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Prova CEV-URCA - 2017 - URCA - PROVA II: Biologia, Geografia, Língua Portuguesa e Inglês


ID
5372359
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Com raras exceções a regra, a energia entra nas cadeias alimentares da vida no nosso planeta a partir de uma substância que repassa essa energia para outros sistemas moléculas. Essa molécula é:

Alternativas

ID
5372362
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Qual a probabilidade de um casal heterozigoto para uma herança condicionada por um par de genes autossômicos terem um descendente homozigoto?

Alternativas
Comentários
  • A a

    A AA Aa

    a Aa aa

    50% de chance.


ID
5372365
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia

Na antiguidade, pensadores e pesquisadores discutiam o aparecimento e produção de vermes, larvas de insetos, ratos, piolhos e germes em algumas condições especiais. Essa disputa filosófica e científica formou duas correntes de pesquisadores: os Biogenistas e os Abiogenistas. Atualmente a teoria da biogênese (uma vida é originária de outra vida) é a única aceita pelo meio científico. Assinale a alternativa que tem apenas nomes de pesquisadores que defenderam a teoria da biogênese.

Alternativas

ID
5372371
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

As células eucariontes são caracterizadas por conjuntos membranosos denominados organelas citoplasmáticas. Esses sistemas possuem funções específicas fundamentais para o funcionamento celular. O conjunto de sistemas membranosos tubulares que muitas vezes, ocorre por quase todo o citoplasma, com função de transporte intracelular e em algumas porções, produção de lipídios é denominado:

Alternativas

ID
5372374
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

O lixo é um dos problemas ambientais mais preocupantes no mundo atual. Porém, muitas pessoas dentro dos centros urbanos vivem do lixo. Sobre essa questão, assinale a opção CORRETA.

Alternativas

ID
5372377
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

A febre amarela voltou as áreas urbanas do Brasil. Essa doença não ocorria nessas áreas desde 1942. Assinale a alternativa que traz vetores dessa doença:

Alternativas
Comentários
  • RESP: LETRA A

    culex sp: filariose (elefantíase)

    Haemagogus sp  febre amarela silvestre

    Anopheles maculipennis É o agente transmissor da malária e, em alguns casos, da filariose. 

    • Zika, dengue e chikungunya → Aedes aegypti e Aedes albopictus
    • Febre amarelaAedes sp., Sabethes sp., Haemagogus sp.
    • Malária → Anopheles sp. (mosquito-prego)
    • Leishmaniose → flebótomos (mosquito-palha)
    • FIlariose → Culex sp.

    Gabarito : (A)


ID
5372380
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Ciências
Assuntos

O fato de alguns insetos se locomoverem sobre a superfície da água e algumas espécies de plantas crescerem por cima da superfície da água é também uma das propriedades que deixa as células individualizadas e coesas. Essa propriedade físico-química da água é denominada:

Alternativas

ID
5372383
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Os lipídios são substâncias caracterizadas por baixa capacidade de dissolução em água. Marque a alternativa INCORRETA sobre a importância dos lipídios para os seres vivos.

Alternativas
Comentários
  • erro da A: os catalisadores biológicos são as enzimas que em sua maioria são proteínas e não lipídios!!!

ID
5372389
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Jean-Baptiste Lamarck foi pioneiro no estudo da evolução das espécies. Foi o primeiro pesquisador a afirmar que as espécies evoluíam ao longo do tempo, sendo o meio o fator primordial da influência evolutiva. Apesar da base da teoria proposta por esse naturalista não ser aceita atualmente pelo meio científico ele foi o precursor da teoria melhor fundamentada por Darwin. Marque a alternativa que indica os dois pontos principais da Teoria que ficou conhecida por lamarckismo:

Alternativas
Comentários
  • Lamarck acreditava que se um ser adquirisse uma característica seria passada para a frente.

    Lei do uso e desuso: os seres adquirem características para melhor se adaptarem ao ambiente ou perdem outras por não serem mais úteis.

    ex: girafa tem pescoço grande porque precisou ficar maior para pegar as folhas no alto das árvores.

    GAB D

    APMBB


ID
5372392
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Analise a descrição abaixo: "Grupo de plantas de pequeno porte, encontradas em locais úmidos e sombreados, que crescem no solo ou sobre os troncos das árvores. Há poucas espécies dulcícolas e nenhuma marinha. Este grupo de plantas apresenta rizóides e não possui vasos condutores". Após a análise do texto, assinale a alternativa que apresenta o nome do grupo das plantas com as características apresentadas.

Alternativas
Comentários
  • "e não possui vasos condutores"

    característica das Briófitas.

  • O único grupo de plantas que não possui vasos condutores é o das briófitas.

    GAB E.


ID
5372398
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

De uma maneira geral, as glândulas são classificadas em dois tipos básicos: Endócrinas e exócrinas. Essas últimas são caracterizadas por:

Alternativas

ID
5372401
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Observe atentamente a descrição a seguir: Monóico, com clitelo, moela, nefrídeos, cerdas, circulação fechada e respiração cutânea. Você diria que esse animal é... responda corretamente.

