e quanto. Contudo, após o pronome interrogativo (preposição por + que - pronome interrogativo) há um substantivo "a mulher", que não é um termo atrativo; logo, a próclise seria facultativa.

  • PROCLISE SEMPRE VEM ANTES DO VERBO

    MESOCLISE; EU PRECISO TER VERBO NO FUT DO PRESENT E PRETERITO

     distraí-lo-iam ---- LOGO A QUESTAO C ATENDE MINHAS NECESSIDADES

  • Por exclusão,conclui-se que será letra B

    A-Evita-se próclise após a vírgula,além de ser uma subordinada a qual o pronome irá depois do verbo.

    B-CORRETA,verbos no futuro se usa a mesoclise.

    C-Próclise pois é uma interrogação.

    D-Advérbio atrai pronome

  • pode mesoclise com sujeito expresso ?

  • [B]

    [A] Incorreta, o certo seria “calou-se”, já que o verbo vem depois de uma vírgula.

    [C] Incorreta, o certo seria “os questionou”, já que trata-se de uma frase interrogativa.

    [D] Incorreta, o certo seria “nos entreguem”, já que o verbo vem depois de uma conjunção subordinativa.

    [E] Incorreta, o certo seria “o interrompeu”, já que o verbo vem depois de um advérbio de negação. 


ID
2528299
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em que opção todos os termos sublinhados foram corretamente grafados?

Alternativas
Comentários
  •  a) A disenteria é um dos principais sintomas de infecção intestinal.

     b) Antes de abrir o invólucro, é necessário umedecê-lo.

     c) Enquanto a bandeira não foi hasteada, os transeuntes não puderam circular livremente.

     d) Comprei o produto por uma pechincha. Por isso, resolvi dar uma gorjeta para o vendedor.

     e) A rescisão do contrato não foi feita por causa da paralisação dos trabalhadores.

  • Poxa errei a questão, pois marquei a letra A. disenteria/desinteria

    Valeu Amanda Coutinho.

  • Disenteria. Invólucro. Umedecê-lo. Hasteada. Rescisão. Paralisação.

    Disenteria palavra grega Dysenteria

    Umedecer é verbo e úmido é adjetivo

    Hasteada levantar na haste, hastear a bandeira.

    Rescisão é romper, cindir 

    Paralisação, paralisar, paralisado

     


ID
2528302
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a opção na qual a palavra em destaque está acentuada conforme a regra ortográfica vigente.

Alternativas
Comentários
  • REPOSTA CORRETA LETRA D) 

     

    → Ditongos abertos: ÉI, ÉU e ÓI em palavras OXÍTONAS são acentuados

     d) A mulher não prestou atenção ao escarcéu que o marido fez por causa da Internet.

     

     

     

    DEMAIS) As alternativas restantes não se encaixam na regra das paroxítonas: 

     São acentuadas as paroxítonas que apresentam as seguintes terminações:

     

     • L = útil   R = revólver

    • I = júri (is)   UM = álbum

    • N = hífen   UNS = álbuns

    • US = bônus  OM = rádom (ons) íons

    • PS = tríceps   X = córtex

    • Ã = ímãs    ÃO = bênção

    ˃ DITONGO ORAL SEGUIDO OU NÃO DE S = túneis, jóquei.

    → Assim, acentuam-se paroxítonas que apresentem ditongo crescente: • História, espécie, cárie, início

     

  • oi, eu, ei em posição paroxítona não se acentua (letra b), mas em posição oxítona serão acentuados (letra d).


ID
2528308
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Leia a frase a seguir.


Nada se assemelha mais a um "saquarema" do que um “luzia” no poder.

(Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti de Albuquerque (1797-1863), político do Império do Brasil.)


“Saquarema” e “Luzia" eram os apelidos dados aos membros dos partidos Conservador e Liberal, respectivamente. De acordo com o sistema político vigente no Brasil Império, é correto afirmar que o relato do então senador Holanda Cavalcanti evidencia

Alternativas
Comentários
  • Do ponto de vista ideológico, conservadores e liberais tinham poucas diferenças entre si.

  • A) a presença de ideais políticos de igualdade e liberdade nos dois grupos que lutavam juntos pela implantação do socialismo no Brasil nos mesmos moldes de países europeus, como a França, a Inglaterra e a Alemanha. (ERRADA) (não se pensava em socialismos neste período)

    B) o empenho dos políticos em buscar atender os interesses de seus eleitores, não importando serem classificados como pertencentes ao grupo dos “Saquaremas” ou ao grupo dos "Luzias”, desde que seus projetos de lei fossem aprovados. (ERRADA) (era isso mesmo só que no caso a "C" está mais correta, pois nos dá mais informações sobre a proposição)

    C) que os dois principais grupos políticos do Brasil Império não chegavam a representar interesses ou projetos políticos, pois aceitavam e defendiam a manutenção da escravidão e do monopólio da terra, discordando apenas na questão da centralização, ou não, do poder. (GABARITO) (OBS: cá entre nós é assim até hoje, pois temos algumas ideologias mais quando sobem ao poder todas(os) só querem saber de enriquecimento próprio, e não adianta querer discordar porque é comprvado através de fatos e história)

    D) a incapacidade dos revolucionários “Luzias" em implantar medidas políticas, como o voto universal e secreto, durante sua participação no poder no lugar dos conservadores “Saquaremas" que, por sua vez, desejavam a manutenção do voto censitário. (ERRADA) (não eram revolucionários)

    E) o revezamento dos partidos Liberal e Conservador no poder foi devido a um acordo entre as oligarquias cafeeiras das províncias de Minas Gerais e São Paulo, que ficou conhecido como política dos governadores ou política do café com leite. (ERRADA) (época errada pois a política do café com leite começou com o Governo de Campos Sales e foi na Republica Velha)

  • Resposta: C

  • Essa E tá de sacanagem.

