GABARITO - B
Logo de cara você percebe a poética e a metalinguística. Vamos ver cada uma delas.
➜ FUNÇÃO POÉTICA OU CONOTATIVA: a ênfase está na própria mensagem, na forma em que é construída e transmitida (de forma criativa, elaborada, com recursos figurativos), diferentemente da função referencial, que foca no conteúdo em si. Essa é a linguagem literária, por isso, encontraremos recursos como figuras de estilo ou linguagem (linguagem conotativa, figurada), neologismos, construções criativas e deliberadamente recheadas de polissemia e ambiguidade. Uma figura de linguagem presente no texto é a comparação por exemplo (Esta Língua é como um elástico).
➜ FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: o foco está no código utilizado na transmissão da mensagem. O código é usado para explicar o próprio código, a língua explica a língua. Este comentário é um exemplo, pois uso a linguagem para falar sobre a própria linguagem. Além disso, encontraremos a metalinguagem em verbetes de dicionários, em resenhas, em manuais de redação e gramáticas, em filmes que falam de filmes, em atores que interpretam atores, em poemas que falam sobre a poesia.
➜ FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA: a ênfase está no referente, isto é, no assunto, no conteúdo, na informação. A linguagem tende a ser objetiva, expositiva, e por isso costuma fazer uso de recursos impessoalizadores como a terceira pessoa, tempos verbais afirmativos como o futuro e o presente do indicativo. A linguagem é concisa e objetiva, típica dos textos jornalísticos, didáticos, científicos e outros que tenham como finalidade primária informar ou ensinar.
➜ FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA: o foco recai sobre o interlocutor, o ouvinte. A finalidade é convencê-lo ou influenciá-lo. Por isso, é permeada por discurso em segunda pessoa (Tu e Você) e verbos no imperativo. Por objetivar induzir o ouvinte a fazer algo, esta é a linguagem predominante em sermões e em propaganda. Ex: Beba coca-cola, compre baton.
➜ FUNÇÃO FÁTICA: o foco da mensagem recai sobre o próprio “canal” em que ela é transmitida. Visa a testar, estabelecer, manter ou encerrar a comunicação. Nessa função se encaixam as saudações, o iniciadores de conversa, os marcadores conversacionais de confirmação: alô? Tá ouvindo? Tudo bem? Como vai? Dá licença? Certo? Ok? Entendeu? Todos comigo? Hein? Falou... Ok.. Bom dia..
Para responder a esta questão, exige-se conhecimento em função da linguagem. O candidato precisa indicar quais funções de linguagem são usadas no texto em destaque. Vejamos o conceito:
Segundo Jakobson, é possível determinar funções da linguagem com base nas características dos textos e nas intenções do locutor. Assim, a linguagem desempenharia uma ou outra função, de acordo com o elemento da comunicação posto em foco pelo locutor. Desse modo, a cada um dos elementos da comunicação Jakobson associou uma função da linguagem: emotiva, conativa (apelativa), referencial, metalinguística, fática e poética.
⇨ Função emotiva: o locutor (ou emissor) é o foco, ou seja, ele determina as escolhas feitas na construção do texto. Como se trata de dar destaque às emoções, é comum nos textos em que predomina esse tipo de função também a presença de interjeições, além de, na pontuação, reticências e pontos de exclamação. Não há marcas de linguagem emotivas no texto.
Ex: Eu te amo, eu te amo, Maria!
⇨ Função conativa (ou apelativa) o receptor é o foco, ou seja, ele determina as escolhas feitas na construção do texto. Nesse tipo de função pode ocorrer também a exploração de recursos sonoros. Os textos publicitários são exemplos típicos da predominância da função conativa, pois geralmente têm como objetivo principal persuadir os interlocutores a aderir a uma ideia ou comprar determinado produto.
Ex: o comercial antigo: “Compre baton, Compre baton, compre baton..." essa propaganda tentava hipnotizar as pessoas de tão apelativa. O texto em destaque não possui essa função
⇨ Função referencial: o referente é o foco, ou seja, ele determina as escolhas feitas na construção do texto. Algumas marcas gramaticais e discursivas: uso da 3ª pessoa, denotação, impessoalidade, precisão, frases declarativas etc. A função principal desse texto é informar o leitor, esclarecendo-o
Ex: Sabe a cor do avião? Sim. Azul.
⇨ Função metalinguística: o código é o foco, ou seja, ele determina as escolhas feitas na construção do texto. Leia este texto chamado poesia, de Carlos Drummond de Andrade: A começar pelo título, "Poesia", percebe-se que o texto compõe-se de versos que falam sobre poesia. Nesse caso, no qual um poema fala de poesia, a função metalinguística é a predominante no texto. Temos que ter cuidado para não confundirmos com a função referencial, pois no caso em tela pode se confundir, contudo a referência nos dá informações precisas de um texto, já na metalinguística o texto explica o próprio texto. Teatro sobre teatro, programa de tv falando de tv, e porcentagem para falar do próprio número o que aconteceu no nosso texto.
⇨ Função fática: o canal é o foco, ou seja, ele determina as escolhas feitas na construção do texto. Essa linguagem se manifesta quando a finalidade é testar, estabelecer ou encerrar o contato entre o emissor e o receptor (como em ligações telefônicas, saudações, cumprimentos etc.);
Ex: Alô, oi, tudo bom?
⇨ Função poética: a mensagem é o foco, ou seja, ela determina as escolhas feitas na construção do texto. O uso de recursos literários na construção do texto evidencia a predominância da função poética. Os textos literários, tanto em prosa quanto em verso, são exemplos típicos da predominância desse tipo de função da linguagem.
Ex: "Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer."
Após sabermos as funções que existem, iremos analisar o texto. Analisemos:
O texto é poético, pois usa metáforas (figura de linguagem) no texto "Um elástico assim como é a vida
Que nunca volta ao ponto de partida.", dizendo que o plástico é a vida.
O texto é metalinguístico, pois se usa a língua portuguesa para falar da própria língua portuguesa.
O texto é informativo (referencial), logo é referencial, pois nos dá informação da língua.
Assim, somente a assertiva B está correta.
Referência bibliográfica: CEREJA, William Roberto. MAGALHÃES. Thereza Cochar. Conecte: Gramática Reflexiva - 2. edª - São Paulo: Saraiva, 2013.
Gabarito: B