Alternativas
Comentários
  • - As minhocas se alimentam de organismos animais mortos e diversos tipos de vegetação (plantas e folhas). Durante o movimento, elas ingerem terra, aproveitando todo material orgânico e eliminando a terra.

     

    - As minhocas não possuem sistema auditivo nem mesmo visual.

     

    - Vivem enterradas, construindo galerias e canais, arejando a terra.

     

    - São muito usadas na pesca como iscas pelos pescadores.

     

    - Seu corpo é formado por anéis. Numa extremidade fica a boca (sem dentes e mandíbulas) e na outra o ânus.

     

    respiração cutânea: - A respiração da minhoca ocorre na pele (respiração cutânea).

     

    Monoica: - Elas são hermafroditas, pois cada uma possui testículos e ovários. Porém, uma minhoca não é capaz de se reproduzir sozinha, necessitando sempre de uma outra para a troca de espermatozoides.

     

    - As minhocas também possuem a capacidade de regeneração.


ID
5372407
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

No dia 04 de abril de 2017, portanto, 15 dias antes da data que se comemora no Brasil o Dia do Índio, o Deputado Jair Bolsonaro em palestra no Clube Hebraico na Zona Sul do Rio de janeiro faz a seguinte fala: “Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola.”


A fala do parlamentar foi entendida para muitos como preconceituosa. Identifique nas assertivas abaixo, fatores que expliquem porque não devemos assumir atitudes preconceituosas ou de indiferença em relação as comunidades indígenas.

Alternativas

ID
5372410
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Sobre a Geopolítica do mundo atual é correto afirmarmos.

1) Estados Unidos e União Soviética alimentaram tensões internas entre o Norte e o Sul da então unificada Coreia, levando à eclosão da Guerra das Coreias em 1950.

2) O conflito na Síria surgiu junto aos movimentos da Primavera Árabe na Palestina e em Israel. A reação violenta do governo, aos protestos populares, resultou em aumento das tensões. Os rebeldes, em sua maioria muçulmanos sunitas, sofrem forte repressão de Bashar Al-Assad que pertence à minoria xiita.

3) No início dos anos 1980, o governo chinês criou as Zonas Econômicas Especiais, cujo objetivo era atrair pequenos proprietários rurais para se tornarem empresários industriais com apoio estatal.

4) Após os atentados de 11 de Setembro de 2001, o governo dos Estados Unidos da América aprovou uma série de medidas com o objetivo de proteger os cidadãos estadunidenses da ameaça representada pelo terrorismo internacional.


São corretas APENAS:

Alternativas
Comentários
  • Alternativa E.

    Quando ocorreu a divisão da Península coreana, dois governos surgiram: ao norte o governo comunista de Kim Il-Sung e ao sul o governo capitalista de Syngman Rhee. Os norte-coreanos tinham contato direto com a União Soviética, que lhes proporcionava suporte econômico e militar.

    A partir dessa base sólida, o Kim Il-Sung aflora o desejo de unificar as coreias, buscando apoio dos soviéticos para isso, que de início foi contra para não ter conflito com os EUA, mas acabou ajudando. A contribuição se deu mais por logística e suprimentos, do que propriamente por questões militares. Os chineses, sob pressão dos soviéticos, foram que forneceram milhares de soldados para os norte-coreanos.

    A Guerra das Coreias iniciou-se quando as tropas norte-coreanas ultrapassaram a fronteira para dar início à invasão da Coreia do Sul, mais precisamente em 25 de junho de 1950.

    Pós ataque de 11 de setembro, o então presidente George W. Bush assinou o USA Patriot Act (ou a “Lei Patriótica”). Esse decreto permitia que a inteligência interceptasse comunicações de pessoas supostamente envolvidas com terrorismo sem autorização judicial. Barack Obama estendeu esse decreto até 2015. Posteriormente, o Congresso decidiu substituir o Patriot Act pelo USA Freedom Act, que possui restrições quanto o manuseamento dos dados.


ID
5372413
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Em 31 de Março de 2013, o golpe militar de 1964 completou 53 anos, mas ainda está recente na memória de muitos brasileiros. O período da ditadura militar no Brasil compreende os anos de 1964 a 1985, e foi um período marcado principalmente pela repressão, tortura e censura dos meios de comunicação. Analise as alternativas abaixo e identifique a INCORRETA.