  • nada mais liberal que um conservador no poder

  • “farinha do mesmo saco”

  • Conservadores e Liberais, Regressistas e Progressistas, Coxinha e Mortadela, todos eram farinha do mesmo saco, ambos eram da elite aristocrática, divergiam somente sobre o FEDERALISMO.

    LETRA C

    APMBB


ID
2528314
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Leia o texto abaixo.


1888 - O decreto n° 9.912-A, de 26 de março de 1888, regulou o direito à aposentadoria dos empregados dos Correios. Fixava em 30 anos de efetivo serviço e idade mínima de 60 anos os requisitos para a aposentadoria. (...)

1892 - A lei n° 217, de 29 de novembro de 1892, instituiu a aposentadoria por invalidez e a pensão por morte dos operários do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro. (...)

1923 - O decreto n° 4.682, de 24 de janeiro de 1923, na verdade a conhecida Lei Elói Chaves (o autor do projeto respectivo), determinou a criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados de cada empresa ferroviária. É considerada o ponto de partida, no Brasil, da Previdência Social propriamente dita. (...)

1930 - O decreto n° 19.433, de 26 de novembro de 1930, criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, tendo como uma das atribuições orientar e supervisionar a Previdência Social, inclusive como órgão de recursos das decisões das Caixas de Aposentadorias e Pensões. (...)

1943 - O decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943, aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho, elaborada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e que elaborou também o primeiro projeto de Consolidação das Leis de Previdência Social.

(Fonte: http://www.previdencia.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/historico)


Durante o governo Getúlio Vargas (1943), foi instituída a Consolidação das Leis do Trabalho e Previdência Social, que é considerada um marco na história da previdência social brasileira. De acordo com a linha do tempo, a respeito da incorporação de direitos previdenciários ao trabalhador brasileiro, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Sistemas análogos ao previdenciário surgiram a partir de 1888 para beneficiar principalmente setores que eram importantes para o império: os funcionários dos correios, da imprensa nacional, das estradas de ferro, da marinha, da casa da moeda e da alfândega. Mas é só em 1923 que o Brasil vê o ponto de partida da história da previdência social como a conhecemos hoje.

     

    A Lei Eloy Chaves, de 1923, é considerada o marco inicial da história da previdência brasileira. Ela leva o nome do deputado federal paulista que articulou, junto às companhias ferroviárias, a criação da base desse sistema – consolidando-a na referida lei. Basicamente, essa norma estabeleceu a criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensão (CAP) para ferroviários de cada uma das empresas do ramo na época.

     

    GAB: LETRA E

    FONTE: http://www.politize.com.br/historia-da-previdencia-no-brasil/

  • QUANDO VOCÊ LEMBRAR DE VARGAS, LEMBRE-SE DE INDÚSTRIA, TRABALHADOR, LEIS TRABALHISTAS E VARGAS PAI DOS POBRES !

    ELE FOI O RESPONSÁVEL PELA CLT, É COMO SE ELE FIZESSE UM JOGO, VALORIZANDO O TRABALHADOR E EM TROCA ELE TERIA O APOIO DESSES !

    GAB : E

  • SIM. GAB= E. Ele se inspirou nas leis do Fascista Mussolini.

  • gabarito - letra E

    o Governo Getúlio Vargas se apropriou de várias práticas e leis previdenciárias já existentes e as regulamentou na Consolidação das Leis do Trabalho e Previdência Social.

  • O governo de Getulinho destacava a instituição da carteira de trabalho, do direito às férias, a igualdade salarial entre homens e mulheres, a regulamentação da jornada de trabalho de 8 horas e a participação do governo na administração do sistema previdenciário. Apesar de não atingir um grande número de trabalhadores, a existência de um sistema que regulamentava as relações entre patrões e empregados foi um trunfo de Getúlio Vargas que lhe garantiu apoio por sinalizar, aos que não tinha acesso a esses bens e benefícios, que no futuro eles também poderiam usufruir desses direitos. Dessa forma, o regime ditatorial buscava fincar bases entre os trabalhadores, elencando o trabalhismo como ideologia de Estado.


ID
2528317
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Leia o texto a seguir.


      Eleito Jerônimo de Albuquerque por capitão-mor da conquista do Maranhão, como temos dito, se foi logo às aldeias do nosso gentio pacífico, e por lhes saber falar bem a língua, e o modo com que se levam, ajuntou quantos quis: contarei só do que houve em uma aldeia, para que se veja a facilidade com que se leva este gentio de quem os entende e conhece, e foi que pôs a uma parte bom feixe de arcos, e flechas, a outra outro de rocas, e fusos, e mostrando-Ihos lhes disse: “Sobrinhos, eu vou à guerra, estas são as armas dos homens esforçados e valentes, que me hão de seguir; estas das mulheres fracas, e que hão de ficar em casa fiando; agora quero ouvir quem é homem, ou mulher". As palavras não eram ditas, quando se começaram todos a desempunhar, e pegar dos arcos, e flechas, dizendo que eram homens, e que partissem logo para a guerra; ele os quietou, escolhendo os que havia de levar, e que fizessem mais flechas, e fossem esperar a armada ao Rio Grande, onde de passagem os iria tomar. (...)

      Feito isto se embarcaram todos dia de S. Bartolomeu, 24 de agosto da era de 1614 anos, em uma caravela, dois patachos e cinco caravelões (...)

