A revista dos Annales foi fundada em 1929 tendo como principais mentores Marc Bloch e Lucian Febvre. Sua nova abordagem para o estudo da História trouxe conseqüências e influências até os dias de hoje.
A revista se consagrou conjuntamente com a obra de seus principais fundadores . O movimento dos Annales, normalmente chamado de Escola dos Annales, não possui exatamente, os elementos que constituem uma escola, rigidamente organizada fechada estritamente em torno de uma convicção ou paradigma.
Para o entendimento da formação e da configuração do que consideramos como os Annales, torna-se mais acertado entendê-lo como um movimento, que não se restringe somente às publicações contidas nos “Annales d’histoire économique et sociale”.
Entre as obras de maior destaque daqueles que compuseram o movimento dos Annales encontram-se os “Reis Taumaturgos” de Marc Bloch, publicado em 1924, ou seja, antes da fundação da revista, e o “O Mediterrâneo” de Fernand Braude.
No início do século XX, nota-se na França um constante debate entre historiadores e sociólogos, que trouxeram aproximações e ferrenhas distinções entre as duas disciplinas. O texto de Simiand encontra -se situado entre estas constantes discussões e debates. O autor acreditava que seria possível uma unidade metodológica para todas as ciências sociais, incluindo a História. No entanto, a interdisciplinaridade que defendia, era concebida a partir da existência de um modelo unificado que serviria para todas as áreas do conhecimento humano.
Diferente do que propunham os sociólogos, a partir dos anos 30 e por mais de uma geração, o que ocorre é que a História será o centro das atenções entre as ciências sociais, ou as ciências do Homem, como costuma-se denominar na França. A partir dos Annales, a História deixa de ser uma disciplina preocupada com os meandros políticos, para assumir a questão do social. Procurar entender a sociedade, as formas de sociabilidade, nos diversos tempos vividos pelo homem, que caracteriza-se por ser um ser social.
Fontes :http://www.nomads.usp.br/documentos/textos/modos_vida/05_annales/annales.htm
A Revista “Annales d'Histoire Économique et Sociale" foi lançada em 1929 por Lucien Febvre e Marc Bloch. O objetivo do periódico era demonstrar outras formas de interpretação historiográfica que não fossem apenas a positivista. Esta, baseada em documentos oficiais, conta a história dos vencedores que, por sua vez, sedimentariam o progresso e a ordem. Este movimento historiográfico ficou conhecido como “Escola dos Annales".
As histórias apresentadas na revista eram narradas em forma de crônica. O objetivo era analisá-las em processos de longa duração para que fosse possível compreender melhor as mentalidades das civilizações. Assim, a história produzida pela Escola dos Annales foi considerada mais vasta porque introduz a análise de novos elementos e atores sociais para propiciar o conhecimento das sociedades. A Nova História ampliou os aspectos da vida humana e os ligou à análise das estruturas.
Para Marc Bloch, a história é a ciência das sociedades humanas e para tal estudo do passado necessita se conectar com outras disciplinas das ciências sociais. O objetivo da Nova História é compreender o passado humano como uma análise conjuntural e estrutural.
O conhecimento sobre a metodologia da Nova História, assim como o seu contexto histórico, é necessário para que seja possível responder a questão. O estudo da Nova História é parte integrante da cadeira de Teoria de História, na graduação . Aquele que almeja o lugar de professor de História tem acesso à bibliografia específica sobre o tema. Especial destaque para os trabalhos de Marc Bloch, Pierre Nora e Jacques Le Goff.
Uma das opções apresenta uma ideia correta acerca da Nova História.
A) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta, pois somente haverá a disciplina História caso o historiador verifique, registre e interprete as fontes históricas deixadas pelos sujeitos e analise- as junto às estruturas de curta e de longa duração em seus respectivos tempos. Logo, a interpretação faz parte da construção da historiografia na Nova História.
B) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta, pois quem faz a História são sujeitos históricos e como sujeitos tem uma subjetividade baseada na individualidade e nas circunstâncias sociais nas quais ele está inserido. Além disso, o historiador, após encontrar a objetividade na historia, a equilibra com uma subjetividade verossímil como cientista e como leitor.
C) INCORRETA – Marc Bloch defendia que a história era a ciência que estuda os homens no tempo. O tempo, para ele, era o plasma que envolve os fenômenos como lugar de sua inteligibilidade. Sendo assim, o presente é um resultado dos acontecimentos do passado e a fronteira entre os dois se move de acordo com a compreensão humana. Portanto, esta afirmativa está incorreta, porque o presente também faz parte do trabalho do historiador, podendo ser o motivo de suas opções de trabalho ou ainda por ter sido o elemento que modificará a sociedade que é seu objeto.
D) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois, a historiografia que estava atenta à ação dos grandes homens era a positivista. O positivismo visava a ordem e o progresso . Historiadores positivistas construíam a narrativa historiográfica com o objetivo de propagar a história dos vencedores baseada em documentos oficiais. A função da história positivista no século XIX era construir as histórias nacionais.
E) CORRETA – Esta afirmativa está correta, pois Marc Bloch defendia em seu livro “Os Reis Taumaturgos" que a os Historiadores não podem fazer história ignorando os conhecimentos das ciências que estudam as sociedades humanas como a sociologia, a psicologia, geografia, ciências políticas, dentre outros.
Gabarito do Professor: Letra E.