Alternativas

ID
5372419
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

O professor Emerson Ribeiro do Departamento de Geociências do Curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri, em seu “Livro Arte e Criatividade em Geografia: Práticas Pedagógicas em Instalações Geográficas”, passa uma mensagem da importância do papel dos professores e a relevância da Geografia no contexto da formação cidadã. Quando o autor enfatiza a formação cidadã o mesmo se enquadra na:

Alternativas
Comentários
  • Errei por causa disso. Nunca ouvir falar sobre pontuação para senhas...triste essa banca


ID
5372422
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população rural. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve sobretudo:

Alternativas

ID
5372425
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Ao longo da evolução da humanidade, várias teorias são criadas para explicar fenômenos naturais, e não têm sido diferente quando se estuda a dinâmica sociodemográfica, pois várias teorias têm procurado explicar a relação existente entre crescimento populacional e desenvolvimento econômico. Identifique abaixo a assertiva que se enquadra a Teoria Reformista:

Alternativas

ID
5372428
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Umberto Eco (1932-2016) é uma das personalidades que melhor poderiam definir esse regime, pois nele se combinaram a experiência própria, a erudição e a lucidez analítica. Com base nas características abaixo, identifique o regime político o qual Umberto Eco definiu.


1. Culto da tradição, dos saberes arcaicos.

2. Rechaço do modernismo. O Iluminismo, a idade da Razão, são vistos como o princípio da depravação moderna.

3. Culto da ação pela ação. Pensar é uma forma de castração. Por isso a cultura é suspeita, à medida em que é identificada com atitudes críticas.

4. Rechaço do pensamento crítico. O espírito crítico opera distinções e distinguir é sinal de modernidade.

5. Medo ao diferente, racista por definição.

6. Apelo às classes médias frustradas.

7. Nacionalismo e xenofobia.

8. Elitismo, desprezo pelos fracos.

9. Transferência da vontade de poder a questões sexuais. Machismo, ódio ao sexo não-conformista, como a homossexualidade.

Em qual regime abaixo as características se encaixam perfeitamente segundo Humberto Eco?

Alternativas
Comentários
  • CRIME OBSTÁCULO (INCRIMINAÇÃO POR PETRECHOS) SOMENTE PARA:

    • MOEDA
    • PAPÉIS PÚBLICOS
  • CRIME OBSTÁCULO (INCRIMINAÇÃO POR PETRECHOS) SOMENTE PARA:

    • MOEDA

    Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - RECLUSÃO, de 02 a 06 anos, e multa

    • PAPÉIS PÚBLICOS

    Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Pena - RECLUSÃO, de 01 a 03 anos, e multa. 

    .

    .

    .

    • GABARITO ERRADO

ID
5372431
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

No seu “Livro, ÁGUAS PARA QUE(M): Grandes obras hídricas e conflitos territoriais no Ceará”, o Professor Anderson Camargo Rodrigues Brito, nos presenteia com uma obra que aborda de uma forma crítica a forma de uso e a reprodução das Águas. Discute também, a construção de grandes obras de engenharia hidráulica e os conflitos territoriais. O mesmo fez uma abordagem muito boa sobre os caminhos das águas entre as nascentes e o vale do Cariri. Analisando a Chapada do Araripe e a existência de nascentes, identifique a assertiva que traz informações corretas.

Alternativas

ID
5372437
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

O conflito neste País nasceu do embate entre as forças leais ao Presidente Bashar Al-Assad e os rebeldes que são contra a permanência dele no poder. Em 2011, seguindo o exemplo de outros países árabes, os habitantes protestaram contra o líder autoritário. A reação do governo foi imediata e violenta e muitos moradores pegaram em armas. Foi o início da guerra civil n(o)a:

Alternativas

ID
5372443
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Moramos em um País Tropical que é inteiramente Ocidental, que está predominantemente no Hemisfério Meridional. Isso significa dizer corretamente que:

I. O Brasil está situado totalmente a oeste do meridiano de Greenwich.

II. Que o paralelo de 0º corta a porção setentrional do Brasil.

III. O sul do Brasil é cortado pelo Trópico de Capricórnio.

IV. Se um avião parte de Juazeiro do Norte rumo a Rio Branco, no Acre, levando 3 horas de voo e partindo às 16 horas, o avião deverá chegar às 19 horas.

Alternativas
Comentários
  • setentrional = norte = boreal // austral = sul

ID
5372446
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A Ciência Geográfica transita por muitas áreas de conhecimento e agrega saberes de uma forma particular, procurando sempre dar-lhe significado espacial. Assim sendo, observe a expressão destacada e assinale a alternativa INCORRETA em relação ao seu conceito.

Alternativas

ID
5372449
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ESPINHOS E FLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


                                                                                                        

(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160­-165)

O texto acima é parte do livro Triste Fim Policarpo Quaresma, de Lima Barreto. Sobre a ideia global do texto, podemos dizer:

Alternativas

ID
5372452
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ESPINHOS E FLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


                                                                                                        

(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160­-165)

... e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. No excerto acima a voz narrativa utiliza uma figura de linguagem denominada de:

Alternativas

ID
5372455
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ESPINHOS E FLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


                                                                                                        

(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160­-165)

Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico... Sem prejuízo das ideias do texto, as palavras destacadas poderiam ser substituídas, respectivamente, por:

Alternativas

ID
5372458
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

ESPINHOS E FLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


                                                                                                        

(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160­-165)

É correto afirmar sobre as personagens da narrativa de Lima Barreto, EXCETO:

Alternativas

ID
5372461
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ESPINHOS E FLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


                                                                                                        

(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160­-165)

Ainda sobre Triste fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar:


I - O texto faz intertextualidade com Dom Quixote; o autor estabelece comparação, tendo em vista que ambos não viviam a realidade, viviam seus sonhos e objetivos, embora parecesse estranho para os outros.