(Frei Vicente do Salvador)


É correto afirmar que o relato do Frei Vicente do Salvador está relacionado à retomada do território que ficou conhecido como

Alternativas
Comentários
  • Letra A: Foi quando a holanda atacou e dominou o norte de salvador.

  • França Equinocial (1612 - 1615).

    Os franceses fundaram uma colônia no litoral maranhense até serem expulsos pelos portugueses.

    Construíram o forte São Luís que deu origem à capital do maranhão.

    Gab: A

  • França equinocial: estado do Maranhão. França Antártica: baía de Guanabara (vulgo RJ).
  • França equinocial: estado do Maranhão.

    França Antártica: baía de Guanabara (vulgo RJ).

  • Em 1555, os franceses invadiram a América Portuguesa e fundaram o forte Coligny, em uma das ilhas da baía de Guanabara, Rio de Janeiro. A colônia francesa, chamada de França Antártica, durou apenas cinco anos, sendo derrotada pelo terceirogovernador geral, Mem de Sá, em 1560. Após a expulsão, foi fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1565.

    Em 1612, Daniel de la Touche comandou uma ofensiva na região do Maranhão, onde fundou a cidade de São Luís, sede da colônia nomeada de França Equinocial. O novo empreendimento se estendeu nos três anos seguintes, quando os portugueses conseguiram expulsar os invasores do Brasil


ID
2528320
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) buscou dar continuidade à estabilização econômica iniciada com o Plano Real (1994), baseada na redução do déficit público por meio da reforma constitucional visando reduzir a participação do Estado na economia, e de um programa de privatização das estatais, sobretudo no setor de telecomunicações, energia e siderurgia. É correto afirmar que tais medidas tiveram como consequência

Alternativas
Comentários
  • REDUÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE RENDA???? ESSA NÃO ENTENDI???

  • Redução da concentração de renda no estado.

  • REDUÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE RENDA NO BRASIL? NUNCA QUE ISSO OCORREU

  • a) A desvalorização da moeda nacional devido às privatizações e a consequente inflação que afetou diretamente a população mais pobre, acentuando as desigualdades sociais que colocaram o país com uma das concentrações de renda mais acentuadas do mundo. -> O Plano Real conseguiu combater a hiperinflação gerada no Milagre Econômico. Sarney e Fernando Collor não conseguiram combater a hiperinflação com o Plano Cruzado e Plano Collor respectivamente.

    b) O controle da inflação e a redução da concentração de renda, contudo a concorrência dos produtos internacionais acabou gerando um grande número de falências de empresas nacionais, além do desemprego, principalmente no setor industrial. -> Correto.

    c) o aumento da capacidade de investimento do país em grandes projetos de infraestrutura como as usinas hidrelétricas de Itaipú e Tucuruí, além de renovar a malha rodoviária brasileira por meio de obras de duplicação das principais vias. -> O apagão de 2001 caracteriza o mal investimento do setor de energia do Governo FHC.

    d) a depreciação do valor de mercado das empresas de telefonia, energia e siderurgia que precarizaram seus serviços e perderam competitividade quando comparadas aos seus antigos modelos estatais. -> Incorreto. Não houve essa depreciação.

    e) a maior eficiência no setor de serviços essenciais à indústria, como rodovias, energia elétrica, telefonia móvel e Internet, elevando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 10% ao ano entre 1997 e 2002, sendo este período conhecido como “o espetáculo do crescimento”. -> Como dito na alternativa C, o governo FHC não investiu no setor de energia elétrica (apagão de 2001).

  • Redução da concentração de renda? Hãm? É esquisito que até o professor do QConcurso ver esse ponto um pouco sem nexo mas não comenta nada só fica com uma cara de "não entendi" .

  • Acredito que essa redução na concentração de renda seja referente ao consumidor, visto que o plano real baseou-se na redução do poder de compra e consumo da população.

  • Redução da concentração de renda foi de lascar !!

  • gabarito - b

    o controle da inflação e a redução da concentração de renda, contudo a concorrência dos produtos internacionais acabou gerando um grande número de falências de empresas nacionais, além do desemprego, principalmente no setor industrial.

  • Governo FHC.

    Positivos

    - privatização do setor de telefonia: estimulou a concorrência e com isso facilitou o acesso da população à linha telefônica, principalmente celular 

    - manteve a estabilidade econômica conquistada com o plano real (criado no governo Itamar) 

    - criação do Fundef (fundo para financiar o ensino fundamental) 

    - mutirões de saúde 

    - popularização dos medicamentos genéricos; 

    - programa de combate à Aids 

    Negativas 

    - privatização do setor elétrico - foi feita sem planejamento, não gerou concorrência 

    - apagão energético; 

    - falta de incentivo às exportações 

    - aumento da dívida pública, apesar do que foi arrecadado com as privatizações 

    - achatamento salarial 

    - sucateamento do serviço público (as universidade ficaram sem poder fazer concurso para preencher vagas) 

    - sucateamento da infra-estrutura (não houve conservação das estradas, nem dos aeroportos) 

    - política cambial equivocada (manteve o real valorizado artificialmente até 1999, depois soltou as rédeas e o dólar dobrou em poucas semanas, fazendo os preços subir e deixando as empresas muito endividadas); 

    - crise econômica - o Brasil teve que pedir socorro ao FMI para cumprir os compromissos externos.

    Fonte: yahoo respostas

  • a) a desvalorização da moeda nacional devido às privatizações e a consequente inflação que afetou diretamente a população mais pobre, acentuando as desigualdades sociais que colocaram o país com uma das concentrações de renda mais acentuadas do mundo.