II - A obra está dividida em três partes: na primeira Policarpo começa a apreender violão e busca nas modinhas brasileiras o resgate da cultura. Na segunda, ele se muda para o sítio, buscando assim retirar das terras brasileiras seu sustento e acreditando que com tanta terra fértil, o melhor a ser feito era ser aproveitado. Já na terceira e última parte, o Major busca através de sua participação na revolta transformar o país.

III - Quaresma fica determinado a cumprir seu objetivo, que manda uma carta ao governo, em língua tupi, dando o pontapé inicial aos problemas que o acompanham até o fim do livro.

IV - Policarpo Quaresma era conhecido por todos como Major devido a seu trabalho no Exercito Brasileiro. Era um patriota apaixonado pelo Brasil e além de seu trabalho, era visto com muita curiosidade por todos, já que era um estudioso.


Sobre as afirmativas, é correto afirmar:

Alternativas

ID
5372464
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ESPINHOS E FLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


                                                                                                        

(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160­-165)

Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não. No termo em destaque temos um caso da utilização do acento grave. A alternativa em que o acento indicativo de crase não procede é:

Alternativas

ID
5372467
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ESPINHOS E FLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


                                                                                                        

(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160­-165)

...uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesia não podem adivinhar. O termo em destaque apresenta uma regra de concordância nominal, observando a regra da Gramática Normativa, assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as palavras destacadas permanecem invariáveis:

Alternativas

ID
5372470
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ESPINHOS E FLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


                                                                                                        

(Triste Fim de Policarpo Quaresma, pp.160­-165)

algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas. Dadas as proposições abaixo, marque a opção que preenche corretamente as lacunas:


Major Quaresma saiu ____ alguns minutos.

O mapa indica que o subúrbio fica ____ meia hora daqui.

Daqui ____ um ano iremos viajar.

Não vejo Ricardo Coração dos Outros ____ dias.

Alternativas
Comentários
  • HÁ (tempo decorrido) A (tempo futuro) ele saiu HÁ algumas horas eu passarei daqui A dois anos

ID
5372473
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Cada pessoa/ que chegava/ se impressionava com o nacionalismo exagerado, /embora não o compreendesse.

Há no fragmento acima, três orações, assim distribuídas: 1. Cada pessoa se impressionava com o nacionalismo exagerado; 2. Que chegava; 3. Embora não o compreendesse. A primeira oração é:

Alternativas

ID
5372476
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Cada pessoaque chegavase impressionava com o nacionalismo exagerado, /embora não o compreendesse.

Há no fragmento acima, três orações, assim distribuídas: 1. Cada pessoa se impressionava com o nacionalismo exagerado; 2. Que chegava; 3. Embora não o compreendesse. A segunda oração é:



Alternativas
Comentários
  • CORRETA LETRA D

    Oração subordinada adjetiva, PRONOME QUE se refere a pessoa, qualifica a oração principal.

    Não pare de estudar, Deus é contigo.


ID
5372479
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Cada pessoa/ que chegava/ se impressionava com o nacionalismo exagerado, /embora não o compreendesse.

Há no fragmento acima, três orações, assim distribuídas: 1. Cada pessoa se impressionava com o nacionalismo exagerado; 2. Que chegava; 3. Embora não o compreendesse. A terceira oferece uma ideia de:

Alternativas

ID
5372482
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

Sobre a obra Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, é correto afirmar:

Alternativas

ID
5372485
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

Sobre o romance de Eça de Queirós, A Cidade e as Serras, publicado em 1901, podemos afirmar que:

Alternativas

ID
5372488
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

Ainda sobre o romance de Eça de Queirós é correto afirmar:

Alternativas

ID
5372491
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

Também faz parte da obra de Eça de Queirós:

Alternativas

ID
5372494
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

VEGAN VS VEGETARIAN – WHAT’S THE DIFFERENCE?

 

By Alina Petre

     

    Vegetarian diets have reportedly been around since as early as 700 B.C. Several typesexist and individuals may practice them for a variety of reasons, including health, ethics, environmentalism and religion. Vegan diets are a little more recent, but are getting a good amount of press.

 

What is a vegetarian diet?

 

     According to the Vegetarian Society, a vegetarian is someone who does not eat any meat, poultry, game, fish, shellfish or by-products of animal slaughter. Vegetarian diets contain various levels of fruits, vegetables, grains, pulses, nuts and seeds. The inclusion of dairy and eggs depends on the type of diet you follow.

 

The most common types of vegetarians include:

 

• Lacto-ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal flesh, but do consume dairy and egg products.

• Lacto vegetarians: Vegetarians who avoid animal flesh and eggs, but do consume dairy products.

• Ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal products except eggs.

• Vegans: Vegetarians who avoid all animal and animal-derived products.

 

   Those  who do not eat  meat  or poultry but  do consume  fish are considered pescatarians, whereas part-time vegetarians are often referred to as flexitarians.

    Although sometimes considered vegetarians, pescatarians and flexitarians do eat animal flesh. Therefore, they do not technically fall under the definition of vegetarianism.

 

From: https://goo.gl/n9yEy1. Accessed on 03/22/2017

According to the text, it is right to say that:

Alternativas

ID
5372497
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

VEGAN VS VEGETARIAN – WHAT’S THE DIFFERENCE?

 

By Alina Petre

     

    Vegetarian diets have reportedly been around since as early as 700 B.C. Several typesexist and individuals may practice them for a variety of reasons, including health, ethics, environmentalism and religion. Vegan diets are a little more recent, but are getting a good amount of press.

 

What is a vegetarian diet?

 

     According to the Vegetarian Society, a vegetarian is someone who does not eat any meat, poultry, game, fish, shellfish or by-products of animal slaughter. Vegetarian diets contain various levels of fruits, vegetables, grains, pulses, nuts and seeds. The inclusion of dairy and eggs depends on the type of diet you follow.

 

The most common types of vegetarians include:

 

• Lacto-ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal flesh, but do consume dairy and egg products.

• Lacto vegetarians: Vegetarians who avoid animal flesh and eggs, but do consume dairy products.

• Ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal products except eggs.

• Vegans: Vegetarians who avoid all animal and animal-derived products.

 

   Those  who do not eat  meat  or poultry but  do consume  fish are considered pescatarians, whereas part-time vegetarians are often referred to as flexitarians.

    Although sometimes considered vegetarians, pescatarians and flexitarians do eat animal flesh. Therefore, they do not technically fall under the definition of vegetarianism.

 

From: https://goo.gl/n9yEy1. Accessed on 03/22/2017

A vegan would easily eat:

Alternativas

ID
5372500
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

VEGAN VS VEGETARIAN – WHAT’S THE DIFFERENCE?

 

By Alina Petre

     

    Vegetarian diets have reportedly been around since as early as 700 B.C. Several typesexist and individuals may practice them for a variety of reasons, including health, ethics, environmentalism and religion. Vegan diets are a little more recent, but are getting a good amount of press.

 

What is a vegetarian diet?

 

     According to the Vegetarian Society, a vegetarian is someone who does not eat any meat, poultry, game, fish, shellfish or by-products of animal slaughter. Vegetarian diets contain various levels of fruits, vegetables, grains, pulses, nuts and seeds. The inclusion of dairy and eggs depends on the type of diet you follow.

 

The most common types of vegetarians include:

 

• Lacto-ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal flesh, but do consume dairy and egg products.

• Lacto vegetarians: Vegetarians who avoid animal flesh and eggs, but do consume dairy products.

• Ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal products except eggs.

• Vegans: Vegetarians who avoid all animal and animal-derived products.

 

   Those  who do not eat  meat  or poultry but  do consume  fish are considered pescatarians, whereas part-time vegetarians are often referred to as flexitarians.

    Although sometimes considered vegetarians, pescatarians and flexitarians do eat animal flesh. Therefore, they do not technically fall under the definition of vegetarianism.

 

From: https://goo.gl/n9yEy1. Accessed on 03/22/2017

The main difference between a vegan and a vegetarian is that:

Alternativas

ID
5372503
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

VEGAN VS VEGETARIAN – WHAT’S THE DIFFERENCE?

 

By Alina Petre

     

    Vegetarian diets have reportedly been around since as early as 700 B.C. Several typesexist and individuals may practice them for a variety of reasons, including health, ethics, environmentalism and religion. Vegan diets are a little more recent, but are getting a good amount of press.

 

What is a vegetarian diet?

 

     According to the Vegetarian Society, a vegetarian is someone who does not eat any meat, poultry, game, fish, shellfish or by-products of animal slaughter. Vegetarian diets contain various levels of fruits, vegetables, grains, pulses, nuts and seeds. The inclusion of dairy and eggs depends on the type of diet you follow.

 

The most common types of vegetarians include:

 

• Lacto-ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal flesh, but do consume dairy and egg products.

• Lacto vegetarians: Vegetarians who avoid animal flesh and eggs, but do consume dairy products.

• Ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal products except eggs.

• Vegans: Vegetarians who avoid all animal and animal-derived products.

 

   Those  who do not eat  meat  or poultry but  do consume  fish are considered pescatarians, whereas part-time vegetarians are often referred to as flexitarians.