    Errada, a privatização não causou a desvalorização da moeda

    b)o controle da inflação e a redução da concentração de renda, contudo a concorrência dos produtos internacionais acabou gerando um grande número de falências de empresas nacionais, além do desemprego, principalmente no setor industrial.

    Correta, as industrias do BR não conseguia concorrer com as de fora pelo motivo que os produtos de fora eram de melhores qualidades e mais barato consequentemente a galera comprava mais os produtos de fora o que levou as empresas entrarem em falência

    c) o aumento da capacidade de investimento do país em grandes projetos de infraestrutura como as usinas hidrelétricas de Itaipú e Tucuruí, além de renovar a malha rodoviária brasileira por meio de obras de duplicação das principais vias.

    Errada, lembre se no governo de FHC teve o apagão seu governo sofreu com problemas sérios de energia

    d) a depreciação do valor de mercado das empresas de telefonia, energia e siderurgia que precarizaram seus serviços e perderam competitividade quando comparadas aos seus antigos modelos estatais.

    Errada, o motivo que as empresas faliu foi pelo motivo que falei na letra b

    e) a maior eficiência no setor de serviços essenciais à indústria, como rodovias, energia elétrica, telefonia móvel e Internet, elevando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 10% ao ano entre 1997 e 2002, sendo este período conhecido como “o espetáculo do crescimento”.

    Errada, como falei o gov de FHC sofreu com problemas de energia então não teve maior eficiência em setores de energia

  • Um dos principais ganhos do Plano Real foi reduzir a pobreza ao combater a hiperinflação. E os efeitos foram constatados rapidamente. Um ano e meio depois da implantação do real, em julho de 1994, o total de brasileiros em situação de vulnerabilidade, que somava 34,5%, em 1993, caiu para 28,4%, em 1996.7 de jul. de 2019 https://www.correiobraziliense.com.br rapaziada q tá falando q n houve a redução
  • Declínio das exportações e aumento das importações → entrada em massa de produtos made in China com preços irrisórios;

    Manutenção de juros elevados → Desestímulo de investimentos e aumento da produção levaram economia à estagnação;

    Poucos investimentos em infraestrutura → “apagão” energético de 2001;

    Corte de gastos em políticas sociais → Aumento da pobreza e da miséria. 


ID
2528323
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

“Uma das alterações produzidas recentemente, causada pela incorporação do elemento ambiental no discurso do desenvolvimento, foi o estabelecimento de novas diretrizes para o uso da terra. A Amazônia, um dos principais objetos de preocupação dos ambientalistas, voltou à cena e tornou-se objeto de disputa pela sua significação."

(Rabello, Antônio Cláudio. (2013). Amazônia: uma fronteira volátil. Estudos Avançados, 27(78), 213-235. chttps ; // dx.doi.org / 10.1590/S0103- 40142013000200014>)


Sobre os problemas ligados à ocupação do espaço amazônico que vêm preocupando os ambientalistas, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Por eliminação.

  • Maiores causas do desmatamento na AMAZÔNIA são: 1º lugar: SOJA. 2º lugar PECUÁRIA 3º lugar MADEIREIRAS!!!

  • Prevenir o desmatamento requer gerar alternativas de emprego e renda às pessoas que sobrevivem dessa atividade e, principalmente, uma forte fiscalização.

  • vapo, sem leme!


ID
2528329
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

"Hoje não basta produzir. É indispensável pôr a produção em movimento, pois agora é a circulação que preside a produção." (SANTOS, M. & SILVEIRA, M.L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. São Paulo, Editora Record, 2001.)


Em tempos de economia globalizada e alta competitividade internacional, o crescimento econômico brasileiro vem esbarrando em dificuldades impostas pela inadequação de seu sistema de transporte, ainda predominantemente rodoviário. A respeito das políticas de transporte de cargas no Brasil, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • A- o Brasil não possui relevo fortemente acidentado, ele é formado por planaltos em sua maioria.

    B- o nível de desenvolvimento econômico do pais comporta sim um sistema ferroviário

    C- GAB

    D- Maciços investimentos estatais em ferrovias?

    E- queda do preço do petróleo? onde? kkkkk

  • A banca nao sabe escrever direito?

  • preço do combustível abaixando kkkkkk...... eu conto ou vcs contam?

  • Venho do futuro avisar que tá gostosinho, acabei de abastecer a 5,85/litro.

    1. Vale uma observação: grandes investimentos estão sendo feitos no sistema ferroviário atualmente, destaque para ferrovia Norte - Sul, recentemente inaugurada a nova Ferroeste que liga Mato Grosso do Sul até o Porto de Paranaguá, no PR.
  • TRANSPORTE RODOVIÁRIO

    GOVERNO JK: rodovias em todo o BRASIL.

    ➥ O transporte rodoviário no Brasil é o principal sistema logístico do país e conta com uma rede de 1 720 700 quilômetros de estradas e rodovias nacionais (a quarta maior do mundo), por onde passam 62% de todas as cargas movimentadas no território brasileiro.

    ➥ Em outras palavras, o transporte rodoviário é o deslocamento realizado por meio terrestre em viasrodoviasestradas e ruas, sejam asfaltadas ou não.

    [...]

    OBJETIVO:

    ➥ O objetivo é escoar a produção desde máquinas siderúrgicas até utensílios domésticos, passando por cargas vivas.

    [...]

    ORIGEM:

    ➥ A implantação das rodovias teve início no país ainda no século XIX.

    [...]

    VANTAGENS

    ✓ Flexibilidade e agilidade no acesso às cargas, permitindo integrar regiões mais afastadas como o interior do país;

    ✓ Simplicidade do funcionamento do transporte, visto que não apresenta qualquer dificuldade;

    ✓ Está sempre disponível para atendimentos urgentes; e

    ✓ Vendas na condição de entrega porta a porta.