    Although sometimes considered vegetarians, pescatarians and flexitarians do eat animal flesh. Therefore, they do not technically fall under the definition of vegetarianism.

 

From: https://goo.gl/n9yEy1. Accessed on 03/22/2017

Why can´t pescatarians and flexitarians be considered vegetarians?

Alternativas

ID
5372506
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

VEGAN VS VEGETARIAN – WHAT’S THE DIFFERENCE?

 

By Alina Petre

     

    Vegetarian diets have reportedly been around since as early as 700 B.C. Several typesexist and individuals may practice them for a variety of reasons, including health, ethics, environmentalism and religion. Vegan diets are a little more recent, but are getting a good amount of press.

 

What is a vegetarian diet?

 

     According to the Vegetarian Society, a vegetarian is someone who does not eat any meat, poultry, game, fish, shellfish or by-products of animal slaughter. Vegetarian diets contain various levels of fruits, vegetables, grains, pulses, nuts and seeds. The inclusion of dairy and eggs depends on the type of diet you follow.

 

The most common types of vegetarians include:

 

• Lacto-ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal flesh, but do consume dairy and egg products.

• Lacto vegetarians: Vegetarians who avoid animal flesh and eggs, but do consume dairy products.

• Ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal products except eggs.

• Vegans: Vegetarians who avoid all animal and animal-derived products.

 

   Those  who do not eat  meat  or poultry but  do consume  fish are considered pescatarians, whereas part-time vegetarians are often referred to as flexitarians.

    Although sometimes considered vegetarians, pescatarians and flexitarians do eat animal flesh. Therefore, they do not technically fall under the definition of vegetarianism.

 

From: https://goo.gl/n9yEy1. Accessed on 03/22/2017

The pronoun them (first paragraph) refers to:

Alternativas

ID
5372509
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

IS A VEGAN DIET HEALTHY?


By Mary Lynch


    As a registered nutritionist, the question “Is the vegan diet healthy?” is one I get all the time, especially at this time of year.

    Frustratingly, the answer is that it depends as much on what you eat as with any other diet. Someone living purely on ready salted crisps or chips, for example, would be technically following a vegan diet, but it would in no way be healthy.

    However, research shows that there are potential benefits to a vegan diet. A recent study indicated that the average vegan diet is higher in vitamin C and fibre, and lower in saturated fat than one containing meat. In addition, statistics show that vegans have a lower BMI (height-to-weight ratio) than meat eaters – in other words, they are skinnier.

    You see, a diet without any meat or dairy products is likely to contain a lot less saturated fat, which is related to increased cholesterol levels and increased risk of heart disease. We also know that fat contains more calories per gram than other foods, and so vegans may consume fewer calories as a result. Finally, a vegan diet is generally thought to contain more cereals, fruits, vegetables, nuts and seeds than a non¬vegan diet.

    Sounds   great   right?   Not   quite.   In   terms   of   micronutrients,   a   vegan   diet   is   actually   more susceptible to being nutritionally poor. A vegan diet is naturally low in calcium, vitamin D, iron, vitamin B12, zinc and omega-3 fatty acids. Therefore, if you follow a vegan diet it is essential that you get enough of these nutrients through specific vegan food sources – and may even need to take additional supplements. We have many recipes suitable for vegans that can help, just check out our vegan section. In our features we also have this traditional hummus recipe, which contains tahini – a good source of calcium, zinc and iron, which are all micronutrients hard to get a hold of on a vegan diet.

    So there you have it: going vegan does not necessarily mean you are going to be healthier. In fact, I think that much of the improvement in diets among vegans is a result of education rather than going meat free. In other words, if someone chooses to go vegan they are more likely to care about what they are eating and therefore are more likely to educate themselves on the types of foods they should and should not be eating.


From: https://goo.gl/AwDYY7. Accessed on 03/22/2017.

According to the text, it is right to say that:

Alternativas

ID
5372512
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês

IS A VEGAN DIET HEALTHY?


By Mary Lynch


    As a registered nutritionist, the question “Is the vegan diet healthy?” is one I get all the time, especially at this time of year.

    Frustratingly, the answer is that it depends as much on what you eat as with any other diet. Someone living purely on ready salted crisps or chips, for example, would be technically following a vegan diet, but it would in no way be healthy.

    However, research shows that there are potential benefits to a vegan diet. A recent study indicated that the average vegan diet is higher in vitamin C and fibre, and lower in saturated fat than one containing meat. In addition, statistics show that vegans have a lower BMI (height-to-weight ratio) than meat eaters – in other words, they are skinnier.

    You see, a diet without any meat or dairy products is likely to contain a lot less saturated fat, which is related to increased cholesterol levels and increased risk of heart disease. We also know that fat contains more calories per gram than other foods, and so vegans may consume fewer calories as a result. Finally, a vegan diet is generally thought to contain more cereals, fruits, vegetables, nuts and seeds than a non¬vegan diet.

    Sounds   great   right?   Not   quite.   In   terms   of   micronutrients,   a   vegan   diet   is   actually   more susceptible to being nutritionally poor. A vegan diet is naturally low in calcium, vitamin D, iron, vitamin B12, zinc and omega-3 fatty acids. Therefore, if you follow a vegan diet it is essential that you get enough of these nutrients through specific vegan food sources – and may even need to take additional supplements. We have many recipes suitable for vegans that can help, just check out our vegan section. In our features we also have this traditional hummus recipe, which contains tahini – a good source of calcium, zinc and iron, which are all micronutrients hard to get a hold of on a vegan diet.

    So there you have it: going vegan does not necessarily mean you are going to be healthier. In fact, I think that much of the improvement in diets among vegans is a result of education rather than going meat free. In other words, if someone chooses to go vegan they are more likely to care about what they are eating and therefore are more likely to educate themselves on the types of foods they should and should not be eating.


From: https://goo.gl/AwDYY7. Accessed on 03/22/2017.

About vegan diet, you can NOT say that:

Alternativas

ID
5372515
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

IS A VEGAN DIET HEALTHY?


By Mary Lynch


    As a registered nutritionist, the question “Is the vegan diet healthy?” is one I get all the time, especially at this time of year.

    Frustratingly, the answer is that it depends as much on what you eat as with any other diet. Someone living purely on ready salted crisps or chips, for example, would be technically following a vegan diet, but it would in no way be healthy.

    However, research shows that there are potential benefits to a vegan diet. A recent study indicated that the average vegan diet is higher in vitamin C and fibre, and lower in saturated fat than one containing meat. In addition, statistics show that vegans have a lower BMI (height-to-weight ratio) than meat eaters – in other words, they are skinnier.

    You see, a diet without any meat or dairy products is likely to contain a lot less saturated fat, which is related to increased cholesterol levels and increased risk of heart disease. We also know that fat contains more calories per gram than other foods, and so vegans may consume fewer calories as a result. Finally, a vegan diet is generally thought to contain more cereals, fruits, vegetables, nuts and seeds than a non¬vegan diet.

    Sounds   great   right?   Not   quite.   In   terms   of   micronutrients,   a   vegan   diet   is   actually   more susceptible to being nutritionally poor. A vegan diet is naturally low in calcium, vitamin D, iron, vitamin B12, zinc and omega-3 fatty acids. Therefore, if you follow a vegan diet it is essential that you get enough of these nutrients through specific vegan food sources – and may even need to take additional supplements. We have many recipes suitable for vegans that can help, just check out our vegan section. In our features we also have this traditional hummus recipe, which contains tahini – a good source of calcium, zinc and iron, which are all micronutrients hard to get a hold of on a vegan diet.

    So there you have it: going vegan does not necessarily mean you are going to be healthier. In fact, I think that much of the improvement in diets among vegans is a result of education rather than going meat free. In other words, if someone chooses to go vegan they are more likely to care about what they are eating and therefore are more likely to educate themselves on the types of foods they should and should not be eating.


From: https://goo.gl/AwDYY7. Accessed on 03/22/2017.

According to the text, meat and dairy products:

Alternativas

ID
5372518
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

IS A VEGAN DIET HEALTHY?


By Mary Lynch


    As a registered nutritionist, the question “Is the vegan diet healthy?” is one I get all the time, especially at this time of year.

    Frustratingly, the answer is that it depends as much on what you eat as with any other diet. Someone living purely on ready salted crisps or chips, for example, would be technically following a vegan diet, but it would in no way be healthy.

    However, research shows that there are potential benefits to a vegan diet. A recent study indicated that the average vegan diet is higher in vitamin C and fibre, and lower in saturated fat than one containing meat. In addition, statistics show that vegans have a lower BMI (height-to-weight ratio) than meat eaters – in other words, they are skinnier.

    You see, a diet without any meat or dairy products is likely to contain a lot less saturated fat, which is related to increased cholesterol levels and increased risk of heart disease. We also know that fat contains more calories per gram than other foods, and so vegans may consume fewer calories as a result. Finally, a vegan diet is generally thought to contain more cereals, fruits, vegetables, nuts and seeds than a non¬vegan diet.

    Sounds   great   right?   Not   quite.   In   terms   of   micronutrients,   a   vegan   diet   is   actually   more susceptible to being nutritionally poor. A vegan diet is naturally low in calcium, vitamin D, iron, vitamin B12, zinc and omega-3 fatty acids. Therefore, if you follow a vegan diet it is essential that you get enough of these nutrients through specific vegan food sources – and may even need to take additional supplements. We have many recipes suitable for vegans that can help, just check out our vegan section. In our features we also have this traditional hummus recipe, which contains tahini – a good source of calcium, zinc and iron, which are all micronutrients hard to get a hold of on a vegan diet.