    • Mas, nem tudo são flores...

    DESVANTAGENS

    ✓ Seu custo de fretamento é mais expressivo que os demais concorrentes com próximas características, consequentemente aumentando o preço dos produtos;

    ✓ Sua capacidade de tração de carga é bastante reduzida;

    ✓ Os veículos utilizados para tração possuem um elevado grau de poluição ao meio ambiente; e

    ✓ A precariedade das rodovias brasileiras.

    ✓ O Transporte rodoviário não integra todo o território.

    ✓ Roubo de cargas

    [...]

    ☛ QUESTÃO PRA FIXAR!

    A distribuição espacial da logística de transportes no território brasileiro possui predominância de rodovias, em especial no Centro-Sul do País. Entre as desvantagens dessa modalidade de transporte encontram-se a precariedade das rodovias brasileiras e os altos custos de transporte. ✓

    depender da malha rodoviária para escoar a produção é um fator que traz grande vulnerabilidade aos setores estratégicos de um país

    Os países desenvolvidos não dependem da malha rodoviária para escoar sua produção. Eles se utilizam da malha FERROVIÁRIA. contam com malhas ferroviárias, transportes via marítima, etc. Não ficando dependentes do transporte rodoviário.


ID
2528335
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

“As precárias condições de trabalho ainda são uma realidade marcante no campo brasileiro. Atualmente, estima-se em 12 anos a vida útil de um trabalhador rural, ou seja, o período no qual é produtivo; e o salário, muitas vezes, não é suficiente para sustentar sua família."

(SAMPAIO, Fernando dos Santos; MEDEIROS, Marlon Clovis.GEOGRAFIA: Para viver juntos. São Paulo, Edições SM, 2012.)


Sabendo que as condições acima descritas são produzidas pela forma como a produção e o trabalho estão organizados na agricultura brasileira, analise as afirmativas abaixo.


I- O latifúndio, ou seja, as grandes propriedades dedicadas a uma produção exclusivamente voltada para o mercado externo, absorve a imensa maioria da população empregada no campo brasileiro.

II- O trabalhador assalariado no campo brasileiro, assim como na cidade, é aquele que recebe um pagamento mensal por seu trabalho, tendo ou não registro formal.

III- As unidades familiares de subsistência são pequenas propriedades nas quais, por meio do trabalho familiar, busca-se garantir a total autossuficiência e independência do grupo diante do mercado.

IV- O trabalho temporário, apresentado sob a forma do boia-fria ou do trabalhador volante, tem ainda hoje, presença marcante no campo brasileiro, representando importante fator de deterioração das condições de trabalho.


Assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Latifúndio = extensa propriedade rural, geralmente com terras não cultivadas ou culturas que não exigem considerável investimento.

  • A AGRICULTRUA DE SUBSISTENCIA NÃO VISA A INDEPENDENCIA DO MERCADO ?

  • Gab. D

    I- O latifúndio, ou seja, as grandes propriedades dedicadas a uma produção exclusivamente voltada para o mercado externo, absorve a imensa maioria da população empregada no campo brasileiro.  (não absorve, pois geralmente utiliza a mecanização na agricultura, o que demanda de menos trabalhadores)

     

    II- O trabalhador assalariado no campo brasileiro, assim como na cidade, é aquele que recebe um pagamento mensal por seu trabalho, tendo ou não registro formal. (correta)

     

    III- As unidades familiares de subsistência são pequenas propriedades nas quais, por meio do trabalho familiar, busca-se garantir a total autossuficiência e independência do grupo diante do mercado. (Não busca a total autossifiencia, mas a outossufuciente em alguns pontos)

     

    IV- O trabalho temporário, apresentado sob a forma do boia-fria ou do trabalhador volante, tem ainda hoje, presença marcante no campo brasileiro, representando importante fator de deterioração das condições de trabalho. (correto)

  • II- O trabalhador assalariado no campo brasileiro, assim como na cidade, é aquele que recebe um pagamento mensal por seu trabalho, tendo ou não registro formal. eles não recebem por safra ?

  • por que a II esta correta? o trabalhador sem registro CLT recebe a mesma coisa e direitos? tô confuso....

  • fiz um simulado do projeto caveira, eu marquei a opção D pois já tinha feito essa questão e assistido a aula do Marcelo Saraiva. No entanto, o comentário do professor no gabarito estava assim:

    I - Verdadeiro. A alternativa se refere à população empregada, ou seja, aqueles que são empregados e recebem salários. Nesse caso, a grande maioria dos trabalhadores rurais empregados estão em grandes propriedades rurais dedicadas a uma produção exclusivamente voltada para o mercado externo. No entanto, em relação ao total dos trabalhadores rurais, o maior contingente está na agricultura familiar, onde a mão de obra na propriedade é, via de regra, da própria família.

    II - Falso. O trabalhador assalariado, seja no campo ou na cidade, não precisa possuir um registro formal para ser considerado um “trabalhador”, e o pagamento não precisa necessariamente ser mensal. Muitos trabalhadores rurais não possuem registro formal, como os boias -frias. O pagamento pode ser semanal, mensal ou diário. Na cidade, o trabalho informal, sem a existência de um registro formal é muito comum, como o dos vendedores ambulantes.

    III - Falso. As unidades familiares (ou da agricultura familiar) buscam produzir para o consumo da família e comercializar o excedente com o mercado local, fundamentalmente, até para que a família possa ter recursos para comprar outras coisas de que necessita. É muito improvável que uma unidade familiar venha a produzir totalmente tudo o que necessita para a sua sobrevivência.

    IV - Verdadeiro. Os boias -frias são trabalhadores temporários que não possuem nenhuma garantia ou direitos trabalhistas. Ainda existem muitos trabalhadores nessas condições no campo brasileiro, representando importante fator de deterioração das condições de trabalho. 

    O que eu discordo, se alguém tiver a mesma visão dele e puder compartilhar a ideia eu ficaria grato

  • a alternativa dois nada diz sobre direitos, muito menos sobre valor de salário. É constado apenas de maneira geral. não há qualquer exclusividade na assertiva

  • a alternativa dois nada diz sobre direitos, muito menos sobre valor de salário. É constado apenas de maneira geral. não há qualquer exclusividade na assertiva

  • Fui por eliminação. A IV está certa e a III está errada.

  • Subsistência Familiar é a produção para sua alimentação.

    GAB. D

  • I - Quem absorve a maioria é a pequena propriedade

    III - São dependentes


ID
2528338
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

"A urbanização é um dos traços fundamentais da modernidade. Há urbanização quando o crescimento da população urbana supera o da população rural - um fenômeno que se verifica há mais de dois séculos na Europa e que adquiriu contornos mundiais ao longo do século XX.”

(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. São Paulo. Atual, 2008, p. 225)


O Brasil inicia sua caminhada rumo à modernidade industrial notadamente a partir da década de 1930. O crescente êxodo rural, além de uma drástica aceleração no ritmo do crescimento vegetativo, resultaram, inevitavelmente, em uma rápida e, por vezes, desorganizada urbanização. Sobre esse processo, assinale a opção que apresenta corretamente o conceito e sua respectiva definição.

Alternativas
Comentários
  • Conurbação é o processo de junção física entre duas ou mais cidades de municípios vizinhos. 

    A Megalópole é o processo de conurbação entre duas ou mais REGIÕES METROPOLITANAS.

  • Só para agregar conhecimento:

     

    Conurbação - Área urbana contínua entre duas ou mais cidades. Trata-se, portanto, de um processo físico.

     

    Metrópole - Território criado quando há uma cidade central e várias outras vivendo em função desta. Trata-se, portanto, de um processo jurídico para facilitar a administração.

     

    Megalópole - Se as cidades de uma metrópole interagem entre si, é correto dizer que as metrópoles também possuem graus de conexão externa, seja esta, econômica, política ou cultural, formando áreas ainda maiores. Sendo assim, o conjunto de várias metrópoles é denominado megalópole. No Brasil, há uma megalópole em formação entre São Paulo e Rio de Janeiro – as duas maiores metrópoles do país. 

     

    Fonte: PDF Estratégia. 

  • Já percebi que Conurbação é a que mais cai em questões de concursos quando se refere a tipos de Urbanização.

  • A) Megalópole - local, no sentido topográfico, onde nasceu a cidade. FALSA

    Região densamente povoada, constituída de uma grande metrópole ou de diversas cidades, sem zonas rurais a intermediá-las 

    .

    B) Rede urbana - posição que uma cidade ocupa em relação aos fatores naturais ou geográficos da sua região. FALSA

    Conjunto de cidades ou centros urbanos que estão articulados territorialmente e que estabelecem diferentes relações entre si.

    .

    C) Megacidade - conjunto de áreas contíguas e integradas socioeconomicamente a uma cidade principal. FALSA

    Cidade que sedia uma aglomeração urbana com mais de dez milhões de habitantes e que esteja dotada de um rápido processo de urbanização.

    .

    D) Conurbação - superposição ou encontro de duas ou mais cidades em razão de seu crescimento. CORRETA

    Unificação da mancha urbana de duas ou mais cidades, em consequência de seu crescimento geográfico. Geralmente esse processo dá origem à formação de regiões metropolitanas. Contudo, o surgimento de uma não é necessariamente vinculado ao processo de conurbação.

    .

    E) Região metropolitana - “cidade-mãe", dotada dos melhores equipamentos urbanos de um país ou de uma região. FALSA

    Recorte político-espacial complexo que envolve uma cidade central (metrópole) e polariza e dinamiza as demais cidades ao redor, influenciando-as econômica, social e politicamente. 

  • Conurbação e movimento pendular são os que mais caem em provas.

  • Conurbação é a unificação da mancha urbana de duas ou mais cidades, em consequência de seu crescimento geográfico. Geralmente esse processo dá origem à formação de regiões metropolitanas. Contudo, o surgimento de uma não é necessariamente vinculado ao processo de conurbação. 

  • Conurbação é o que mais cai sobre urbanização FOCO NOS ESTUDOS!

  • Conurbação é o que mais cai sobre urbanização FOCO NOS ESTUDOS!

  • Conurbação: união de duas ou mais áreas urbanas que os limites se tornam imperceptíveis, ou seja, não tem distinção do começou e do fim, união física 

    -Outras definições: 

    • Superposição ou encontro de duas ou mais cidades em razão de seu crescimento. 
    • Expansão horizontal entre cidades formando uma grande área integrada. 
    • É a união de duas ou mais cidades, em consequência de seu crescimento geográfico. Geralmente esse processo dá origem à formação de regiões metropolitanas
    •  é um fenômeno urbano que ocorre quando duas cidades limítrofes se expandem ao ponto de encontrar-se, compondo um único núcleo urbano
    • Uma das dimensões do processo de reprodução do espaço urbano resulta na formação de grandes manchas urbanas que atravessam fronteiras municipais, fenômeno denominado conurbação.  
    • Muitos autores interpretam o conceito de conurbação como atrelado à junção de cidades em expansão, ou seja, a articulação se dá a partir da expansão de cidades por meio de suas forças internas
    • Processo de integração física das manchas urbanas de duas ou mais cidades que cresceram horizontalmente até os seus limites municipais, podendo ser também uma integração funcional com intensos fluxos pendulares diários de trabalhadores. 