    So there you have it: going vegan does not necessarily mean you are going to be healthier. In fact, I think that much of the improvement in diets among vegans is a result of education rather than going meat free. In other words, if someone chooses to go vegan they are more likely to care about what they are eating and therefore are more likely to educate themselves on the types of foods they should and should not be eating.


From: https://goo.gl/AwDYY7. Accessed on 03/22/2017.

What is the alert the text makes about a vegan diet?

Alternativas

ID
5372521
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

IS A VEGAN DIET HEALTHY?


By Mary Lynch


    As a registered nutritionist, the question “Is the vegan diet healthy?” is one I get all the time, especially at this time of year.

    Frustratingly, the answer is that it depends as much on what you eat as with any other diet. Someone living purely on ready salted crisps or chips, for example, would be technically following a vegan diet, but it would in no way be healthy.

    However, research shows that there are potential benefits to a vegan diet. A recent study indicated that the average vegan diet is higher in vitamin C and fibre, and lower in saturated fat than one containing meat. In addition, statistics show that vegans have a lower BMI (height-to-weight ratio) than meat eaters – in other words, they are skinnier.

    You see, a diet without any meat or dairy products is likely to contain a lot less saturated fat, which is related to increased cholesterol levels and increased risk of heart disease. We also know that fat contains more calories per gram than other foods, and so vegans may consume fewer calories as a result. Finally, a vegan diet is generally thought to contain more cereals, fruits, vegetables, nuts and seeds than a non¬vegan diet.

    Sounds   great   right?   Not   quite.   In   terms   of   micronutrients,   a   vegan   diet   is   actually   more susceptible to being nutritionally poor. A vegan diet is naturally low in calcium, vitamin D, iron, vitamin B12, zinc and omega-3 fatty acids. Therefore, if you follow a vegan diet it is essential that you get enough of these nutrients through specific vegan food sources – and may even need to take additional supplements. We have many recipes suitable for vegans that can help, just check out our vegan section. In our features we also have this traditional hummus recipe, which contains tahini – a good source of calcium, zinc and iron, which are all micronutrients hard to get a hold of on a vegan diet.

    So there you have it: going vegan does not necessarily mean you are going to be healthier. In fact, I think that much of the improvement in diets among vegans is a result of education rather than going meat free. In other words, if someone chooses to go vegan they are more likely to care about what they are eating and therefore are more likely to educate themselves on the types of foods they should and should not be eating.


From: https://goo.gl/AwDYY7. Accessed on 03/22/2017.

According to the text, people who follow a vegan diet:

Alternativas
Comentários
  • Assim como apesar de e apesar de que.


ID
5372524
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

IS A VEGAN DIET HEALTHY?


By Mary Lynch


    As a registered nutritionist, the question “Is the vegan diet healthy?” is one I get all the time, especially at this time of year.

    Frustratingly, the answer is that it depends as much on what you eat as with any other diet. Someone living purely on ready salted crisps or chips, for example, would be technically following a vegan diet, but it would in no way be healthy.

    However, research shows that there are potential benefits to a vegan diet. A recent study indicated that the average vegan diet is higher in vitamin C and fibre, and lower in saturated fat than one containing meat. In addition, statistics show that vegans have a lower BMI (height-to-weight ratio) than meat eaters – in other words, they are skinnier.

    You see, a diet without any meat or dairy products is likely to contain a lot less saturated fat, which is related to increased cholesterol levels and increased risk of heart disease. We also know that fat contains more calories per gram than other foods, and so vegans may consume fewer calories as a result. Finally, a vegan diet is generally thought to contain more cereals, fruits, vegetables, nuts and seeds than a non¬vegan diet.

    Sounds   great   right?   Not   quite.   In   terms   of   micronutrients,   a   vegan   diet   is   actually   more susceptible to being nutritionally poor. A vegan diet is naturally low in calcium, vitamin D, iron, vitamin B12, zinc and omega-3 fatty acids. Therefore, if you follow a vegan diet it is essential that you get enough of these nutrients through specific vegan food sources – and may even need to take additional supplements. We have many recipes suitable for vegans that can help, just check out our vegan section. In our features we also have this traditional hummus recipe, which contains tahini – a good source of calcium, zinc and iron, which are all micronutrients hard to get a hold of on a vegan diet.

    So there you have it: going vegan does not necessarily mean you are going to be healthier. In fact, I think that much of the improvement in diets among vegans is a result of education rather than going meat free. In other words, if someone chooses to go vegan they are more likely to care about what they are eating and therefore are more likely to educate themselves on the types of foods they should and should not be eating.


From: https://goo.gl/AwDYY7. Accessed on 03/22/2017.

The suffix –y in the words healthy (1st paragraph) and fatty (5th paragraph) gives the idea of:

Alternativas

ID
5372530
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

According to the strip from Question 12, we can conclude that:

Alternativas

ID
5372533
Banca
CEV-URCA
Órgão
URCA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

Which recipe is an example of a vegan dish?

Alternativas