ID
2528341
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Marque a opção que apresenta apenas substâncias compostas.

Alternativas
Comentários
  • Caiu uma questão semelhante a essa na prova da ESPCEX. Para o cara não zera na prova kkk

  • LETRA:E

    NITROGÊNIO+OXIGÊNIO

    HIDROGÊNIO+OXIGÊNIO

    SÓDIO+CLORO


ID
2528344
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

A queima do magnésio(Mg) com o gás oxigênio emite uma luz branca (o flash das máquinas fotográficas), resultando no óxido de magnésio (MgO). A equação dessa reação devidamente balanceada é

Alternativas
Comentários
  • MG + O2 ----- MgO

    balanceando:

    2Mg +O2--- 2MgO

    GABARITO:B

  • QUIMICA DO COLEGIO NAVAL E A MAIS FACIL QUE EU JA EM TODAS AS PROVAS, NEM A EAM E ASSIM TAO NA CARA


ID
2528353
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Considere os seguintes processos:


I- Atração do ferro pelo ímã.

II- Combustão da gasolina.

III- Desaparecimento de bolinhas de naftalina.

IV- Enferrujamento de um prego.


São processos químicos somente

Alternativas
Comentários
  • Processos quimicos ocorre a tranformação da matéria, ou seja, ao se ter uma reação quimica estará modificando a estutura da máteria, não tendo mais suas propriedades iniciais.

  • Combustão é irreversível

    Ferrugem é irreversível

    Ora, se é irreversível é reação química! Eu consigo voltar ao estado inicial? Não!

  • De início, vale lembrar que, nos processos químicos, ocorre a alteração da composição química dos materiais, o que resulta na modificação de suas propriedades iniciais. Além disso, vale lembrar as principais evidências de fenômenos químicos: mudança de cor; liberação de energia; formação de sólido; liberação de gás; e liberação de fumaça. Essas evidências nos ajudam naqueles casos que ainda possam parecer duvidosos.

    Item I: processo físico. Não há modificação da composição química nem do ferro e nem do imã.

    Item II: processo químico. Nas combustões em geral ocorre liberação de energia na forma de calor e de luz, que são evidências de fenômenos químicos. No caso específico da gasolina que corresponde a uma coleção de hidrocarbonetos (compostos orgânicos constituídos somente por carbono e hidrogênio), suas moléculas ao reagir com o oxigênio (O2) atmosférico forma gás carbônico (CO2) e água.

    Item III: processo físico. É o item que mais pode gerar dúvidas, pois alguns alunos poderiam pensar que a naftalina reagiu com o oxigênio por exemplo. No entanto, sabemos que, no processo de desaparecimento da naftalina, não há liberação de energia na forma de calor. Portanto, temos, nesse caso, a sublimação da naftalina, ou seja, passagem direta do estado sólido para o líquido, o que resulta em seu desaparecimento a olho nu. 

    Item IV processo químico. A formação de ferrugem corresponde na transformação do ferro metálico, na presença de oxigênio atmosférico, em óxido de ferro III (Fe2O3), o que é evidenciado pela mudança de cor.

    ESTRATÉGIA.

    Resposta: letra D 

  • Processo químico: Altera a natureza da matéria, irreversível.


ID
2528356
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

O elemento químico AI (alumínio), largamente utilizado em utensílios domésticos, tem número atômico 13, número de massa 27 e seu íon Al3+ é muito utilizado no solo. Assinale a opção que apresenta, respectivamente, o número de prótons, elétrons e nêutrons presentes no íon AI3+.

Alternativas
Comentários
  • P=Z=13

    E=13-3=10

    N=A-P=14

    ALTERNATIVA A


ID
2528359
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Durante uma avaliação de desempenho físico, um candidato percorreu, em 12 min, a distância de 2400 metros e consumiu uma energia total estimada em 160 kcal.


Supondo que a energia consumida nessa prova possa ser usada integralmente no aquecimento de 50 kg de água, cujo calor específico vale 1 cal / g °C, é correto afirmar que a variação da temperatura da água, na escala Fahrenheit, e a velocidade média do candidato valem, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • 12 min / 60 = 0,2 h

    2400 = 2,4 km

    VM= 2,4 / 0,2 = 12 km/h

    Q=m.c.∆t

    160000 = 50000.∆T

    ∆T: 3,2° C

    ∆c/5 = ∆f/9

    3,2/ 5 = ∆f/9

    5,76

    Letra A 5,76°F e 12 Km/h.


ID
2528362
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Com relação aos conceitos da física, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • b) A patinação sobre o gelo acontece porque o aumento da pressão, exercida pelos patins, altera a temperatura de fusão do gelo.

     

    Os patins de gelo possuem uma lâmina fina, que exerce uma grande pressão sobre o gelo, o que faz com que o gelo derreta na faixa em que o patinador apoia o pé. Com isso, o patinador consegue deslizar. Outro fator que favorece o derretimento do gelo são as moléculas da superfície que se encontram livres e podem passar para o estado líquido numa temperatura menor que o ponto de fusão do gelo.

  • A: Errada, pois a luz ao encotrar outro meio transparente de índice de refração diferente pode sofrer, refração, reflexão, ocasionando um desvio 

    B; correta;

    c:Uma onda não tranporta matéria e sim energia;

    d: no processo de eletrização por contato os corpos possuem a mesmo sinal de carga, porém o módulo de cada carga vai depender do tamanho dos corpos; 

    E: não apontam precisamente para o norte geográfico

  • UMA COISA É ALTERAR A TEMPERATURA DE FUSÃO DO GELO OUTRA É DERRETER O GELO. TODAS ESTÃO ERRADA QUESTÃO MUITO MAL FEITA.

  • Questão mal redigida a temperatura de fusão se mantém a mesma, o que ocorre é o atrito do patis com o gelo esquentar o metal para derreter o gelo

  • ????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????

  • ala, os caras não sabem do assunto e vem culpar a banca kkkk a questão está certa sim.


ID
2528371
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Com relação à óptica geométrica, analise as afirmativas abaixo.


A energia solar é a conversão da luz solar em eletricidade, quer diretamente, utilizando energia fotovoltaica (PV), ou indiretamente, utilizando energia solar concentrada (CSP). Sistemas CSP usam lentes ou espelhos para focar uma grande área de luz solar em uma pequena viga, enquanto a PV converte a luz em corrente elétrica usando o efeito fotoelétrico. Sendo assim, pode-se afirmar que, no sistema CSP:  


l- as lentes são côncavas e possuem comportamento óptico divergente.

lI- as lentes são convexas e possuem comportamento óptico convergente.

III- os espelhos são côncavos e podem produzir imagem virtual.

IV- os espelhos são convexos e podem produzir imagem virtual.

V- a pequena viga encontra-se no ponto focal dos espelhos e das lentes.


Assinale a opção correta.

Alternativas

ID
2528380
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

A divisão celular é o processo que ocorre nos seres vivos por meio do qual uma célula, chamada célula-mãe, divide-se em células-filhas, com informações genéticas relativas à espécie. Dependendo do tipo de célula, esta se dividirá por mitose ou por meiose, eventos complexos que fazem parte do ciclo celular. A mitose é importante por diversos motivos, EXCETO porque

Alternativas
Comentários
  • LETRA C

    As células eucariontes são capazes de realizar dois importantes processos de divisão celular: a mitose e a meiose. Na mitose, uma célula diploide dá origem a duas células diploides iguais à célula-mãe e, na meiose, uma célula diploide origina quatro células haploides, ou seja, com metade do número de cromossomos da espécie.

    http://brasilescola.uol.com.br/biologia/celulas-eucariontes.htm

     

  • A divisão que ocorre nas celulas, podem ser do tipo mitose, que ocorre nos orgaos e tecidos e meiose que ocorre das celulas reprodutivas. A mitose é muito importante e as celulas-filhas são identicas à celula-mae.

    Altenativa correta: Letra C


  • Na mitose, as células filhas são geneticamente iguais às da mãe porque não acontece o crossing over. Na meiose, ocorre o crossing over e os cromossomos homólogos "trocam pedaços" entre si, assim, as filhas são geneticamente diferentes da mãe.


ID
2528383
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro, os atletas, para atingirem melhores resultados, faziam uma dieta rigorosa com alguns alimentos específicos como frango, ovos, banana e leite, pois possuem nutrientes que irão proporcionar ao ser humano força, velocidade e resistência necessária para a competição. Assinale a opção que indica a ordem correta dos órgãos que esses alimentos percorrem desde a sua ingestão até a eliminação do que não for necessário para o organismo.

Alternativas
Comentários
  • Nos seres humanos, que são organismos que possuem sistema digestorio cmpleto, o caminho que os alimentos percorre é o seguinte: boca, faringe, esofago, estomago, intestino delgado, intestino grosso e anus.

    Altenativa correta: Letra C


  • GABA-C

    --->Vale salientar que Pâncreas e o Fígado são órgãos acessórios do sistema digestório

  • Resolvendo por eliminação:

    Todo mundo sabe que é pelo ânus que as fezes são eliminadas

    Elimina a Letra D

    Faringe vem antes do esôfago,

    Elimina as Letras B e E

    Na Letra A estão faltando orgãos

    Elimina a Letra A

    GABARITO: LETRA C

    Me acompanhe no YouTube, onde tenho diversas resoluções de questões ↙

    https://www.youtube.com/c/ConcurseirodeElite


ID
2528386
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Diversas doenças que acometem os seres humanos são causadas por microrganismos. Duas doenças muito comuns são o tétano e a candidíase oral, que são causadas por bactéria e fungo, respectivamente. O tétano é causado pela bactéria Clostridium tetani, que pode penetrar no organismo por cortes na pele com objetos contaminados. Já a candidíase oral, também chamada de “Sapinho", é causada principalmente pelo fungo Candida albicans, que é encontrado na nossa flora microbiana. No entanto, quando o sistema imunológico está enfraquecido, a população de fungos aumenta causando infecções na boca. Sendo assim, assinale a opção que apresenta, respectivamente, características de bactérias e fungos.

Alternativas
Comentários
  • As bactérias e os fungos são organismos de grupos diferentes e apresentam características diferentes entre sim, como por exemplo, um é procarionte (bactéria) e o outro eucarionte (fungo), as bactérias possuem uma parede bacteriana enquanto que os fungos apresentam parede de quitina, porem tem características comuns também, como o fato de serem unicelulares.

    Alternativa correta: Letra A

  • são procariontes (não possuem núcleo formado). unicelulares. Ex: Bactérias e Cianobactérias.


  • Unicelular e procariontes = Bactérias


ID
2528389
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Assinale a opção que apresenta métodos contraceptivos de barreira, hormonal e intrauterino, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • Atualmente temos vários tipos de métodos contraceptivos disponíveis para uso, podendo ser de barreira (camisinhas femininas e masculinas), hormonais (pilula e adesivo anticoncepcional, pilula do dia seguinte) e intrauterino (DIU, implante, diafragma).

    Alternativa correta: Letra B